Vou deixar o Prick e suas viagens de lado um pouco.
Vamos lá Thor.
Havia prometido para mim mesmo não postar mais neste tópico do F/X, mas como o assunto é genérico, não pude resistir...
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Certamente aquele que possuir a melhor capacidade Stealth (baixa RCS), aliado ao fato de ter maior alcance em regime supersonico ou supercruise.
A tática que um AEW usa é a defesa por caças numa linha avançada e numa linha próxima, caso a primeira não consiga se contrapor ou deixe vazar alguma ameaça.
Seria preciso saber a separação destas linhas, pois o atacante vai lançar a uns 250KM, surgindo muito alto e muito rápido.
Se alguém chegou perto assim do E-99, a coisa pode ser menos impossível para um atacante que, insisto, está equipado com todas as armas para essa missão específica.
Falo do Su-35BM, o PAK-FA seria relativamente mais fácil, então quero pôr as coisas nos termos dos short-list, as nossas.
O 35 tem supercruise.
A maior probabilidade de sucesso em um ataque a um AEW seria a não detecção do alvo, que se aproximaria do AEW numa distância tal que seria possível abate-lo.
Um alvo foi abatido por um MIG-31 usando um R-37 a 160mn.
Vamos ter que extrapolar nossas hipóteses com esse tipo de ameaça. F-5M eu acho beeeeeem mais dífícil do que já é.
Caso o AEW detecte a ameaça, primeiramente ele orientará a sua proteção para engajar e atrapalhar a missão desses caças. E caso isso falhe, numa distância de segurança ele iniciará uma fuga, tornando uma corrida de avião a jato, se dirigindo para uma posição onde haverá mais caças a serem engajados em sua proteção. Ganha quem tiver mais combustível...
Veja bem Thor, o atacante vai lançar a 250Km um ou dois pares de mísseis com guiagens diferentes, ativa e passiva.
Na "minha" tática, ele lança e se mantém nesta distância, apenas acompanhando o alvo e atualizando dados de posição e etc.
O E-99 (vamos assumir esse?) verá apenas um caça voando em rota paralela a ele, sem se aproximar na verdade. Receberá um sinal de radar apenas de acompanhamento, já que eu acho que travamento é só para mísseis semi-ativos.
A idéia é justamente o atacante não ter que se aproximar tanto, ficando numa distância tal que lhe permita atualizar o míssil sem se expor às escoltas.
Sobre combustível, o SU-35BM tem bastante.
Um míssil puramente antiradiação, nesse caso, não teria muita validade, pois o radar do AEW seria desligado durante sua fuga e sua posição variaria muito.
Aí é que está.
O E-99 não vai ver um ataque, vai ver um avião paquera, digamos assim, paquerando a uns 250Km dele. Precisa fugir?
Além disso, se ele foge e desliga o radar, as escoltas e etc vão ter de ligar tudo para procurar o atacante. Acabou a surpresa e ataques furtivos.
Eu calculei (provavelmente errado
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) que o vôo do míssil leve uns 3 min a mach 5~6 no caso do K-100, até o alvo.
O míssil anti-radiação será lançado outra vez bem de longe e o atacante faz meia volta, sem ameaçar o E-99. Como o atacante não avança, provavelmente não se desligará o radar e o míssil terá seu sinal.
Os mísseis convencionais, no setor traseiro, com o alvo voando acima de 400 kt, tem seu alcance muito reduzido, o que obrigará ao caça ficar em voo supersônico para dentro de território inimigo por uns 15 a 20 minutos com a PC aberta, ou seja, provavelmente não terá combustível para voltar para casa, exceto se tiver capacidade de supercruise.
Sim, mas como disse, a idéia é um ataque sem despertar tanto medo e feito de muito longe.
A antena do IRBIS-E pode ser rebatida lateralmente e varrer até 120º, ou seja, o atacante poderá manter o E-99 sob vigilância voando no través dele, sem se aproximar.
Se o E-99 sacar a jogada e fugir, o alcance dos mísseis cai drasticamente, é claro.
Mas aí ele terá abandonado a área, desligado seu radar que são os olhos do povo, e será conseguida uma espécie de soft kill.
A chance seria maior se a aeronave for detectada tardiamente, inclusive passando pelas aeronaves de caça em CAP.
Existe também a possibilidade de erro da tripulação, na demora de tomar a decisão de safe scape ou engajamento errado da CAP. Isso pode ocorrer, não é difícil. Se fosse tudo tão 100% nenhum piloto de caça seria abatido ou mesmo nenhuma aeronave sofreria um acidente aéreo...
Tardiamente quanto?
Eu não sei, mas acho que um tiro dado da distância que eu falei seria uma dúvida.
O E-99 a 10.000m vai ver o SU-35 surgir voando baixo a 350Km.
Eu imagino uma subida muito rápida e aceleração em altitude para ganhar energia e encurtar a distância até o ponto de lançamento das armas, nesse caso, ~250Km.
Acho que dá prá comer esses 100Km nesse processo de subida e aceleração sem que o E-99 sinta-se ameaçado.
Se o atacante vira à 250Km, o E-99 sentiria-se seguro.
Ou não?
Nos diversos exercícios que a FAB fez, apenas uma vez o E-99 chegou muito próximo de ser abatido (COMDAEX 2007, eu acho) por uma aeronave F-5 que disparou um míssil Python. Mas várias situações levaram a isso, desde o Chefe Controlador não ser o adequado para esse cenário pesado, havia a fronteira da Argentina que impediu que o E-99 prosseguisse na sua fuga, pois teve que desistir de correr por essa "barreira", erros de alocação das escoltas pelo COPM que estava conduzindo-os, etc...
Mas na crítica vídeo dos caças, no solo, descobriu-se que um míssil S-530 lançado por um F-2000 teria abatido o F-5M 7 segundos antes de ele ter lançado o seu contra o E-99.
Abraços
Bom, fácil não é mesmo.
Mas acho que, como já disse e repito, com equipamentos especificamente projetados para esse fim, é viável.
Esse F-5 aí é guerreiro, hein!
Bem Thor, nós estamos aqui debatendo sobre a viabilidade ou não desse ataque.
Sua opinião, como sempre, será muito bem vinda para acrescentar conhecimento e dados realísticos.
Desculpe qualquer burrice, mas eu quero mesmo aprender errando.
![Very Happy :D](./images/smilies/icon_biggrin.gif)