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Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
General do Armée de l’air fala sobre negociações do Rafale com os Emirados
16 de agosto de 2010, em Entrevista, Noticiário Internacional, Sistemas de Armas, por Vader
Entrevista de Jean-Louis Prome com o General de Brigada Aérea Alain Silvy, Vice-chefe de planos-programas do estado-maior da Força Aérea Francesa (Général de brigade aérienne Alain Silvy, Sous-chef plans-programmes de l’etat-major de l’armée de l’air). Para ver a posição do general no organograma da Força Aérea Francesa, clique aqui.
O governo francês assumiu o compromisso com o fabricante do Rafale de garantir, aconteça o que acontecer, uma taxa mínima de fabricação anual de 11 aeronaves. A taxa é estimada pelo fabricante como o piso abaixo do qual não seria possível ir sem pôr em questão a viabilidade do programa, incluindo o custo unitário das aeronaves. Como a LPM (Lei de Planejamento Militar) não fornece fundos para a compra destas máquinas para os anos de 2013 e 2014, ou haverá uma exportação muito oportuna para manter o compromisso com a indústria ou, no caso da falta de exportação, o Estado Francês deverá encontrar o necessário orçamento, reduzindo ou eliminando outros programas. Esse compromisso com base na obtenção de encomendas de exportação é uma aposta perigosa?
GDA Alain Silvy: Vamos ser honestos. Esta “aposta”, para usar sua palavra, ou seja, a obtenção a curto prazo de encomendas de exportação para o Rafale, em complemento à LPM, tem permitido o manejo de um grande buraco nas transferências para a Força Aérea e a Marinha, sem prejudicar a taxa de produção, já reduzida ao mínimo aceitável industrialmente pela Dassault Aviation. As entregas para as Forças Armadas francesas devem ser reduzidas para duas ou três máquinas/ano por um tempo, com a exportação trazendo assim o complemento para atingir o limiar de 11 Rafales produzidos por ano. Em caso de ausência de ordem de exportação, a situação seria, obviamente, complicada. [...] Nós teríamos que encontrar um financiamento substancial de várias centenas de milhões de euros. [...]
continua ...
Mas como encontrar tais centenas de milhões de euros?
GDA Alain Silvy: As três Forças se beneficiaram da escolha feita pelos planejadores da LPM para reduzir a um nível muito baixo as entregas do Rafale. Os montantes poupados foram redistribuídos para as três Forças. Acho que ninguém questiona isso. Nós devemos encontrar os fundos fazendo um novo balanço da LPM [ ...] Nós agora devemos ter esperança de que virá muito rapidamente uma primeira ordem de exportação. [...] Mas a exportação não é neutra. Os clientes potenciais, incluindo os Emirados Árabes Unidos, têm requisitos específicos, com o desenvolvimento saindo do padrão francês e, portanto, com o orçamento para isso não sendo levado em conta pela LPM, uma vez que eles querem tudo co-financiado pelo Estado Francês. Isso pode exigir da França encontrar financiamento adicional para o programa Rafale [...]
Qual seria o custo para a França financiar para um cliente em potencial, como os EAU (Emirados Árabes Unidos), esse co-desenvolvimento adicional?
GDA Alain Silvy: Ouve-se tudo e o seu contrário. Tudo depende do que se inclui. Pessoalmente, eu não posso dar números precisos. Mas isso é obviamente algo como centenas de milhões de euros pagos pelo Estado Francês.
A Força Aérea está interessada em alguns dos requisitos dos EAU?
GDA Alain Silvy: Do meu ponto de vista, depende de onde. Nós poderíamos estar potencialmente interessados pelo M88-X, com 9 toneladas de empuxo, porque seria, nas circunstâncias, mais um campo aberto. Mas, por outro lado, nós ainda não atingimos o estágio de maturidade – o que requer cerca de 150 mil horas de voo – com o atual M88, com 7,5 toneladas de empuxo. Isto significa que, com o M88-X, mesmo que presumivelmente desfrute de uma boa comunalidade com os M88 existentes, teríamos que acumular ainda mais horas para chegar ao estágio de maturidade do motor.
Muito claramente, em minha opinião, o M88-X não é para a Força Aérea uma necessidade imediata. Para vender o Rafale para os Emirados Árabes Unidos, a Defesa pode vir a ser solicitada a adquirir o M88-X em quantidade e condições ainda a definir. E nós talvez ficaríamos até mesmo felizes de usá-lo. Mas hoje não temos razões técnicas ou operacionais para disponibilizá-lo para nós. O ganho esperado pela chegada de um motor mais potente é menor do que os riscos que assumiríamos com a imaturidade técnica de novos módulos e a gestão em paralelo – tão complicada em termos de logística e de emprego operacional de aeronaves com diferentes desempenhos – de dois parques relativamente diferentes do M88. Tudo isto tem que ser cuidadosamente pensado.
Seria possível ver a Safran fabricando M88-X para os EAU e continuam a entregar o M88 “clássico” para o Rafale francês? E isto não obstante o governo francês ter de co-financiar o desenvolvimento do M88-X?
GDA Alain Silvy: Não é proibido imaginar isso. Com a condição, entretanto, de que manter a produção paralela de duas versões do M88 não custe mais do que produzir um único modelo. Os custos de suporte não devem explodir. A Safran deve dizer-nos muito rapidamente e muito francamente o que ocorreria. E, novamente, nada pode nos forçar a equipar (com o M88-X) toda a nossa frota de Rafale, Aérea ou Marinha.
kirk escreveu:General do Armée de l’air fala sobre negociações do Rafale com os Emirados
16 de agosto de 2010, em Entrevista, Noticiário Internacional, Sistemas de Armas, por Vader
Entrevista de Jean-Louis Prome com o General de Brigada Aérea Alain Silvy, Vice-chefe de planos-programas do estado-maior da Força Aérea Francesa (Général de brigade aérienne Alain Silvy, Sous-chef plans-programmes de l’etat-major de l’armée de l’air). Para ver a posição do general no organograma da Força Aérea Francesa, clique aqui.
O governo francês assumiu o compromisso com o fabricante do Rafale de garantir, aconteça o que acontecer, uma taxa mínima de fabricação anual de 11 aeronaves. A taxa é estimada pelo fabricante como o piso abaixo do qual não seria possível ir sem pôr em questão a viabilidade do programa, incluindo o custo unitário das aeronaves. Como a LPM (Lei de Planejamento Militar) não fornece fundos para a compra destas máquinas para os anos de 2013 e 2014, ou haverá uma exportação muito oportuna para manter o compromisso com a indústria ou, no caso da falta de exportação, o Estado Francês deverá encontrar o necessário orçamento, reduzindo ou eliminando outros programas. Esse compromisso com base na obtenção de encomendas de exportação é uma aposta perigosa?
GDA Alain Silvy: Vamos ser honestos. Esta “aposta”, para usar sua palavra, ou seja, a obtenção a curto prazo de encomendas de exportação para o Rafale, em complemento à LPM, tem permitido o manejo de um grande buraco nas transferências para a Força Aérea e a Marinha, sem prejudicar a taxa de produção, já reduzida ao mínimo aceitável industrialmente pela Dassault Aviation. As entregas para as Forças Armadas francesas devem ser reduzidas para duas ou três máquinas/ano por um tempo, com a exportação trazendo assim o complemento para atingir o limiar de 11 Rafales produzidos por ano. Em caso de ausência de ordem de exportação, a situação seria, obviamente, complicada. [...] Nós teríamos que encontrar um financiamento substancial de várias centenas de milhões de euros. [...]
ok obrigado !Skyway escreveu:Já debatido aqui: viewtopic.php?f=1&t=9907&start=6195
http://www.defense.gouv.fr/air/l-armee- ... ganigrammeFrancoorp escreveu:kirk escreveu:
Bom, e agora coloca os defeitos dos outros também como falava-mos antes... tem muito defeito no Gripen NG e Super Hornet postado aqui neste tópico... e além do mais a França é realmente estúpida em fazer o Rafale o substituto de todas as suas aeronaves, isso sim é coisa de otário, não vêem que o caça Rafale não presta e é cheio de defeitos!!
Esse general ai deve ser consulente da EADS, ou no mimino fazer parte em algum modo do consorcio do EF-2000, pois se fosse assim como ele diz, o inteiro alto comando Francês nunca teria aceitado o Rafale como plataforma unica da Força Aérea Francesa, e a realidade é outra como sabemos todos.
Uma visão que eu considero limitada na maioria dos politicos, é o fato de normalmente eles não se comprometerem com projetos importantes no inicio do mandato. Eu acho que alem de ser uma covardia. Ainda dá munição para os opositores. Um governo que acaba de ser eleito e tomar posse, tem legitimidade para tomar decisões importantes no nos primeiros meses do mandato.orestespf escreveu:Olhem os fatos: 11% a mais pra Dilma;ganha no primeiro turno. Fonte: Ibope/JN.
Se continuar assim, então o FX-2 bem que poderia ser anunciado mais cedo, não?
Tem que anunciar "rapidinho" ... porque depois das declarações do General ... fica "difici"orestespf escreveu:Olhem os fatos: 11% a mais pra Dilma (43 x 32);ganha no primeiro turno (já tem 51% dos votos válidos, já considerada margem de erro).
Fonte: Ibope/JN.
Se continuar assim, então o FX-2 bem que poderia ser anunciado mais cedo, não?