Não podemos esquecer que os EUA não queriam nem saber em negociar com o governo Taleban.Agora que a água começa a bater na bunda, vem com a histórinha do "Governo do Afeganistão".Ora se a OTAN e os EUA sairem de lá hoje, dou duas semanas para o governo do Karzai cair!EDSON escreveu:04/06/2010-14h55
Governo do Afeganistão quer negociar paz com Taleban
DA FRANCE PRESSE, EM CABUL
Publicidade
A assembleia de notáveis, com papel apenas consultivo, conhecida como "jirga de paz" propôs nesta sexta-feira criar uma comissão encarregada de negociar com os talebans para tentar pôr fim à guerra no Afeganistão. Esta foi a conclusão de um encontro que reuniu durante três dias em Cabul líderes tribais, dirigentes políticos e representantes da sociedade civil do país.
"Nós, participantes da jirga de paz, pedimos a todas as partes envolvidas nesta guerra que acabem com o derramamento de sangue", declarou Qiamuddin Kashaf, chefe do Conselho do Ulemás.
O vice-presidente da jirga informou que os 1.600 representantes das tribos e da sociedade civil reunidos pedem ao governo a elaboração de "um programa com ampla base", representativa de todas as tendências no país, para conduzir os esforços de paz com os talibãs.
Os participantes da assembleia transmitiram ao presidente Hamid Karzai a lista de suas recomendações. Esta reunião é considerada por alguns observadores como a "última oportunidade" para restaurar a paz.
A jirga de paz foi convocada pelo presidente afegão e marca um ponto de partida para as tentativas de negociações com os talebans.
No entanto, os insurgentes islâmicos, que chegaram a realizar um ataque frustrado contra a assembleia logo na quarta-feira (2), boicotaram a reunião por considerá-la um "instrumento de propaganda das forças de ocupação".
O presidente afegão, Hamid Karzai, teve que interromper seu discurso de abertura da jirga para acalmar os participantes após os foguetes atingirem o local. Nenhum membro das delegações foi atingido, mas ao menos dois militantes morreram em confronto com as forças de segurança afegãs após os ataques.
Negociações
Os talebans negam-se a dialogar antes da retirada total das tropas internacionais lideradas pelos Estados Unidos, que invadiram o país, no fim de 2001, para derrubá-los.
Nos últimos quatro anos, os islamitas multiplicaram seus ataques e atentados. A deputada Shukria Barakzai, chefe de um grupo de trabalho, pediu um cessar-fogo entre as forças internacionais e os insurgentes, acrescentando que a corrupção também era "uma das causas da violência".
"As forças estrangeiras não foram capazes de diminuir o ritmo da guerra, pelo contrário, a guerra se intensificou nos último nove anos", destacou Kashaf.
Esta é a terceira jirga desde a queda dos talebans no fim de 2001. As anteriores tiveram como objetivo eleger um líder provisório para o país e elaborar uma Constituição.
"O papel do governo é conseguir que os talebans responsáveis pela opressão, que escaparam (...) e pegaram em armas, regressem a seus lares", resumiu Karzai em seu discurso inaugural. "Há milhares de talebans nesta situação (...); trata- se simplesmente de gente como nós", acrescentou.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, declarou na quinta-feira que os EUA querem estar "plenamente informados" dos esforços do presidente afegão para reintegrar os talebans à vida civil.
"Apoiamos os esforços (de Karzai), mas queremos estar plenamente informados, queremos poder trabalhar com ele", indicou Clinton, recordando a posição americana favorável a reintegração dos "combatentes talebans" para que se afastem da rede Al Qaeda e da violência.
Deve ter muito emprego lá, já que estão recontruindo o Afeganistão desde 2001 sob o lema "liberdade duradoura"...