MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#901 Mensagem por marcelo l. » Qui Mai 27, 2010 11:22 am

Só achei estranho Bourne que a proposta veio do Amir Khair...quem o conhece até de palestra sabe que em termos de contas públicas, ele é defensor intransigente do equilíbrio fiscal, tanto que no último mês de prefeitura quando secretário, ele bancou junto a prefeita da época um aumento de 0,5% para o funcionalismo, enquanto todas as outras e governos estaduais faziam bondades de 20% ou mais para ferrar com os novos "senhores do executivo".

Mas, acho que se a fórmula que ele defendeu agora for feita a economia quebra e feio mais a frente.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#902 Mensagem por marcelo l. » Dom Mai 30, 2010 10:20 pm

http://economia.estadao.com.br/noticias ... 0581,0.htm

SÃO PAULO - O Brasil deve ocupar o segundo lugar no ranking das maiores taxas de crescimento do mundo no primeiro trimestre, à frente até mesmo da China. O dado oficial só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira da semana que vem, mas, levando-se em conta as projeções do mercado financeiro, já é possível cravar que o País será um dos líderes em expansão no período.


O Itaú Unibanco, por exemplo, estima uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. É uma das projeções mais elevadas de todo o mercado. Em um cálculo anualizado – ou seja, assumindo que o ritmo se manteria pelo resto do ano –, seria o equivalente a crescer 12,6% em 2010.


Para ter uma ideia, a China se expandiu a um ritmo anual de 11,2% entre janeiro e março. O líder do ranking deve ser a Índia, que avançou a uma taxa anual de 13,4%. Os Estados Unidos, que ainda lutam para se recuperar da forte crise que atingiu o país em 2008, cresceram 3%.


O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, observa que há risco de a expansão brasileira no trimestre ser ainda mais forte. O departamento econômico da instituição calcula a alta do PIB mensalmente. Considerando os resultados de janeiro, fevereiro e março nesse levantamento, o crescimento no trimestre seria de 3,6%. Ele admite que os próprios analistas se surpreenderam com o número. Por isso, preferiram optar por uma estimativa mais conservadora.

Recuo

Independentemente da posição do Brasil nesse hipotético ranking global, o fato é que a expansão no trimestre foi bastante superior ao que praticamente todos os analistas esperavam. Por isso, sem uma única exceção, eles projetam uma desaceleração daqui para a frente.


O próprio Itaú acredita que o ritmo de crescimento do PIB vai cair da faixa de 12% para algo como 4% ou 5% no último trimestre do ano. É essa freada que explica a projeção de alta para 2010 inteiro, hoje em 7,5%.


Os especialistas argumentam que, nesse cenário, a expressiva desaceleração é bem-vinda. O Brasil, dizem, não consegue crescer a uma taxa superior a 4% ou 5% de forma sustentável – ou seja, sem uma alta da inflação para um nível acima da meta estabelecida pelo governo e/ou sem abrir um rombo nas contas externas.


"O risco de acelerar demais é sair da estrada e ser obrigado a voltar para trás para retomar a rota", diz o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. Por isso, avalia, o Banco Central (BC) acertou ao iniciar no mês passado o ciclo de elevações da taxa básica de juros (a chamada Selic subiu de 8,75% para 9,50% ao ano).
Se o BC demorasse para agir, diz Rosa, seria obrigado a retrair a economia de uma forma mais intensa, o que poderia causar até mesmo retração do PIB em algum trimestre.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#903 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Jun 08, 2010 1:13 pm

A previsão dada na notícia anterior não foi confirmada, mas mesmo assim é uma excelente número...
Economia cresce 9% no 1º tri e tem expansão anual recorde, diz IBGE
08/06/2010-09h00
CIRILO JUNIOR
DO RIO

Atualizado às 09h28.

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Em ritmo mais forte de expansão após a crise, a economia brasileira cresceu 2,7% no primeiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores, registrando o maior aumento nesse comparativo desde a expansão contabilizada no primeiro trimestre de 2004 (2,8%).

Já ante igual período no ano anterior, o incremento foi de 9,0%, apresentando o maior crescimento nesse confronto em toda a série histórica, iniciada em 1996, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O PIB no período foi de R$ 826,4 bilhões.

Nos últimos 12 meses encerrados em março, o PIB reverteu seguidos resultados negativos e acumula elevação de 2,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país --é formado pela indústria, agropecuária e serviços.

O indicador também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

O investimento, medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), teve alta de 26% no primeiro trimestre, se comparado a igual período no ano anterior --o resultado é o melhor na série histórica. Na comparação com o quarto trimestre, houve incremento de 7,4%. Em 12 meses, a expansão é de 1,5%.

A taxa de investimento representou 18,0% do PIB no primeiro trimestre. No mesmo período de 2009, havia significado 16,3%.

O setor industrial cresceu 14,6% em relação ao primeiro trimestre de 2009. Na comparação com o quarto trimestre, a indústria teve alta de 4,2%, e nos últimos 12 meses, ficou estável.

Já o setor de serviços registrou incremento de 5,9% frente ao primeiro trimestre de 2009. Em relação ao quarto trimestre, o segmento cresceu 1,9%, e nos últimos 12 meses, tem alta de 3,6%.

O setor agropecuário subiu 5,1% na comparação com o período de janeiro a março do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2009, a agropecuária teve alta de 2,7%, e nos últimos 12 meses, acumula queda de 3,3%.

O consumo das famílias teve aumento de 9,3% no primeiro trimestre. Em relação ao quarto trimestre, constatou-se crescimento de 1,5%, e nos últimos 12 meses, acumula incremento de 6,0%.

O consumo do governo registrou alta de 2,0% no primeiro trimestre. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o consumo do governo cresceu 0,9%, e nos últimos 12 meses, acumula expansão de 3,1%.

Pelo lado do setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 14,5% frente ao primeiro trimestre de 2009. Ante o quarto trimestre, apresentaram elevação de 1,7%.

Já as importações de bens e serviços aumentaram 39,5% em relação ao primeiro trimestre de 2009 --a maior expansão da série--, e registraram alta de 13,1% se comparado ao quarto trimestre.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/74 ... ibge.shtml
[]´s




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#904 Mensagem por marcelo l. » Qui Jun 10, 2010 1:41 pm

http://terramagazine.terra.com.br/inter ... nomia.html

Não há superaquecimento da economia
Antonio Corrêa de Lacerda
De São Paulo

O desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) referente ao primeiro trimestre do ano, com crescimento de 2,7% em relação ao trimestre anterior tem suscitado uma preocupação exagerada e infundada a respeito do risco de um alegado superaquecimento da economia brasileira. Algo que não se sustenta à luz da interpretação dos indicadores. O comportamento das vendas, no comércio varejista ampliado, do próprio IBGE, por exemplo, apontam um crescimento robusto, de 9,6%, no acumulado de doze meses. No entanto, além do efeito estatístico da base de comparação muito baixa dos primeiros meses do ano anterior, há o impacto do estimulo proporcionado pela redução de impostos em setores como móveis e automóveis, por exemplo.

Ambos os efeitos serão amenizados nos próximos meses, na medida em que a base de comparação for maior e também refletir o final da vigência de medidas de incentivo ao consumo. A expansão do crédito, outro fator de impulso das vendas, também mostra sinais de esgotamento, pela própria limitação da capacidade de endividamento dos consumidores. Portanto, o ritmo vai gradualmente refluir.

Já, na indústria, o quadro é bem diferente. Nos doze meses acumulados até março, comparativamente aos doze meses imediatamente anteriores, a produção física da indústria, do IBGE, ainda apresenta uma queda (sic) de 1,2% ! A indústria mergulhou profundo na crise e o vale foi o primeiro trimestre do ano passado. Desde então, vem se recuperando, mas ainda não voltou aos níveis pré-crise.

De forma estratificada, os dados são ainda mais impactantes. A produção de bens de capital, pelo mesmo critério, apresenta uma diminuição de 10% ! Embora haja uma perspectiva de crescimento industrial forte para o ano de 2010, nada indica um quadro de crescimento excessivo.

Não há, por outro lado, um risco de esgotamento da capacidade industrial. O nível de utilização da capacidade industrial, da CNI, vem de fato crescendo mês a mês. Os dados refletem uma pesquisa realizada junto ás indústrias sobre o quanto estão utilizando da sua capacidade instalada. O indicador é proveitoso, mas precisa ser qualificado, por três motivos principais:

i) as empresas têm capacidade de ampliar rapidamente a sua capacidade de produção, sem grandes novos investimentos. Isso se dá mediante adaptações nas linhas de produção, modernização e, o mais importante, adoção turnos adicionais e o trabalho em períodos ociosos, como horário noturno, ou finais de semana;
ii) é muito difícil sistematizar e confrontar a análise da fotografia do uso da capacidade instalada com os novos investimentos em realização e previstos, de forma a indicar qual a nova capacidade de produção que poderá ser atingida no médio prazo;
iii) o coeficiente de importação vem aumentando, o que altera a estrutura da base produtiva, portando gerando mais espaço para crescimento.

Conjunturalmente, há ainda um fator de enorme incerteza que é o desdobramento da crise na Europa e seus impactos para o Brasil. Há, pelo menos três aspectos significativos: i) do lado comercial, com o bloco europeu crescendo menos, isso vai impactar diretamente 22% das nossas exportações para lá direcionadas; ii) a redução dos fluxos de capitais, leia-se investimentos diretos, inversões na bolsa de valores, e financiamentos, que farão diminuir a liquidez no mercado brasileiro; iii) uma queda nos preços, especialmente das commodities.

Há muitas variáveis em jogo, muitas delas imponderáveis. O risco envolvido é o de exagerar no freio de mão, quando as condições da pista já envolvem, seja pelos efeitos estatísticos, seja pela mudança brusca das condições metereológicas, uma redução natural da velocidade média do veículo.

O BCB vai ter que ter muita perícia para tomar decisões sobre taxas de juros e outros, que só farão efeito para o nível de atividades, daqui a cinco, seis meses. Para isso, terá que olhar menos para o retrovisor - os indicadores passados - e mais para o parabrisa, um tanto nebuloso à frente. O que vai lhe exigir muito feeling, intuição. Os dados passados ajudarão pouco e as variáveis estão mudando substancialmente.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#905 Mensagem por marcelo l. » Dom Jun 13, 2010 3:15 pm

Marcelo Néri descreve o período 2003-2010 como
a Pequena Grande Década de 2003-2010 é bom assistir mesmo para criticar por que os dados dele são muito bem embasados.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/74 ... 2014.shtml

]_____________

Entrevista antiga no estadão

Na pesquisa "A Nova Classe Média", o senhor afirma que a categoria representa hoje 52% da sociedade brasileira. Essa classe C tem uma base de renda achatada?

Claro que a classe média brasileira que ascendeu nos últimos anos não é igual à americana ou à europeia. Mas a renda média no Brasil é muito próxima da renda média mundial. São famílias que recebem mensalmente entre R$ 1.115 a R$ 4.808. Como definimos essa "nova classe média"? Na virada da década, ela se situava entre os 50% mais pobres, das classes D e E, e os 10% mais ricos, da classes A e B. Representava 40% da população. Hoje, ela é majoritária: 52%.

Que significado tem essa mudança?

A primeira importância é econômica. Ela passou a ser a maior concentradora de poder de compra. A classe C é responsável hoje por 46,5% do bolo de renda do País, enquanto a classe AB tem 43%. Então a classe C passa a ser estratégica para as empresas em suas decisões. Outra importância é política: se toda ela votasse em um só candidato, a classe C decidiria sozinha a eleição. Evidentemente que isso é improvável, pois seu perfil não é homogêneo. Mas se na maioria dos países a classe média costuma ser o fiel da balança de uma eleição, aqui ela passou a ser mais do que isso.

É um fenômeno sustentável, que veio para ficar?

O que cresceu significativamente no País foi renda do trabalho, não aquela proveniente dos programas sociais - o que já garante certa sustentabilidade. Outro fator é o aumento da formalização do trabalho. De 2003 a 2009, o número de empregos formais novos foi de 8,5 milhões, o que mostra que o empresário, que é o símbolo e a força dinâmica do capitalismo, está apostando. Parece que a sociedade brasileira como um todo, que sempre aceitou a desigualdade, agora aceita menos.

Por que o senhor diz que a atual década se caracteriza "menos pelo crescimento generalizado da renda para todos os estratos da população, do que pela redução da desigualdade observada"?

Nos números da Pnad de 2001 a 2008, se observa uma queda muito forte na desigualdade. Ela só tinha se alterado significativamente no Brasil uma vez: nos anos 60, e para cima. A desigualdade aumentou na época do milagre econômico. Por isso o (economista) Edmar Bacha cunhou o termo "Belíndia" (segundo o qual, em termos sócio-econômicos, o Brasil seria uma mistura de Bélgica e Índia). Apenas de 2004 para cá, 32 milhões de brasileiros subiram para a classe ABC. Em cinco anos, 19,3 milhões saíram da pobreza. Então, a boa notícia é que dá para transformar o País rapidamente, aos saltos. A má é que a desigualdade continua grande: ela ainda precisa cair três vezes para convergir ao nível norte-americano, que já é muito alto.

Economistas como Claudio Dedecca, da Unicamp, afirmam que não se pode falar em queda de desigualdade, uma vez que a diferença entre a renda do capital e do trabalho continua crescendo no País...

Discordo. Primeiro porque a gente não sabe bem o que houve com a desigualdade entre capital e trabalho: há problemas de medição, é muito difícil captá-la. E existe toda uma tradição de linha marxista com esse foco, que abomina o crescimento do capital no Brasil como se ele fosse o problema. Minha linha é outra: precisamos de um "choque de capitalismo" para os pobres. A pergunta da Pnad é simples: Quanto dinheiro você tem no bolso? É a soma da renda do trabalho, do que o aposentado da família ganha de pensão, do valor recebido dos programas sociais. Para o cidadão comum, é isso o que importa: o conforto que ele leva para a casa da família. E você nota que o bolso do pobre cresceu mais, proporcionalmente, que o do rico.

Outra vertente de críticas afirma que teria havido não propriamente melhoria na renda, mas maior capacidade de consumo pelo endividamento, por causa do crédito. E aí?

O crédito pode ter feito a roda da economia girar mais, gerando mais renda. Mas esse é um efeito extra. O que aconteceu de fato foi o que já chamei de "o segundo Real". O grande marco da gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso foi o Plano Real. No Ipea, nós fomos os primeiros a mostrar que o Real tinha diminuído a pobreza. Um ganho veio da estabilidade, do fato de o cidadão poder prever o futuro, sair da inflação de 40% ao mês. Em certo sentido, isso se repetiu em 2003, quando Lula assumiu a Presidência e mostrou aos mercados que manteria as regras e contratos. Depois vieram os programas sociais em grande escala e a volta do crescimento econômico. A classe C no Brasil aumentou de 32% para 37% com o Plano Real. Com o "segundo Real", agora, passou de 37% para 52%.

Por que o senhor diz que a renda dos mais pobres teve "crescimento chinês" no País?

O crescimento da renda per capita dos pobres de 2001 a 2008 foi de 72%. Fazendo uma conta simples, dá quase 10% ao ano - semelhante aos índices chineses. Com uma diferença. O (economista Carlos Geraldo) Langoni (diretor do Centro de Economia Mundial da FGV), que esteve na China recentemente, me disse que ela parece o Brasil dos anos 60: crescendo muito, mas com a desigualdade aumentando. O crescimento geral da economia brasileira é menor em quantidade, mas melhor em qualidade, em relação à China. Somos uma democracia - e vimos ao longo da década de 80 o quanto aprender a ser uma democracia gera custos econômicos -, nosso tratamento ambiental é melhor, ainda que com problemas, e o caráter desse crescimento é outro, distributivo.

A educação continua crítica?

O índice Gini mostra que a desigualdade de educação também caiu ao longo das duas últimas décadas e o nível dessa educação começa a melhorar - embora seja muito baixo ainda. No começo dos anos 90, 15% das crianças brasileiras estavam fora da escola. Hoje, são menos de 2,5%. Esses jovens começaram a chegar ao mercado de trabalho mais bem preparados e informados, obtendo salários maiores e com mais chances de obter empregos formais. É por isso que o aumento da escolaridade também influencia na formalização da economia. O esforço para se colocar as crianças na escola, na década passada, foi o segundo grande marco dos anos FHC, além do Plano Real - e explica em parte o que está havendo nesta década. FHC criou o Bolsa-Escola, Lula deu escala a ele. Primeiro, com um passo atrás, no Fome Zero. Depois, com dois à frente, no Bolsa-Família - que é um Bolsa-Escola 2.0, mais evoluído. Se eu fosse tucano, estaria pensando no Bolsa-Escola 3.0 para a eleição de 2010. E se fosse petista, no Bolsa-Família 2.0. O País não pode ficar sentado nos louros.

O que contribuiu mais para a queda da desigualdade: o Bolsa-Família ou os aumentos no salário mínimo?

No estudo sobre o Real em 1996, notamos que boa parte da redução da pobreza se deu em maio de 1995, quando houve forte reajuste do salário mínimo. Já os aumentos ocorridos sob Lula, de 2005 para 2006, tiveram efeitos menores no combate à desigualdade. Foi o aumento da renda do trabalho o responsável por quase 1/3 da melhora observada. Em seguida, 17% se devem ao Bolsa-Família e 15% à previdência, aí incluído o salário mínimo. Os resultados são até equilibrados, só que o Bolsa-Família custa bem menos: 0,4% do PIB, enquanto as aposentadorias representam 12% do PIB. A cada real gasto com o Bolsa-Família, a pobreza cai três vezes e meia mais do que o equivalente investido no salário mínimo. Além disso, o programa beneficia mais a classe E, enquanto é a classe B que ganha nos reajustes de salário mínimo e a classe AB nas aposentadorias acima dele. Para fins de redução da desigualdade, o Bolsa-Família dá de goleada.

Como ele pode ser aperfeiçoado?

Muita gente exalta muito as tais condicionalidades - a obrigação de levar os filhos à escola, fazer exames médicos, etc. - mas na prática elas não têm grande efeito no Bolsa-Família. As crianças pobres já estão na escola desde FHC. A agenda do próximo Bolsa-Família deveria se concentrar não na chamada "porta de saída da pobreza", uma expressão que não acho boa, mas em uma "porta de entrada" nos mercados. O pobre não quer sair de nada: ele quer é entrar. Falta criar dispositivos para distribuir serviços sociais e produtivos aos beneficiários.

O governo anunciou esta semana que vai enviar ao Congresso até março o projeto de consolidação das leis sociais. Pela sua experiência com o tema, que aspectos dos atuais programas sociais mereceriam status de lei no País?

Ainda não conheço o projeto em detalhes. Sou francamente favorável ao estabelecimento de metas sociais para aumentar o desempenho e dar transparência a esses programas. O que a Constituição de 1988 fez? Estabeleceu direitos e definiu em que áreas o município, o Estado e a União deveriam investir - mas não exigiu que eles mostrassem que gastam bem. Fixar metas significa não apenas dar um choque de gestão nos projetos sociais, mas também uma oportunidade de cobrança para a população.

Como isso pode ser feito?

Por exemplo, vinculando parte da distribuição de verbas a ganhos de eficiência. Ou como São Paulo e Pernambuco estão fazendo com os professores estaduais. Se o aluno progride, quem ensinou tem direito a bônus. Premiar, com critérios de mercado, as boas ações. Já que exigir frequência à escola no Bolsa-Família é uma condicionalidade fraca, por que não criar metas de proficiência, que envolvam tanto o estudante como sua família? Vários upgrades podem ser dados ao Bolsa-Família, que é uma plataforma que veio para ficar. Nos últimos anos a gente deu os pobres ao mercado. Falta agora dar o mercado aos pobres.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#906 Mensagem por Centurião » Dom Jun 13, 2010 7:16 pm

O Neri prevê que em 2014, a pobreza baixará de 16% para 8%. Ou seja, estará próxima de ser estatisticamente insignificante (< 5%). Quem sabe até 2016, o país poderá se declarar um país sem pobres. Em 2020, um país desenvolvido (renda per capita de 20 mil dólares). É possível.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#907 Mensagem por Rodrigoiano » Dom Jun 13, 2010 7:31 pm

Países ricos podem ter década perdida

Sem forças para retomar o crescimento sustentado e atolados em dívidas monstruosas, Europa, Estados Unidos e Japão encaram futuro sombrio. Avanço do mundo será compensado pela América Latina, sob a liderança do Brasil, e Ásia, puxada pela máquina China


Luciano Pires

Publicação: 13/06/2010 07:23 Atualização: 13/06/2010 08:41

Enquanto o mundo rico patina ao sabor de deficits gigantescos, desemprego em alta e pacotes de ajustes radicais, as nações em desenvolvimento, entre elas o Brasil, já dão como certos saltos robustos do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2010. Trata-se de uma inversão de papéis. Diferentemente de outras épocas, serão as subpotências e os países de economia média os responsáveis por turbinar o crescimento global. Regiões como Japão, Estados Unidos e União Europeia, de tão fragilizadas, flertam com o risco de amargarem estagnações que podem durar anos a fio.

O desempenho pífio das economias mais tradicionais será compensado, em parte, pelo fôlego dos que não figuram no seleto grupo dos ricos. O equilíbrio só não será maior porque o comércio internacional ainda não flui como antes do estouro da bolha imobiliária americana em 2008, comprometendo a performance das commodities(1) — itens primários produzidos em larga escala e cotados em bolsa. Como quase todos os que estão ampliando o Produto Interno Bruto (PIB) neste momento dependem da compra e da venda desses artigos, os ganhos não serão completos.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que a economia global levantou-se da recessão antes do que se previa, mas as finanças públicas acabaram vitimadas devido a esforços intensos dos governos em fazer girar o consumo e a atividade industrial internos. Na Europa, onde países como Portugal, Espanha, Hungria e Grécia cortaram na própria carne e aumentaram impostos para compensar parte da explosão de suas dívidas, os prognósticos são incertos. Há quem aposte em um longo período de trevas, regado a buracos no Orçamento e a deflações.

Peso morto
Francisco Barone, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que, em tese, os países em desenvolvimento estão crescendo mais porque a mola mestra conta com melhor pressão. O especialista não crê em uma década perdida para aqueles que estão em dificuldades, mas adverte: “É muito mais difícil colocar nos trilhos um desses países que estão mal do que uma economia em desenvolvimento”. Por enquanto, alerta, carregar os ricos nos ombros tem sido relativamente fácil para os não ricos. “Mas se ocorrer outra crise sistêmica como a de 2008 os países em desenvolvimento não vão poder carregar o peso morto em que se transformaram os ricos. A estabilidade econômica mundial é feita hoje por nós”, completa.

A taxa de expansão global prevista para este ano é foco de controvérsias. Algo como 4,2% está no radar do FMI, enquanto o Banco Mundial (Bird) projeta ganho entre 2,9% e 3,3%. A imprecisão dos organismos internacionais passa pela crise europeia, mas também pelo fato de a comunidade especializada simplesmente não saber o que vai acontecer com o Japão e os Estados Unidos. O primeiro, mergulhado em duas décadas de problemas fiscais e monetários, não dá sinais de que se erguerá tão cedo. O segundo, apesar de deter uma economia mais flexível, também não tem apresentado resultados robustos em áreas sensíveis como, por exemplo, o mercado de trabalho. Enquanto isso, países como México, Argentina e Brasil devem crescer entre 4% e 7%. Índia e China, por sua vez, crescerão entre 8% e 10%.

Lentidão
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que quanto mais rígida é a economia, mais difícil será para que ela deixe a crise. Pior para o Japão e a Europa. “O que os ricos precisam fazer é um belíssimo ajuste fiscal. Parte deles até fez isso no passado. A diferença agora é a força. No atual quadro, a tendência é de esses países crescerem menos e de alguns continuarem estagnados. O Japão, por exemplo, está virando uma grande Argentina, onde há política econômica mal conduzida, o que acabou virando um caso político mal conduzido”, justifica.

A expectativa é de que o conserto custará caro e levará bem mais tempo. Ao contrário do aperto realizado nos anos 1980 e 1990 na América Latina, os europeus que agora tentam juntar os cacos e caminhar rumo a um processo de crescimento sustentado têm sérios obstáculos pela frente.

Cristiano Souza, economista do Banco Santander, afirma que o acerto fiscal, pela profundidade e extensão, será emblemático. “Vai demorar mais do que demorou entre os emergentes. Como gerar crescimento rápido suficiente para resolver o problema fiscal? Será difícil para muitas economias europeias conseguir competitividade”, prevê. “Há ainda uma expectativa de deflação em alguns países ricos e isso é pior do que inflação, porque as pessoas postergam consumo”, finaliza.

1 - Jogo imprevisível
Uma parte dos analistas acredita que os países emergentes terão dificuldade de sustentar seu próprio crescimento e o do mundo em patamares tão altos porque lidam com problemas crônicos de infraestrutura. Há ainda a questão das commodities, que oscilam aos ventos da enorme volatilidade causada pela recente crise europeia, e jogam incertezas sobre as nações que pretendem guiar a expansão global.

Fonte: Correio Braziliense

http://www.correiobraziliense.com.br/ap ... DIDA.shtml




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#908 Mensagem por Vitor » Seg Jun 14, 2010 1:17 am

É bom lembrar que o tal do PIB não é um indicador confiável de progresso econômico. Se o governo resolver construir uma pirâmide no meio do deserto, o PIB cresce, se assento de privada são superfaturadas, o PIB cresce, se fulaninho deixa de poupar e gasta até se endividar, o PIB cresce.




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#909 Mensagem por marcelo l. » Qui Jun 24, 2010 2:07 pm

http://economia.ig.com.br/pais+esta+pro ... 05637.html

País está próximo de atingir o pleno emprego, segundo economistas
Cenário pode se confirmar ainda este ano, com um desemprego próximo de 6% nas principais regiões metropolitanas do Brasil

Ilton Caldeira, iG São Paulo

O forte ritmo de crescimento da economia nos últimos meses e o desempenho vigoroso do mercado de trabalho no Brasil, com a conseqüente redução do nível de desemprego, deve alçar o País a um cenário de pleno emprego.

Segundo especialistas ouvidos pelo iG, esse quadro está próximo de se concretizar. Com uma taxa de desemprego na faixa entre 5% e 6% esse cenário pode se confirmar, afirmam os analistas, entre o fim de 2010 e o primeiro semestre de 2011. Hoje, o desemprego nas principais regiões metropolitanas do País é de 7,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com uma taxa de crescimento econômico de mais de 5%, chegaremos a um desemprego de 6%, que é o pleno emprego. Isso pode acontecer ainda este ano”, avalia o professor de relações do trabalho na Universidade de São Paulo (USP), José Pastore.

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O País só viveu situação semelhante no início dos anos 70, durante o período que ficou conhecido como “Milagre Brasileiro”, lembra o economista João Paulo dos Reis Veloso, que foi o titular do Ministério do Planejamento de 1969 a 1979. Naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu na faixa de 10% ao ano, por quatro anos consecutivos, de 1970 a 1973.

“Toda a década de 70 foi de expansão muito rápida no emprego porque o País vinha de um período de crescimento desde os anos 50. Mas a diferença é que antes havia um rápido crescimento do PIB e baixo crescimento do emprego. A partir de 1968 houve um grande crescimento do PIB e do emprego. No fim dos anos 70, a taxa de desemprego aberto estava em cerca de 2%”, acrescenta Reis Veloso.

im dos anos 70, a taxa de desemprego aberto estava em cerca de 2%”, acrescenta Reis Veloso.

Segundo Pastore, o desempenho da economia brasileira tem mostrado força e continuará assim até o fim de 2010, impulsionando a geração de postos de trabalho. “A menos que aconteça algo imprevisível, como um forte esfriamento da demanda interna, a trajetória de queda no desemprego não se confirmaria. Algo impensável no momento”, observa.

Janine Berg, especialista em Emprego do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, acredita que para que o Brasil atinja o patamar de pleno emprego e mantenha o quadro por um período longo é necessário que o País cresça a uma taxa de 6% ao ano, pelos próximos cinco a seis anos. “Mas essa trajetória está sujeita a variações. No longo prazo não é suficiente só gerar empregos. É necessário qualificar melhor. Pessoas com mais qualificação tendem a ser menos afetadas pelo desemprego”, diz.

O pleno emprego não significa o fim do desemprego, mas ocorre quando o nível de trabalhadores sem emprego se situa em uma faixa que os especialistas definem como friccional, ou seja, quando o trabalhador fica fora do mercado de trabalho por um curto período de tempo, entre 30 e 60 dias.

Isso ocorreu nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma forte expansão na produção e o desemprego oscilava na faixa de 2%. Na avaliação dos especialistas, o período de governo do presidente Bill Clinton, de 1993 a 2001, também podem ser considerados como de pleno emprego. Naquele momento, a taxa de desemprego entre os americanos chegou a ser de 4%.

Segundo os analistas, um fator que demonstra a proximidade de um cenário de pleno emprego no País é a maior pressão por aumentos salariais. Para José Pastore, isso já está ocorrendo em alguns setores. “Os aumentos estão acima da inflação e da produtividade em várias categorias. Já está faltando mão de obra qualificada e não-qualificada”, diz. De acordo com dados do Dieese, 93% dos pisos salariais, em diversas categorias profissionais, tiveram reajustes acima da inflação no ano passado.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#910 Mensagem por pafuncio » Qui Jun 24, 2010 4:42 pm

Não sou economista, longe disso. Mas estou perto de completar meus 40 anos e desde a década de 70 e 80 ouvia aquela expressão, que sempre quis ver aplicada ao Brasil: uma economia de pleno emprego !!!!

Tomara, esse pleno emprego aliado ao tal bônus demográfico e minoração exacerbada da disparidade de renda. Nossa geração teria do que se orgulhar ...

Salu2.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#911 Mensagem por Vitor » Dom Jun 27, 2010 7:06 pm

Pafuncio, essa história de pleno emprego é perda de tempo. Poderíamos ter pleno emprego com boa parte da população cavando buraco na praia, mas emprego serve para produzir algo de valor a sociedade, é melhor um desempregado que alguém empregado em algo inútil desperdiçando recursos.




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#912 Mensagem por Hader » Dom Jun 27, 2010 7:15 pm

Vitor escreveu:Pafuncio, essa história de pleno emprego é perda de tempo. Poderíamos ter pleno emprego com boa parte da população cavando buraco na praia, mas emprego serve para produzir algo de valor a sociedade, é melhor um desempregado que alguém empregado em algo inútil desperdiçando recursos.
Vitor, quem na iniciativa privada empregaria alguém em algo inútil? Onde iste raciocínio se aplica ao momento atual da economia brasileira? Eu realmente não entendi a contextualização da tua afirmação. Concordo com o conteúdo teórico, mas fica sem sentido no contexto.

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#913 Mensagem por Luiz Bastos » Seg Jun 28, 2010 11:45 am

Eu queria um emprego destes. Passar o dia na praia fazendo buracos e ganhando dinheiro. Vamos ser mais sérios por favor!




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#914 Mensagem por Bourne » Seg Jun 28, 2010 12:12 pm

A definição didática de pleno emprego é que que quem está desempregado é por dois motivos: está em processo de mudança de emprego ou trabalho ou não quer trabalhar. O que isso tem a ver com fazer buracos na praia? Não sei.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#915 Mensagem por pafuncio » Seg Jun 28, 2010 12:27 pm

Bourne escreveu:A definição didática de pleno emprego é que que quem está desempregado é por dois motivos: está em processo de mudança de emprego ou trabalho ou não quer trabalhar. O que isso tem a ver com fazer buracos na praia? Não sei.

Ideologia, meu cara metrossexual ...




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