Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Viktor Reznov
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#301 Mensagem por Viktor Reznov » Qua Jul 14, 2010 7:56 pm

gil eanes escreveu:Há controversias!!

Verdade seja dita. Essa estória de dizer que o Paraguai era uma Potência, que a industria era desenvolvida, e etc. é um tanto fantasiosa. Mas isso é assunto pra outro tópico.

Eu até que torci pelo Paraguai na Copa, mas uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa. LULA É UM BANANA. A reportagem de Veja (olha que eu não gosto nem um pouco dela) da semana passada, se não me engano, traz um pequeno retrato da nossa atual Política Externa. BANANA E FANFARRÃO!
Realmente, essa história do Paraguai ser uma grande potência com indústria desenvolvida não passa de uma grande mentira inventada por estudiosos marxistas, estrangeiros e brasileiros, para mostrar o Brasil sob uma luz de uma potência regional sacana que foi manipulada pela Inglaterra rumo à guerra. Quem dúvida é só ler O Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, lá explica citando históriadores sérios não comprometidos com ideologias políticas e com base em documentos.

Aliás, eu estou pensando até em digitar uns trechos aqui.




I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#302 Mensagem por bruno mt » Qua Jul 14, 2010 9:07 pm

Sim Marino, não estou dissendo que o Paraguai estava correto, sei das Barbaridades que ele fez(e o Brasil tambem :wink: ), só que tem que falar tambem que o Brasil tava brigando com todos devido ao Rio da Prata(querendo o livre comercio) e que o Paraguai foi esperto em começar a Guerra pois a mesma já era um tanto prevísivel.

Foi no Uruguai e botou um governo anosso favor lá, dai foi na argentina junto com o Uruguai e botou um governo "nosso" lá tambem, dai novas eleições no Uruguai e Brasil e Argentina no Uruguai. O Paraguai que não era Besta na época vendo que era o proximo se antecipou para tentar ter uma vantagem.

Estou tentando ver os fatos não como um Brasileiro, mas buscando o que realmente aconteceu. essa é a que pareceu mais pláuvisel e lógica.




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#303 Mensagem por Luiz Bastos » Qui Jul 15, 2010 12:10 am

O amigo deveria ler "Maldita Guerra" do Doratioto. Acho que iria mudar de opinião a respeito de certas verdades que fomos obrigados a aprender com livros de Chiavenatto e outros pseudo-escritores que tentaram distorcer a realidade com mentiras tais como as de que Caxias adorava atirar criancinhas paraguaias para o ar e espeta-las com sua espada de ouro, ou a de que o Conde D´eu mandou cerrar as portas de um hospital e mandou atear fogo no mesmo. Não digo que não houveram atrocidades, mas estas foram de ambos os lado; e começadas pelos paraguaios em MT quando seu divertimento era arrancar seios de idosas a espada ou simplesmente sufocar brasileiros com os próprios testículos, quando não sismavam de depelar (arrancar a pele) e queimar os militares capturados.




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#304 Mensagem por suntsé » Qui Jul 15, 2010 1:48 am

O Brasi sempre foi invadido e agredido pelos visinhos, não avia aqui a mentalidade de preparar o país para a guerra ou para uma intervenção, por isso muitas veses fomos pegos de surpresa.

Agora, o paraguay com medo decide invadir todos os seus visinhos com medo de ser vitima do imperio, eu acho que esta historia esta muito estranha.....




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#305 Mensagem por Marino » Qui Jul 15, 2010 9:37 am

Desde a independência nacional, e o fracionamento das ex-colônias espanholas, uma política do Império foi não permitir o restabelecimento do Vice-Reinado do Prata, que abarcaria a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a Bolívia.
Este seria um "país" com capacidade de confrontar o Brasil e disputar a "supremacia" da América do Sul.
Então, como consequência da política do Império, garantir a independência dos países formados sempre foi um objetivo do Brasil.
As questões com o Uruguai se emarcam nesta política. Haviam facções que queriam a incorporação da antiga Província Cisplatina pela Argentina, e outra que queriam a independência. Estas questões foram as causas dos conflitos no Prata, o Vice-Reinado e a manutenção da independência dos países que se formaram.
O Paraguai, vendo os conflitos entre Brasil, Argentina e Uruguai, viu uma oportunidade de chegar ao mar, incorporando o Uruguai, grande parte do Rio Grande do Sul e províncias argentinas.
Ofereceu mediação para um dos conflitos que tivemos no Uruguai, e como esta mediação foi negada usou o fato como motivador do conflito, invadindo Corrientes, Mato-Grosso e o Rio Grande do Sul.
O Brasil e a Argentina foram invadidos, e o Uruguai se juntou a Tríplice Aliança por motivos óbvios, não queria ser "incorporado" ao Paraguai, caso os dois países fossem derrotados.
Então, as versões de Chiavenato e outros autores revisionistas inconsequêntes, não se sustentam, sendo tratadas como lixo por historiadores sérios.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#306 Mensagem por J.Ricardo » Qui Jul 15, 2010 5:42 pm

A droga Marino, é que essas versões de tão utilizadas pelas escolas brasileiras são tomadas como verdade absoluta pela população e turbinada com o "complexo de viras latas" fazem que todos vejam o Paraguai como coitadinho e nós como monstros matadores de criancinhas.
Na verdade Solano Lopes deixou escapar a grande oportunidade do Paraguai ser um potência dos dias de hoje. O Paraguai deveria seguir o exemplo da Alemanha, aprender com seus erros, exorcisar Solano Lopes assim com fizeram (a Alemanha) com Hitler e olhar para o futuro ao invés de ficar preso ao seu passado inglório!




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#307 Mensagem por suntsé » Qui Jul 15, 2010 6:13 pm

J.Ricardo escreveu:A droga Marino, é que essas versões de tão utilizadas pelas escolas brasileiras são tomadas como verdade absoluta pela população e turbinada com o "complexo de viras latas" fazem que todos vejam o Paraguai como coitadinho e nós como monstros matadores de criancinhas.
Na verdade Solano Lopes deixou escapar a grande oportunidade do Paraguai ser um potência dos dias de hoje. O Paraguai deveria seguir o exemplo da Alemanha, aprender com seus erros, exorcisar Solano Lopes assim com fizeram (a Alemanha) com Hitler e olhar para o futuro ao invés de ficar preso ao seu passado inglório!
Você falou tudo.

Eu assino em baixo.




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#308 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qui Jul 15, 2010 7:51 pm

Quanto fulgor, quanta raiva incontida, quanta força e verborragia!

Engraçado... É que ninguém comenta a devolução da Espada de Solano López.

Será que o motivo seria o fato, de que tal se deu pela mão de um General Presidente?




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg


Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#309 Mensagem por suntsé » Qui Jul 15, 2010 10:00 pm

Ilya Ehrenburg escreveu:Quanto fulgor, quanta raiva incontida, quanta força e verborragia!

Engraçado... É que ninguém comenta a devolução da Espada de Solano López.

Será que o motivo seria o fato, de que tal se deu pela mão de um General Presidente?
Se isso, faz você se sentir melhor, para mim o General que fez essa cagada é um !@!#$!$$#$!$!

Esta feliz da agora :mrgreen:




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#310 Mensagem por Luiz Bastos » Sex Jul 16, 2010 1:21 am

Reparem no português da época. Relato da morte do ditador.

Não me pareceu muito heroica.


Francisco Solano López - 1870 -





"Quando o General Câmara parou o cavallo resfolegante na orla da pequena mata, avistou o Major José Simeão de Oliveira acompanhado por alguns soldados, que de longe lhe gritou:
- General, elle entrou por aqui.... por aqui!

E apontava um trilho estreito entre o arvoredo embastido.

O dia estava quente e lindo. No céo limpo, muito azul, o sol offuscava. E toda a vegetaçào virente e humida se banhava no oiro da luz. O caminho, de barro amarello, manchava-se de sombras sob a larga ramaria das arvores.

Câmara apeou-se rapido e foi entrando pelo mato adentro. José Simeão prevenio-o:

- Cuidado general, com um tiro de tocaia. Elle não ia so.

Camara deu de hombros. O major chamou os soldados - Vamos.


O general sempre tranquilo, pausado, silencioso, sentia bem a importancia dos acontecimentos que naquelle dia se desenrolavam. Punha-se o ponto final na guerra, na 'pequena guerra' que Caxias deprezara. Tudo devia terminar. Os idos de março eram contrarios aos Tyrannos.

Desde cedo, estava a cavallo, combatendo, governando o circulo de ferro de suas tropas que se constringia em volta dos ultimos defensores do lobo perseguido. E foi por deante, rompendo as lianas, apartando os arbustos, patinhando nas poças da ultima chuva, esmagando os folhiços, escoltado pelos soldados e o major, que exploravam o bosque em todas as direcçòes, de pistolas e clavinhas engatilhadas.

A luz amoedava-se no chão e pelos troncos viçosos, coada através das folhagens. Tranquilidade absoluta. Nem signal do lobo acosado.


As ultimas defesas do dictador paraguaio tinham sido atacadas pela columna de Joca Tavares no passo das Taquaras e na picada angusta de Chiriguelo. Pouco mais de mil homens fatigados e desmoralizados defendiam esses execellentes pontos estrategicos com algumas peças de artilharia.

O 9 de infantaria do major Floriano Peixoto e o 36 de voluntarios do tenente coronel Cunha Junior tirotearam algum tempo com os paraguaios. Quando o fogo do inimigo esmoreceu, o 19 e o 21 de cavallaria, a pesar da difficuldade da manobra na estreiteza das ladeiras, galgaram-nas a galope e foram lancear os artilheiros sobre o reparo de seus canhòes. Entào, os batalhões avançaram de baioneta calada. E os derradeiros defensores do supremo debandaram ou se renderam.

Um general, quatro coroneis, oito tenentes-coroneis, dez majores e perto de trezentos subalternos , inferiores e preças, entregaram as armas. Estava acabado aquelle exercito de leões que se abatera heroicamente durante cinco longos annos.

Victorioso, Joca Tavares corre com os seus gaúchos a toda a brida para o acampamento de Solano Lopez. Era precisso agarral-o houvesse o que houvesse. Ainda pela manha, promettera um punhado de oiro ao soldado que o preasse. E a cavallaria entra pelo meio das barracas , das carretas empilhadas e das cabanas de folhagem, agitando as lanças apendoadas de galhardetes rubros, aos sol, aos gritos de victoria.

No meio dos officiaes e soldados fieis, ainda a pé, avistaram o dictador. Correm para alli. Um indio semi-nu, de ma catadura, descoifado, barra-lhes o caminho, disparando a pistola. Crava depois a lança cruzetada, com ambas as mãos, no peito dum official brasileiro. Era o cabo Fernandez, ordenança do Lopez. Enfuriados, os gaúchos matam aquelle heroe obscuro como se mata um cão.

Circulam o grupo do dictador. Este, em camisa, cabeça descoberta, monta ligeiro o malacara, colhe as redeas com força e arranca a espada da bainha. Os lanceiros de Joca Tavares rodamoinham, derrubando a lançaços os dois ultimos ordenanças de Lopez e alguns officiaes. Tapezapeam as láminas de aço. Gritos enlouquecidos. Gemidos lancinantes. Uivos. Mas o supremo desvencilha-se dos atacantes, aproveita a confusão, o facto de estar sem farda, que o disfarça, esporeia raivoso o cavallo e corre pela picada que saía do acampamento pela direita.

Foi quando um cabo de lanceiros, ordenança de Joca Tavares, Xico Diabo, lhe atirou um lançaço que o colheou pela ilharga. O sangue mancha a gualdrapa da sella e a badana. Elle curva-se sobre o pescoço do animal, que, incitado, ferido pelas esporas, parte como uma flecha.

Jose Simeão, que precedia Camara, vae chegando com um piquete, reconhece o fugitivo que mais alguns paraguaios acompanham, e grita para um sargento:

- La vae o Lopez! atire! faça fogo!

O inferior leva a clavina Spencer à cara e puxa varias veces o gatilho. Um dos cavalleiros inimigos libertados do entrevero e que fugia com o dictador desaba no chão pesadamente, com a mioleira vazando. Era o ministro Caminos.

Jose Simeão, Xico Diabo, o sargento, mais alguns soldados, perseguem os fugitivos, enquanto Francisco Martins de Menezes toma a picada da direita, com seus lanceiros, no encalco de Elisa Lynch e de Panchito Lopez, que um prisionero informara terem fugido por alli na companhia de Isidoro Resquin.

À beira da mata, tomba o malacara estropeado e ferido. O Supremo apea-se e vara-a a pé. José Simeão apercebe-o ja se perdendo entre os troncos com os dois ultimos officiaes que lhe restam. É o tempo que Camara chega e segue-lhe o rasto.

Mais o sol rompe de repente o arvoredo alegre, clareando-o todo. Um sussurro de agua. E o general brasileiro, afastando galhos, ve-se na barranca do ribeiro Aquidaba-niguy, em cujo fundo lodoso se arrasta um fio liquido, peço e preguicento, que se vae despejar no Aquidaban.

Ajoelhado na margem fronteira, o Dictador caira, procurando galgar o barranco, ajudado pelos seus fieis companheiros. Camara disse:

-Marechal! Marechal!

Elle volta-se. Na face terrosa refulge um olhar de fereza e de odio, de desespero e de dor. É o lobo acuado, olhando a matilha e os monteiros que avançam para o seu derradeiro refugio, olhando a morte fatal, inilludivel: o fim! Os cabelos estão empastados de suor e sangue. Os braços nús, surgem nervosos e peludos, das mangas esfarrapdas da camisa. Uma das garras enclavinha-se no punho de tartaruga da espada armoriada.

A barranca, em volta de Camara, ja se povoa de officiaes, de cavallarianos a pé, de clavinoteiros do 9, vindos todos no piso do general.

- Marechal! continua Camara, sou o general brasileiro que comanda estas forças. Renda-se que lhe garanto a vida! Renda-se!

Salta no riacho e approxima-se do grupo.

A voz do Supremo, rouca, estertorante, ecoa pela derradeira vez na terra paraguaia, pronunciando uma frase de anthologia:

- Muero con mi patria y con mi espada en la mano!

E o seu braço, distendido como uma mola, procura acutilar o general, que se desvia e ordena:

- Desarmem este homem!

Então, um torbellino de officiaes e soldados invade a estreita sanga do corrego. Furiosos, atiram no grupo. É a matilha deçasaimada sobre o lobo. Os officiaes paraguaios tombam. Um clavinoteiro avança para Lopez, segura-o pelos pulsos, quer arrancar-lhe a espada. O dictador resiste, e, na luta, duas vezes a sua cabeça mergulha no ribeiro esverdinhado. Solta ao final sua arma, cuja ponta se partira, e que o soldado apanha. Um gaúcho, João Soares, encosta o cano da clavina nas suas espaduas possantes e da-lhe o tiro de misericordia.

Todos aquelles homes alli reunidos, depois que morreu o eco da detonação, soltam um suspiro de allivio como no fim dum drama atroz, dum pesadelo, e ficam parados, absortos quasi ante o corpo estendido na barranca, a boca e o nariz distillando sangue, a cabeça ferida, as botas n'agua.

Silencio profundo sob a luz ardente, tranquila do sol. Corta-o a voz energica de José Simeão:

- Arranjem uns paus e levem o corpo para o acampamento!

Entardecia. Pelo caminho empapado de humidade, quatro sapadores caminhavam a passo curto e cadenciado, carregando em dois varapaus o cadaver do derradeiro grande caudilho que as armas do Imperio varriam da America.

Não se acabara um povo à margem do Aquidaban; porém se finara um regimen que o fizera desgraçado e abusara do seu fanatico heroismo. Agora, livre da tyrannia, embora dessorado pela guerra fatal, o Paraguai poderia viver outra vida e preparar-se para melhores dias.

O passo cadenciado dos sapadores resoava no caminho lamacento. O corpo de Lopez oscillava, enorme, ao sacolejos da rustica padiola. Fios de sangue coagulavam-se nas mandibulas fortes. O vento brincaba nos cabellos revoltos e negros. As mãos pendiam lamentavelmente para o chào.

Era o enterro do caudilhismo que passava."

Copiado del libro "A guerra do Lopez" , de Gustavo Barroso, editora Valerio(?) , probablemente 1930




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#311 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Sex Jul 16, 2010 2:00 am

Luiz Bastos escreveu:Reparem no português da época. Relato da morte do ditador.

Não me pareceu muito heroica.


Francisco Solano López - 1870 -





"Quando o General Câmara parou o cavallo resfolegante na orla da pequena mata, avistou o Major José Simeão de Oliveira acompanhado por alguns soldados, que de longe lhe gritou:
- General, elle entrou por aqui.... por aqui!

E apontava um trilho estreito entre o arvoredo embastido.

O dia estava quente e lindo. No céo limpo, muito azul, o sol offuscava. E toda a vegetaçào virente e humida se banhava no oiro da luz. O caminho, de barro amarello, manchava-se de sombras sob a larga ramaria das arvores.

Câmara apeou-se rapido e foi entrando pelo mato adentro. José Simeão prevenio-o:

- Cuidado general, com um tiro de tocaia. Elle não ia so.

Camara deu de hombros. O major chamou os soldados - Vamos.


O general sempre tranquilo, pausado, silencioso, sentia bem a importancia dos acontecimentos que naquelle dia se desenrolavam. Punha-se o ponto final na guerra, na 'pequena guerra' que Caxias deprezara. Tudo devia terminar. Os idos de março eram contrarios aos Tyrannos.

Desde cedo, estava a cavallo, combatendo, governando o circulo de ferro de suas tropas que se constringia em volta dos ultimos defensores do lobo perseguido. E foi por deante, rompendo as lianas, apartando os arbustos, patinhando nas poças da ultima chuva, esmagando os folhiços, escoltado pelos soldados e o major, que exploravam o bosque em todas as direcçòes, de pistolas e clavinhas engatilhadas.

A luz amoedava-se no chão e pelos troncos viçosos, coada através das folhagens. Tranquilidade absoluta. Nem signal do lobo acosado.


As ultimas defesas do dictador paraguaio tinham sido atacadas pela columna de Joca Tavares no passo das Taquaras e na picada angusta de Chiriguelo. Pouco mais de mil homens fatigados e desmoralizados defendiam esses execellentes pontos estrategicos com algumas peças de artilharia.

O 9 de infantaria do major Floriano Peixoto e o 36 de voluntarios do tenente coronel Cunha Junior tirotearam algum tempo com os paraguaios. Quando o fogo do inimigo esmoreceu, o 19 e o 21 de cavallaria, a pesar da difficuldade da manobra na estreiteza das ladeiras, galgaram-nas a galope e foram lancear os artilheiros sobre o reparo de seus canhòes. Entào, os batalhões avançaram de baioneta calada. E os derradeiros defensores do supremo debandaram ou se renderam.

Um general, quatro coroneis, oito tenentes-coroneis, dez majores e perto de trezentos subalternos , inferiores e preças, entregaram as armas. Estava acabado aquelle exercito de leões que se abatera heroicamente durante cinco longos annos.

Victorioso, Joca Tavares corre com os seus gaúchos a toda a brida para o acampamento de Solano Lopez. Era precisso agarral-o houvesse o que houvesse. Ainda pela manha, promettera um punhado de oiro ao soldado que o preasse. E a cavallaria entra pelo meio das barracas , das carretas empilhadas e das cabanas de folhagem, agitando as lanças apendoadas de galhardetes rubros, aos sol, aos gritos de victoria.

No meio dos officiaes e soldados fieis, ainda a pé, avistaram o dictador. Correm para alli. Um indio semi-nu, de ma catadura, descoifado, barra-lhes o caminho, disparando a pistola. Crava depois a lança cruzetada, com ambas as mãos, no peito dum official brasileiro. Era o cabo Fernandez, ordenança do Lopez. Enfuriados, os gaúchos matam aquelle heroe obscuro como se mata um cão.

Circulam o grupo do dictador. Este, em camisa, cabeça descoberta, monta ligeiro o malacara, colhe as redeas com força e arranca a espada da bainha. Os lanceiros de Joca Tavares rodamoinham, derrubando a lançaços os dois ultimos ordenanças de Lopez e alguns officiaes. Tapezapeam as láminas de aço. Gritos enlouquecidos. Gemidos lancinantes. Uivos. Mas o supremo desvencilha-se dos atacantes, aproveita a confusão, o facto de estar sem farda, que o disfarça, esporeia raivoso o cavallo e corre pela picada que saía do acampamento pela direita.

Foi quando um cabo de lanceiros, ordenança de Joca Tavares, Xico Diabo, lhe atirou um lançaço que o colheou pela ilharga. O sangue mancha a gualdrapa da sella e a badana. Elle curva-se sobre o pescoço do animal, que, incitado, ferido pelas esporas, parte como uma flecha.

Jose Simeão, que precedia Camara, vae chegando com um piquete, reconhece o fugitivo que mais alguns paraguaios acompanham, e grita para um sargento:

- La vae o Lopez! atire! faça fogo!

O inferior leva a clavina Spencer à cara e puxa varias veces o gatilho. Um dos cavalleiros inimigos libertados do entrevero e que fugia com o dictador desaba no chão pesadamente, com a mioleira vazando. Era o ministro Caminos.

Jose Simeão, Xico Diabo, o sargento, mais alguns soldados, perseguem os fugitivos, enquanto Francisco Martins de Menezes toma a picada da direita, com seus lanceiros, no encalco de Elisa Lynch e de Panchito Lopez, que um prisionero informara terem fugido por alli na companhia de Isidoro Resquin.

À beira da mata, tomba o malacara estropeado e ferido. O Supremo apea-se e vara-a a pé. José Simeão apercebe-o ja se perdendo entre os troncos com os dois ultimos officiaes que lhe restam. É o tempo que Camara chega e segue-lhe o rasto.

Mais o sol rompe de repente o arvoredo alegre, clareando-o todo. Um sussurro de agua. E o general brasileiro, afastando galhos, ve-se na barranca do ribeiro Aquidaba-niguy, em cujo fundo lodoso se arrasta um fio liquido, peço e preguicento, que se vae despejar no Aquidaban.

Ajoelhado na margem fronteira, o Dictador caira, procurando galgar o barranco, ajudado pelos seus fieis companheiros. Camara disse:

-Marechal! Marechal!

Elle volta-se. Na face terrosa refulge um olhar de fereza e de odio, de desespero e de dor. É o lobo acuado, olhando a matilha e os monteiros que avançam para o seu derradeiro refugio, olhando a morte fatal, inilludivel: o fim! Os cabelos estão empastados de suor e sangue. Os braços nús, surgem nervosos e peludos, das mangas esfarrapdas da camisa. Uma das garras enclavinha-se no punho de tartaruga da espada armoriada.

A barranca, em volta de Camara, ja se povoa de officiaes, de cavallarianos a pé, de clavinoteiros do 9, vindos todos no piso do general.

- Marechal! continua Camara, sou o general brasileiro que comanda estas forças. Renda-se que lhe garanto a vida! Renda-se!

Salta no riacho e approxima-se do grupo.

A voz do Supremo, rouca, estertorante, ecoa pela derradeira vez na terra paraguaia, pronunciando uma frase de anthologia:

- Muero con mi patria y con mi espada en la mano!

E o seu braço, distendido como uma mola, procura acutilar o general, que se desvia e ordena:

- Desarmem este homem!

Então, um torbellino de officiaes e soldados invade a estreita sanga do corrego. Furiosos, atiram no grupo. É a matilha deçasaimada sobre o lobo. Os officiaes paraguaios tombam. Um clavinoteiro avança para Lopez, segura-o pelos pulsos, quer arrancar-lhe a espada. O dictador resiste, e, na luta, duas vezes a sua cabeça mergulha no ribeiro esverdinhado. Solta ao final sua arma, cuja ponta se partira, e que o soldado apanha. Um gaúcho, João Soares, encosta o cano da clavina nas suas espaduas possantes e da-lhe o tiro de misericordia.

Todos aquelles homes alli reunidos, depois que morreu o eco da detonação, soltam um suspiro de allivio como no fim dum drama atroz, dum pesadelo, e ficam parados, absortos quasi ante o corpo estendido na barranca, a boca e o nariz distillando sangue, a cabeça ferida, as botas n'agua.

Silencio profundo sob a luz ardente, tranquila do sol. Corta-o a voz energica de José Simeão:

- Arranjem uns paus e levem o corpo para o acampamento!

Entardecia. Pelo caminho empapado de humidade, quatro sapadores caminhavam a passo curto e cadenciado, carregando em dois varapaus o cadaver do derradeiro grande caudilho que as armas do Imperio varriam da America.

Não se acabara um povo à margem do Aquidaban; porém se finara um regimen que o fizera desgraçado e abusara do seu fanatico heroismo. Agora, livre da tyrannia, embora dessorado pela guerra fatal, o Paraguai poderia viver outra vida e preparar-se para melhores dias.

O passo cadenciado dos sapadores resoava no caminho lamacento. O corpo de Lopez oscillava, enorme, ao sacolejos da rustica padiola. Fios de sangue coagulavam-se nas mandibulas fortes. O vento brincaba nos cabellos revoltos e negros. As mãos pendiam lamentavelmente para o chào.

Era o enterro do caudilhismo que passava."

Copiado del libro "A guerra do Lopez" , de Gustavo Barroso, editora Valerio(?) , probablemente 1930
Pois!
Que belo relato.

O Paraguai, arrastado pela jactância de um caudilho em uma trilha de destruição e fogo.
Do que vale as últimas palavras do Ditador?
Para ele, a morte era um fim digno. Para o povo guarani, o sofrimento imenso que advém após o conflito...

Por isso, considero a devolução da Espada de Solano López, um escárnio contra o povo brasileiro e paraguaio. Afinal, a guerra contra López impôs sacrifícios gigantescos, que não podem ser esquecidos. Aos guaranis, por ter levado-lhes à morte, apenas para satisfação pessoal de uma arrogância desmedida da parte de um ditador, que se acreditava, gênio militar.
Os paraguaios, tivessem eles, real medida das coisas e da sua história, deveriam querer distância desta espada. Já o canhão, pelo menos, representa o esforço nacional, de prover com criatividade e trabalho, a defesa da pátria. Poderoso para época, foi forjado em liga de bronze e ferro dos sinos, em uma época em que canos de aço começavam por ser forjados na Alemanha e na França.

Que se diga aos guaranis, que as feridas não são curadas com lembranças, mas com o esquecimento das mesmas.
O canhão fica, aqui.




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#312 Mensagem por Tupi » Sex Jul 16, 2010 3:05 am

suntsé escreveu:
Ilya Ehrenburg escreveu:Quanto fulgor, quanta raiva incontida, quanta força e verborragia!

Engraçado... É que ninguém comenta a devolução da Espada de Solano López.

Será que o motivo seria o fato, de que tal se deu pela mão de um General Presidente?
Se isso, faz você se sentir melhor, para mim o General que fez essa cagada é um !@!#$!$$#$!$!

Esta feliz da agora :mrgreen:
Continua valendo a teoria da compensação pra cada negociação.
A falha não é o ato da devolução em sí, da espada do Solano Lopes. E sim da clareza do motivo e a contraparte que moveu o tal governante brasileiro à fazê-lo. Isso valerá tb pra eventual devolução do canhão "Cristiano" pelo Gov. petista.





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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#313 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Sáb Jul 17, 2010 12:08 am

Tupi escreveu:
suntsé escreveu: Se isso, faz você se sentir melhor, para mim o General que fez essa cagada é um !@!#$!$$#$!$!

Esta feliz da agora :mrgreen:
Continua valendo a teoria da compensação pra cada negociação.
A falha não é o ato da devolução em sí, da espada do Solano Lopes. E sim da clareza do motivo e a contraparte que moveu o tal governante brasileiro à fazê-lo. Isso valerá tb pra eventual devolução do canhão "Cristiano" pelo Gov. petista.
Que “clareza do motivo e contraparte” que nada!
Devolveu por proselitismo político!

E se este governo devolver, estará feito. Tal como antes.
Com a diferença de que o governo feito pelos petistas, ser de muito maior competência, do que aquele dos “generais presidentes”, que necessitava calar e oprimir, matar e torturar.

Satisfeito?




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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#314 Mensagem por Tupi » Sáb Jul 17, 2010 1:04 am

Ilya Ehrenburg escreveu:
Tupi escreveu: Continua valendo a teoria da compensação pra cada negociação.
A falha não é o ato da devolução em sí, da espada do Solano Lopes. E sim da clareza do motivo e a contraparte que moveu o tal governante brasileiro à fazê-lo. Isso valerá tb pra eventual devolução do canhão "Cristiano" pelo Gov. petista.
Que “clareza do motivo e contraparte” que nada!
Devolveu por proselitismo político!

E se este governo devolver, estará feito. Tal como antes.
Com a diferença de que o governo feito pelos petistas, ser de muito maior competência, do que aquele dos “generais presidentes”, que necessitava calar e oprimir, matar e torturar.

Satisfeito?
Mas se um General no poder de um Brasil, da decada de 60 ou 70 fez uma concessão para um general de um Paraguay. Isso já demonstra uma surpreendente capacida politica, visto que no ambiente hierarquico, poderia apenas impor sua vontade sob o menor.

Certamente os metodos usados pelo regime militar brasileiro da decada de 60-70, eram extremamente reprováveis do ponto de vista dos direitos humanos. Mas não era pior que os métodos comunitas que tentavam usurpar o poder, aqui no Brasil. A maioria dos presos e torturados eram comuna e portanto traidores do Brasil da época. Aquilo era uma Guerra ideológica.
E se hoje podemos debater se devolvemos ou não um canhão pros Paraguayos é porque os ditos Generais Presidentes eram muito "maleaveis ou moles". Bem diferente do projeto de coexistência que pregavam os partidos clandestinos de esquerda que militavam na época e que deram origem aos dirigentes politicos do PT , PSOL, PSDB, PDT, PC do B.... Que certamente matariam, calariam e mutilariam muito mais se conseguissem tomar o poder naquela época.
Resumindo não sei qual a competência demonstrada pelo PT, no trato de processos negociações dos assuntos exteriores com os devidos esclarecimentos aos publicos interessados. Que lhe conforte aos erros de condução do regime militar. :?





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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

#315 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Sáb Jul 17, 2010 5:50 pm

Bah!

Quando um "General Presidente" entrega um valioso troféu é uma "surpreendente capacidade política", enquanto um governo democrático e vitorioso, o primeiro a tornar a nação credora em termos internacionais, é tratado como entreguista, para ficar no termo mais leve, naquilo que se refere a pretensa devolução do "Canhão Cristão".

Quanto aos governos militares, eles nasceram de uma ruptura do governo constitucional. Nasceram de um crime, portanto!

E lembro, que se este país tivesse eleito um homem da estatura do General Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, não teríamos a seqüência cômica no Palácio do Planalto, que fomos obrigados à assistir de 1964 até 1988!

Por fim, mordam-se de raiva, todas as criaturas semoventes, que ruminam o ódio contra este vitorioso governo. Não há o que o PiG faça, ou deixe de fazer. A popularidade do Presidente é sempre crescente, o poder da nação, idem!

Não há desculpa: quem entregou a espada, que se cale quanto ao canhão!




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