MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1051 Mensagem por marcelo l. » Dom Set 19, 2010 5:29 pm

Câmbio e déficit ainda não devem preocupar o Brasil, diz Krugman
Autor(es): João Villaverde
Valor Econômico - 17/09/2010

Quando um país começa a aparecer nas capas das revistas internacionais é sinal que ele vai ter problemas. A constatação é de Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia de 2009, em visita ao Brasil, ontem. O fenômeno, que Krugman chama de "a sina das capas de revistas", ocorreu nos anos 1990 com o México, os países do Leste Asiático e a Argentina - todos os países sofreram com crises econômicas provocadas por déficits nas transações correntes pouco depois de obtido o reconhecimento da mídia internacional. "Esse não é o caso do Brasil. Vocês são muito mais maduros", diz Krugman.



O economista americano é doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e professor da Universidade de Princeton, ambas nos Estados Unidos, ficou apenas um dia em solo brasileiro. Viajou na terça-feira à noite, tendo publicado em seu blog no "The New York Times" uma nota, pouco antes, destacando que "a dívida externa brasileira era muito elevada nos anos 1980, e que as coisas definitivamente melhoraram muito desde então". Ele participou de fórum promovido pela IBM em São Paulo e à tarde embarcou de volta aos Estados Unidos. "Andei estudando muito o Brasil do ano passado para cá", disse.

Para Krugman, a valorização do real e o consequente aumento do déficit em conta corrente brasileiro não se constituem em uma preocupação. "Era o que se esperava acontecer, é até compreensível que o câmbio esteja tão valorizado, uma vez que os países ricos estão em grave recessão e o Brasil tem ótimas perspectivas econômicas", afirmou.

As discussões recentes na área econômica do governo quanto a uma possível desvalorização cambial para frear a ampliação do endividamento nas transações correntes, para Krugman, devem ser colocadas em perspectiva. "Todos os países querem ter superávits nas contas correntes e todos falam em desvalorizar suas moedas para isso. Só que se todos desvalorizarem não muda nada. Fico desapontado com países como a China, que poderiam incorrer em pequenos déficits correntes, mas não o fazem."

Nos 12 meses terminados em julho, segundo números do Banco Central, o país acumulou déficit equivalente a 2,24% do Produto Interno Bruto (PIB). Embora divergentes quanto à utilidade do endividamento externo, economistas de diferentes matizes ideológicas concordam que o déficit nas contas correntes costuma ser financiável até níveis entre 3,5% e 4% como proporção do PIB. Ligado à corrente heterodoxa, Krugman não vê problemas quanto à ampliação do déficit corrente no Brasil, mas avalia que "as coisas podem mudar caso cresça a 6% ou 7% do PIB", algo que ele considera improvável.

"O Brasil parece ter uma demanda doméstica forte o suficiente para bancar um déficit corrente de 4% do PIB de maneira sustentável. Muitos países cresceram por vários anos com déficits parecidos, como os EUA e a Austrália", disse.

Por outro lado, vaticina ele, não se deve deixar a valorização cambial persistir por muitos anos. De dezembro de 2008, auge da crise econômica mundial, até ontem, o real acumulou valorização de 36% em comparação com o dólar. "Se deixar apreciar desta forma por muito tempo", diz Krugman, "haverá desemprego num ponto em que nem cortes nas taxas de juros serão capazes de reverter". Esse processo foi denominado de "armadilha para as exportações", uma vez que a valorização cambial reduz a remuneração das empresas que vendem seus produtos no exterior.

O prêmio Nobel de Economia elogiou o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro. "A era Lula, que acaba agora, não foi um paraíso, mas a economia cresceu muito bem, houve grande investimento na redução da pobreza, a inflação e a situação fiscal estão controladas e o mercado doméstico se fortaleceu", elencou Krugman, que perguntou em seguida: "O que mais se deve esperar de um país?"

Para o economista, o Brasil "encontrou" uma terceira via, que não está presa ao modelo do Consenso de Washington, praticado em larga escala na América Latina nos anos 1990, mas também não segue os padrões de países como China ou Venezuela, onde o Estado é o protagonista. "O país está dando certo e deixa como lição o fato de que não se deve seguir consensos", disse.

O cenário pós-2010 não está livre de desafios, no entanto. A situação dos países ricos, tendo Estados Unidos e os da União Europeia à frente, pode piorar, caracterizando uma crise em forma de "W", o que poderia reduzir o ímpeto do crescimento brasileiro. Ao mesmo tempo, a economia chinesa pode desacelerar e, com isso, levar o Brasil junto, uma vez que é a elevada demanda chinesa a commodities brasileiras que tem sustentado, segundo Krugman, boa parte do ingresso de dólares no país. "Mas, ainda assim, com o mercado interno construído pelo Brasil, é possível continuar crescendo em torno de 5% ao ano mesmo com um mundo mais fraco", afirmou.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1052 Mensagem por Sterrius » Dom Set 19, 2010 5:52 pm

achei uma boa analise. Nem no céu nem no inferno.

È torcer para que consigamos novamente analisar os problemas economicos futuros e adequar a economia pra isso.




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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1053 Mensagem por marcelo l. » Ter Set 21, 2010 10:17 am

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/co ... 03685.html

By Juan Forero
Washington Post Foreign Service
Tuesday, September 21, 2010; 3:22 AM
IN PUERTO TIROL, ARGENTINA For a glimpse of booming Brazil's international aspirations, look no further than a two-year-old high-tech denim factory here in one of Argentina's poorest provinces.

The plant's owners, the Delfino family, launched their Santana textiles business in Brazil in 1963 with a line of hammocks. Content at first to expand at home, they retooled along the way, manufacturing denim for the lucrative jeans market and opening four factories in Brazil.

Then in 2008, Santana's chief executive, Raimundo Delfino Filho, set his sights abroad, opening the plant in this town in Argentina's far north Chaco province. Now, the firm is building a larger factory in south Texas.

Santana's moves reflect an expansionary push in recent years among entrepreneurs in Brazil, which is rapidly becoming one of the more important investors in Latin America and is making its presence felt as far away as the United States, Africa and Europe.

"Santana is a company with big plans," said Delfino's nephew, Igor Perdigao, 28, who speaks three languages and runs the factory here in Puerto Tirol. "With our four plants in Brazil, the plant in Argentina and the investment in Texas, our idea is to be the leader in the denim jean market in the Americas in 10 years."

Perdigao attributed the firm's success in part to the confidence inspired in Brazilian entrepreneurs by President Luiz Inacio Lula da Silva's government, which in the past eight years oversaw an expansion that gave Brazil the world's eighth-largest economy. On Oct. 3, a presidential election will be held, and opinion polls show that Lula's handpicked candidate, Dilma Rousseff, is expected to win.

In the early part of the past decade, Brazil's foreign investments averaged $700 million annually, said Luis Alfonso Lima, president of the Brazilian Center for the Study of Transnational Companies and Globalization in Sao Paulo. Then, from 2004 to 2008, Brazilian investment abroad shot up to $14 billion a year on average, Lima said, and is on track to surpass $20 billion this year.

"Brazil wants to be a world player," said Bernardo Kosacoff, a former U.N. economist who heads a Buenos Aires think tank. "And today, to be a world player you need a strategy of internationalization, in addition to having a potent domestic market."

Although Brazil's foreign investments remain a fraction of what U.S. companies post abroad, Brazil is challenging the United States in some of the bigger Latin American economies, such as Venezuela, Chile and Argentina. And it is solidifying itself as a leader in other nations, such as Angola, which like Brazil had been a Portuguese colony.

In 2008, U.S. companies had 25 times as much global investment as Brazil. But with nearly $130 billion invested abroad, Brazil was ahead of other countries with large, robust economies and international pretensions, among them India and South Korea.

The companies making big investments include Petrobras, the Brazilian oil behemoth that operates in nearly 20 countries, and airline manufacturer Embraer, which is assembling aircraft in China. Vale, a huge mining company, operates throughout Latin America, and construction giant Odebrecht has big projects across Africa. Gerdau, a Sao Paulo-based steelmaker, buys and revamps outdated plants as far away as the United States and Spain.

Federico Trujillo, director of the Argentine-Brazilian Chamber of Commerce in Buenos Aires, said Brazilian companies were once considered plodding and inefficient. Trujillo, a lawyer who works with transnational companies, said those companies slowly evolved as Brazil's economy stabilized, credit became readily available and the country's managerial class professionalized.

"Nowadays, Brazilian companies are considered like companies anywhere in the world, even with advantages," Trujillo said. Among those advantages are access to easy credit from Brazil's development bank and the growing value of the nation's currency (the real), which benefits Brazilians who invest abroad.

Perhaps the strongest sector for Brazil's investments and clout is food. In 2007, JBS Friboi bought Swift, the U.S. beef and pork processor then based in Greeley, Colo., for $1.4 billion. With other investments in Argentina, Britain, Egypt, Russia and Chile, Friboi controls 50 percent of the world's meat processing, according to a report by the U.N.'s Economic Commission on Latin America and the Caribbean.

"Brazil is the biggest meat producer; it has the biggest meat processors in the world, which it bought in Argentina and all over the world," Trujillo said. "No one could have predicted this 15 years ago."

Brazil's strength in the agro sector is particularly noticeable in Argentina, and it is not just in meat processing. Brazilian companies have invested heavily in the high-tech aspects of the food industry, such as biotechnology and software used by agro-businesses.

Brazil's share of foreign investments in Argentina increased from 9 percent in 2003 to 25 percent as of 2007, said Dante Sica, director of ABECEB, a Buenos Aires consultant that helps Brazilian companies invest here. "The Brazilians aren't here on a shopping spree, just looking to buy cheap," he said. "They are looking for platforms, to produce in Argentina and sell in Brazil."

Perdigao said Santana, the textile maker, certainly saw Chaco as a platform. The state government provided incentives, and Argentine President Cristina Fernandez de Kirchner attended the inauguration of the plant in May 2008.

The Santana board, which includes Perdigao's mother, Veronica Maria Rocha, the board vice president, was particularly drawn to Chaco's geography. "It's close to many countries: Chile, Bolivia, Paraguay, Uruguay and Brazil," Perdigao said. "We see it as a big platform for exporting to those countries."

The company has invested $40 million in Chaco and expects to spend an additional $30 million before beginning to export its fabric in 2012. The biggest investments Santana is planning, though, are in Edinburg, Tex., not far from Mexico.

While the factory in Chaco has more than 300 workers, the Texas plant will have 800, and Santana plans to spend $180 million. It is not lost on Perdigao that U.S. textile plants have, in recent decades, closed in droves, only to reopen in developing countries where wages are lower.

"We're going against the current in the United States, I know," he said. "We have to go to the United States of America because it's the biggest market."




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soultrain
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1054 Mensagem por soultrain » Ter Set 21, 2010 11:52 am

Eleições
Milagre brasileiro esconde problemas estruturais na economia

Luís Rego, em São Paulo
20/09/10 07:35

São vários economistas que estão a chamar a atenção para os problemas estruturais do Brasil.

Detrás da euforia do "Brasil está na moda" e da indiscutível década dourada do país, há vários economistas a chamar a atenção para problemas estruturais na economia brasileira que ensombram os cenários optimistas para o ‘tigre latino' e poderão tornar este período em mais uma oportunidade perdida como tantas outras nos últimos trinta anos.

No curto prazo, o nível do real ameaça a indústria nacional e os lucros que espreitam com a descoberta da reserva de petróleo do ‘pré-sal' têm potencial para criar uma bolha no sector. No médio prazo, a baixa taxa de poupança (17%, contra 54% na China) para um perfil de crescimento que será de 7,2% este ano, ou a fraca produtividade (alimentada pela economia paralela, um baixo nível tecnológico e educativo) também preocupam. E além disso, apesar das melhorias recentes, os problemas da burocracia - o Banco Mundial coloca o Brasil na 129ª posição em ambiente de negócios num total de 183 países -, das péssimas infra-estruturas (apenas 10% das estradas nacionais estão pavimentadas), da desigualdade e do crime continuem a ser imagens de marca do país.

O Nobel da economia, Paul Krugman, recentemente no Brasil, falou da "sina das capas de revistas", em que quando um país aparece muito nas primeiras páginas das revistas internacionais é sinal que vai começar a ter problemas, dando o exemplo do México nos anos 90, o leste asiático e Argentina, em que, depois a fama, claudicaram diante de crises económicas provocadas por défices externos. A afirmação do mercado interno brasileiro parece ser o grande antídoto a crises - a procura interna contribuiu com mais de 9% para o crescimento PIB este ano, diz o FMI. Para Krugman isso é suficientemente forte para aguentar um défice externo até 4% do PIB, quando agora é de 2,24% do PIB. Porém, com uma taxa de juro de 10,75% e uma inflação de 5%, o Brasil tem das taxas de juro reais maiores do mundo, encarecendo o serviço da dívida e atraindo uma chuva diária de dólares no país que pressionam o banco central, conforme alerta o FMI, pedindo um "policy mix bem calibrado". Para o Nobel, o maior problema é se a China, muito pressionada a estimular o seu mercado interno, acabe por abrandar a procura milionária das comodities brasileiras (como o minério de ferro), comprometendo a sorte do Brasil.

Um relatório recente do Banco Mundial fala da "maldição das comodities", a ideia que a abundância de matérias-primas pode ser adversa ao crescimento. O Brasil tem conseguido diversificar a sua lista de exportações em que a maior fatia era o café (53% do total) na década de 60 para o minério de ferro hoje em dia (7% do total em 2006). Mas o pré-sal pode desestabilizar a balança - o essencial para o BM é saber converter os lucros obtidos com as comodities em poupança de longo prazo.

Este perfil do comércio externo, assente nas matérias-primas, também ajuda a criar um potencial risco de desindustrialização. Em 2008 só 45% das exportações em mercadorias eram bens manufacturados contra 63% na Índia e 93% na China. O valor do real também contribuiu para facilitar as importações, desincentivando a reconversão industrial.

Depois há um problema com a formação de preço em economias sobreaquecidas. Robert Shiller, economista de Yale, disse esta semana que há vários riscos de bolha no Brasil. Não só uma "bolha imobiliária em São Paulo e no Rio" como uma "bolha" que resulta da euforia com a descoberta do pré-sal "O México teve descobertas incríveis [de reservas] nos anos 80 e 90, isso levou a uma euforia as empresas e os mexicanos emprestaram muito dinheiro pensaram que eram ricos e depois veio a crise de 94. Há claramente esse risco no Brasil".

O presidente Lula da Silva habitou-se a iniciar os discursos com um "nunca dantes neste país" e a prosperidade actual dá-lhe razão, porém as crises passadas aconselham prudência porque a queda pode ser igualmente





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1055 Mensagem por Brasileiro » Ter Set 21, 2010 12:32 pm

Me preocupa o fato de o Brasil estar crescendo como um edifício com as armações e alicerces de um casebre.

-Nosso sistema tributário precisa de reforma;
-Nosso sistema agrário precisa de reforma;
-Nosso sistema de educação precisa de reforma.

Muito mais coisas precisam de reformas.
Se elas não forem feitas, nosso crescimento uma hora se limitará e enfrentaremos lá na frente outra crise bem pior.

Nossa economia está crescendo bem, e vai crescer até um limite que a estrutura atual permitir. Se quisermos ir mais longe, vamos ter que mecher nos alicerces.


abraços]




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1056 Mensagem por PRick » Ter Set 21, 2010 12:33 pm

soultrain escreveu:Eleições
Milagre brasileiro esconde problemas estruturais na economia

Luís Rego, em São Paulo
20/09/10 07:35

São vários economistas que estão a chamar a atenção para os problemas estruturais do Brasil.

Detrás da euforia do "Brasil está na moda" e da indiscutível década dourada do país, há vários economistas a chamar a atenção para problemas estruturais na economia brasileira que ensombram os cenários optimistas para o ‘tigre latino' e poderão tornar este período em mais uma oportunidade perdida como tantas outras nos últimos trinta anos.

No curto prazo, o nível do real ameaça a indústria nacional e os lucros que espreitam com a descoberta da reserva de petróleo do ‘pré-sal' têm potencial para criar uma bolha no sector. No médio prazo, a baixa taxa de poupança (17%, contra 54% na China) para um perfil de crescimento que será de 7,2% este ano, ou a fraca produtividade (alimentada pela economia paralela, um baixo nível tecnológico e educativo) também preocupam. E além disso, apesar das melhorias recentes, os problemas da burocracia - o Banco Mundial coloca o Brasil na 129ª posição em ambiente de negócios num total de 183 países -, das péssimas infra-estruturas (apenas 10% das estradas nacionais estão pavimentadas), da desigualdade e do crime continuem a ser imagens de marca do país.

O Nobel da economia, Paul Krugman, recentemente no Brasil, falou da "sina das capas de revistas", em que quando um país aparece muito nas primeiras páginas das revistas internacionais é sinal que vai começar a ter problemas, dando o exemplo do México nos anos 90, o leste asiático e Argentina, em que, depois a fama, claudicaram diante de crises económicas provocadas por défices externos. A afirmação do mercado interno brasileiro parece ser o grande antídoto a crises - a procura interna contribuiu com mais de 9% para o crescimento PIB este ano, diz o FMI. Para Krugman isso é suficientemente forte para aguentar um défice externo até 4% do PIB, quando agora é de 2,24% do PIB. Porém, com uma taxa de juro de 10,75% e uma inflação de 5%, o Brasil tem das taxas de juro reais maiores do mundo, encarecendo o serviço da dívida e atraindo uma chuva diária de dólares no país que pressionam o banco central, conforme alerta o FMI, pedindo um "policy mix bem calibrado". Para o Nobel, o maior problema é se a China, muito pressionada a estimular o seu mercado interno, acabe por abrandar a procura milionária das comodities brasileiras (como o minério de ferro), comprometendo a sorte do Brasil.

Um relatório recente do Banco Mundial fala da "maldição das comodities", a ideia que a abundância de matérias-primas pode ser adversa ao crescimento. O Brasil tem conseguido diversificar a sua lista de exportações em que a maior fatia era o café (53% do total) na década de 60 para o minério de ferro hoje em dia (7% do total em 2006). Mas o pré-sal pode desestabilizar a balança - o essencial para o BM é saber converter os lucros obtidos com as comodities em poupança de longo prazo.

Este perfil do comércio externo, assente nas matérias-primas, também ajuda a criar um potencial risco de desindustrialização. Em 2008 só 45% das exportações em mercadorias eram bens manufacturados contra 63% na Índia e 93% na China. O valor do real também contribuiu para facilitar as importações, desincentivando a reconversão industrial.

Depois há um problema com a formação de preço em economias sobreaquecidas. Robert Shiller, economista de Yale, disse esta semana que há vários riscos de bolha no Brasil. Não só uma "bolha imobiliária em São Paulo e no Rio" como uma "bolha" que resulta da euforia com a descoberta do pré-sal "O México teve descobertas incríveis [de reservas] nos anos 80 e 90, isso levou a uma euforia as empresas e os mexicanos emprestaram muito dinheiro pensaram que eram ricos e depois veio a crise de 94. Há claramente esse risco no Brasil".

O presidente Lula da Silva habitou-se a iniciar os discursos com um "nunca dantes neste país" e a prosperidade actual dá-lhe razão, porém as crises passadas aconselham prudência porque a queda pode ser igualmente

É engraçado como os asnos brasileiros da mídia PIG, não só falam besteiras, mas como ainda escutam as besteiras de fora, de gente que não tem noção do que fala, inclusive o Krugman.

Para quem sabe um pouco da realidade brasileira, jamais faria observações sobre o juros altos e bolha imobiliária. Por vários motivos:

1- Apesar de alta a nível internacional, a economia brasileira tem a menor taxa de juros em 20 anos. Portanto, a economia brasileira já cresceu e suportou taxas que juros médias de mais de 20% ao ano reais, e hoje estamos com uma taxa de juros reais que não chega a 6%.

2- O Brasil nada tem haver com o G-7, não existe como ocorrer uma bolha imobiliária, por um motivo, o Brasil tem um déficit habitacional de milhões de moradias.

3- Comparar nossa economia com a mexicana e argentina nas épocas em que foram citadas, é piada! Primeiro, a economia brasileira é muito maior e diversificada que as aludidas economias.

4- O crescimento atual não é movido pelo mercado externo, mas interno, assim, não tem sentido então falar que estamos dependente das exportações para a China, do crescimento atual de mais de 7% ao ano, não mais que 2% são impulsionados pela mercado externo. Por sinal, como comproca nossa balança comercial, o saldo está muito menor, porque estamos exportanto muito menos que antes, e as importações aumentaram em muito.

5- Quanto as ranks idiotas do Banco Mundial ou dessas ONG´s. É só vemos que BRIC´s costumam estar sempre em colocações muito ruins, porém, mesmo assim são os países que mais crescem e atraem investidores, afinal, os capitalistas estão atrás de mercados, e não de ramk´s idiotas.

6- A visão que a China e a Índia vão desacelerar, não leva em conta que esses países tem centenas de milhões de pessoas ainda fora do mercado capitalista, ou seja, podem sustentar taxas de crescimento em torno de 10% por algumas décadas, dado que sua renda per capta ainda é muito inferior até comparada a brasileira.

7- Por sinal, olhem essa notícia, boa para termos o que está fazendo a economia brasileira avançar muito, e não análises equivocadas que não levam em consideração a história e as particularidades de cada nação.
Desigualdade no País cai mais rápido do que no período pré-crise

A desigualdade de renda no Brasil está caindo este ano num ritmo mais acelerado do que no período do boom que antecedeu a crise de 2008/2009. A renda média também cresce mais forte do que antes da crise.

O índice de Gini, que mede a desigualdade, e, quanto mais perto de 1, mais desigual, está caindo 1,8% de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. No período pré-crise (de dezembro de 2002 a dezembro de 2008), o índice de Gini caiu 1,6%.

Já a renda média cresceu nos primeiros sete meses deste ano 4,2% em comparação ao mesmo período de 2009. Antes da crise (de dezembro de 2002 a dezembro de 2008), a renda média cresceu 3,8%.

Esses dados serão divulgados hoje no lançamento pela internet para o público externo da pesquisa “ A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres (The Bright Side of the Poor)” coordenada pelo professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV).

O lançamento será em inglês e tem algumas atualizações em relação à pesquisa divulgada há pouco mais de uma semana. A entrevista coletiva que marca o lançamento da pesquisa será transmitida em vídeo ao vivo pela internet através do site http://www.fgv.br/cps/ncm

A pesquisa inclui os dados da PNAD 2009 e da PME (pesquisa mensal de emprego) até julho de 2010.

Segundo Marcelo Neri, o que mais chama a atenção, a seu ver, na pesquisa, é o fato de a desigualdade de renda continuar em queda neste ano, depois da chamada década da redução da desigualdade (os anos 2000).

Para ele, esses números são uma surpresa, já que muitos imaginavam que a desigualdade iria parar de cair, a partir de agora.
8- Por último essas análises não levam em consideração que o Brasil tem um setor indutrial que é maior a soma do setor indutrial do México e da Argentina.

9- Além disso, tem recursos naturais e uma agricultura que não tem rival no mundo.

10- E ainda esquecem que temos uma Copa do Mundo e uma Olimpíada no espaço de 02 anos, algo que vai representar ainda um impulso adicional a nossa economia.


[]´s




Editado pela última vez por PRick em Ter Set 21, 2010 12:37 pm, em um total de 1 vez.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1057 Mensagem por PRick » Ter Set 21, 2010 12:36 pm

Brasileiro escreveu:Me preocupa o fato de o Brasil estar crescendo como um edifício com as armações e alicerces de um casebre.

-Nosso sistema tributário precisa de reforma;
-Nosso sistema agrário precisa de reforma;
-Nosso sistema de educação precisa de reforma.

Muito mais coisas precisam de reformas.
Se elas não forem feitas, nosso crescimento uma hora se limitará e enfrentaremos lá na frente outra crise bem pior.

Nossa economia está crescendo bem, e vai crescer até um limite que a estrutura atual permitir. Se quisermos ir mais longe, vamos ter que mecher nos alicerces.


abraços]
Olha China e Índia tem problemas muito maiores que os nossos, a Índia então é um gigantesco problema, porém, são esses problemas que mais crescem no mundo, não os países sem problemas, esses já sabemos, estão até o pescoço com desemprego, estagnação, dívidas, etc..

São os problemas que acumularam mais de 3 trilhões em reservas internacionais e tem 2/3 da população do planeta.

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1058 Mensagem por Tupi » Ter Set 21, 2010 1:41 pm

Governo faz nova revisão da taxa dde crescimento em relação ao PIB.
Agora o GF já admite um crescimento na casa de 7,47% que é bem proximo das analises dos economistas independentes.
Realmente estamos com o pé na tabua!





Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1059 Mensagem por Brasileiro » Ter Set 21, 2010 2:46 pm

PRick escreveu: Olha China e Índia tem problemas muito maiores que os nossos, a Índia então é um gigantesco problema, porém, são esses problemas que mais crescem no mundo, não os países sem problemas, esses já sabemos, estão até o pescoço com desemprego, estagnação, dívidas, etc..

São os problemas que acumularam mais de 3 trilhões em reservas internacionais e tem 2/3 da população do planeta.

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Uai fi, crescer por crescer o meu cresce mais que o da China e da Índia :mrgreen:

Brincadeiras a parte. Crescimento da economia é apenas um número se não se traduz em benefício para o povo.
O Estado tem que garantir que a economia crescerá para todos, e tem que garantir também que crescerá por muito tempo e de forma estável. Aqui nós não temos esta certeza.

Se não mecher na educação vai faltar engenheiro (está começando a ficar crítico), economista, químico, arquiteto, técnico de eletricidade, etc e sem isso não tem PIB que aguente, já que nível educacional é fator limitante de economia.
A economia cresceu bem nos últimos anos, mas vem cá: Você viu alguma coisa de bom no ensino médio público aqui em SP? Eu não vi, tá tudo quebrado, gente sendo mal paga e um reduto de violência e drogas. O PIB cresceu mas isso não mudou absolutamente nada, continuamos parados no tempo em relação a educação básica. Mesma coisa em saúde e todo o resto.

Você me desculpe cara, mas me recuso a concordar que está bom do jeito que está e que estamos no caminho certo.
Alguns números estão bons, mas é pouco, muito pouco. Não tem o básico, não tem alicerce.


abraços]




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1060 Mensagem por PRick » Ter Set 21, 2010 3:37 pm

Brasileiro escreveu:
PRick escreveu: Olha China e Índia tem problemas muito maiores que os nossos, a Índia então é um gigantesco problema, porém, são esses problemas que mais crescem no mundo, não os países sem problemas, esses já sabemos, estão até o pescoço com desemprego, estagnação, dívidas, etc..

São os problemas que acumularam mais de 3 trilhões em reservas internacionais e tem 2/3 da população do planeta.

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Uai fi, crescer por crescer o meu cresce mais que o da China e da Índia :mrgreen:

Brincadeiras a parte. Crescimento da economia é apenas um número se não se traduz em benefício para o povo.
O Estado tem que garantir que a economia crescerá para todos, e tem que garantir também que crescerá por muito tempo e de forma estável. Aqui nós não temos esta certeza.Bem, ninguém pode ter certeza do futuro. 8-] 8-] Porém, os países que tem maior chance de crescer, e crescer muito, são os que tem ainda grandes contigentes populacionais fora do mercado, ou com renda muito baixa. E nós estávamos falando de crescimento econômico, e não de distribuição de renda, porém, um forte e duradouro crescimento econômico costuma melhorar a vida da nação, agora, do nosso ponto de vista, é importante que China e Índia cresçam, porque para nós representa um aumento de mercado. No plano interno, sem dúvida, a distribuição de renda também é importante, mas é exatamente isso que vem ocorrendo no Brasil agora, como a notícia que acabei de postar, o Brasil está crescendo e distribuindo renda, como nunca fez antes.

Se não mecher na educação vai faltar engenheiro (está começando a ficar crítico), economista, químico, arquiteto, técnico de eletricidade, etc e sem isso não tem PIB que aguente, já que nível educacional é fator limitante de economia.
A economia cresceu bem nos últimos anos, mas vem cá: Você viu alguma coisa de bom no ensino médio público aqui em SP? Eu não vi, tá tudo quebrado, gente sendo mal paga e um reduto de violência e drogas. O PIB cresceu mas isso não mudou absolutamente nada, continuamos parados no tempo em relação a educação básica. Mesma coisa em saúde e todo o resto.Esse tipo de problema, é o bom problema, é aquele gerado pela melhoria da economia. Ele gera desafios, porém, é muito melhor que os problemas gerados pela estagnação econômica. :wink:

Você me desculpe cara, mas me recuso a concordar que está bom do jeito que está e que estamos no caminho certo.
Alguns números estão bons, mas é pouco, muito pouco. Não tem o básico, não tem alicerce. Estamos no caminho certo, porém, ninguém aqui está dizendo que não temos problemas, pelo contrário, porém, os problemas brasileiros são pequenos se olhamos China e Índia. Me assusto ao pensar que ambos os países ainda tem mais miseráveis ou pobres que várias vezes nossa população, quero dizer, por baixo existem 800 milhões de problemas somando os dois países. Como diziam os Titãs; "Miséria é Miséria em qualquer parte..."

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1061 Mensagem por Brasileiro » Ter Set 21, 2010 4:37 pm

No plano interno, sem dúvida, a distribuição de renda também é importante, mas é exatamente isso que vem ocorrendo no Brasil agora, como a notícia que acabei de postar, o Brasil está crescendo e distribuindo renda, como nunca fez antes.
E precisa garantir isso com uma reforma tributária que mude o panorama atual de pobre pagar (proporcionalmente) mais imposto que rico.
Isso é um limitador da distribuição de renda e uma necessidade de reforma.
Esse tipo de problema, é o bom problema, é aquele gerado pela melhoria da economia. Ele gera desafios, porém, é muito melhor que os problemas gerados pela estagnação econômica.
No contexto que eu escrevi é mau problema. É bom que tenham contratado os profissionais que estavam desempregados na época de estagnação, mas isso não muda a necessidade de reformar o 'alicerce educacional', que só se deteriorou(pelo menos em SP) a despeito do crescimento econômico.
alicerce. Estamos no caminho certo, porém, ninguém aqui está dizendo que não temos proble
Estamos no caminho certo, mas com gesso nas pernas. Agora estamos correndo bem, mas se quisermos correr mais depressa vai ter de tirar o gesso e largar as muletas.

Conclusão: Realmente precisamos de reformas. Era aqui que eu queria chegar.


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1062 Mensagem por Brasileiro » Ter Set 21, 2010 4:38 pm

Mudando de assunto...

E algum candidato, tirando o Plínio, propôs auditoria da dívida externa? Tá aí um outro fogo que ninguém tem coragem de por a mão.



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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1063 Mensagem por Centurião » Ter Set 21, 2010 7:39 pm

PRick escreveu: É engraçado como os asnos brasileiros da mídia PIG, não só falam besteiras, mas como ainda escutam as besteiras de fora, de gente que não tem noção do que fala, inclusive o Krugman.

Para quem sabe um pouco da realidade brasileira, jamais faria observações sobre o juros altos e bolha imobiliária. Por vários motivos:

1- Apesar de alta a nível internacional, a economia brasileira tem a menor taxa de juros em 20 anos. Portanto, a economia brasileira já cresceu e suportou taxas que juros médias de mais de 20% ao ano reais, e hoje estamos com uma taxa de juros reais que não chega a 6%.

2- O Brasil nada tem haver com o G-7, não existe como ocorrer uma bolha imobiliária, por um motivo, o Brasil tem um déficit habitacional de milhões de moradias.

3- Comparar nossa economia com a mexicana e argentina nas épocas em que foram citadas, é piada! Primeiro, a economia brasileira é muito maior e diversificada que as aludidas economias.

4- O crescimento atual não é movido pelo mercado externo, mas interno, assim, não tem sentido então falar que estamos dependente das exportações para a China, do crescimento atual de mais de 7% ao ano, não mais que 2% são impulsionados pela mercado externo. Por sinal, como comproca nossa balança comercial, o saldo está muito menor, porque estamos exportanto muito menos que antes, e as importações aumentaram em muito.

5- Quanto as ranks idiotas do Banco Mundial ou dessas ONG´s. É só vemos que BRIC´s costumam estar sempre em colocações muito ruins, porém, mesmo assim são os países que mais crescem e atraem investidores, afinal, os capitalistas estão atrás de mercados, e não de ramk´s idiotas.

6- A visão que a China e a Índia vão desacelerar, não leva em conta que esses países tem centenas de milhões de pessoas ainda fora do mercado capitalista, ou seja, podem sustentar taxas de crescimento em torno de 10% por algumas décadas, dado que sua renda per capta ainda é muito inferior até comparada a brasileira.

7- Por sinal, olhem essa notícia, boa para termos o que está fazendo a economia brasileira avançar muito, e não análises equivocadas que não levam em consideração a história e as particularidades de cada nação.
Desigualdade no País cai mais rápido do que no período pré-crise

A desigualdade de renda no Brasil está caindo este ano num ritmo mais acelerado do que no período do boom que antecedeu a crise de 2008/2009. A renda média também cresce mais forte do que antes da crise.

O índice de Gini, que mede a desigualdade, e, quanto mais perto de 1, mais desigual, está caindo 1,8% de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. No período pré-crise (de dezembro de 2002 a dezembro de 2008), o índice de Gini caiu 1,6%.

Já a renda média cresceu nos primeiros sete meses deste ano 4,2% em comparação ao mesmo período de 2009. Antes da crise (de dezembro de 2002 a dezembro de 2008), a renda média cresceu 3,8%.

Esses dados serão divulgados hoje no lançamento pela internet para o público externo da pesquisa “ A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres (The Bright Side of the Poor)” coordenada pelo professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV).

O lançamento será em inglês e tem algumas atualizações em relação à pesquisa divulgada há pouco mais de uma semana. A entrevista coletiva que marca o lançamento da pesquisa será transmitida em vídeo ao vivo pela internet através do site http://www.fgv.br/cps/ncm

A pesquisa inclui os dados da PNAD 2009 e da PME (pesquisa mensal de emprego) até julho de 2010.

Segundo Marcelo Neri, o que mais chama a atenção, a seu ver, na pesquisa, é o fato de a desigualdade de renda continuar em queda neste ano, depois da chamada década da redução da desigualdade (os anos 2000).

Para ele, esses números são uma surpresa, já que muitos imaginavam que a desigualdade iria parar de cair, a partir de agora.
8- Por último essas análises não levam em consideração que o Brasil tem um setor indutrial que é maior a soma do setor indutrial do México e da Argentina.

9- Além disso, tem recursos naturais e uma agricultura que não tem rival no mundo.

10- E ainda esquecem que temos uma Copa do Mundo e uma Olimpíada no espaço de 02 anos, algo que vai representar ainda um impulso adicional a nossa economia.


[]´s
Eu vou ter que concordar com o Prick. O Krugman falou o contrário, que o Brasil não sofria deste problema. Abaixo a reportagem do Valor:
Quando um país começa a aparecer nas capas das revistas internacionais é sinal que ele vai ter problemas. A constatação é de Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia de 2009, em visita ao Brasil, ontem. O fenômeno, que Krugman chama de “a sina das capas de revistas”, ocorreu nos anos 1990 com o México, os países do Leste Asiático e a Argentina – todos os países sofreram com crises econômicas provocadas por déficits nas transações correntes pouco depois de obtido o reconhecimento da mídia internacional. “Esse não é o caso do Brasil. Vocês são muito mais maduros”, diz Krugman.
Vejam que o Krugman não estava falando sobre o Brasil, como a reportagem do jornalista Luís Rego dá a entender. Não sei se foi falha em sua leitura dinâmica ou outra coisa...

Talvez seja muito cedo para falar isso, mas tudo indica que o Brasil será mais um dos motores da economia mundial, se continuar ignorando a inércia econômica dos países desenvolvidos.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1064 Mensagem por marcelo l. » Qua Set 22, 2010 3:24 pm

Até um artigo crítico torna-se positivo quando a economia vai bem...

Imagem

http://blog.foreignpolicy.com/posts/201 ... _great_job

According to a new poll by the Pew Global Attitudes Project, 79 percent of Brazilians think that political corruption is a "major problem" in their country. On the other hand, all that corruption doesn't seem to be keeping leaders from delivering the goods. 75 percent approve of the current government more generally and 76 percent say it's doing a good job handling the economy.

Overall, there's a lot of encouraging news in the poll. 87 percent of Brazilians support increased trade and 85 percent see climate change as a major problem. President Luiz Inacio Lula da Silva will leave office this year with an impressive 80 percent approval rating. (It seems possible that Lula has cultivated a kind of "good czar" image where citizens see him as untouched by the corruption of more local officials.)

Encouragingly for presidential frontrunner Dilma Roussef, 70 percent say electing a woman would be a good thing. Encouragingly for Washington, 62 percent of Brazilians have a favorable view of the United States, only 13 percent have a favorable view of Hugo Chavez, and -- despite Lula's controversial outreach to Tehran -- 65 percent would be willing to consider tougher sanctions on Iran.

Overall, despite persistent concerns over crime and corruption, Brazilians seem remarkably upbeat. The citizens of "the country of the future that always will be" seem to finally be living in the present.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1065 Mensagem por PRick » Qua Set 22, 2010 5:30 pm

marcelo l. escreveu:Até um artigo crítico torna-se positivo quando a economia vai bem...

http://blog.foreignpolicy.com/posts/201 ... _great_job

According to a new poll by the Pew Global Attitudes Project, 79 percent of Brazilians think that political corruption is a "major problem" in their country. On the other hand, all that corruption doesn't seem to be keeping leaders from delivering the goods. 75 percent approve of the current government more generally and 76 percent say it's doing a good job handling the economy.

Overall, there's a lot of encouraging news in the poll. 87 percent of Brazilians support increased trade and 85 percent see climate change as a major problem. President Luiz Inacio Lula da Silva will leave office this year with an impressive 80 percent approval rating. (It seems possible that Lula has cultivated a kind of "good czar" image where citizens see him as untouched by the corruption of more local officials.)

Encouragingly for presidential frontrunner Dilma Roussef, 70 percent say electing a woman would be a good thing. Encouragingly for Washington, 62 percent of Brazilians have a favorable view of the United States, only 13 percent have a favorable view of Hugo Chavez, and -- despite Lula's controversial outreach to Tehran -- 65 percent would be willing to consider tougher sanctions on Iran.

Overall, despite persistent concerns over crime and corruption, Brazilians seem remarkably upbeat. The citizens of "the country of the future that always will be" seem to finally be living in the present.

Esse tipo de pesquisa é feita sobre a mídia, quer dizer, esses resultado são tão somente fruto de um comprometimento ideológico de nossas mídias, nada mais que isso, não querem dizer nada quando se referem a política externa e a percepção de corrupção, essas opiniões sofrem uma tremenda oscilação conforme existe a propaganda mediática. Já a parte referente a economia e o social, a mídia tem efeito limitado porque se trata de uma realidade imediata, as pessoas percebem como a vida está melhorando, aí podem dizer o que quiser.

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