A capacidade de gerar projetos adequados às missões e especificações (e em última instância à doutrina) de sua própria marinha é o que leva os países que tomam a defesa mais a sério a se esforçar para manter uma capacidadde de projeto próprio de navios de guerra.soultrain escreveu:Caros,
Quanto aos OPV's, chamados por vós NaPaOc e por nós NPO, têm de ter atenção e dividir os que têm a especificação de casco e propulsão militar e civil.
Nada adianta ter um casco desenhado para baixa intensidade com 8.000t "fitted but not with", "Sthealth" etc. etc. etc. a gastar muto mais combustivel e manutenção que um de 1500t e quando chega a hora de "fittar", chega-se à conclusão que não se pode empregar, ou pelo menos empregar da mesma maneira.
Penso que há um limite de tonelagem custo/beneficio para a célebre frase: "O ar não custa dinheiro"
Realidades de diversos países geram projectos aparentemente similares, mas com especificações diferentes, o importante é adequar-se às missões de cada Marinha!
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Mas pelo que tenho visto no caso do Brasil o único interesse é a construção local para a geração de empregos (e uma certa independência política teórica), mas a capacidade de desenvolvimento de projetos próprios não é prioridade. Ela até será buscada, e parece que nossas autoridades estão dispostas a pagar bastante por ela, mas de forma basicamente acadêmica, sem a definição de um objetivo claro a ser alcançado. O interesse agora para a grande maioria das categorias de navios (escoltas, patrulheiros, OPV`s, BPE`s, etc...) parece ser a escolha de classes já-existentes para serem produzidas pelas próximas décadas.
Esta é uma característica típica do Brasil, gastar esforços e recursos na obtenção de tecnologia no estado da arte mas depois falhar em aplicá-la por falta de definição de objetivos, e assim perdê-la novamente ao longo do tempo. Foi assim nos programas anteriores de navios e submarinos, no programa de foguetes espaciais, etc... . Um outro exemplo mais atual é o que está acontecendo no FX-2. Fala-se insistentemente que a transferência de tecnologia é um ponto-chave, mas a principal aplicação desta tecnologia transferida seria um eventual FX-3, e no entanto nada se fala a respeito de suas possíveis especificações, que deveriam estar guiando o próprio processo do FX-2 se a tecnologia fosse realmente importante.
Então, nada mais natural que se discutam projetos estrangeiros desenvolvidos visando aplicações específicas e depois se pense em versões "derated" para reduzir os custos de construção e operação em tempos de paz como o que estamos vivendo hoje. É óbvio que o resultado final dificilmente será o melhor possível, mas é o que dá para fazer dentro desta filosofia de trabalho.
Leandro G. Card