Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

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Edu Lopes
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Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#1 Mensagem por Edu Lopes » Seg Jul 05, 2010 10:49 am

Companhia aérea vai testar lugares para passageiros viajarem de pé

BBC

LONDRES - Uma conhecida companhia aérea europeia, especializada em voos baratos, disse ter planos de oferecer lugares para passageiros viajarem em pé em seus aviões, com passagens que custariam 4 libras (cerca de R$ 10).

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Projeto de assentos para passageiros viajarem em pé da Ryanair / Divulgação - BBC Brasil

A irlandesa Ryanair, que recentemente gerou polêmica ao anunciar que pretendia cobrar 1 libra (cerca de R$ 2,70) pelo uso dos banheiros a bordo dos aviões, afirmou que pretende oferecer as passagens para viagens em pé justamente com os recursos arrecadados na utilização dos sanitários.

O plano é remover as últimas dez fileiras de assentos dos 250 aviões da companhia e substitui-los por 15 fileiras de assentos verticais. Dois banheiros da parte de trás também poderiam ser removidos.

De acordo com o presidente-executivo da Ryanair, Michael O'Leary, testes para avaliar a segurança dos assentos verticais serão realizados no ano que vem.

As mudanças ajudariam a incluir entre 40 e 50 passageiros a mais em cada voo.

Os passageiros continuariam usando cintos de segurança, que passariam por cima do ombro, assim como os utilizados atualmente pela tripulação durante os voos.

Segurança

O projeto foi detalhado em um programa de TV na Grã-Bretanha e recebeu críticas da Autoridade de Aviação Civil do país, que questionou a segurança dos assentos.

A Agência de Segurança de Aviação Europeia (Easa, na sigla em inglês) também reagiu negativamente à ideia, dizendo que suas regras teriam de ser reescritas para que fossem permitidos assentos verticais nos voos da Ryanair.

As especificações da Easa ditam que "um assento tem de ser oferecido para cada ocupante que completou seu segundo aniversário".

"Esta ideia é inédita e improvável de ser aprovada em um futuro próximo", afirmou um porta-voz da Easa.

Já o porta-voz da companhia Stephen Mcnamara disse que eles estão "confiantes que os assentos vão passar nos testes de segurança".

"A Boeing consegue mandar um homem para a lua, então tenho certeza de que eles conseguem transformar estes (assentos) em um sucesso", afirmou McNamara.

A companhia admite, porém, que as duas ideias inovadoras - cobrança pelo uso de banheiros e assentos verticais - estão em "fases bem iniciais".

Os testes de segurança começariam em 12 meses e os planos são viabilizar o projeto em um prazo de entre 18 meses a dois anos.

Além disso, os aviões com assentos verticais seriam inicialmente utilizados apenas em voos de curta duração, de menos de uma hora, apesar de haver planos de instalar os lugares alternativos também em voos mais longos no futuro.

A Ryanair se defendeu das acusações de que suas ideias são apenas uma forma de atrair publicidade.

"As pessoas sempre são lentas para aceitar as mudanças que a indústria de aviação enfrenta, apesar de ela já estar praticamente irreconhecível se comparada àquela existente há 20 ou 30 anos", disse o porta-voz da companhia.

"Nós já retiramos balcões de check-in, uma ideia que há dois anos as pessoas consideravam uma piada. Nós acreditamos completamente que estas novas propostas são o futuro."

Fonte: http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2010 ... 062486.asp
A comparação é inevitável:

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prp
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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#2 Mensagem por prp » Seg Jul 05, 2010 2:12 pm

A Gol não pode saber disso :shock: senão vão trocar todos os assentos e colocar um desses no lugar, e o pior a passagem continuará o mesmo preço :? :? :?




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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#3 Mensagem por Duka » Ter Jul 06, 2010 6:15 pm

Eu particularmente gostei da idéia, até porque ninguém vai ser obrigado a utilizar esse serviço se nao quizer.




Abraços
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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#4 Mensagem por Bolovo » Ter Jul 06, 2010 6:49 pm

O sonho da Gol é remodelar o interior dos Boeings e deixar eles assim:

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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#5 Mensagem por delmar » Ter Jul 06, 2010 9:28 pm

Duka escreveu:Eu particularmente gostei da idéia, até porque ninguém vai ser obrigado a utilizar esse serviço se nao quizer.
Se até em onibus de longo curso, por questão de segurança, é proibido levar gente de pé, imagine em avião. Nunca será aprovado pelas autoridades de segurança aérea.




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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#6 Mensagem por tflash » Qua Jul 07, 2010 3:02 pm

A ideia é baixarem o preço do bilhete e depois pagar-se tudo e mais alguma coisa à parte. Eu proponho bilhetes a peso, já agora. Uma pessoa subia para uma balança e dava um valor conforme o peso. :wink:




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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#7 Mensagem por Glauber Prestes » Qui Jul 15, 2010 6:12 pm

Não, senão, eu nunca vou ter grana pra voar!




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#8 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Set 03, 2010 10:57 am

Michael O’Leary tem um sonho: voar "à borla"

Conheça melhor o homem que transformou a Ryanair na primeira companhia aérea europeia a transportar mais de sete milhões de passageiros num mês. E o que pretende mudar, como voar apenas com um piloto, ou colocar os passageiros de pé.

Michael O’Leary, CEO da Ryanair, nasceu em Março de 1960, depois de quatro irmãos mais velhos e antes de um mais novo. Filho de um empresário cujos negócios incluíram o têxtil, o processamento de carne ou a criação de coelhos, O’Leary frequentou um prestigiado colégio interno irlandês e formou-se em gestão de empresas na Trinity College, de Dublin.

Não se lembra da primeira vez que voou mas assegura que “não foi uma experiência fantástica. Não foi como perder a virgindade”, garante, numa entrevista concedida à Bloomberg. Essa terá sido perdida quando Michael O’Leary trabalhava enquanto consultor fiscal numa grande empresa, e de onde saiu para criar uma cadeia de bancas de jornais que, segundo a sua biografia, lhe rendeu um par de centenas de milhar de libras irlandesas.

Em 1987, assumiu o cargo de assessor financeiro de Tony Ryan (falecido em 2007), um empresário que tinha feito fortuna num negócio de leasing de aviões e tinha acabado de iniciar a sua companhia aérea, com sede em Dublin. O’Leary aceitou trabalhar sem salário base, mas apenas com percentagens dos ganhos da empresa, caso os houvesse. Esta estratégia acabou por fazer dele um dos homens mais ricos da Irlanda mas, durante os primeiros anos, a Ryanair passou por várias dificuldades. Ao ponto de o próprio O’Leary ter sugerido, por várias vezes, que se encerrasse a empresa.

Os seus conselhos não foram seguidos e, em 1994, chegou a CEO da companhia aérea. Foi nessa altura que Michael O’Leary decidiu deixar de evitar as luzes da ribalta e fazê-lo de forma a que não passasse despercebido. Olhava para Richard Branson (CEO da Virgin Atlantic Airways) e para Herb Kelleher (CEO da Southwest Airlines, na altura) e via que aquilo que tinham em comum era que as suas excentricidades não só geravam muito publicidade de graça, como poupavam às suas empresas gastos que, em condições normais, teriam com publicidade.

Foi então que decidiu tornar-se num homem comum que primava pela avareza e pela pouca amabilidade que, quando aplicadas ao CEO da Ryanair se traduziam num homem disposto a providenciar a todas as pessoas um voo barato, ainda que ligeiramente desconfortável. Essa é, de resto a ideia base do seu negócio. Para O’Leary, os passageiros de voos comerciais não são criaturas delicadas cujo regresso está dependente de almofadas, cobertores e chá grátis. Para ele são “bestas” dispostas a suportar o desconforto e a indignidade em troca de duas coisas apenas: chegar ao seu destino por menos dinheiro, e chegar com a sua mala.

E não é só nos aviões que os passageiros são tratados, desnecessariamente, como “reis”. “Os aeroportos são sítios estupidamente complicados, apenas porque temos esta transacção absolutamente ridícula de ficar com a mala dos passageiros à partida, apenas para lhes dar a mesma mala à chegada”, defende O’Leary, lançando de seguida o repto: “Vamos acabar com esta porcaria! Você leva a sua mala consigo. Trá-la até ao avião. E arruma-a”.

Na cabeça do CEO da Ryanair, este sistema de gestão das bagagens é apenas um vestígio de uma Era longínqua, vindo dos anos que separaram as duas guerras mundiais, em que as únicas pessoas que viajavam de avião eram os “Roosevelts” e os “Vanderbilts”. Hoje, graças a O’Leary também, toda a gente voa e as pessoas não precisam de ser “apaparicadas”. Muito pelo contrário.

Apenas um piloto?

Se o piloto tem uma emergência, ele toca a campainha, chama a hospedeira, e ela assume o comando do avião

Michael O’Leary

Em Julho de 2002, passageiros estavam a embarcar num avião da Ryanair, em Londres, com destino a Dublin, quando o piloto anunciou que o pessoal das bagagens estava com falta de pessoal. Previa-se assim um atraso iminente, a não ser que os passageiros se voluntariassem para carregar as malas, anunciou o comandante. Pouco depois, meia dúzia de passageiros desceu dos seus (apertados) lugares e foram carregar as malas para o porão do avião, refere a Bloomberg.

Michael O’Leary tem esta capacidade de pôr em prática as suas ideias, por mais tresloucadas que elas possam parecer à primeira vista – e normalmente parecem. As últimas a merecer destaque não são menos polémicas e todas têm um objectivo: tornar o transporte aéreo de passageiros cada vez mais barato, até a um ponto em que custará zero e as companhias vivam apenas de receitas auxiliares (comissões de bagagem extra, vendas nos aparelhos, seguros, hotéis, aluguer de carros, etc).


As últimas “visões” de Michael O’Leary passam por ter apenas um piloto em vez de dois, cobrar as idas às casas de banho dos aviões ou - pasme-se - criar lugares em pé, nas traseiras dos aparelhos.

Quanto aos pilotos, O’Leary não tem dúvidas. “Nós, na verdade, só precisamos de um piloto. Vamos ‘acabar’ com o segundo piloto e deixem o computador voar o avião”, afirma O’Leary. Então e se o piloto tiver algum problema? Neste caso uma das hospedeiras, que teria formação na aterragem do aparelho, assumiria os comandos. “Se o piloto tem uma emergência, ele toca a campainha, chama a hospedeira, e ela assume o comando do avião”. Simples.

Para Patrick Smith, piloto de longos anos, esta ideia é “para lá de absurda”, uma vez que a ideia de que os planos voam sozinhos é errada. “Até em operações de rotina, é importante ter uma segunda pessoa na cabine”, acrescenta Smith.

Outra ideia que já passou pela cabeça de Michael O’Leary é livrar-se de duas das três casas de
Senhoras e senhores -- BING BONG -- estamos a lidar com alguma turbulência. Por favor agarrem-se bem aos corrimõesbanho do avião em todos os voos de curta duração, para poder ter mais passageiros e preços mais baratos. A ideia passa por cobrar um euro por cada passageiro que queira usar a casa de banho remanescente.

“Em muitos aspectos, as viagens de avião são agradáveis e enriquecedoras”, afirma O’Leary. “Ora, o acto físico de ir do ponto A para o ponto B não deveria ser, nem agradável, nem enriquecedor. Devia ser rápido, eficiente, suportável financeiramente e seguro”, conclui.

A ideia de criar lugares em pé não é nova. Em 2006 o “New York Times” anunciava que os produtores de aviões estavam a considerar a hipótese de passar a incluir este tipo de lugares nos aparelhos. No seguimento da notícia a controvérsia foi grande, e a Airbus anunciou que não planeava incluir lugares em pé e que, os seus passageiros e clientes “querem mais e mais conforto”.

Ora, para Michael O’Leary, como já percebemos, o conforto está na cauda dos valores que
Os aeroportos são sítios estupidamente complicados, apenas porque temos esta transacção absolutamente ridícula de ficar com a mala dos passageiros à partida, apenas para lhes dar a mesma mala à chegadaregem a sua forma de ver o negócio. Não se estranha por isso que há uns meses tenha anunciado a intenção de substituir as últimas 10 filas dos seus aviões por 15 filas de lugares em pé (bancos verticais, com cintos de segurança à volta dos ombros, e descanso para os braços), que permitiriam “encaixar” mais 30 passageiros nos aviões.

A ideia, entretanto já sofreu um “upgrade”. O’Leary chegou á conclusão que lugares em pé não poupam o espaço que pretende pelo que teve uma ideia melhor: criar uma cabine na traseira do avião, colocada onde antes estavam as 10 últimas filas, rodeada de corrimões. Muito semelhante a uma carruagem de metro, mas sem os bancos.

Nem os casos de turbulência afastam a ideia da cabeça de O’Leary. “Sim, alguém se pode magoar [em caso de turbulência]”, admite. “Mas faremos aquilo que sempre fazemos: ‘Senhoras e senhores’ -- BING BONG -- ‘estamos a lidar com alguma turbulência. Por favor agarrem-se bem aos corrimões’”, esclarece O’Leary.

Polémico ou não. Excêntrico ou não. O que é facto é que O’Leary transformou a Ryanair na mais bem sucedida companhia aérea dos últimos tempos. Numa altura em que a indústria tem lutado contra uma crise atrás da outra – desde o 11de Setembro à erupção do vulcão islandês, sempre com o fantasma da crise económica a pairar – a Ryanair cresceu de uma pequena companhia irlandesa regional para uma potência que emprega 7.000 pessoas, tem 1.100 rotas, para 155 aeroportos, em 26 países.

Na última década, um período em que o sector das companhias aéreas perdeu em conjunto 50 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros) a Ryanair apresentou lucros em nove dos 10 anos. No ano fiscal que terminou em Março, apresentou lucros de 431 milhões de dólares (336 milhões de euros).


:arrow: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=441999

:shock:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Empresa quer lançar assentos do tipo "Hannibal Lecter"

#9 Mensagem por soultrain » Ter Set 14, 2010 7:28 am

Piloto da Ryanair responde a O’Leary: e se substituíssemos o patrão?

14 Setembro 2010 | 10:37
Francisco Cardoso Pinto


Na sequência das declarações do início do mês do CEO da Ryanair, em que defendeu a abolição do co-piloto dos seus aviões, o piloto sénior da companhia Morgan Fischer defendeu uma solução semelhante para a liderança da empresa.
“Proponho que a Ryanair substitua o CEO por um membro da equipa de cabine temporário, que ganha aproximadamente 13.200 euros por ano”. Foi com estas palavras, através de uma carta que endereçou ao “Financial Times”, que Morgan Fischer, piloto sénior da companhia irlandesa, respondeu à ideia de O’Leary (na foto) de substituir os co-pilotos por hospedeiras que tenham treino de aterragem de aparelhos.

Para Michael O’Leary “o computador faz a maioria do trabalho hoje em dia”, razão pela qual lhe ocorreu como forma de aumento de receitas, passar a ter apenas um piloto e dar formação às hospedeiras na aterragem dos aviões, caso ocorra algo com o piloto durante o voo.

A ideia foi desde logo condenada pelos variados quadrantes, dos quais se destaca o dos pilotos. Patrick Smith, piloto veterano, classificou a ideia de “para lá de absurda”, uma vez que a ideia de que os aviões voam sozinhos é errada. “Até em operações de rotina, é importante ter uma segunda pessoa na cabine”, acrescenta Smith.

Para Fischer, piloto com 20 anos de experiência - actualmente treina pilotos para a companhia irlandesa em Marselha –, a substituição de Michael O’Leary por um piloto júnior traduzir-se-ia na “poupança de milhões de euros em salários, benefícios e opções de compra de acções”. O’Leary não deixou o seu piloto sem resposta e fê-lo à sua maneira, concordando, inclusivamente, com alguns argumentos de Fischer.

“O Michael [O’Leary] pensa que a equipa de cabine fariam um CEO bem mais atraente do que ele próprio – o que obviamente não é elevar demasiado a fasquia – pelo que iremos seriamente estudar essa sugestão”, anunciou Stephen McNamara, porta-voz da companhia. “Afinal, se podemos treinar hospedeiras a aterrar aviões, não deverá haver problema em treiná-los para fazer o trabalho do Michael [O’Leary]”, concluiu McNamara.

Fischer recusou fazer mais comentários. A sugestão de O’Leary de abolir o co-piloto parece ter tocado num ponto sensível, tendo já vários trabalhadores da Ryanair feito queixas aos media, na sua maioria de mantendo-se no anonimato.

Não é o caso do capitão Evan Cullen, presidente da Associação de Pilotos de Aviação da Irlanda que também enviou uma carta ao “Financial Times”, onde se referiu ao facto de O’Leary ter revelado que, em 25 anos de companhia, apenas um piloto teve um ataque cardíaco durante o voo “e aterrou o avião”. Para Cullen, O’Leary devia estar a referir-se ao episódio ocorrido em 2002, na Bélgica, em que o piloto foi vítima de ataque cardíaco e foi declarado “clinicamente morto” por um médico a bordo, de acordo com um relatório da Unidade de Investigação de Acidentes Aéreos Irlandesa. Segundo o relatório, quem aterrou o avião foi o co-piloto e não o piloto vítima de ataque cardíaco.

“As implicações de segurança são óbvias, assim como é a razão pela qual temos dois pilotos no cockpit”, concluiu Cullen. Em resposta a Cullen, McNamara adiantou que esse não era o episódio a que O’Leary se referia, não deixando no entanto de frisar que “o facto de o oficial ter aterrado o aparelho sem incidentes prova que ter um piloto na cabine, ou uma hospedeira devidamente treinada, poderiam aterrar o avião em caso de emergência”.

McNamara reafirmou a ideia de que os aviões actualmente são altamente automatizados, e que em 500.000 voos por ano, o co-piloto raramente foi chamado a substituir o piloto. Os peritos discordam: “é verdade que os aviões actualmente são mais seguros que nunca e muitos dos processos são automáticos”, começa por dizer Paul Hayes, directo de segurança aérea da consultora de aviação Ascend.

“Mas em casos de grandes situações de grande carga de trabalho, como em casos de espaço aéreo congestionado ou no caso de uma emergência, eu gostaria que tivéssemos um piloto e um co-piloto a trabalhar juntos, como equipa”, conclui.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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