VENEZUELA
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- Clermont
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Re: CHAVEZ: de novo.
CONFLITO SEM MEDIADORES.
Ruy Fabiano - Blog do Noblat - 31.7.2010
O Brasil, como era previsível, assumiu seu papel protagonista no conflito Colômbia-Venezuela. Não como mediador, como queria Lula, mas como parte, o que o desqualifica para ação arbitral a que se propôs. Arbitragem pressupõe neutralidade, isenção.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não crê que Lula a tenha. Considerou "deploráveis" os comentários que fez sobre a crise. Em breve comunicado, disse que Lula ignora a ameaça representada pela "presença de terroristas" em território venezuelano.
“O presidente da República deplora que Lula, com quem cultivou as melhores relações, se refira à nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais, ignorando a ameaça que representa para a Colômbia e o continente a presença dos terroristas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nesse país”, diz a nota oficial, emitida quinta-feira.
O ponto é este: as FARC não são um movimento social ou político, mas uma organização criminosa, que trafica drogas – inclusive para o Brasil -, rouba gado, mata, sequestra e mantém campos de concentração na selva, com mais de dois mil prisioneiros, aos quais dispensa tratamento desumano.
Nesses termos, não há diálogo possível. Seria o mesmo que sugerir ao governo brasileiro que, em vez de combater o crime organizado no país, buscasse diálogo com o Comando Vermelho e o PCC. Tanto as FARC têm essa qualificação abjeta que ninguém quer assumir que tem ou teve relações com elas, nem o PT, nem Chávez.
O PT, acusado pela campanha de José Serra de tê-las, entrou na Justiça para reclamar retratação. E está processando a revista Veja por reportagens em que sustenta, com dados objetivos, aquele relacionamento. Na Justiça, o partido terá oportunidade de refutá-los. Não será fácil, considerando-se os indícios.
Lula afirmou há dias que jamais teve relações com as FARC , embora as tenha convidado a integrar o Foro de São Paulo, entidade que, como presidente do PT, fundou em 1990, ao lado de Fidel Castro. As FARC participaram do Foro até 2002, quando sequestraram a senadora Ingrid Bettencourt, então candidata a presidente da Colômbia. Continuaram, porém, a participar como ouvintes de suas reuniões, inclusive a última, em 2008, em Montevidéu.
Em uma das atas do Foro, ainda presidido por Lula, referente às reuniões dos dias 4 a 7 de dezembro de 2001, em Havana, consta a decisão de “apoiar e encorajar os processos de diálogo desenvolvidos pelas FARC - Exército do Povo – e o ELN, em busca de soluções diferentes à guerra para a grave crise colombiana e o conflito social, político e armado, ficando à disposição, na medida de nossas possibilidades e das necessidades dos processos”.
A ata, disponível na internet, intitula-se “Resolução de condenação ao Plano Colômbia e apoio ao povo colombiano”. E acusa “o terrorismo de Estado que segue assassinando a população paralisada pela ação de seus grupos paramilitares”. Considera a crise colombiana “produto das políticas desenvolvidas pelo Estado e seus diferentes governos”.
Ou seja, as FARC seriam um grupo político legítimo, vítima de políticas de Estado, cujos “processos de diálogo” devem ser apoiados e encorajados. Os “processos de diálogos” das FARC podem ser conhecidos nos relatos da ex-senadora Bettencourt.
Já como presidente da República, Lula, em 2008, sugeriu que as FARC se transformassem em partido político e disputassem eleições. Em ambas as situações, ignorou o caráter criminoso da ação da guerrilha. Em 1999, Marco Aurélio Garcia, hoje assessor especial de Lula, procurou, em nome do PT, o então chanceler Luiz Felipe Lampreia para oferecer-se como mediador do governo brasileiro junto às FARC . A oferta foi recusada.
O presente conflito entre Venezuela e Colômbia, com rompimento de relações diplomáticas, tem as FARC como tema. O presidente da Colômbia acusa Hugo Chávez de acolhê-las no território venezuelano e dar-lhes apoio logístico e armamentos. Encaminhou farta documentação comprobatória à OEA.
Parte substantiva dessa documentação, incluindo vídeos, está na internet. Como resposta, Chávez rompeu relações. No início do ano, o governo da Suécia pediu esclarecimentos ao governo da Venezuela pelo desvio de armamentos que vendeu àquele país, encontrado com os guerrilheiros das FARC .
A venda tinha cláusula de exclusividade de uso pelas forças armadas venezuelanas. Chávez, mais uma vez, apenas negou, sem esclarecer objetivamente a reclamação. E por aí vai. Os fatos não combinam com as manifestações de repúdio e o governo brasileiro envolveu-se nesse novelo de contradições.
Ruy Fabiano - Blog do Noblat - 31.7.2010
O Brasil, como era previsível, assumiu seu papel protagonista no conflito Colômbia-Venezuela. Não como mediador, como queria Lula, mas como parte, o que o desqualifica para ação arbitral a que se propôs. Arbitragem pressupõe neutralidade, isenção.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não crê que Lula a tenha. Considerou "deploráveis" os comentários que fez sobre a crise. Em breve comunicado, disse que Lula ignora a ameaça representada pela "presença de terroristas" em território venezuelano.
“O presidente da República deplora que Lula, com quem cultivou as melhores relações, se refira à nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais, ignorando a ameaça que representa para a Colômbia e o continente a presença dos terroristas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nesse país”, diz a nota oficial, emitida quinta-feira.
O ponto é este: as FARC não são um movimento social ou político, mas uma organização criminosa, que trafica drogas – inclusive para o Brasil -, rouba gado, mata, sequestra e mantém campos de concentração na selva, com mais de dois mil prisioneiros, aos quais dispensa tratamento desumano.
Nesses termos, não há diálogo possível. Seria o mesmo que sugerir ao governo brasileiro que, em vez de combater o crime organizado no país, buscasse diálogo com o Comando Vermelho e o PCC. Tanto as FARC têm essa qualificação abjeta que ninguém quer assumir que tem ou teve relações com elas, nem o PT, nem Chávez.
O PT, acusado pela campanha de José Serra de tê-las, entrou na Justiça para reclamar retratação. E está processando a revista Veja por reportagens em que sustenta, com dados objetivos, aquele relacionamento. Na Justiça, o partido terá oportunidade de refutá-los. Não será fácil, considerando-se os indícios.
Lula afirmou há dias que jamais teve relações com as FARC , embora as tenha convidado a integrar o Foro de São Paulo, entidade que, como presidente do PT, fundou em 1990, ao lado de Fidel Castro. As FARC participaram do Foro até 2002, quando sequestraram a senadora Ingrid Bettencourt, então candidata a presidente da Colômbia. Continuaram, porém, a participar como ouvintes de suas reuniões, inclusive a última, em 2008, em Montevidéu.
Em uma das atas do Foro, ainda presidido por Lula, referente às reuniões dos dias 4 a 7 de dezembro de 2001, em Havana, consta a decisão de “apoiar e encorajar os processos de diálogo desenvolvidos pelas FARC - Exército do Povo – e o ELN, em busca de soluções diferentes à guerra para a grave crise colombiana e o conflito social, político e armado, ficando à disposição, na medida de nossas possibilidades e das necessidades dos processos”.
A ata, disponível na internet, intitula-se “Resolução de condenação ao Plano Colômbia e apoio ao povo colombiano”. E acusa “o terrorismo de Estado que segue assassinando a população paralisada pela ação de seus grupos paramilitares”. Considera a crise colombiana “produto das políticas desenvolvidas pelo Estado e seus diferentes governos”.
Ou seja, as FARC seriam um grupo político legítimo, vítima de políticas de Estado, cujos “processos de diálogo” devem ser apoiados e encorajados. Os “processos de diálogos” das FARC podem ser conhecidos nos relatos da ex-senadora Bettencourt.
Já como presidente da República, Lula, em 2008, sugeriu que as FARC se transformassem em partido político e disputassem eleições. Em ambas as situações, ignorou o caráter criminoso da ação da guerrilha. Em 1999, Marco Aurélio Garcia, hoje assessor especial de Lula, procurou, em nome do PT, o então chanceler Luiz Felipe Lampreia para oferecer-se como mediador do governo brasileiro junto às FARC . A oferta foi recusada.
O presente conflito entre Venezuela e Colômbia, com rompimento de relações diplomáticas, tem as FARC como tema. O presidente da Colômbia acusa Hugo Chávez de acolhê-las no território venezuelano e dar-lhes apoio logístico e armamentos. Encaminhou farta documentação comprobatória à OEA.
Parte substantiva dessa documentação, incluindo vídeos, está na internet. Como resposta, Chávez rompeu relações. No início do ano, o governo da Suécia pediu esclarecimentos ao governo da Venezuela pelo desvio de armamentos que vendeu àquele país, encontrado com os guerrilheiros das FARC .
A venda tinha cláusula de exclusividade de uso pelas forças armadas venezuelanas. Chávez, mais uma vez, apenas negou, sem esclarecer objetivamente a reclamação. E por aí vai. Os fatos não combinam com as manifestações de repúdio e o governo brasileiro envolveu-se nesse novelo de contradições.
- Francoorp
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Re: CHAVEZ: de novo.
Isso não o faz perder o titulo de SERVO N°1 da América do Sul. Ele sem duvida mereceu este titulo!delmar escreveu:O Uribe entrega o governo agora, no dia 7 de agosto. É um quase ex-presidente.FOXTROT escreveu:O Uribe deverá ser recebido na Casa Branca e condecorado como servo nº. 1 da América do Sul
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Re: CHAVEZ: de novo.
Clermont escreveu:CONFLITO SEM MEDIADORES.
Ruy Fabiano - Blog do Noblat - 31.7.2010
O Brasil, como era previsível, assumiu seu papel protagonista no conflito Colômbia-Venezuela. Não como mediador, como queria Lula, mas como parte, o que o desqualifica para ação arbitral a que se propôs. Arbitragem pressupõe neutralidade, isenção.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não crê que Lula a tenha. Considerou "deploráveis" os comentários que fez sobre a crise. Em breve comunicado, disse que Lula ignora a ameaça representada pela "presença de terroristas" em território venezuelano......
Quer saber de uma coisa... deixemos que se matem se quiserem, basta que ninguém se meta nesta briga dos dois... mas obviamente os senhores do Norte acabariam intervindo em favor da PAZ UNIVERSAL, e invadiriam a Venezuela e enforcariam o Chavez assim como foi com o Saddam...
Será que vai sair coelho deste mato de guerra ?? O risco existe e é real! Mas o "se" ainda joga...
- marcelo l.
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Re: CHAVEZ: de novo.
Ruy Fabiano saiu do IMESP?? Por sinal, ainda está segurando lá para o pessoal que passou no último concurso ainda foi chamado...acho legal se o Lula não é parte quem trabalha de comissionado para o IMESP é o quê?
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: CHAVEZ: de novo.
marcelo l. escreveu:Ruy Fabiano saiu do IMESP?? Por sinal, ainda está segurando lá para o pessoal que passou no último concurso ainda foi chamado...acho legal se o Lula não é parte quem trabalha de comissionado para o IMESP é o quê?
CABIDEIRO!!!
- FOXTROT
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Re: CHAVEZ: de novo.
terra.com.br
Colômbia nega invasão de espaço aéreo da Venezuela
31 de julho de 2010
O Governo colombiano negou neste sábado que alguma aeronave militar tenha realizado sobrevoos ilegais no espaço aéreo da Venezuela, como disse na sexta-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"O Ministério das Relações Exteriores informa à opinião pública que, com base em informação precisa fornecida pelo Ministério da Defesa Nacional, nenhuma aeronave ou helicóptero militar colombiano sobrevoou o espaço aéreo da Venezuela", diz um breve comunicado divulgado pela Chancelaria de Bogotá.
Segundo Chávez, um helicóptero colombiano violou o espaço aéreo venezuelano durante cinco minutos na quinta-feira, mas disse que a incursão é um exemplo "de como é fácil" se confundir na fronteira entre os dois países. Também ontem, Chávez disse que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, prepara uma "agressão" contra a Venezuela e anunciou o envio de militares para a fronteira comum diante do possível "ataque" de Bogotá.
Hoje, o Executivo colombiano respondeu em outro comunicado que a Colômbia "jamais" pensou em atacar a Venezuela e acusou Chávez de "enganar" sua própria nação.
Chávez decidiu romper relações com Bogotá no último dia 22 após acusações do Governo colombiano de que guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) se refugiam em território venezuelano.
Colômbia nega invasão de espaço aéreo da Venezuela
31 de julho de 2010
O Governo colombiano negou neste sábado que alguma aeronave militar tenha realizado sobrevoos ilegais no espaço aéreo da Venezuela, como disse na sexta-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"O Ministério das Relações Exteriores informa à opinião pública que, com base em informação precisa fornecida pelo Ministério da Defesa Nacional, nenhuma aeronave ou helicóptero militar colombiano sobrevoou o espaço aéreo da Venezuela", diz um breve comunicado divulgado pela Chancelaria de Bogotá.
Segundo Chávez, um helicóptero colombiano violou o espaço aéreo venezuelano durante cinco minutos na quinta-feira, mas disse que a incursão é um exemplo "de como é fácil" se confundir na fronteira entre os dois países. Também ontem, Chávez disse que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, prepara uma "agressão" contra a Venezuela e anunciou o envio de militares para a fronteira comum diante do possível "ataque" de Bogotá.
Hoje, o Executivo colombiano respondeu em outro comunicado que a Colômbia "jamais" pensou em atacar a Venezuela e acusou Chávez de "enganar" sua própria nação.
Chávez decidiu romper relações com Bogotá no último dia 22 após acusações do Governo colombiano de que guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) se refugiam em território venezuelano.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- Marino
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Re: CHAVEZ: de novo.
Valor Econômico:
SERGIO LEO
Venezuela, perdedor na reunião da Unasul
Por pouco o Brasil não conseguiu uma vitória diplomática na reunião de ministros de Relações
Exteriores da União das Nações da América do Sul (Unasul), na semana passada, convocada para tratar
da crise entre Venezuela e Colômbia, após a denúncia colombiana de que a guerrilha das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia encontram abrigo em território venezuelano. "Por pouco", na
verdade, é um eufemismo, já que o obstáculo à vitória diplomática brasileira, embora isolado, atende pelo
nome de Hugo Chávez.
A resistência da delegação venezuelana, na última hora, em aceitar um acordo entre chanceleres
frustrou o esforço para transformar o encontro em um sucesso diplomático da Unasul, e deixou apenas
um vitorioso, até agora: o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que sai do governo nesta semana com
fama de duro contra a guerrilha e narcotráfico, além de ter iluminado com holofotes berrantes o problema
do trânsito multinacional das Farc. Não há, agora, agenda possível entre Chávez e o novo presidente
colombiano, Juan Manuel Santos que não inclua publicamente o combate à guerrilha na fronteira.
Em Brasília já se dizia que não haveria solução para a crise diplomática antes da posse de
Santos, nesta sexta-feira. Mas, antes da intervenção de Caracas, a Unasul caminhava para a solução
defendida pelo governo brasileiro, comentada dias antes pelo assessor presidencial Marco Aurélio
Garcia: seria divulgada uma declaração anunciando a futura criação de mecanismo conjunto de
fiscalização da fronteira Colômbia-Venezuela.
Esse mecanismo reprimiria o trânsito - frequente em toda região amazônica - de contrabandistas,
narcotraficantes ou guerrilheiros. Já há até um modelo notável desse tipo de cooperação: a atuação das
polícias e forças armadas da Colômbia e Equador, na fronteira, que fechou passagem às Farc por lá.
Exemplo notável, porque Equador e Colômbia também já romperam relações diplomáticas por um
episódio dramático: em 2008, a Colômbia invadiu território do Equador, matou dirigentes da Farc
acampados próximos à fronteira e coletou computadores e documentos ricos em informações da
guerrilha.
A pragmática violação do direito internacional foi proveitosa a Uribe: apesar da condenação
unânime no continente pela agressão armada a país vizinho, provou que o Equador acolhia guerrilheiros
colombianos e forçou o governo equatoriano, após alguns meses de crise diplomática, a colaborar mais
ativamente na repressão às Farc. A Venezuela, hoje, debate o temor de que a Colômbia se veja tentada
a repetir uma ação do gênero em território venezuelano, com consequências imprevisíveis -
especialmente quando o governo Hugo Chávez, à beira de eleições locais e às voltas com dificuldades
na economia, usa a alegada ameaça do inimigo externo para acusar oposicionistas de traidores.
A crise entre Equador e Colômbia em 2008 foi resolvida com ajuda da Unasul, que aproveitou
para criar o ainda não testado Conselho de Defesa dos países da região, algo inédito por excluir
interlocutores de fora do continente, como os Estados Unidos. Ajudou bastante, também, a necessidade
do presidente Rafael Correa de provar que, ao contrário do que insinuavam documentos achados nos
computadores das Farc, seu governo não era aliado da guerrilha. A reunião de chanceleres da semana
passada poderia servir de mais uma demonstração da capacidade dos países da região para resolver
seus problemas sem interferência externa.
Chávez já foi consultado antes pelo governo brasileiro sobre a criação, para a Venezuela, de um
mecanismo semelhante ao do Equador e ao da Colômbia. Desconversou. Havia a expectativa, em
Brasília, que, dessa vez, aceitasse a saída diplomática - que também seria uma solução factível para as
escaramuças de fronteira. Aparentemente, o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás
Maduro, que havia discutido o tema em Brasília, chegou a insinuar que aceitaria a proposta; mas, após
consultas a Caracas, rejeitou o documento conjunto e a reunião acabou apenas com uma declaração
verbal dos equatorianos resumindo "pontos de comum acordo".
Chávez perdeu uma oportunidade de mostrar engajamento no combate ao trânsito da guerrilha
sobre as porosas fronteiras amazônicas. O Brasil perdeu a chance de mostrar a utilidade da Unasul na
solução de conflitos regionais. E a Colômbia teve uma vitória moral: ressaltou a necessidade de maior
ação dos países vizinhos no combate às Farc em seu território, deixou a Venezuela na defensiva e
facilitou a atuação do presidente Juan Manuel dos Santos, que toma posse nesta sexta-feira com
declarações conciliatórias de aproximação com a Venezuela e de negociação com a guerrilha.
No governo brasileiro, autoridades importantes acreditam que Uribe quis sabotar a anunciada
intenção de Santos de reatamento com Chávez. Tudo indica que acontecerá o contrário, a denúncia de
Uribe sobre as Farc na Venezuela deixou Santos em excelente posição para obter apoio dos vizinhos na
luta contra a guerrilha. Desejar uma saída razoável dos impasses na Colômbia é torcer pelo êxito do
novo presidente.
SERGIO LEO
Venezuela, perdedor na reunião da Unasul
Por pouco o Brasil não conseguiu uma vitória diplomática na reunião de ministros de Relações
Exteriores da União das Nações da América do Sul (Unasul), na semana passada, convocada para tratar
da crise entre Venezuela e Colômbia, após a denúncia colombiana de que a guerrilha das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia encontram abrigo em território venezuelano. "Por pouco", na
verdade, é um eufemismo, já que o obstáculo à vitória diplomática brasileira, embora isolado, atende pelo
nome de Hugo Chávez.
A resistência da delegação venezuelana, na última hora, em aceitar um acordo entre chanceleres
frustrou o esforço para transformar o encontro em um sucesso diplomático da Unasul, e deixou apenas
um vitorioso, até agora: o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que sai do governo nesta semana com
fama de duro contra a guerrilha e narcotráfico, além de ter iluminado com holofotes berrantes o problema
do trânsito multinacional das Farc. Não há, agora, agenda possível entre Chávez e o novo presidente
colombiano, Juan Manuel Santos que não inclua publicamente o combate à guerrilha na fronteira.
Em Brasília já se dizia que não haveria solução para a crise diplomática antes da posse de
Santos, nesta sexta-feira. Mas, antes da intervenção de Caracas, a Unasul caminhava para a solução
defendida pelo governo brasileiro, comentada dias antes pelo assessor presidencial Marco Aurélio
Garcia: seria divulgada uma declaração anunciando a futura criação de mecanismo conjunto de
fiscalização da fronteira Colômbia-Venezuela.
Esse mecanismo reprimiria o trânsito - frequente em toda região amazônica - de contrabandistas,
narcotraficantes ou guerrilheiros. Já há até um modelo notável desse tipo de cooperação: a atuação das
polícias e forças armadas da Colômbia e Equador, na fronteira, que fechou passagem às Farc por lá.
Exemplo notável, porque Equador e Colômbia também já romperam relações diplomáticas por um
episódio dramático: em 2008, a Colômbia invadiu território do Equador, matou dirigentes da Farc
acampados próximos à fronteira e coletou computadores e documentos ricos em informações da
guerrilha.
A pragmática violação do direito internacional foi proveitosa a Uribe: apesar da condenação
unânime no continente pela agressão armada a país vizinho, provou que o Equador acolhia guerrilheiros
colombianos e forçou o governo equatoriano, após alguns meses de crise diplomática, a colaborar mais
ativamente na repressão às Farc. A Venezuela, hoje, debate o temor de que a Colômbia se veja tentada
a repetir uma ação do gênero em território venezuelano, com consequências imprevisíveis -
especialmente quando o governo Hugo Chávez, à beira de eleições locais e às voltas com dificuldades
na economia, usa a alegada ameaça do inimigo externo para acusar oposicionistas de traidores.
A crise entre Equador e Colômbia em 2008 foi resolvida com ajuda da Unasul, que aproveitou
para criar o ainda não testado Conselho de Defesa dos países da região, algo inédito por excluir
interlocutores de fora do continente, como os Estados Unidos. Ajudou bastante, também, a necessidade
do presidente Rafael Correa de provar que, ao contrário do que insinuavam documentos achados nos
computadores das Farc, seu governo não era aliado da guerrilha. A reunião de chanceleres da semana
passada poderia servir de mais uma demonstração da capacidade dos países da região para resolver
seus problemas sem interferência externa.
Chávez já foi consultado antes pelo governo brasileiro sobre a criação, para a Venezuela, de um
mecanismo semelhante ao do Equador e ao da Colômbia. Desconversou. Havia a expectativa, em
Brasília, que, dessa vez, aceitasse a saída diplomática - que também seria uma solução factível para as
escaramuças de fronteira. Aparentemente, o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás
Maduro, que havia discutido o tema em Brasília, chegou a insinuar que aceitaria a proposta; mas, após
consultas a Caracas, rejeitou o documento conjunto e a reunião acabou apenas com uma declaração
verbal dos equatorianos resumindo "pontos de comum acordo".
Chávez perdeu uma oportunidade de mostrar engajamento no combate ao trânsito da guerrilha
sobre as porosas fronteiras amazônicas. O Brasil perdeu a chance de mostrar a utilidade da Unasul na
solução de conflitos regionais. E a Colômbia teve uma vitória moral: ressaltou a necessidade de maior
ação dos países vizinhos no combate às Farc em seu território, deixou a Venezuela na defensiva e
facilitou a atuação do presidente Juan Manuel dos Santos, que toma posse nesta sexta-feira com
declarações conciliatórias de aproximação com a Venezuela e de negociação com a guerrilha.
No governo brasileiro, autoridades importantes acreditam que Uribe quis sabotar a anunciada
intenção de Santos de reatamento com Chávez. Tudo indica que acontecerá o contrário, a denúncia de
Uribe sobre as Farc na Venezuela deixou Santos em excelente posição para obter apoio dos vizinhos na
luta contra a guerrilha. Desejar uma saída razoável dos impasses na Colômbia é torcer pelo êxito do
novo presidente.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: CHAVEZ: de novo.
O problema é que nossa mídia PIG não está interessada em outra coisa, que usar essas picuinhas entre Chavez e Uribe para atacar o Governo Lula, é a única intenção que está clara.Francoorp escreveu:Clermont escreveu:CONFLITO SEM MEDIADORES.
Ruy Fabiano - Blog do Noblat - 31.7.2010
O Brasil, como era previsível, assumiu seu papel protagonista no conflito Colômbia-Venezuela. Não como mediador, como queria Lula, mas como parte, o que o desqualifica para ação arbitral a que se propôs. Arbitragem pressupõe neutralidade, isenção.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não crê que Lula a tenha. Considerou "deploráveis" os comentários que fez sobre a crise. Em breve comunicado, disse que Lula ignora a ameaça representada pela "presença de terroristas" em território venezuelano......
Quer saber de uma coisa... deixemos que se matem se quiserem, basta que ninguém se meta nesta briga dos dois... mas obviamente os senhores do Norte acabariam intervindo em favor da PAZ UNIVERSAL, e invadiriam a Venezuela e enforcariam o Chavez assim como foi com o Saddam...
Será que vai sair coelho deste mato de guerra ?? O risco existe e é real! Mas o "se" ainda joga...
Já aos dois países parece interessar essa fabricação de fatos, as FARC entram em saem das fronteiras dos países vizinhos desde sempre, como as fronteiras do Brasil e do Peru são muito mais distantes e inópitas, os guerrilheiros preferem as fronteiras da Venezuela e Equador, e nenhum dos governos da área conseguem controlar esse tipo de fronteira. Nem os EUA conseguem controlar a fronteira com o México, mesmo com muros e tudo mais!
Porém, existe uma enorme diferença entre constatar a existência de guerrilheiros cruzando a fronteira, e ligar isso quanto a um possível apoio de alguns dos vizinhos da Colômbia.
[]´s
- rodrigo
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Re: CHAVEZ: de novo.
Lucro líquido da venezuelana PDVSA caiu 52,2% em 2009
France Presse
Publicação: 03/08/2010 14:25
O lucro líquido da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) caiu 52,2% em 2009, totalizando 4,49 bilhões de dólares contra 9,41 bilhões em 2008, segundo dados do informe financeiro 2009 publicado nesta terça-feira.
"2009 foi um ano muito difícil", declarou em entrevista à imprensa o presidente da estatal, Rafael Ramírez, destacando o efeito da crise financeira internacional sobre os preços das matérias-primas.
De acordo com a PDVSA, em 2009, os preços de exportação mantiveram-se na média de 57 dólares por barril. Para se ter uma ideia, em 2008, esse preço chegava a 86,49 dólares.
A Petróleos de Venezuela PDVSA é uma estatal que se dedica à exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo, tendo sido fundada em 1º de janeiro de 1976.
É considerada a segunda maior empresa da América Latina, depois da Mexicana Pemex; em nível mundial, foi classificada pela revista internacional Fortune como a de número 35 entre as 500 maiores do mundo.
A exportação de petróleo representa aproximadamente 90% das receitas em divisas da Venezuela, que faz parte da Opep, e que tem como principal comprador os Estados Unidos.
A companhia também informou que em 2009 registrou produção de 3,012 milhões de barris diários (mdb), dos quais exportou 2,682 milhões de barris contra 2,897 de 2008.
No entanto, a Opep atribui à empresa produção de 2,32 mbd.
Em novembro passado, esta companhia pública, que financia os programas sociais do presidente socialista da Venezuela Hugo Chavez, já havia anunciado uma queda de 67% de seu lucro no primeiro semestre 2009, em relação ao mesmo período de 2008, devido à redução dos preços do petróleo.
No final do ano, sua dívida chegou a 21,41 bilhões de dólares, enquanto que o aporte ao Estado foi de 32,04 bilhões de dólares, uma queda de 42% em relação a 2008.
Desde 2007, o governo venezuelano do presidente Hugo Chávez desenvolveu uma política de nacionalizações das indústrias estratégicas, entre elas a de petróleo. Assim, foi instaurado um sistema de empresas mistas entre a PDVSA e companhias privadas estrangeiras das quais o Estado venezuelano possui, pelo menos, 60% do capital.
France Presse
Publicação: 03/08/2010 14:25
O lucro líquido da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) caiu 52,2% em 2009, totalizando 4,49 bilhões de dólares contra 9,41 bilhões em 2008, segundo dados do informe financeiro 2009 publicado nesta terça-feira.
"2009 foi um ano muito difícil", declarou em entrevista à imprensa o presidente da estatal, Rafael Ramírez, destacando o efeito da crise financeira internacional sobre os preços das matérias-primas.
De acordo com a PDVSA, em 2009, os preços de exportação mantiveram-se na média de 57 dólares por barril. Para se ter uma ideia, em 2008, esse preço chegava a 86,49 dólares.
A Petróleos de Venezuela PDVSA é uma estatal que se dedica à exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo, tendo sido fundada em 1º de janeiro de 1976.
É considerada a segunda maior empresa da América Latina, depois da Mexicana Pemex; em nível mundial, foi classificada pela revista internacional Fortune como a de número 35 entre as 500 maiores do mundo.
A exportação de petróleo representa aproximadamente 90% das receitas em divisas da Venezuela, que faz parte da Opep, e que tem como principal comprador os Estados Unidos.
A companhia também informou que em 2009 registrou produção de 3,012 milhões de barris diários (mdb), dos quais exportou 2,682 milhões de barris contra 2,897 de 2008.
No entanto, a Opep atribui à empresa produção de 2,32 mbd.
Em novembro passado, esta companhia pública, que financia os programas sociais do presidente socialista da Venezuela Hugo Chavez, já havia anunciado uma queda de 67% de seu lucro no primeiro semestre 2009, em relação ao mesmo período de 2008, devido à redução dos preços do petróleo.
No final do ano, sua dívida chegou a 21,41 bilhões de dólares, enquanto que o aporte ao Estado foi de 32,04 bilhões de dólares, uma queda de 42% em relação a 2008.
Desde 2007, o governo venezuelano do presidente Hugo Chávez desenvolveu uma política de nacionalizações das indústrias estratégicas, entre elas a de petróleo. Assim, foi instaurado um sistema de empresas mistas entre a PDVSA e companhias privadas estrangeiras das quais o Estado venezuelano possui, pelo menos, 60% do capital.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- rafafoz
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Re: CHAVEZ: de novo.
A 'vingança' de Lula para Uribe
Adorei a resposta do Lula, deve ter calado o Uribe de um jeito, hehehe.
Adorei a resposta do Lula, deve ter calado o Uribe de um jeito, hehehe.
“melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff)
- Sterrius
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Re: CHAVEZ: de novo.
Lula tem muito defeito, mas pra sair por cima de debates ou troca de agressões ele é um mestre sem igual que nao se ve a muito tempo por ae.
- prp
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Re: CHAVEZ: de novo.
Eu não consegui ver o video, alguém diz o que o Lula falou ai pra mim. Por favor.
- Sterrius
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Re: CHAVEZ: de novo.
que ele vai se vingar do uribe indo jantar na sua despedida, de preferencia do lado dele pra provar que não tem nenhum problema com o uribe e seus comentarios
- Luiz Bastos
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Re: CHAVEZ: de novo.
Em linhas gerais ele disse que o continente sul-americano é livre de guerras e que só existe, no máximo, bate boca. Comentou que o Uribe se queixou dele e que ele vai se vingar do indo ao jantar de despedida deste, e se possível se sentar do lado dele para bater papo.
- guilhermecn
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Re: CHAVEZ: de novo.
O Lula pode ser tudo, mas que ele tem o dom da palavra, isso ele tem
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Winston Churchill
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