ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Brazilian Ambassador Participates of Meeting in the NSAU
Olá amigos!
Segue uma notícia em inglês postada dia (21/04) no site da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU) destacando que o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil para a Ucrânia, Antonio Fernando Cruz de Mello, participou neste dia de uma reunião com o Diretor-Geral da agência ucraniana, Yuriy Alekseyev, para discutir o Programa do Cyclone-4 e perspectivas de cooperação espacial em outras áreas.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
NSAU Director General held a meeting with
Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary
of the Federative Republic of Brazil to Ukraine
NSAU
21/04/2010
April 21, 2010 NSAU Director General Dr. Yuriy Alekseyev held a meeting with Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Federative Republic of Brazil to Ukraine Mr. Antonio Fernando Cruz De Mello. Participants discussed the paths for realization of Ukrainian-Brazilian Cyclone-4 project and areas of perspective cooperation areas in the field of space between two countries.
Cyclone-4 International project, which foresees development of the ground complex at Alcantara Launch Center (Brazil) for launching space crafts onboard Cyclone-4 launch-vehicle, is one of top-priorities of Ukrainian space industry.
Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Federative Republic of Brazil to Ukraine Mr. Antonio Fernando Cruz De Mello expressed the readiness to promote solving the issues connected to Cyclone-4 project realization.
The parties noted that bilateral Ukrainian-Brazilian collaboration in the field of space has a long-term perspective and creates conditions for enhancing the status of relations between Ukraine and Brazil to the level of strategic partnership.
Fonte: Site da NSAU (National Space Agency of Ukraine)
Comentário: Fora o projeto do Cyclone-4 que já está estabelecido e em implantação é sabido amigos que existe o “Memorando de Entendimento entre a Agência Espacial Brasileira e a Agência Espacial Nacional da Ucrânia sobre Futuros Projetos Espaciais Bilaterais” assinado em 21/10/2003 e que se encontra atualmente em vigor. No entanto este tipo de documento não tem força de um acordo e normalmente é utilizado entre nações para a definição dos interesses comuns do tema em questão. Portanto, esses encontros possivelmente estão acontecendo para definir um possível acordo futuro visando novos projetos de cooperação espacial. É justamente por conta disso que a informação do senhor Roberto Amaral de que haveria uma possível transferência de tecnologia no programa do foguete Cyclone-4 não ser verdadeira. Não só porque o acordo que gerou a mal engenhada ACS não prevê qualquer tipo de transferência tecnológica, mais principalmente por ainda não existir qualquer acordo de cooperação espacial entre os dois países que vise este tipo de cooperação. O que existe de concreto no momento em nível de governo é o Programa do Cyclone-4 e um acordo universitário entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Dnipropetrovs’k da Ucrânia assinado dia 16/12 do ano passado. Acordo este que inicialmente visa à criação de um curso de pós-graduação na área de tecnologia aeroespacial, mas que poderá criar futuramente um universo de inúmeras possibilidades de pesquisa, como por exemplo, a construção de satélites, foguetes, lançadores e as tecnologias de ciências associadas. Outra coisa a se notar nesta notícia amigos é o título pomposo do embaixador brasileiro. Você não acham?
Olá amigos!
Segue uma notícia em inglês postada dia (21/04) no site da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU) destacando que o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Brasil para a Ucrânia, Antonio Fernando Cruz de Mello, participou neste dia de uma reunião com o Diretor-Geral da agência ucraniana, Yuriy Alekseyev, para discutir o Programa do Cyclone-4 e perspectivas de cooperação espacial em outras áreas.
Duda Falcão
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NSAU Director General held a meeting with
Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary
of the Federative Republic of Brazil to Ukraine
NSAU
21/04/2010
April 21, 2010 NSAU Director General Dr. Yuriy Alekseyev held a meeting with Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Federative Republic of Brazil to Ukraine Mr. Antonio Fernando Cruz De Mello. Participants discussed the paths for realization of Ukrainian-Brazilian Cyclone-4 project and areas of perspective cooperation areas in the field of space between two countries.
Cyclone-4 International project, which foresees development of the ground complex at Alcantara Launch Center (Brazil) for launching space crafts onboard Cyclone-4 launch-vehicle, is one of top-priorities of Ukrainian space industry.
Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary of the Federative Republic of Brazil to Ukraine Mr. Antonio Fernando Cruz De Mello expressed the readiness to promote solving the issues connected to Cyclone-4 project realization.
The parties noted that bilateral Ukrainian-Brazilian collaboration in the field of space has a long-term perspective and creates conditions for enhancing the status of relations between Ukraine and Brazil to the level of strategic partnership.
Fonte: Site da NSAU (National Space Agency of Ukraine)
Comentário: Fora o projeto do Cyclone-4 que já está estabelecido e em implantação é sabido amigos que existe o “Memorando de Entendimento entre a Agência Espacial Brasileira e a Agência Espacial Nacional da Ucrânia sobre Futuros Projetos Espaciais Bilaterais” assinado em 21/10/2003 e que se encontra atualmente em vigor. No entanto este tipo de documento não tem força de um acordo e normalmente é utilizado entre nações para a definição dos interesses comuns do tema em questão. Portanto, esses encontros possivelmente estão acontecendo para definir um possível acordo futuro visando novos projetos de cooperação espacial. É justamente por conta disso que a informação do senhor Roberto Amaral de que haveria uma possível transferência de tecnologia no programa do foguete Cyclone-4 não ser verdadeira. Não só porque o acordo que gerou a mal engenhada ACS não prevê qualquer tipo de transferência tecnológica, mais principalmente por ainda não existir qualquer acordo de cooperação espacial entre os dois países que vise este tipo de cooperação. O que existe de concreto no momento em nível de governo é o Programa do Cyclone-4 e um acordo universitário entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Dnipropetrovs’k da Ucrânia assinado dia 16/12 do ano passado. Acordo este que inicialmente visa à criação de um curso de pós-graduação na área de tecnologia aeroespacial, mas que poderá criar futuramente um universo de inúmeras possibilidades de pesquisa, como por exemplo, a construção de satélites, foguetes, lançadores e as tecnologias de ciências associadas. Outra coisa a se notar nesta notícia amigos é o título pomposo do embaixador brasileiro. Você não acham?
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
NSAU Realiza Conferencia de Imprensa em Kiev
Olá amigos!
Foi realizada em Kiev pela Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU) dia 14/04 uma conferencia de imprensa visando apresentar um balanço sobre as atividades espaciais do país e suas perspectivas para o ano de 2010.
Obviamente um dos temas abordado foi a programa Cyclone-4 que a Ucrânia desenvolve em parceria com o Brasil, visando à exploração comercial de um sítio de lançamento localizado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, por meio de uma mal engenhada joint-venture binacional chamada Alcântara Cyclone Space (ACS).
Abaixo, segue a reprodução em português do trecho do texto que cabe a ACS divulgado pelo site da NSAU, com a tradução sendo feita livremente pelo blog.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Foi dada a join-venture Ucraniano-Brasileira Alcântara Cyclone Space a licença ambiental prévia para o inicio no local dos trabalhos da construção da plataforma de lançamento do Cyclone-4, tendo como objetivo colocar satélites multiusos em órbitas terrestres. Esta foi à tese observada pelo Sr. Yuriy Alekseyev, diretor-geral de NSAU, na entrevista coletiva em Kiev.
“Um grande passo nos últimos três dias foi dado em relação ao período recente quando finalmente recebemos a licença ambiental prévia para o inicio das obras da plataforma. Antes disso, toda sorte de estudos ambientais foi conduzida. Esta foi uma vitória comum para a Ucrânia e para o Brasil, nós superamos todas as dificuldades burocráticas e recebemos a licença para iniciar as obras", disse Yuriy Alekseyev
Nesse meio tempo, Yuri Alekseyev disse que no momento havia um atraso em relação à execução do projeto Cyclone 4. "Se nos referirmos ao equipamento, então nós estamos hoje um pouco atrasados no desenvolvimento de cada unidade separada, mas eu penso que depois de nossa reunião no Brasil, nós iremos anunciar uma data aproximada para o primeiro lançamento", afirmou Yuriy Alekseyev.
Em geral, de acordo com o chefe da NSAU, a implementação bem sucedida do projeto conjunto do Cyclone-4 com o Brasil irá permitir à Ucrânia alcançar um novo nível de desenvolvimento de sua industrial espacial, e fortalecer suas posições no mercado global.
Fonte: Site da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU)
Olá amigos!
Foi realizada em Kiev pela Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU) dia 14/04 uma conferencia de imprensa visando apresentar um balanço sobre as atividades espaciais do país e suas perspectivas para o ano de 2010.
Obviamente um dos temas abordado foi a programa Cyclone-4 que a Ucrânia desenvolve em parceria com o Brasil, visando à exploração comercial de um sítio de lançamento localizado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, por meio de uma mal engenhada joint-venture binacional chamada Alcântara Cyclone Space (ACS).
Abaixo, segue a reprodução em português do trecho do texto que cabe a ACS divulgado pelo site da NSAU, com a tradução sendo feita livremente pelo blog.
Duda Falcão
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Foi dada a join-venture Ucraniano-Brasileira Alcântara Cyclone Space a licença ambiental prévia para o inicio no local dos trabalhos da construção da plataforma de lançamento do Cyclone-4, tendo como objetivo colocar satélites multiusos em órbitas terrestres. Esta foi à tese observada pelo Sr. Yuriy Alekseyev, diretor-geral de NSAU, na entrevista coletiva em Kiev.
“Um grande passo nos últimos três dias foi dado em relação ao período recente quando finalmente recebemos a licença ambiental prévia para o inicio das obras da plataforma. Antes disso, toda sorte de estudos ambientais foi conduzida. Esta foi uma vitória comum para a Ucrânia e para o Brasil, nós superamos todas as dificuldades burocráticas e recebemos a licença para iniciar as obras", disse Yuriy Alekseyev
Nesse meio tempo, Yuri Alekseyev disse que no momento havia um atraso em relação à execução do projeto Cyclone 4. "Se nos referirmos ao equipamento, então nós estamos hoje um pouco atrasados no desenvolvimento de cada unidade separada, mas eu penso que depois de nossa reunião no Brasil, nós iremos anunciar uma data aproximada para o primeiro lançamento", afirmou Yuriy Alekseyev.
Em geral, de acordo com o chefe da NSAU, a implementação bem sucedida do projeto conjunto do Cyclone-4 com o Brasil irá permitir à Ucrânia alcançar um novo nível de desenvolvimento de sua industrial espacial, e fortalecer suas posições no mercado global.
Fonte: Site da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU)
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010), destacando que os projetos do foguete Cyclone-4 e do VLS estão prestes de colocar o Brasil no seleto grupo de países com um programa espacial completo.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
ACS
Rumo ao Espaço
André Barreto/ACS
Encarados como projetos complementares, o Cyclone 4 e o Veículo Lançador de satélites (VLS) são veículos lançadores de categorias diferentes e que não concorrem entre si. O Cyclone-4 enquadra-se na categoria de lançadores de porte médio/intermediário, podendo colocar em órbita geoestacionária satélites de até 1,6 toneladas.
O VLS, por sua vez, é um veículo desenvolvido para lançamento de satélites de pequeno porte, com massa de até 150 quilogramas em órbitas baixas. Não foi criado para atingir a órbita geoestacionária, onde atualmente ficam os satélites cujos lançamentos são comercialmente mais rentáveis.
Mais do que uma questão comercial a entrada em operação da binacional Ucraniano-Brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) configura-se como tema estratégico para os dois países. A cooperação tecnológica entre Brasil e Ucrânia é, neste momento, mais importante do que a conquista de uma fatia do mercado mundial de lançamentos de satélites. Ter um lançador e um sítio próprios desobriga os dois países a depender de terceiros para vigiar suas fronteiras, suas reservas naturais, para monitorar o clima, implementar suas respectivas estratégias de defesa com mais independência, segurança e confiabilidade. Além disso, colocar de nosso território um satélite em órbita, inserirá o Brasil no restrito rol de países com um programa espacial completo.
Projetos - O Cyclone-4 e o VLS não são projetos concorrentes. O VLS não é um veículo comercial, pesa 50 toneladas e pode levar 150 quilogramas a 700 quilômetros. O Cyclone-4 pesa 200 toneladas, mas coloca na mesma órbita em torno de seis toneladas. É portanto, considerado um veículo lançador com grande possibilidade comercial.
Existem veículos com capacidade de colocar objetos em órbita mas que não são comerciais. Um exemplo são alguns dos foguetes da China, que possui um leque de veículos extremamente competitivos com o mundo ocidental. São foguetes de alto desempenho e baixo custo, mas não são comerciais, porque não preenchem alguns requisitos exigidos para serem aceitos pela comunidade internacional.
“os americanos não permitem que um satélite americano, ou que tenha componentes americanos, seja lançado por um foguete chinês. Alegam que a China não está em acordo com o Missile Technology Control Regime (MTCR), documento que trata de questões como salvaguardas de tecnologias”, afirma o vice-diretor técnico da ACS, João Ribeiro. Os chineses têm foguetes competitivos. No passado já fizeram lançamentos comerciais americanos. Hoje, não fazem mais.
Certificação - Partindo da hipótese de que os dois veículos - Cyclone-4 e VLS - que estão em fase de desenvolvimento serão comerciais, nenhum deles é, ainda, qualificado. Para ser considerado comercial um veículo tem de estar devidamente certificado e possuir um índice de confiabilidade. O VLS fez três lançamentos e teve três Insucessos. O Cyclone-4 não voou ainda.
Os lançamentos de sucesso já realizados pela família Cyclone garantem ao Cyclone-4 uma confiabilidade parcial, porque o primeiro e o segundo estágios já fizeram mais de 200 vôos. A família Cyclone tem um passado de sucesso. O Cyclone-4 vai ter de se mostrar um foguete competitivo num outro cenário e numa outra época, mas o passado da família é um enorme ponto positivo.
A Ucrânia tem tecnologia. O Cyclone-4 é um foguete diferente dos anteriores, com tecnologias que não existiam no Cyclone-2 e no Cyclone-3, o que o torna competitivo nos lançamentos de satélites de órbitas baixas.
Quando o primeiro Cyclone foi concebido, esse mercado era bastante pujante, formado por constelações de satélites, como os da Iridium, Globalstar, Celestri e Orbicom. Essas empresas usam satélites para aplicações em telecomunicações. Nesse caso, em vez de usar um, dois ou três satélites geoestacionários para fazer um link global de telecomunicações, usa-se uma constelação de satélites em órbita baixa, pois pode reignitar no espaço múltiplas vezes.
“A Iridium está prestes a lançar a sua segunda geração de satélites, uma constelação de 66 satélites de órbita baixa. Serão usados para prestação de serviço de telefonia via satélite. No final dos anos 90, esse mercado enfrentou dificuldades por conta do telefone celular padrão, que evoluiu rapidamente e ocupou o mercado dos telefones via satélite”, explica Ribeiro. “Atualmente há uma expectativa de crescimento”, completa.
Propulsores - Quando um país não possui lançador próprio, é preciso abrir concorrência para empresas lançadoras, sempre que houver necessidade de se colocar um satélite no espaço. É o caso do Chile, que contratou o veículo Soyuz para lançar um satélite comprado. Se a ACS já estivesse operando comercialmente, poderia participar dessa concorrência e lançar o satélite chileno.
Para que o Cyclone-4 chegue às mesmas condições de lançamento do Soyuz, em órbita geoestacionária, é preciso expandir sua capacidade de lançamento colocando booters (propulsores) sólidos. O Cyclone-4 já nasceu com um estudo que prevê o uso de booters, observa o vice-diretor técnico da ACS, João Ribeiro. “Em Plesetsk e Baikonur, o Soyuz tem a mesma capacidade do Cyclone-4, mas, se lançado de Kourou, ganha 30% na capacidade de carga útil, tornando-se mais eficiente”, detalha.
“Os booters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólidos, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados”, descreve Ribeiro. “Eu acredito que o caminho é colocar quatro booters sólidos no Cyclone-4, como já foi estudado e idealizado pelos ucranianos ainda na fase trabalho com a Fiat Avo. Usaram booters um pouco menores para aumentar o desempenho e abocanhar esse mercado de satélites geoestacionários com massa de até três toneladas, no qual há um mercado comercialmente atrativo de satélites”, revela João Ribeiro.
Mas, para isso é preciso um investimento por parte do fabricante do foguete. A ACS faz o lançamento, mas não participa da construção do foguete. A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamento geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez em parceria.
O Brasil fabrica booters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booters no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma serie de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuzhnoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia.
CYCLONE-4
Altura: 40 metros
Diâmetro da coifa: 4 metros
Massa na decolagem: (sem carga útil) 200 toneladas
Empuxo na decolagem: 300 toneladas/força
Número de estágios: 3
Carga útil: 5300 quilogramas em órbita baixa, 1600 quilogramas em órbita de transferência geoestacionária e 3800 quilogramas em órbita heliossíncronas
Tipo de propelente: Líquido
VLS
Número de estágios: 4
Comprimento total: 19 m
Diâmetro dos propulsores: 1 m
Massa total na decolagem: 50 toneladas
Tipo de propelente: Sólido compósito
Apogeu: 1000 km
Carga útil: Máximo de 350 kg
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - págs 24 e 25
Comentário: Pois é amigos, confiabilidade, palavra chave no mercado de lançamento comercial de satélites. Coisa que nem o Cyclone-4 possui ainda e muito menos o VLS brasileiro, como já colocado pela matéria acima. É preciso também notar aqui que a briga pelas cargas espaciais disponíveis no mercado de lançamento pelas empresas lançadoras é feita com foice e só sobrevive que for realmente competente. A ACS é uma empresa que terá sérias dificuldades para atuar neste mercado por vários motivos, um deles citado pela matéria que é a falta de um acordo de salvaguardas tecnológicas com os americanos, já que grande parte das cargas úteis (satélites) disponíveis no mercado de lançamentos são americanos ou usam componentes de origem americana. Veja o caso da China citado na matéria. Além disso amigos, o fato da ACS ser uma empresa estatal (quando deveria ser uma empresa de capital misto composta por empresas brasileiras e ucranianas e pelos dois governos sob uma administração privada e competente) diminui muito a sua competitividade devido a já conhecida ineficiência da administração pública e pela ingerência política que normalmente ocorre, principalmente no Brasil. Há também de se notar que num momento onde o mundo busca tecnologias limpas o Brasil e a Ucrânia optam por apostar em motores altamente tóxicos como os que compõem o foguete Cyclone-4. Isto além de ser um contra censo que poderá gerar uma repulsa do mercado de lançamento, a ACS corre o sério risco de se tornar alvo de instituições de proteção da natureza como o Greenpeace, durante as suas operações de lançamento, tornando-as um verdadeiro circo com cobertura total da imprensa internacional. Outra coisa que tem de ficar claro, pois em matérias como esta o governo insiste em tratar o acordo que gerou a ACS como sendo um acordo tecnológico, o que não é verdade. O acordo que gerou a ACS é estritamente comercial e não gera nenhuma transferência ou desenvolvimento conjunto de tecnologia com os ucranianos, nem mesmo de um simples parafuso. Até mesmo porque não existe ainda qualquer acordo neste sentido. O que existe é um Memorando de Entendimento entre a Agência Espacial Brasileira e a Agência Espacial Nacional da Ucrânia sobre Futuros Projetos Espaciais Bilaterais assinado em 21/10/2003. Este é um simples documento utilizado por governos para a definição de interesses comuns, bem diferente de um acordo tecnológico que para entrar em vigor é necessária a devida aprovação do congresso. Acordo tecnológicos na área de foguetes na realidade o Brasil tem dois, ou seja, com os alemães da DLR (foguetes de sondagens e plataformas orbitais) e com os Russos (foguetes lançadores e tecnologias associadas). Já o VLS, tem uma boa oportunidade devido ao crescimento da oferta de microssatélites e minissatélites no mercado, caso consiga ser confiável e ter um preço competitivo. Mas para tanto, na minha opinião, seria necessária a criação de uma empresa de capital misto (entre um consorcio de empresas brasileiras e o governo) para cuidar sob uma direção administrativa privada e competente da negociação do uso deste foguete no mercado internacional.
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010), destacando que os projetos do foguete Cyclone-4 e do VLS estão prestes de colocar o Brasil no seleto grupo de países com um programa espacial completo.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
ACS
Rumo ao Espaço
André Barreto/ACS
Encarados como projetos complementares, o Cyclone 4 e o Veículo Lançador de satélites (VLS) são veículos lançadores de categorias diferentes e que não concorrem entre si. O Cyclone-4 enquadra-se na categoria de lançadores de porte médio/intermediário, podendo colocar em órbita geoestacionária satélites de até 1,6 toneladas.
O VLS, por sua vez, é um veículo desenvolvido para lançamento de satélites de pequeno porte, com massa de até 150 quilogramas em órbitas baixas. Não foi criado para atingir a órbita geoestacionária, onde atualmente ficam os satélites cujos lançamentos são comercialmente mais rentáveis.
Mais do que uma questão comercial a entrada em operação da binacional Ucraniano-Brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) configura-se como tema estratégico para os dois países. A cooperação tecnológica entre Brasil e Ucrânia é, neste momento, mais importante do que a conquista de uma fatia do mercado mundial de lançamentos de satélites. Ter um lançador e um sítio próprios desobriga os dois países a depender de terceiros para vigiar suas fronteiras, suas reservas naturais, para monitorar o clima, implementar suas respectivas estratégias de defesa com mais independência, segurança e confiabilidade. Além disso, colocar de nosso território um satélite em órbita, inserirá o Brasil no restrito rol de países com um programa espacial completo.
Projetos - O Cyclone-4 e o VLS não são projetos concorrentes. O VLS não é um veículo comercial, pesa 50 toneladas e pode levar 150 quilogramas a 700 quilômetros. O Cyclone-4 pesa 200 toneladas, mas coloca na mesma órbita em torno de seis toneladas. É portanto, considerado um veículo lançador com grande possibilidade comercial.
Existem veículos com capacidade de colocar objetos em órbita mas que não são comerciais. Um exemplo são alguns dos foguetes da China, que possui um leque de veículos extremamente competitivos com o mundo ocidental. São foguetes de alto desempenho e baixo custo, mas não são comerciais, porque não preenchem alguns requisitos exigidos para serem aceitos pela comunidade internacional.
“os americanos não permitem que um satélite americano, ou que tenha componentes americanos, seja lançado por um foguete chinês. Alegam que a China não está em acordo com o Missile Technology Control Regime (MTCR), documento que trata de questões como salvaguardas de tecnologias”, afirma o vice-diretor técnico da ACS, João Ribeiro. Os chineses têm foguetes competitivos. No passado já fizeram lançamentos comerciais americanos. Hoje, não fazem mais.
Certificação - Partindo da hipótese de que os dois veículos - Cyclone-4 e VLS - que estão em fase de desenvolvimento serão comerciais, nenhum deles é, ainda, qualificado. Para ser considerado comercial um veículo tem de estar devidamente certificado e possuir um índice de confiabilidade. O VLS fez três lançamentos e teve três Insucessos. O Cyclone-4 não voou ainda.
Os lançamentos de sucesso já realizados pela família Cyclone garantem ao Cyclone-4 uma confiabilidade parcial, porque o primeiro e o segundo estágios já fizeram mais de 200 vôos. A família Cyclone tem um passado de sucesso. O Cyclone-4 vai ter de se mostrar um foguete competitivo num outro cenário e numa outra época, mas o passado da família é um enorme ponto positivo.
A Ucrânia tem tecnologia. O Cyclone-4 é um foguete diferente dos anteriores, com tecnologias que não existiam no Cyclone-2 e no Cyclone-3, o que o torna competitivo nos lançamentos de satélites de órbitas baixas.
Quando o primeiro Cyclone foi concebido, esse mercado era bastante pujante, formado por constelações de satélites, como os da Iridium, Globalstar, Celestri e Orbicom. Essas empresas usam satélites para aplicações em telecomunicações. Nesse caso, em vez de usar um, dois ou três satélites geoestacionários para fazer um link global de telecomunicações, usa-se uma constelação de satélites em órbita baixa, pois pode reignitar no espaço múltiplas vezes.
“A Iridium está prestes a lançar a sua segunda geração de satélites, uma constelação de 66 satélites de órbita baixa. Serão usados para prestação de serviço de telefonia via satélite. No final dos anos 90, esse mercado enfrentou dificuldades por conta do telefone celular padrão, que evoluiu rapidamente e ocupou o mercado dos telefones via satélite”, explica Ribeiro. “Atualmente há uma expectativa de crescimento”, completa.
Propulsores - Quando um país não possui lançador próprio, é preciso abrir concorrência para empresas lançadoras, sempre que houver necessidade de se colocar um satélite no espaço. É o caso do Chile, que contratou o veículo Soyuz para lançar um satélite comprado. Se a ACS já estivesse operando comercialmente, poderia participar dessa concorrência e lançar o satélite chileno.
Para que o Cyclone-4 chegue às mesmas condições de lançamento do Soyuz, em órbita geoestacionária, é preciso expandir sua capacidade de lançamento colocando booters (propulsores) sólidos. O Cyclone-4 já nasceu com um estudo que prevê o uso de booters, observa o vice-diretor técnico da ACS, João Ribeiro. “Em Plesetsk e Baikonur, o Soyuz tem a mesma capacidade do Cyclone-4, mas, se lançado de Kourou, ganha 30% na capacidade de carga útil, tornando-se mais eficiente”, detalha.
“Os booters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólidos, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados”, descreve Ribeiro. “Eu acredito que o caminho é colocar quatro booters sólidos no Cyclone-4, como já foi estudado e idealizado pelos ucranianos ainda na fase trabalho com a Fiat Avo. Usaram booters um pouco menores para aumentar o desempenho e abocanhar esse mercado de satélites geoestacionários com massa de até três toneladas, no qual há um mercado comercialmente atrativo de satélites”, revela João Ribeiro.
Mas, para isso é preciso um investimento por parte do fabricante do foguete. A ACS faz o lançamento, mas não participa da construção do foguete. A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamento geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez em parceria.
O Brasil fabrica booters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booters no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma serie de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuzhnoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia.
CYCLONE-4
Altura: 40 metros
Diâmetro da coifa: 4 metros
Massa na decolagem: (sem carga útil) 200 toneladas
Empuxo na decolagem: 300 toneladas/força
Número de estágios: 3
Carga útil: 5300 quilogramas em órbita baixa, 1600 quilogramas em órbita de transferência geoestacionária e 3800 quilogramas em órbita heliossíncronas
Tipo de propelente: Líquido
VLS
Número de estágios: 4
Comprimento total: 19 m
Diâmetro dos propulsores: 1 m
Massa total na decolagem: 50 toneladas
Tipo de propelente: Sólido compósito
Apogeu: 1000 km
Carga útil: Máximo de 350 kg
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 Jan. Fev. Mar. de 2010 - págs 24 e 25
Comentário: Pois é amigos, confiabilidade, palavra chave no mercado de lançamento comercial de satélites. Coisa que nem o Cyclone-4 possui ainda e muito menos o VLS brasileiro, como já colocado pela matéria acima. É preciso também notar aqui que a briga pelas cargas espaciais disponíveis no mercado de lançamento pelas empresas lançadoras é feita com foice e só sobrevive que for realmente competente. A ACS é uma empresa que terá sérias dificuldades para atuar neste mercado por vários motivos, um deles citado pela matéria que é a falta de um acordo de salvaguardas tecnológicas com os americanos, já que grande parte das cargas úteis (satélites) disponíveis no mercado de lançamentos são americanos ou usam componentes de origem americana. Veja o caso da China citado na matéria. Além disso amigos, o fato da ACS ser uma empresa estatal (quando deveria ser uma empresa de capital misto composta por empresas brasileiras e ucranianas e pelos dois governos sob uma administração privada e competente) diminui muito a sua competitividade devido a já conhecida ineficiência da administração pública e pela ingerência política que normalmente ocorre, principalmente no Brasil. Há também de se notar que num momento onde o mundo busca tecnologias limpas o Brasil e a Ucrânia optam por apostar em motores altamente tóxicos como os que compõem o foguete Cyclone-4. Isto além de ser um contra censo que poderá gerar uma repulsa do mercado de lançamento, a ACS corre o sério risco de se tornar alvo de instituições de proteção da natureza como o Greenpeace, durante as suas operações de lançamento, tornando-as um verdadeiro circo com cobertura total da imprensa internacional. Outra coisa que tem de ficar claro, pois em matérias como esta o governo insiste em tratar o acordo que gerou a ACS como sendo um acordo tecnológico, o que não é verdade. O acordo que gerou a ACS é estritamente comercial e não gera nenhuma transferência ou desenvolvimento conjunto de tecnologia com os ucranianos, nem mesmo de um simples parafuso. Até mesmo porque não existe ainda qualquer acordo neste sentido. O que existe é um Memorando de Entendimento entre a Agência Espacial Brasileira e a Agência Espacial Nacional da Ucrânia sobre Futuros Projetos Espaciais Bilaterais assinado em 21/10/2003. Este é um simples documento utilizado por governos para a definição de interesses comuns, bem diferente de um acordo tecnológico que para entrar em vigor é necessária a devida aprovação do congresso. Acordo tecnológicos na área de foguetes na realidade o Brasil tem dois, ou seja, com os alemães da DLR (foguetes de sondagens e plataformas orbitais) e com os Russos (foguetes lançadores e tecnologias associadas). Já o VLS, tem uma boa oportunidade devido ao crescimento da oferta de microssatélites e minissatélites no mercado, caso consiga ser confiável e ter um preço competitivo. Mas para tanto, na minha opinião, seria necessária a criação de uma empresa de capital misto (entre um consorcio de empresas brasileiras e o governo) para cuidar sob uma direção administrativa privada e competente da negociação do uso deste foguete no mercado internacional.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Tecnologia Brasileira no Projeto do Cyclone-4
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010) destacando que a AEB e o DCTA estão estudando a possibilidade de usar tecnologia brasileira no foguete ucraniano Cyclone-4.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Tecnologia Brasileira no Cyclone-4
Entre os exemplos, destacam-se a propulsão sólida
E a separação lateral
Parte da tecnologia e do conhecimento adquiridos com o Veículo Lançador de Satélites (VLS) podem ser usados no Cyclone-4. “Isso já foi motivo de reunião no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e na Agência Espacial Brasileira (AEB)”, afirma o vice-diretor técnico da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), João Ribeiro. A propulsão sólida e a separação lateral são um bom exemplo. O VLS tem a separação lateral e o Cyclone-4, não possui. Essa não é uma característica dos foguetes ucranianos.
Importante lembrar que normalmente esse tipo de investimento não é recuperável, em termos de negócios, com lançamentos espaciais. São os governos que investem em prol da autonomia e da capacidade de lançamento, da soberania e da estratégia dos países. Ou seja, não ficar dependente de outros países para lançar seus satélites. “O objetivo final é esse. Isso significa uma força estratégica perante a comunidade internacional”, diz o vice-diretor.
A coréia do Sul, por exemplo, tem parceria com os Russos. O primeiro estágio do foguete coreano é russo. O ultimo estágio do lançador americano Atlas também é russo. Os países estão se unindo por meio de parcerias. Nesse momento a cooperação tecnológica é mais importante que o lucro. É o componente maior, principalmente, para o Projeto Cyclone-4.
Um bom exemplo da importância estratégica de se ter os próprios satélites e lançadores foi a guerra das Malvinas, quando os Estados Unidos usaram um satélite para fazer todo o levantamento meteorológico e apagaram imagens. O Brasil ficou sem as imagens de satélite e a Argentina também. O mesmo pode acontecer com imagens de sensoriamento remoto que hoje são compradas pelo Brasil.
Não ter os próprios satélites e o próprio lançador pode implicar até mesmo na não execução completa da Estratégia Nacional de Defesa apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Para João Ribeiro, “sem satélites ela fica totalmente inviável”.
Extensão - O Brasil é um país de extensão continental, com uma série de necessidades que demandam atividades espaciais. Vigilância de fronteira, inclusive das fronteiras marítimas, das reservas naturais, execução dos programas ambientais, o controle da Amazônia e as comunicações. É uma questão de integração nacional. A situação do Brasil é diferente da de diversos países que não tem tanta necessidade de alcançar autonomia no segmento espacial.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 - Jan. Fev. Mar. de 2010 - pág. 25
Comentário: Não discuto a possibilidade técnica de que isso possa acontecer, caso haja interesse dos ucranianos, mas discuto a impossibilidade disto acontecer em um curto espaço de tempo, já que antes teria que ser assinado um acordo de parceria tecnológica específica e posteriormente ser ratificado pelos congressos dos dois países. Coisa que levaria em média algo em torno de quatro a seis anos, após a assinatura do mesmo, principalmente no Brasil. Além disso, muito provavelmente esse foguete não seria chamado de Cyclone-4, já que teria uma nova configuração e conseqüentemente uma nova denominação.
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Jan. Fev. Mar. de 2010) destacando que a AEB e o DCTA estão estudando a possibilidade de usar tecnologia brasileira no foguete ucraniano Cyclone-4.
Duda Falcão
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Tecnologia Brasileira no Cyclone-4
Entre os exemplos, destacam-se a propulsão sólida
E a separação lateral
Parte da tecnologia e do conhecimento adquiridos com o Veículo Lançador de Satélites (VLS) podem ser usados no Cyclone-4. “Isso já foi motivo de reunião no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e na Agência Espacial Brasileira (AEB)”, afirma o vice-diretor técnico da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), João Ribeiro. A propulsão sólida e a separação lateral são um bom exemplo. O VLS tem a separação lateral e o Cyclone-4, não possui. Essa não é uma característica dos foguetes ucranianos.
Importante lembrar que normalmente esse tipo de investimento não é recuperável, em termos de negócios, com lançamentos espaciais. São os governos que investem em prol da autonomia e da capacidade de lançamento, da soberania e da estratégia dos países. Ou seja, não ficar dependente de outros países para lançar seus satélites. “O objetivo final é esse. Isso significa uma força estratégica perante a comunidade internacional”, diz o vice-diretor.
A coréia do Sul, por exemplo, tem parceria com os Russos. O primeiro estágio do foguete coreano é russo. O ultimo estágio do lançador americano Atlas também é russo. Os países estão se unindo por meio de parcerias. Nesse momento a cooperação tecnológica é mais importante que o lucro. É o componente maior, principalmente, para o Projeto Cyclone-4.
Um bom exemplo da importância estratégica de se ter os próprios satélites e lançadores foi a guerra das Malvinas, quando os Estados Unidos usaram um satélite para fazer todo o levantamento meteorológico e apagaram imagens. O Brasil ficou sem as imagens de satélite e a Argentina também. O mesmo pode acontecer com imagens de sensoriamento remoto que hoje são compradas pelo Brasil.
Não ter os próprios satélites e o próprio lançador pode implicar até mesmo na não execução completa da Estratégia Nacional de Defesa apresentada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Para João Ribeiro, “sem satélites ela fica totalmente inviável”.
Extensão - O Brasil é um país de extensão continental, com uma série de necessidades que demandam atividades espaciais. Vigilância de fronteira, inclusive das fronteiras marítimas, das reservas naturais, execução dos programas ambientais, o controle da Amazônia e as comunicações. É uma questão de integração nacional. A situação do Brasil é diferente da de diversos países que não tem tanta necessidade de alcançar autonomia no segmento espacial.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 8 - Jan. Fev. Mar. de 2010 - pág. 25
Comentário: Não discuto a possibilidade técnica de que isso possa acontecer, caso haja interesse dos ucranianos, mas discuto a impossibilidade disto acontecer em um curto espaço de tempo, já que antes teria que ser assinado um acordo de parceria tecnológica específica e posteriormente ser ratificado pelos congressos dos dois países. Coisa que levaria em média algo em torno de quatro a seis anos, após a assinatura do mesmo, principalmente no Brasil. Além disso, muito provavelmente esse foguete não seria chamado de Cyclone-4, já que teria uma nova configuração e conseqüentemente uma nova denominação.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
ACS Recebe do IBAMA a Licença Prévia do Cyclone-4
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada no jornal “O Estado do Maranhão” de hoje (14/05), destacando que o CLA obteve ontem a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para as obras do projeto de implantação do Complexo Terrestre Cyclone-4.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
CLA Obtém Licença para Projeto Cyclone
IBAMA concede licença para as obras do projeto de implantação do Complexo
Terrestre Cyclone IV, que garante a ampliação do centro de lançamento
O Estado do Maranhão
14/05/2010
Douglas Júnior
Centro de Alcântara realizará grandes lançamentos de foguetes
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) obteve ontem a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para a instalação do projeto de implantação do Complexo Terrestre Cyclone IV.
A licença garante a instalação de uma base de lançamento e área de armazenamento temporário de componentes de propelentes. A licença prévia tem validade de oito meses e o consórcio Alcântara Cyclone Space, formado pelo Brasil e a Ucrânia, precisará cumprir 11 condicionantes estabelecidas pelo IBAMA.
De acordo com a assessoria da empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) referente às obras de implantação do Complexo Lançador do Cyclone IV - para lançamentos de foguetes de grande porte – foram encaminhados ao IBAMA em novembro de 2009. Na mesma ocasião, a documentação foi enviada a outros 12 órgãos para que fosse submetido à avaliação. No total, mais de três mil páginas compõem o estudo dividido em 11 volumes.
Licença - O EIA/Rima é uma requisição baseada na Lei Federal n.º 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, tornando-se uma exigência nos órgãos Ambientais brasileiros e é vinculado à licença prévia por se tratar de um estudo antecipado dos impactos que poderão vir a ocorrer com a instalação e/ou operação de um empreendimento.
A Integração de parâmetros como tipologia, porte e localização do empreendimento define as exigências do estudo e foi elaborada por uma equipe técnica multi e interdisciplinar, que tem a responsabilidade pelos diversos assuntos referentes aos meios físico, biológico e socioeconômico da área onde foi instalado o empreendimento. Antes da aprovação pelo IBAMA, o relatório foi apresentado para comunidades quilombolas e representantes de movimentos sociais em duas audiências públicas, sendo a primeira realizada em Alcântara, em dezembro do ano passado, e a segunda em São Luís, em janeiro deste ano.
O Centro de Lançamento abrange três instalações: complexo técnico, complexo de lançamento e posto de comando. Compõem a área de armazenamento temporário: armazém de oxidantes, de combustíveis e prédio auxiliar.
Calendário
Os primeiros experimentos da Alcântara Cyclone Space deveriam acontecer em julho deste ano, com o lançamento do foguete ucraniano Cyclone 4, mas devido aos impasses referentes a emissão da licença ambiental, a empresa não estava autorizada a realizar nenhum tipo de obras na infra-estrutura, principalmente, relacionadas a instalação de sítios de lançamentos, por se tratarem de empreendimento de grande porte e, portanto, com possibilidades de causar danos ambientais.
Segundo a gerência de Comunicação da Alcântara Cyclone Space (ACS), a previsão é que as obras sejam iniciadas em setembro.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág. 06 - 14/05/2010
Comentário: Pois é amigos, o meu blog já havia anunciado em abril que a licença prévia já havia sido emitida. No entanto, pelo que parece a mesma só foi entregue ontem a Alcântara Cyclone Space (ACS), coisas do Brasil. Assim sendo, como mesmo diz a matéria à previsão é que as obras sejam iniciadas em setembro, ou seja, fica muito difícil qualquer lançamento comercial antes do segundo semestre de 2012. Resumindo, foi concedida uma autorização prévia para que a ACS construa o sitio de lançamento do foguete Cyclone-4 e assim possa iniciar as operações de lançamento de Alcântara e ao mesmo tempo poluir o meio ambiente com os motores do foguete que são altamente tóxicos. Parabéns ao IBAMA e ao presidente LULA.
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada no jornal “O Estado do Maranhão” de hoje (14/05), destacando que o CLA obteve ontem a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para as obras do projeto de implantação do Complexo Terrestre Cyclone-4.
Duda Falcão
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CLA Obtém Licença para Projeto Cyclone
IBAMA concede licença para as obras do projeto de implantação do Complexo
Terrestre Cyclone IV, que garante a ampliação do centro de lançamento
O Estado do Maranhão
14/05/2010
Douglas Júnior
Centro de Alcântara realizará grandes lançamentos de foguetes
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) obteve ontem a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para a instalação do projeto de implantação do Complexo Terrestre Cyclone IV.
A licença garante a instalação de uma base de lançamento e área de armazenamento temporário de componentes de propelentes. A licença prévia tem validade de oito meses e o consórcio Alcântara Cyclone Space, formado pelo Brasil e a Ucrânia, precisará cumprir 11 condicionantes estabelecidas pelo IBAMA.
De acordo com a assessoria da empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) referente às obras de implantação do Complexo Lançador do Cyclone IV - para lançamentos de foguetes de grande porte – foram encaminhados ao IBAMA em novembro de 2009. Na mesma ocasião, a documentação foi enviada a outros 12 órgãos para que fosse submetido à avaliação. No total, mais de três mil páginas compõem o estudo dividido em 11 volumes.
Licença - O EIA/Rima é uma requisição baseada na Lei Federal n.º 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, tornando-se uma exigência nos órgãos Ambientais brasileiros e é vinculado à licença prévia por se tratar de um estudo antecipado dos impactos que poderão vir a ocorrer com a instalação e/ou operação de um empreendimento.
A Integração de parâmetros como tipologia, porte e localização do empreendimento define as exigências do estudo e foi elaborada por uma equipe técnica multi e interdisciplinar, que tem a responsabilidade pelos diversos assuntos referentes aos meios físico, biológico e socioeconômico da área onde foi instalado o empreendimento. Antes da aprovação pelo IBAMA, o relatório foi apresentado para comunidades quilombolas e representantes de movimentos sociais em duas audiências públicas, sendo a primeira realizada em Alcântara, em dezembro do ano passado, e a segunda em São Luís, em janeiro deste ano.
O Centro de Lançamento abrange três instalações: complexo técnico, complexo de lançamento e posto de comando. Compõem a área de armazenamento temporário: armazém de oxidantes, de combustíveis e prédio auxiliar.
Calendário
Os primeiros experimentos da Alcântara Cyclone Space deveriam acontecer em julho deste ano, com o lançamento do foguete ucraniano Cyclone 4, mas devido aos impasses referentes a emissão da licença ambiental, a empresa não estava autorizada a realizar nenhum tipo de obras na infra-estrutura, principalmente, relacionadas a instalação de sítios de lançamentos, por se tratarem de empreendimento de grande porte e, portanto, com possibilidades de causar danos ambientais.
Segundo a gerência de Comunicação da Alcântara Cyclone Space (ACS), a previsão é que as obras sejam iniciadas em setembro.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág. 06 - 14/05/2010
Comentário: Pois é amigos, o meu blog já havia anunciado em abril que a licença prévia já havia sido emitida. No entanto, pelo que parece a mesma só foi entregue ontem a Alcântara Cyclone Space (ACS), coisas do Brasil. Assim sendo, como mesmo diz a matéria à previsão é que as obras sejam iniciadas em setembro, ou seja, fica muito difícil qualquer lançamento comercial antes do segundo semestre de 2012. Resumindo, foi concedida uma autorização prévia para que a ACS construa o sitio de lançamento do foguete Cyclone-4 e assim possa iniciar as operações de lançamento de Alcântara e ao mesmo tempo poluir o meio ambiente com os motores do foguete que são altamente tóxicos. Parabéns ao IBAMA e ao presidente LULA.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Nove Grupos Disputam Obra do Sítio do Cyclone-4
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada no jornal “O Estado do Maranhão” de hoje (16/05), destacando que nove grupos estão disputando a obra para o sítio de lançamento do Cyclone-4.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Nove Grupos Disputam Obra para
Construção do Sítio de Lançamento
O grupo que tocará o conjunto de obras milionárias do programa espacial, em construção na cidade de Alcântara, será escolhido por dispensa de licitação, após a revogação da concorrência pelo Conselho de Defesa Nacional
O Estado do Maranhão
16/05/2010
BRASÍLIA - Enquanto o programa espacial brasileiro avança sob a tutela de licitações e pregões eletrônicos, o maior empreendimento da história do projeto - orçado em US$ 450 milhões - transformou-se em exceção. A concorrência para construir o sítio para lançar do Brasil foguetes a serem produzidos na Ucrânia - batizados de Cyclone 4 – foi revogada, por decisão do Conselho de Defesa Nacional, órgão consultivo da Presidência da República. Agora, o grupo que tocará o conjunto de obras milionárias será escolhido por dispensa de licitação. E a escolha do vencedor será feita por um seleto grupo de três brasileiros e três ucranianos. O Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), aponta indícios de descumprimento da Lei de Licitações.
A concorrência número 1, da Alcântara Cyclone Space (ACS) - empresa binacional, fruto de um tratado firmado entre Brasil e Ucrânia, em 2005 -, foi publicada no Diário Oficial da União, em 14 de agosto de 2009. No último dia 29 de abril, um aviso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) revogou a licitação com a justificativa de que a obra envolve a segurança nacional.
Sediada em Brasília, a ACS é dirigida no Brasil pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB). O primeiro teste do Cyclone 4, um veículo lançador de satélites para fins pacíficos e uso comercial, está programado para 2011. O primeiro lançamento comercial está previsto para 2012.
A contratação, que ganhou caráter sigiloso em meio ao processo, visa a conceber o projeto executivo e a execução integrada das obras para construir a estrutura física do Sítio de Lançamento, montado dentro do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), numa área de 8.700 hectares, cedida à binacional pela Aeronáutica. A empreitada é dividida em três grandes construções: o complexo de lançamento, o complexo técnico e a estrutura de armazenamento de propelentes (combustíveis).
Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), apesar da revogação do processo, um entre os nove grupos pré-qualificados na concorrência revogada poderá ficar com a obra. São eles: os consórcios Cyclone-Space (Serveng, Schahin, S.A. Paulista), Encalso-Convap-Hap, Nova Alcântara (CR, Almeida, Cesbe), OAS-Constran, Odebrecht-Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão-Carioca-Vital, além das empresas CCPS Engenharia e Comércio, Camargo Corrêa e EMSA.
O Conselho de Defesa Nacional revogou a licitação alegando o "interesse público" e a proteção da "segurança nacional". No entanto, no mesmo Centro de Lançamento, em Alcântara, todas as outras obras estratégicas do programa espacial brasileiro seguem à risca os processos licitatórios, enfrentando, inclusive, atrasos motivados por prolongadas disputas judiciais.
O caso mais emblemático é a concorrência para construir a Torre Móvel de Integração (TMI) - plataforma do Veículo Lançador de Satélites (VLS), foguete em desenvolvimento pelo Brasil. A obra está orçada em R$ 43 milhões. O contrato foi submetido à rigorosa análise do Tribunal de Contas da União, antes do começo da execução, em 2009. A TMI deve ser inaugurada em outubro.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág. 07 - 15/05/2010
Comentário: Humm. Desde o inicio essa mal engenhada empresa foi concebida de forma errada, comandada de forma incompetente e agora vem com essa de dispensa de licitação para as obras do sítio de lançamento. Dizer o que? Pobre povo brasileiro.
Olá amigos!
Segue abaixo uma matéria publicada no jornal “O Estado do Maranhão” de hoje (16/05), destacando que nove grupos estão disputando a obra para o sítio de lançamento do Cyclone-4.
Duda Falcão
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Nove Grupos Disputam Obra para
Construção do Sítio de Lançamento
O grupo que tocará o conjunto de obras milionárias do programa espacial, em construção na cidade de Alcântara, será escolhido por dispensa de licitação, após a revogação da concorrência pelo Conselho de Defesa Nacional
O Estado do Maranhão
16/05/2010
BRASÍLIA - Enquanto o programa espacial brasileiro avança sob a tutela de licitações e pregões eletrônicos, o maior empreendimento da história do projeto - orçado em US$ 450 milhões - transformou-se em exceção. A concorrência para construir o sítio para lançar do Brasil foguetes a serem produzidos na Ucrânia - batizados de Cyclone 4 – foi revogada, por decisão do Conselho de Defesa Nacional, órgão consultivo da Presidência da República. Agora, o grupo que tocará o conjunto de obras milionárias será escolhido por dispensa de licitação. E a escolha do vencedor será feita por um seleto grupo de três brasileiros e três ucranianos. O Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), aponta indícios de descumprimento da Lei de Licitações.
A concorrência número 1, da Alcântara Cyclone Space (ACS) - empresa binacional, fruto de um tratado firmado entre Brasil e Ucrânia, em 2005 -, foi publicada no Diário Oficial da União, em 14 de agosto de 2009. No último dia 29 de abril, um aviso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) revogou a licitação com a justificativa de que a obra envolve a segurança nacional.
Sediada em Brasília, a ACS é dirigida no Brasil pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB). O primeiro teste do Cyclone 4, um veículo lançador de satélites para fins pacíficos e uso comercial, está programado para 2011. O primeiro lançamento comercial está previsto para 2012.
A contratação, que ganhou caráter sigiloso em meio ao processo, visa a conceber o projeto executivo e a execução integrada das obras para construir a estrutura física do Sítio de Lançamento, montado dentro do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), numa área de 8.700 hectares, cedida à binacional pela Aeronáutica. A empreitada é dividida em três grandes construções: o complexo de lançamento, o complexo técnico e a estrutura de armazenamento de propelentes (combustíveis).
Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), apesar da revogação do processo, um entre os nove grupos pré-qualificados na concorrência revogada poderá ficar com a obra. São eles: os consórcios Cyclone-Space (Serveng, Schahin, S.A. Paulista), Encalso-Convap-Hap, Nova Alcântara (CR, Almeida, Cesbe), OAS-Constran, Odebrecht-Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão-Carioca-Vital, além das empresas CCPS Engenharia e Comércio, Camargo Corrêa e EMSA.
O Conselho de Defesa Nacional revogou a licitação alegando o "interesse público" e a proteção da "segurança nacional". No entanto, no mesmo Centro de Lançamento, em Alcântara, todas as outras obras estratégicas do programa espacial brasileiro seguem à risca os processos licitatórios, enfrentando, inclusive, atrasos motivados por prolongadas disputas judiciais.
O caso mais emblemático é a concorrência para construir a Torre Móvel de Integração (TMI) - plataforma do Veículo Lançador de Satélites (VLS), foguete em desenvolvimento pelo Brasil. A obra está orçada em R$ 43 milhões. O contrato foi submetido à rigorosa análise do Tribunal de Contas da União, antes do começo da execução, em 2009. A TMI deve ser inaugurada em outubro.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág. 07 - 15/05/2010
Comentário: Humm. Desde o inicio essa mal engenhada empresa foi concebida de forma errada, comandada de forma incompetente e agora vem com essa de dispensa de licitação para as obras do sítio de lançamento. Dizer o que? Pobre povo brasileiro.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Booster S-43 para o Cyclone 4: Uma Possibilidade
Olá amigos!
Segue abaixo uma nota postada ontem (30/05) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando a possibilidade de um acordo entre o Brasil e a Ucrânia para o uso dos motores-foguete S-43 do VLS numa versão mais poderosa do Cyclone-4, possibilidade esta levantada através de uma matéria intitulada "Tecnologia Brasileira no Projeto do Cyclone-4" da última revista Espaço Brasileiro (número 8) e já postada aqui no fórum (Veja acima).
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
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Booster S 43 para o Cyclone 4: Uma Possibilidade
30/05/2010
A mais recente edição da revista Espaço Brasileiro, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) ("Revista "Espaço Brasileiro" nº 8 no ar"), conta com uma pequena reportagem (pp. 24-25) comparando o VLS brasileiro com o lançador Cyclone 4, da Ucrânia, a ser operado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O propósito do texto foi demonstrar que os dois projetos são complementares e não competem (ao menos tecnicamente) entre si.
A matéria, no entanto, vai um pouco além desse comparativo e acaba por revelar a necessidade de se ampliar a capacidade do Cyclone 4 para missões geoestacionárias, hoje limitadas a cargas úteis de até 1.700 kg. Como já tratado pelo blog algumas vezes, o desempenho do foguete ucraniano em missões de transferência geoestacionária (GTO) é grande barreira a ser vencida para a ACS para viabilizar comercialmente a iniciativa. Tem sido raros os satélites geoestacionários com massas inferiores a 1.700 kg, e de acordo com pessoa bastante familiarizada com o tema, talvez nos últimos dez anos o número de cargas de até 1.700 kg lançadas para órbitas GTO não chegue ao total de dedos de uma mão.
E o acréscimo de capacidade do Cyclone 4, fundamental para melhorar seu posicionamento no mercado, poderia se dar por meio do uso de strap-on boosters de propulsão sólida, similares aos utilizados no primeiro estágio do VLS-1, idéia, diga-se de passagem, que não é recente. Desde a concepção do veículo, na época em que a italiana Fiat Avio participava do projeto, já se considerava o uso destes impulsores para melhorar a sua performance. No início dessa década, a possibilidade de uso do booster S 43 (usados no 1º estágio do VLS-1), inclusive, já figurava em alguns materiais informativos (figura abaixo) sobre o binômio Cyclone 4 / Alcântara. Com o passar dos anos, porém, a idéia pareceu perder força, e agora volta a ser considerada mais seriamente, como se pode concluir da leitura da reportagem.
Numa configuração com quatro impulsores S 43 e dois tanques adicionais de combustível, a capacidade do Cyclone 4 para órbita GTO seria ampliada para 2.700 kg (desenho da direita). Observar também as configurações adicionais, com performances de 2.000 e 2.400 kg.
João Azevedo, vice-diretor técnico da ACS, explica objetivamente na matéria o que são os boosters e como funcionam: "Os boosters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólido, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados".
A possibilidade do uso do S 43 pelo Cyclone 4, além de razões técnicas, tem também certa fundamentação política. Originada como iniciativa meramente com fins comerciais, passou-se a ter em relação à ACS a necessidade de se mostrar outros pontos positivos da empreitada ucraniano-brasileira, até para justificar seu elevado custo. Assim, seus dirigentes brasileiros costumam destacar um possível envolvimento da indústria nacional no projeto do lançador, possivelmente envolvendo inclusive transferência de tecnologia.
A instalação de boosters num foguete, no entanto, não é tarefa simples, e tem custos que geralmente chegam a casa das dezenas de milhões de dólares. No caso do Cyclone 4, surgem várias dúvidas, tais como sobre quem arcaria com os despesas da eventual adaptação, e também se esta seria justificável nesse momento. Outra questão, bem mais sensível: uma vez identificada à incapacidade do foguete em atender o maior filão do mercado (GTO), por que não se exigiu da parte ucraniana a inclusão de boosters no projeto do lançador, desde o seu início? Seria isto um indicativo da falta de consistência técnica na estruturação da joint-venture?
A reportagem afirma que a decisão sobre o aumento da capacidade do lançador depende de acordo entre os governos envolvidos no projeto. "A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamentos geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez até em parceria. O Brasil fabrica boosters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booster no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma série de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuznoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia."
Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski
Comentário: Interessante visão do companheiro jornalista Mileski complementar ao que o meu blog vem defendendo, pois acrescenta a já tão difícil operacionalidade da ACS a baixa capacidade de carga do Cyclone-4, que certamente será mais um empecilho para o sucesso comercial desta mal engenhada empresa. Quanto à possibilidade de um acordo com os ucranianos, o companheiro Mileski coloca bem quando diz que além das dificuldades técnicas para realização de um projeto com este, a iniciativa teria de partir dos ucranianos. Além disso, vale lembrar, que após a assinatura de um acordo de parceria tecnológica, o mesmo teria ainda de ser ratificado pelos congressos dos dois países para entrar em vigor. Coisa que levaria em média algo em torno de quatro a seis anos, principalmente num país como o Brasil. Período esse amigos que devido aos grandes problemas de operacionalidade da ACS, pode ser fatal para a sua sobrevivência no agressivo e dinâmico mercado de lançamentos de satélites.
Olá amigos!
Segue abaixo uma nota postada ontem (30/05) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando a possibilidade de um acordo entre o Brasil e a Ucrânia para o uso dos motores-foguete S-43 do VLS numa versão mais poderosa do Cyclone-4, possibilidade esta levantada através de uma matéria intitulada "Tecnologia Brasileira no Projeto do Cyclone-4" da última revista Espaço Brasileiro (número 8) e já postada aqui no fórum (Veja acima).
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Booster S 43 para o Cyclone 4: Uma Possibilidade
30/05/2010
A mais recente edição da revista Espaço Brasileiro, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) ("Revista "Espaço Brasileiro" nº 8 no ar"), conta com uma pequena reportagem (pp. 24-25) comparando o VLS brasileiro com o lançador Cyclone 4, da Ucrânia, a ser operado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O propósito do texto foi demonstrar que os dois projetos são complementares e não competem (ao menos tecnicamente) entre si.
A matéria, no entanto, vai um pouco além desse comparativo e acaba por revelar a necessidade de se ampliar a capacidade do Cyclone 4 para missões geoestacionárias, hoje limitadas a cargas úteis de até 1.700 kg. Como já tratado pelo blog algumas vezes, o desempenho do foguete ucraniano em missões de transferência geoestacionária (GTO) é grande barreira a ser vencida para a ACS para viabilizar comercialmente a iniciativa. Tem sido raros os satélites geoestacionários com massas inferiores a 1.700 kg, e de acordo com pessoa bastante familiarizada com o tema, talvez nos últimos dez anos o número de cargas de até 1.700 kg lançadas para órbitas GTO não chegue ao total de dedos de uma mão.
E o acréscimo de capacidade do Cyclone 4, fundamental para melhorar seu posicionamento no mercado, poderia se dar por meio do uso de strap-on boosters de propulsão sólida, similares aos utilizados no primeiro estágio do VLS-1, idéia, diga-se de passagem, que não é recente. Desde a concepção do veículo, na época em que a italiana Fiat Avio participava do projeto, já se considerava o uso destes impulsores para melhorar a sua performance. No início dessa década, a possibilidade de uso do booster S 43 (usados no 1º estágio do VLS-1), inclusive, já figurava em alguns materiais informativos (figura abaixo) sobre o binômio Cyclone 4 / Alcântara. Com o passar dos anos, porém, a idéia pareceu perder força, e agora volta a ser considerada mais seriamente, como se pode concluir da leitura da reportagem.
Numa configuração com quatro impulsores S 43 e dois tanques adicionais de combustível, a capacidade do Cyclone 4 para órbita GTO seria ampliada para 2.700 kg (desenho da direita). Observar também as configurações adicionais, com performances de 2.000 e 2.400 kg.
João Azevedo, vice-diretor técnico da ACS, explica objetivamente na matéria o que são os boosters e como funcionam: "Os boosters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólido, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados".
A possibilidade do uso do S 43 pelo Cyclone 4, além de razões técnicas, tem também certa fundamentação política. Originada como iniciativa meramente com fins comerciais, passou-se a ter em relação à ACS a necessidade de se mostrar outros pontos positivos da empreitada ucraniano-brasileira, até para justificar seu elevado custo. Assim, seus dirigentes brasileiros costumam destacar um possível envolvimento da indústria nacional no projeto do lançador, possivelmente envolvendo inclusive transferência de tecnologia.
A instalação de boosters num foguete, no entanto, não é tarefa simples, e tem custos que geralmente chegam a casa das dezenas de milhões de dólares. No caso do Cyclone 4, surgem várias dúvidas, tais como sobre quem arcaria com os despesas da eventual adaptação, e também se esta seria justificável nesse momento. Outra questão, bem mais sensível: uma vez identificada à incapacidade do foguete em atender o maior filão do mercado (GTO), por que não se exigiu da parte ucraniana a inclusão de boosters no projeto do lançador, desde o seu início? Seria isto um indicativo da falta de consistência técnica na estruturação da joint-venture?
A reportagem afirma que a decisão sobre o aumento da capacidade do lançador depende de acordo entre os governos envolvidos no projeto. "A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamentos geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez até em parceria. O Brasil fabrica boosters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booster no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma série de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuznoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia."
Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski
Comentário: Interessante visão do companheiro jornalista Mileski complementar ao que o meu blog vem defendendo, pois acrescenta a já tão difícil operacionalidade da ACS a baixa capacidade de carga do Cyclone-4, que certamente será mais um empecilho para o sucesso comercial desta mal engenhada empresa. Quanto à possibilidade de um acordo com os ucranianos, o companheiro Mileski coloca bem quando diz que além das dificuldades técnicas para realização de um projeto com este, a iniciativa teria de partir dos ucranianos. Além disso, vale lembrar, que após a assinatura de um acordo de parceria tecnológica, o mesmo teria ainda de ser ratificado pelos congressos dos dois países para entrar em vigor. Coisa que levaria em média algo em torno de quatro a seis anos, principalmente num país como o Brasil. Período esse amigos que devido aos grandes problemas de operacionalidade da ACS, pode ser fatal para a sua sobrevivência no agressivo e dinâmico mercado de lançamentos de satélites.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
PROGRAMA ESPACIAL – Booster S 43 para o Cyclone 4: uma possibilidade
31/05/2010
A mais recente edição da revista Espaço Brasileiro, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) (“Revista “Espaço Brasileiro” nº 8 no ar”), conta com uma pequena reportagem (pp. 24-25) comparando o VLS brasileiro com o lançador Cyclone 4, da Ucrânia, a ser operado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O propósito do texto foi demonstrar que os dois projetos são complementares e não competem (ao menos tecnicamente) entre si.
A matéria, no entanto, vai um pouco além desse comparativo e acaba por revelar a necessidade de se ampliar a capacidade do Cyclone 4 para missões geoestacionárias, hoje limitadas a cargas úteis de até 1.700 kg. Como já tratado pelo blog algumas vezes, o desempenho do foguete ucraniano em missões de transferência geoestacionária (GTO) é grande barreira a ser vencida para a ACS para viabilizar comercialmente a iniciativa. Tem sido raros os satélites geoestacionários com massas inferiores a 1.700 kg, e de acordo com pessoa bastante familiarizada com o tema, talvez nos últimos dez anos o número de cargas de até 1.700 kg lançadas para órbitas GTO não chegue ao total de dedos de uma mão.
E o acréscimo de capacidade do Cyclone 4, fundamental para melhorar seu posicionamento no mercado, poderia se dar por meio do uso de strap-on boosters de propulsão sólida, similares aos utilizados no primeiro estágio do VLS-1, ideia, diga-se de passagem, que não é recente. Desde a concepção do veículo, na época em que a italiana Fiat Avio participava do projeto, já se considerava o uso destes impulsores para melhorar a sua performance. No início dessa década, a possibilidade de uso do booster S 43 (usados no 1º estágio do VLS-1), inclusive, já figurava em alguns materiais informativos (figura abaixo) sobre o binômio Cyclone 4 / Alcântara. Com o passar dos anos, porém, a ideia pareceu perder força, e agora volta a ser considerada mais seriamente, como se pode concluir da leitura da reportagem.
Numa configuração com quatro impulsores S 43 e dois tanques adicionais de combustível, a capacidade do Cyclone 4 para órbita GTO seria ampliada para 2.700 kg (desenho da direita). Observar também as configurações adicionais, com performances de 2.000 e 2.400 kg.
João Ribeiro, vice-diretor técnico da ACS, explica objetivamente na matéria o que são os boosters e como funcionam: “Os boosters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólido, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados”.
A possibilidade do uso do S 43 pelo Cyclone 4, além de razões técnicas, tem também certa fundamentação política. Originada como iniciativa meramente com fins comerciais, passou-se a ter em relação à ACS a necessidade de se mostrar outros pontos positivos da empreitada ucraniano-brasileira, até para justificar seu elevado custo. Assim, seus dirigentes brasileiros costumam destacar um possível envolvimento da indústria nacional no projeto do lançador, possivelmente envolvendo inclusive transferência de tecnologia.
A instalação de boosters num foguete, no entanto, não é tarefa simples, e tem custos que geralmente chegam a casa das dezenas de milhões de dólares. No caso do Cyclone 4, surgem várias dúvidas, tais como sobre quem arcaria com os despesas da eventual adaptação, e também se esta seria justificável nesse momento. Outra questão, bem mais sensível: uma vez identificada a incapacidade do foguete em atender o maior filão do mercado (GTO), por que não se exigiu da parte ucraniana a inclusão de boosters no projeto do lançador, desde o seu início? Seria isto um indicativo da falta de consistência técnica na estruturação da joint-venture?
A reportagem afirma que a decisão sobre o aumento da capacidade do lançador depende de acordo entre os governos envolvidos no projeto. “A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamentos geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez até em parceria. O Brasil fabrica boosters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booster no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma série de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuznoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia.”-
Fonte: Panorama Espacial
http://pbrasil.wordpress.com/2010/05/31 ... more-18889
31/05/2010
A mais recente edição da revista Espaço Brasileiro, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) (“Revista “Espaço Brasileiro” nº 8 no ar”), conta com uma pequena reportagem (pp. 24-25) comparando o VLS brasileiro com o lançador Cyclone 4, da Ucrânia, a ser operado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O propósito do texto foi demonstrar que os dois projetos são complementares e não competem (ao menos tecnicamente) entre si.
A matéria, no entanto, vai um pouco além desse comparativo e acaba por revelar a necessidade de se ampliar a capacidade do Cyclone 4 para missões geoestacionárias, hoje limitadas a cargas úteis de até 1.700 kg. Como já tratado pelo blog algumas vezes, o desempenho do foguete ucraniano em missões de transferência geoestacionária (GTO) é grande barreira a ser vencida para a ACS para viabilizar comercialmente a iniciativa. Tem sido raros os satélites geoestacionários com massas inferiores a 1.700 kg, e de acordo com pessoa bastante familiarizada com o tema, talvez nos últimos dez anos o número de cargas de até 1.700 kg lançadas para órbitas GTO não chegue ao total de dedos de uma mão.
E o acréscimo de capacidade do Cyclone 4, fundamental para melhorar seu posicionamento no mercado, poderia se dar por meio do uso de strap-on boosters de propulsão sólida, similares aos utilizados no primeiro estágio do VLS-1, ideia, diga-se de passagem, que não é recente. Desde a concepção do veículo, na época em que a italiana Fiat Avio participava do projeto, já se considerava o uso destes impulsores para melhorar a sua performance. No início dessa década, a possibilidade de uso do booster S 43 (usados no 1º estágio do VLS-1), inclusive, já figurava em alguns materiais informativos (figura abaixo) sobre o binômio Cyclone 4 / Alcântara. Com o passar dos anos, porém, a ideia pareceu perder força, e agora volta a ser considerada mais seriamente, como se pode concluir da leitura da reportagem.
Numa configuração com quatro impulsores S 43 e dois tanques adicionais de combustível, a capacidade do Cyclone 4 para órbita GTO seria ampliada para 2.700 kg (desenho da direita). Observar também as configurações adicionais, com performances de 2.000 e 2.400 kg.
João Ribeiro, vice-diretor técnico da ACS, explica objetivamente na matéria o que são os boosters e como funcionam: “Os boosters são motores auxiliares externos movidos a propelente sólido, como os do VLS, fixados lateralmente no veículo. A queima ocorre junto com o motor principal, depois é feita a ejeção lateral e o foguete continua sua trajetória. Têm a função de fazer a impulsão inicial, tirar o foguete do chão, dar velocidade, e, quando terminada a queima, seriam ejetados”.
A possibilidade do uso do S 43 pelo Cyclone 4, além de razões técnicas, tem também certa fundamentação política. Originada como iniciativa meramente com fins comerciais, passou-se a ter em relação à ACS a necessidade de se mostrar outros pontos positivos da empreitada ucraniano-brasileira, até para justificar seu elevado custo. Assim, seus dirigentes brasileiros costumam destacar um possível envolvimento da indústria nacional no projeto do lançador, possivelmente envolvendo inclusive transferência de tecnologia.
A instalação de boosters num foguete, no entanto, não é tarefa simples, e tem custos que geralmente chegam a casa das dezenas de milhões de dólares. No caso do Cyclone 4, surgem várias dúvidas, tais como sobre quem arcaria com os despesas da eventual adaptação, e também se esta seria justificável nesse momento. Outra questão, bem mais sensível: uma vez identificada a incapacidade do foguete em atender o maior filão do mercado (GTO), por que não se exigiu da parte ucraniana a inclusão de boosters no projeto do lançador, desde o seu início? Seria isto um indicativo da falta de consistência técnica na estruturação da joint-venture?
A reportagem afirma que a decisão sobre o aumento da capacidade do lançador depende de acordo entre os governos envolvidos no projeto. “A decisão de investir no aumento da capacidade do Cyclone-4 em lançamentos geoestacionários teria de ser do governo da Ucrânia com o governo brasileiro, talvez até em parceria. O Brasil fabrica boosters sólidos e com uma qualidade bastante aceitável, mas quando se coloca booster no veículo é preciso ajustar toda a estrutura e com os sistemas do lançador. Há uma série de aspectos que precisam ser estudados por parte do construtor-chefe responsável pelo foguete, no caso, a empresa Yuznoye. Seria necessário esse estudo e o seu desenvolvimento, na Ucrânia.”-
Fonte: Panorama Espacial
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
ACS Recebe Autorização do IBAMA para Iniciar Obras
Olá amigos!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (22/06) no site da Alcântara Cyclone Space, destacando que a empresa recebeu a Licença de Instalação (LI) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para iniciar as obras do sitio de lançamento do foguete Cyclone-4.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
ACS Recebe Autorização do IBAMA
para Iniciar Obras do Sítio de Lançamento
22/06/2010
A Binacional Alcântara Cyclone Space recebeu, nesta terça-feira (22), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Licença de Instalação (LI), que permite à ACS realizar obras e intervenções relacionadas à implantação dos canteiros de obras e acessos para o Complexo Terrestre Cyclone-4.
Junto à LI, o IBAMA também concedeu à Binacional autorização para realizar supressão de vegetação no local onde será construído o sítio de lançamento do veículo lançador Cyclone-4.
A LI e a concessão para realizar a supressão vegetal são indispensáveis para a continuidade e o sucesso do Projeto Binacional Cyclone-4. Com elas, a ACS pode, de fato, dar início às obras de construção de seu sítio de lançamento.
Fonte: Site da Alcântara Cyclone Space (ACS)
Comentário: Pois é amigos, só espero que se essa história não acabar bem que os responsáveis sejam responsabilizados judicialmente, e caberá ao Ministério Público da União se manifestar em favor do povo brasileiro.
Olá amigos!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (22/06) no site da Alcântara Cyclone Space, destacando que a empresa recebeu a Licença de Instalação (LI) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para iniciar as obras do sitio de lançamento do foguete Cyclone-4.
Duda Falcão
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ACS Recebe Autorização do IBAMA
para Iniciar Obras do Sítio de Lançamento
22/06/2010
A Binacional Alcântara Cyclone Space recebeu, nesta terça-feira (22), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Licença de Instalação (LI), que permite à ACS realizar obras e intervenções relacionadas à implantação dos canteiros de obras e acessos para o Complexo Terrestre Cyclone-4.
Junto à LI, o IBAMA também concedeu à Binacional autorização para realizar supressão de vegetação no local onde será construído o sítio de lançamento do veículo lançador Cyclone-4.
A LI e a concessão para realizar a supressão vegetal são indispensáveis para a continuidade e o sucesso do Projeto Binacional Cyclone-4. Com elas, a ACS pode, de fato, dar início às obras de construção de seu sítio de lançamento.
Fonte: Site da Alcântara Cyclone Space (ACS)
Comentário: Pois é amigos, só espero que se essa história não acabar bem que os responsáveis sejam responsabilizados judicialmente, e caberá ao Ministério Público da União se manifestar em favor do povo brasileiro.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
ACS / Aeronáutica Assinam Cessão de Uso de Área do CLA
Olá amigos!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (30/06) no site da Alcântara Cyclone Space (ACS), destacando que o Diretor-Geral da empresa, Roberto Amaral e o diretor de Suprimentos e Qualidade, Valeriy Frolov, participarão nesta quinta-feira (01/07) da assinatura do Termo de Entrega pela Aeronáutica da área onde será construído o Complexo de Lançamento do Cyclone-4.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/
Diretor-Geral da ACS Assina Cessão de Uso da Área da Binacional
30/06/2010
O diretor-geral brasileiro da Binacional Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral, e o diretor de Suprimentos e Qualidade, Valeriy Frolov, participarão do evento de assinatura do Termo de Entrega da área da ACS. A cerimônia ocorrerá nesta quinta-feira, (1º), às 10h, no Salão Nobre do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
A Aeronáutica alugou à ACS uma área de aproximadamente 500 hectares, ao norte do CLA, para que a Binacional possa construir seu sítio de lançamento e, de lá, lançar seus veículos Cyclone-4.
A expectativa da ACS é que as obras tenham início ainda neste ano de 2010. Prova disso é o fato de que a Pedra Fundamental das obras deve ser lançada no dia 16 de setembro de 2010, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o primeiro foguete Cyclone-4 deve ir ao espaço em fevereiro de 2012.
Fonte: Site da Alcântara Cyclone Space (ACS)
Olá amigos!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (30/06) no site da Alcântara Cyclone Space (ACS), destacando que o Diretor-Geral da empresa, Roberto Amaral e o diretor de Suprimentos e Qualidade, Valeriy Frolov, participarão nesta quinta-feira (01/07) da assinatura do Termo de Entrega pela Aeronáutica da área onde será construído o Complexo de Lançamento do Cyclone-4.
Duda Falcão
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Diretor-Geral da ACS Assina Cessão de Uso da Área da Binacional
30/06/2010
O diretor-geral brasileiro da Binacional Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral, e o diretor de Suprimentos e Qualidade, Valeriy Frolov, participarão do evento de assinatura do Termo de Entrega da área da ACS. A cerimônia ocorrerá nesta quinta-feira, (1º), às 10h, no Salão Nobre do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
A Aeronáutica alugou à ACS uma área de aproximadamente 500 hectares, ao norte do CLA, para que a Binacional possa construir seu sítio de lançamento e, de lá, lançar seus veículos Cyclone-4.
A expectativa da ACS é que as obras tenham início ainda neste ano de 2010. Prova disso é o fato de que a Pedra Fundamental das obras deve ser lançada no dia 16 de setembro de 2010, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o primeiro foguete Cyclone-4 deve ir ao espaço em fevereiro de 2012.
Fonte: Site da Alcântara Cyclone Space (ACS)
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Esse programa é uma piada de mal gosto!!! As vezes eu acho melhor desistirmos de vez...
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Não acho isso.ZeRo4 escreveu:Esse programa é uma piada de mal gosto!!! As vezes eu acho melhor desistirmos de vez...
É um programa para lançar do Brasil um lançador ucraniano, um foguete de um porte que o Brasil tão cedo não será capaz de construir, e poderemos a médio prazo estar utilizando este foguete para colocar em órbita satélites e sondas de grande porte de desenho nacional sem restrições políticas ou de disponibilidade (estes pontos na verdade podem não ser bem assim, mas vá lá). Isto poderá ajudar bastante no desenvolvimento da tecnologia espacial nacional, e o custo da construção da base de lançamento para o Cyclone-4 nem é tão alto, se for fazer diferença para nosso país então é melhor mesmo desistir de vez do assunto.
O que não se deve fazer é confundir este programa com alguma realização tecnológica brasileira, a única coisa que colocaremos de nossa parte serão as obras civis e alguma mão-de-obra operacional. Todo o desenvolvimento tecnológico na área específica de foguetes lançadores será da Ucrânia, e não existe nem previsão nem interesse de repassar nada para o Brasil. Isto deve ficar sempre bem claro, de forma a que de forma alguma se prejudique o programa genuinamente nacional por causa deste da empresa ACS.
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Na verdade fali isso tanto do programa do Cyclone quanto do VLS!LeandroGCard escreveu: Não acho isso.
É um programa para lançar do Brasil um lançador ucraniano, um foguete de um porte que o Brasil tão cedo não será capaz de construir, e poderemos a médio prazo estar utilizando este foguete para colocar em órbita satélites e sondas de grande porte de desenho nacional sem restrições políticas ou de disponibilidade (estes pontos na verdade podem não ser bem assim, mas vá lá). Isto poderá ajudar bastante no desenvolvimento da tecnologia espacial nacional, e o custo da construção da base de lançamento para o Cyclone-4 nem é tão alto, se for fazer diferença para nosso país então é melhor mesmo desistir de vez do assunto.
Quanto ao Cyclone, não vejo isso como uma justificativa plausível para se manter um programa desses. É um foguete antigo, a empresa será gerenciada por pessoas ligadas ao Governo, enfim... no final das contas acredito que tudo será muito mais caro do que pagar para lançar qualquer satélite com um player internacional.
Pois é... nem estou discutindo, só acho que é um programa sem nexo, que nasce com a proposta de entrar no mercado mundial de lançamentos com um lançador modesto, que utiliza tecnologias antigas e que não possui confiabilidade necessária para entrar no mercado.LeandroGCard escreveu: O que não se deve fazer é confundir este programa com alguma realização tecnológica brasileira, a única coisa que colocaremos de nossa parte serão as obras civis e alguma mão-de-obra operacional. Todo o desenvolvimento tecnológico na área específica de foguetes lançadores será da Ucrânia, e não existe nem previsão nem interesse de repassar nada para o Brasil. Isto deve ficar sempre bem claro, de forma a que de forma alguma se prejudique o programa genuinamente nacional por causa deste da empresa ACS.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Bem, este é um risco real.ZeRo4 escreveu:Na verdade fali isso tanto do programa do Cyclone quanto do VLS!
Quanto ao Cyclone, não vejo isso como uma justificativa plausível para se manter um programa desses. É um foguete antigo, a empresa será gerenciada por pessoas ligadas ao Governo, enfim... no final das contas acredito que tudo será muito mais caro do que pagar para lançar qualquer satélite com um player internacional.
Considerando como à fundo perdido o investimento que está sendo feito para montar a base de lançamento, com certeza se o Brasil algum dia vier realmente a utilizar o Cyclone-4 para lançar um satélite estará gastando muito mais que se contratasse um lançamento com outra empresa internacional qualquer.
A esperança do pessoal que concebeu a ACS é conseguir uma parcela do mercado internacional de lançamentos, de forma a pelo menos conseguir algum dia zerar os custos do desenvolvimento do foguete e da implantação da base. O foguete de fato utiliza tecnologias que estão sendo abandonadas, e é muito discutível se será competitivo, mas como existe mesmo uma demanda reprimida por lançamentos, quem sabe com sorte dê pelo menos para empatar. Mas esta é de fato uma discussão irrelevante para o Brasil em termos de desenvolvimento tecnológico/econômico. Fora o dinheiro gasto na base (que na minha opinião deveria ser um empréstimo, como para qualquer empresa privada), o sucesso ou fracasso da ACS basicamente só interessa a ela mesma e aos fabricantes ucranianos do foguete.
Na verdade é preciso colocar o programa do VLS em perspectiva.Pois é... nem estou discutindo, só acho que é um programa sem nexo, que nasce com a proposta de entrar no mercado mundial de lançamentos com um lançador modesto, que utiliza tecnologias antigas e que não possui confiabilidade necessária para entrar no mercado.
Ele jamais foi idealizado como uma possível proposta para o mercado comercial de lançamentos, sua proposta na verdade era completamente diversa. O VLS era para ser apenas um marco tecnológico de um programa de pesquisa pura, mostrando que a capacidade de lançamento de cargas em órbita havia sido obtida. Devido à questões da época (década de 70), inclusive de cunho político internacional, decidiu-se partir para o máximo lançador possível com o motor que havia sido desenvolvido dentro do escopo da pesquisa (o S-43), sem nenhuma consideração com relação à praticidade, desempenho, custos, etc... . O objetivo basicamente era mostrar que o nível tecnológico atingido com o S-43 permitiria ao Brasil colocar satélites com umas poucas centenas de kg em órbita, que era justamente o máximo que se podia fazer com este motor. Nem mesmo um programa de satélites aplicativos sérios foi proposto para este foguete, pois ele é demasiado pequeno.
Com o fim do governo militar, da guerra fria, e com todas as mudanças que nosso país e o mundo e passaram nos últimos 40 anos, o objetivo inicial do programa ficou anacrônico, e outras justificativas foram propostas para sua manutenção, inclusive esta de que seria para disputar o mercado comercial de lançamentos. Mas este foi apenas um discurso absurdo imaginado numa época em que a sociedade cobrava eficiência econômica para tudo, na verdade o único objetivo do programa desde o fim do interesse dos militares por mísseis estratégicos foi a manutenção da própria infra-estrutura de pesquisa na área de propulsão espacial (o IAE e instalações associadas). De qualquer ponto de vista racional que se avalie o VLS não serve para mais nada, e é fato que um novo programa com objetivos melhor definidos já deveria ter sido iniciado há pelo menos uns 20 anos.
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Na minha opinião é um risco CERTO! Com o Soyuz subindo de Korou, temos um lançador com maior capacidade de carga, imensamente mais confiável do que o Cyclone-4 e utilizando combustíveis mais limpos.LeandroGCard escreveu:Bem, este é um risco real.
Considerando como à fundo perdido o investimento que está sendo feito para montar a base de lançamento, com certeza se o Brasil algum dia vier realmente a utilizar o Cyclone-4 para lançar um satélite estará gastando muito mais que se contratasse um lançamento com outra empresa internacional qualquer.
A esperança do pessoal que concebeu a ACS é conseguir uma parcela do mercado internacional de lançamentos, de forma a pelo menos conseguir algum dia zerar os custos do desenvolvimento do foguete e da implantação da base. O foguete de fato utiliza tecnologias que estão sendo abandonadas, e é muito discutível se será competitivo, mas como existe mesmo uma demanda reprimida por lançamentos, quem sabe com sorte dê pelo menos para empatar. Mas esta é de fato uma discussão irrelevante para o Brasil em termos de desenvolvimento tecnológico/econômico. Fora o dinheiro gasto na base (que na minha opinião deveria ser um empréstimo, como para qualquer empresa privada), o sucesso ou fracasso da ACS basicamente só interessa a ela mesma e aos fabricantes ucranianos do foguete.
A chance de ser viável comercialmente do Cyclone-4 na minha opinião é ZERO! Se fizeram esse estardalhaço todo para "empatarem", mais uma vez quem sairá no lucro serão os Ucranianos que acabaram recebendo dinheiro para terminarem de desenvolver o foguete sem nos respassar nenhuma tecnologia.
Mas eu nunca achei que o VLS tivesse sido concebido com mente no mercado de lançadores e é por isso que eu defendo que o VLS deve ser abandonado em razão de um lançador aerolançado que pudesse lançar satélites com um pouco mais de massa do que o Pegasus XL e o resto subiria em lançadores comerciais como faz a grande maioria dos países.LeandroGCard escreveu:Na verdade é preciso colocar o programa do VLS em perspectiva.
Ele jamais foi idealizado como uma possível proposta para o mercado comercial de lançamentos, sua proposta na verdade era completamente diversa. O VLS era para ser apenas um marco tecnológico de um programa de pesquisa pura, mostrando que a capacidade de lançamento de cargas em órbita havia sido obtida. Devido à questões da época (década de 70), inclusive de cunho político internacional, decidiu-se partir para o máximo lançador possível com o motor que havia sido desenvolvido dentro do escopo da pesquisa (o S-43), sem nenhuma consideração com relação à praticidade, desempenho, custos, etc... . O objetivo basicamente era mostrar que o nível tecnológico atingido com o S-43 permitiria ao Brasil colocar satélites com umas poucas centenas de kg em órbita, que era justamente o máximo que se podia fazer com este motor. Nem mesmo um programa de satélites aplicativos sérios foi proposto para este foguete, pois ele é demasiado pequeno.
Com o fim do governo militar, da guerra fria, e com todas as mudanças que nosso país e o mundo e passaram nos últimos 40 anos, o objetivo inicial do programa ficou anacrônico, e outras justificativas foram propostas para sua manutenção, inclusive esta de que seria para disputar o mercado comercial de lançamentos. Mas este foi apenas um discurso absurdo imaginado numa época em que a sociedade cobrava eficiência econômica para tudo, na verdade o único objetivo do programa desde o fim do interesse dos militares por mísseis estratégicos foi a manutenção da própria infra-estrutura de pesquisa na área de propulsão espacial (o IAE e instalações associadas). De qualquer ponto de vista racional que se avalie o VLS não serve para mais nada, e é fato que um novo programa com objetivos melhor definidos já deveria ter sido iniciado há pelo menos uns 20 anos.
Leandro G. Card
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Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..."
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