UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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carlos mauricio
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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#106 Mensagem por carlos mauricio » Qui Abr 08, 2010 6:13 pm

camarada não esta na hora de se discutir o discriminatório das drogas,
peço a todos que assistam ao vídeo noticias de uma guerra particular, onde fica evidente o financiamento dos traficantes e todo o histórico de aumento de poder bélico , como bem retrata o então secretario de segurança Helio Luz.
ZeRo4 escreveu:A PM não está entregue, Guerra! A PM é uma ótima corporação, com praças muito eficazes... só que o problema do RJ não se resolve com mais policiais, com salário famélico, nas ruas do RJ.

O problema do RJ se resolve com inteligência.




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vitor freitas
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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#107 Mensagem por vitor freitas » Qui Abr 08, 2010 8:57 pm

carlos mauricio escreveu:camarada não esta na hora de se discutir o discriminatório das drogas,
peço a todos que assistam ao vídeo noticias de uma guerra particular, onde fica evidente o financiamento dos traficantes e todo o histórico de aumento de poder bélico , como bem retrata o então secretario de segurança Helio Luz.
ZeRo4 escreveu:A PM não está entregue, Guerra! A PM é uma ótima corporação, com praças muito eficazes... só que o problema do RJ não se resolve com mais policiais, com salário famélico, nas ruas do RJ.

O problema do RJ se resolve com inteligência.

É Mauricio... você tocou em um ponto importante, existe furtos é porque há receptadores. Existe Trafico porque tem viciados!
Então chegamos a uma conclusão há trafico porque? Porque existe desgraçados que finaciam. Agora Tratar viciado em doente, tinha que ser dentro da cadeira...

Pois qual é a diferença de você dar uma arma para o traficante, ou dar dinheiro para ele comprar, para mim nenhuma!.

Viciado tem que levar muita porrada, só quem é policial sabe o que é um projetil passando perto da sua cara e você ouvir o barulho, e você pensa, "Aquele Playboyzinho FDP que comprou a porcaria e pagou esse projetil passando na minha cara..."

Os mesmos que reclama de violencia em Copa, Barra, Leblon e todos os outros bairros, são os que financiam a violencia!

A arma vem do dinheiro, dinheiro que sair da classe favorecida, que abastece o trafico, que quando há operações e perda de lucro, os vagabundos descem da favela para recuperar, que há roubo de carro e carga(carga essa que é usada pelos Mercadinhos dentro da favela para aumentar a lucratividade), que financia o crime, que vai para compra de mais arma, que acontece assalta no mesmo que começaram tudo isso, a sociedade!

Um roleta russa feita pela sociedade!




carlos mauricio
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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#108 Mensagem por carlos mauricio » Sáb Abr 10, 2010 4:40 pm

Camarada Vítor,
já esta mais que na hora de discutimos este enfrentamento das forças policiais ao trafico organizado. A quem interessa?
Sociedades pelo mundo investem muito mais dinheiro ,e o problema do trafico continua, não seria mais barato investir todo o dinheiro gasto em repressão em prevenção?
Muito mais ordinária é o trafico de armas, este gera muito mais dinheiro que o de drogas.Sendo estas armas contrabandeadas pelas fronteiras porosas do nosso pais e pela conivência de corruptos.
Lei da oferta e procura, esta lei também se aplica ao comercio das drogas, mas acredite, o meliante do morro é apenas o varegista, o camelo com sua banca, onde estão os grandes traficantes internacionais de drogas?Certamente estes não moram em comunidades carentes.
Todo o aparato para se manter o controle do território das "bocas de fumo" só se justifica pelo dinheiro envolvido, você não acharia melhor quebrar o financiamento? Não com mais repressão, isto é impossível, mas sim com uma politica de descriminalizar para evitar que o dependente financie a violência.
Pretendo estabelecer uma discussão seria sobre o tema, sou um profissional de educação que sofre muito com esta guerra civil no Rio De Janeiro.
T:.F:.A:.
Maurício.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#109 Mensagem por Skyway » Ter Mai 04, 2010 10:36 am

A liberdade chega aos morros
A maior operação já feita pela polícia do Rio para tirar favelas do controle dos bandidos mostra o valor da inteligência e do método no combate ao crime

Ronaldo França

Ao fincar a bandeira do Brasil e a do Batalhão de Operações Especiais (Bope) numa laje que servia como QG de traficantes, um grupo de policiais da tropa de elite do Rio de Janeiro marcava, na semana passada, a retomada do poder em um conjunto de sete violentas favelas da Zona Norte – a maior operação dessa natureza já feita em morros cariocas. Ela é parte de um programa para estabelecer bases permanentes da polícia em áreas sob o jugo do tráfico, as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que já devolveram ao estado o controle de territórios em catorze favelas. Nas mãos de criminosos por três décadas e palco de sangrentos confrontos entre policiais e traficantes, o Borel, o maior entre os morros ocupados na última quarta-feira, chamou atenção: enquanto os 280 PMs tomavam as vielas, não se ouviu ali um único tiro.

Cena rara, ela é o retrato de uma ação planejada nos últimos seis meses, que envolveu o setor de inteligência da polícia e foi precedida de quatro operações menores, nas quais já haviam sido capturados traficantes como Bill do Borel, o chefão local. Além disso, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, decidiu tornar pública a operação, com o propósito declarado de provocar a debandada dos bandidos – o que de fato ocorreu. Daí só ter havido uma prisão. Justifica Beltrame: "Se estivessem lá, jamais conseguiríamos retomar o poder sobre aqueles territórios sem um banho de sangue".

Isso faz refletir sobre a real capacidade de o estado reaver o comando nos morros mais lucrativos para o tráfico que o Borel, de onde os bandidos evidentemente não querem sair. Diz Pedro Strozenberg, especialista em segurança pública: "A ocupação dessas favelas pelo poder público vai requerer muito mais homens e uma verdadeira estratégia de guerra, algo que não se viu até aqui". É o caso do Complexo do Alemão, também na Zona Norte, o maior conjunto de favelas do Rio, com 130?000 habitantes (justamente onde estão refugiados agora os traficantes do Borel, segundo a polícia). Estima-se que circulem por ali 300 bandidos armados com mais de uma centena de fuzis de guerra. Outra dificuldade em tomar o complexo das mãos dos traficantes diz respeito à sua intrincada geografia: entrecortado de morros acidentados que atingem quase 200 metros de altura e pontuado por centenas de vielas labirínticas, o Alemão impõe um grau de dificuldade à polícia que não se compara ao do Borel – mas é preciso que ela o ocupe.

A decisão do estado de retomar o controle das favelas cariocas rompe com a lógica da complacência e da frouxidão com a bandidagem, que contaminou as políticas de segurança pública do Rio nas últimas décadas. A atual experiência das UPPs reforça a ideia de que, com planejamento e uma gestão a salvo de ingerências políticas, é possível, sim, combater a criminalidade. A ocupação das favelas pela polícia também ajuda a desconstruir o mito de que os bandidos ali encastelados compõem um grupo de criminosos tão organizados quanto invencíveis. Eles não o são. Quando o estado se impõe, os resultados se fazem notar – e a cidade como um todo se beneficia disso. Para se ter uma ideia, no entorno das áreas em que as UPPs foram implantadas, os imóveis se valorizaram até 300% em um ano e a frequência escolar subiu 30%. Avanços como esses em lugares tão pobres e violentos não deixam dúvida quanto à necessidade de que essa política seja permanente – e irreversível.

Fonte: Veja




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#110 Mensagem por Skyway » Ter Mai 04, 2010 2:29 pm

Chefe de Polícia diz que cinturão de segurança será mantido por 90 dias
Ideia é sufocar quadrilhas de roubos de carros na Zona Norte e subúrbio.
Allan Turnowski afirma que ação vai preparar localidades para UPPs.


Durante pelo menos três meses a Polícia Civil, com o reforço de sete unidades especializadas, vai manter um cerco tático de segurança no entorno dos conjuntos de favelas da Penha e do Alemão, no subúrbio da cidade. A finalidade do cinturão de segurança, que começou na noite de segunda-feira (3), é coibir o roubo de carros, latrocínios e arrastões naquela área.
“Dentro dessa grande investigação, vamos manter um cerco tático nos principais corredores e saídas dessas localidades. A ideia é asfixiá-los (os criminosos) para fazer as operações”, afirmou o Chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, estabelecendo um prazo inicial de 90 dias para as ações preventivas.
Turnowski explicou que o objetivo é enfraquecer as quadrilhas para que haja menor resistência nas ocupações para a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na região da Zona Norte e bairros do subúrbio da Leopoldina.

Segundo informações da inteligência da polícia, criminosos de favelas onde estão sendo instaladas as UPPs estariam fugindo para essas áreas.
Entre as especializadas, que passam a atuar diariamente na ação tática, estão a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) e Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).0
A chamada “Operação Abutre” da Polícia Civil envolve cerca de 200 agentes e abrange, principalmente, as localidades da Penha, Vila da Penha, Penha Circular, Brás de Pina, Vista Alegre, Vicente Carvalho, Olaria, Ramos e Bonsucesso.

Início da operação

Na noite de segunda-feira (3), uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas durante tiroteios em Bonsucesso, também no subúrbio. Segundo a Polícia Militar, um dos confrontos aconteceu entre as comunidades de Manguinhos e Jacarezinho, próximo ao conjunto de favelas da Maré. Duas das vítimas teriam sido atingidas por bala perdida.

Logo em seguida, um grupo de criminosos que deixava a favela de Manguinhos em direção ao Jacarezinho foi surpreendido por policiais militares do 22º BPM (Maré), que patrulhavam o bairro com o auxílio de um blindado. De acordo com a PM, os policiais foram recebidos a tiros, iniciando um novo confronto. Durante o tiroteio, um criminoso foi baleado e morreu no hospital.

No domingo (2), seis pessoas morreram num confronto entre traficantes e policiais civis na Maré. Entre as vítimas está um inocente, que foi atingido por uma bala perdida quando saía de um baile funk.

G1

----------------------------------------------

A Polícia está ciente da fuga de criminosos de onde estão sendo implantadas as UPPs, e isso era previsto por ser uma reação óbvia. O que acontece é que o governo vem fazendo uma coisa de cada vez, um passo na frente do outro, o que deixa certas situações sem solução por algum tempo, e isso revolta o povo que vê o aumento da criminalidade em uma área. Mas é preciso entender que é um mal necessário para que não ocorra o descaso de sempre, quando se puxa um lado do cobertor aqui e descobre lá.

Nenhuma solução para acabar com o tráfico de drogas no Rio é rápida e indolor. Demandam inteligência e comprometimento do Governo. A UPP é um projeto de longo prazo, no mínimo uns 5 anos para começar a ter o efeito esperado, e é tocada com muito cuidado e muito trabalho de planejamento e inteligência. Todas as comunidades que estão planejadas para receber a UPP passam por meses de vigilância e serviços de inteligência para otimizar a ocupação e até mesmo para classificar sua prioridade.

A ocupação é feita geralmente sem confronto devido esse serviço de inteligência e em alguns casos porque a PM anuncia com uma certa antecedência o dia em que vai ocorrer. Mas isso não quer dizer que os bandidos fugiram, pois muitos continuam nas comunidades junto com a UPP para não deixar nada pra trás e vigiar a UPP, muitos inclusive alugam apartamentos e casas no entorno da comunidade, isso é de pleno conhecimento da PM. O que tem ajudado e muito as UPPs é a população que tem denunciado de verdade tudo que vêem, seja bandido, seja policial corrupto. Essa é a fase de adaptação da comunidade para a entrada do maior trunfo das UPPs, que são os programas sociais.

O programa UPP é um programa muito caro por razões óbvias, e infelizmente o estado não é rico a ponto de tocar o projeto de forma que agrade em todos os detalhes, e então certas prioridades são selecionadas. Os alojamentos dos PMs nas comunidades são os mais simples possíveis, pois o importante no momento é a estabilização da área, não o conforto ou condições de trabalho. Assim como em uma guerra onde um soldado não tem um vaso sanitário ou uma casa mobiliada no front de batalha, os PMs não tem muito conforto, mas já estão bem melhores que um soldado. Contam com colchões, vaso sanitário e outros detalhes que permitem ao pessoal da PM viver no local e fazer seu trabalho.

Estuda-se a melhoria das condições das UPPs já instaladas mais pra frente. Como algumas das estruturas são baseadas em Contâiners, talvez seja feito algo similar as estruturas das UPA's, que são permanentes e também construídas com Contâiners.

UPA
http://urutau.proderj.rj.gov.br/imprensa_imagens/EditaImprensa/fotos/29092008UPA24h%20%2897%29edt%20002.jpg

Em outras comunidades serão feitos edifícios ou edifícios já existentes são/serão adaptados para receber a UPP.

Ou seja, é um programa complexo, caro e demorado. Depende de vários fatores que por enquanto tem funcionado. Se continuar assim, parece que é o caminho para acabar com a farra dos traficantes no Rio que já dura décadas.

Um abraço!




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#111 Mensagem por Skyway » Seg Mai 17, 2010 12:36 pm

A nova fase das UPPs
Programa entra em sua segunda etapa, com ações sociais e de educação ambiental
Gustavo Goulart e Vera Araújo

Depois de livrar 17 comunidades do poder de traficantes e milicianos (até o fim do ano serão 19), permitindo a entrada de serviços básicos, o programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) entra numa nova etapa: a implementação de políticas sociais e de desenvolvimento sustentável nas regiões ocupadas. Novas ideias começarão a sair do papel em breve, sendo que duas das mais importantes serão concretizadas pela Polícia Militar. No dia 2 de junho, por exemplo, abrindo a Semana Mundial do Meio Ambiente, a PM lançará o programa UPP Verde, para reprimir o desmatamento e conscientizar os moradores sobre a importância da higiene e da preservação ambiental. Em gestação está também uma iniciativa que se espelha no Projeto Rondon, do governo federal, e vai levar universitários às comunidades.

O Rondonzinho, nome provisório dado pela PM ao projeto do professor Rafael dos Santos, da Faculdade de Educação da Uerj, tem, entre os objetivos, ajudar, em diversas áreas do conhecimento, a população carente das favelas. Um estudante de medicina poderá, por exemplo, dar conselhos aos moradores para adotarem hábitos que evitem doenças. Além disso, a iniciativa promoverá a integração do morro e do asfalto (a PM considera que a maioria dos estudantes não mora nas favelas).

A Polícia Militar já está convidando instituições, públicas e privadas, a participarem do projeto.
- Ao mesmo tempo em que aprende, o estudante também ensina, no sentido de que ele poderá desenvolver ações preventivas em sua área. Se, na área de saúde, ele não pode atuar como médico, pode atuar com medidas profiláticas. O aluno vai conhecer a realidade do local. Será muito bom para ele e para os moradores - explicou o comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte. - Criaremos dois tipos de multiplicadores, o morador e o estudante, que vai romper o círculo de ideias preconcebidas sobre esses locais no contato direto que vai ter.


UPP Verde vai começar pelo Morro Dona Marta

O UPP Verde vai começar no Morro Dona Marta, em Botafogo. Segundo o tenente-coronel Mário Fernandes, comandante do Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente, 50 pessoas da comunidade - estudantes a partir de 12 anos - participarão de um curso intensivo de monitoramento ambiental. Elas receberão orientações sobre como cuidar do lixo e da higiene pessoal, aprendendo a importância de não desmatar. Será um evento socioambiental e cultural. O militar espera que a Companhia de Cães, que estará no Dona Marta, atraia a atenção dos adolescentes.

- A floresta faz parte do ambiente daquela população. A cobertura florestal é proteção para ela. É preciso que os moradores aprendam isso. O Parque Nacional da Tijuca é um lugar para eles usufruírem também. É preciso que o estado esteja lá, através do Batalhão Florestal, mas que as pessoas também estejam conscientizadas da necessidade de preservar. Nós vamos combater o desmatamento - disse o comandante do Batalhão Florestal.

O coronel Mário Sérgio lembra que a realidade agora é outra:

- No passado, ficávamos ajudando os órgãos municipais e estaduais a colocarem as barreiras ecológicas. Mas tínhamos que fazer guerra, tínhamos que fazer a patrulha, a defesa dos técnicos.

Até mesmo os capelães da PM também participarão dos projetos.

- Estamos vendo de que maneira isso pode ser feito. Há necessidade de assistência social e observamos que os religiosos são muito bons nisso - afirma o comandante.

Fonte: O Globo




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#112 Mensagem por Skyway » Seg Mai 17, 2010 12:38 pm

A mais difícil das pacificações
Thiago Feres, Jornal do Brasil

RIO - Inaugurada em 16 de fevereiro do ano passado, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus, em Jacarepaguá (Zona Oeste), segue enfrentando desafios maiores do que as demais até então implantadas na cidade. Quinze meses após a chegada dos policiais, prisões de traficantes de drogas ainda são constantes na região, que concentra aproximadamente 50 mil moradores numa área de mais de 135 mil metros quadrados.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no Morro Santa Marta, local onde foi implantada a primeira UPP, em dezembro de 2008, o número de prisões aumentou 33,3%, nos 12 meses que sucederam a pacificação. Já na Cidade de Deus, esse percentual chegou a 242,6% 185 presos, contra apenas 54 pessoas no mesmo período do ano anterior.

Para o comandante da unidade, o capitão José Luiz de Medeiros, que assumiu o cargo no dia 29 do último mês de março, a favela ainda vive um processo de pacificação.

Foram 40 anos de dominação do poder paralelo, é normal que ainda existam pessoas com algum tipo de ligação com o tráfico de drogas avaliou. De fato, a dimensão, o número de acessos e a questão cultural fazem da Cidade de Deus um lugar que necessita de um cuidado especial. Por exemplo: quem conviveu com marginais durante anos, acabou não sendo receptivo com a polícia, mas o quadro já está mudando. Sei que ainda há venda de drogas, mas com a ajuda dos moradores, estamos conseguindo prender quem insiste em traficar.

Devido ao extenso território, o efetivo da UPP da Cidade de Deus foi ampliado ao longo do último ano. Hoje, são 323 homens, 47 a mais do que no dia da implantação. Apesar disso, os moradores ainda reclamam.
São muitas localidades. Acredito que 500 homens seria o quantitativo ideal opina o presidente da associação de moradores União Comunitária Cidade de Deus, José Neves. A coisa mudou de cenário. Antes, era fuzil e pistola por todos os lados. No entanto, a venda de droga ainda existe, o que poderia ser combatido com mais policiais.

Atualmente, cada policial atende 155 habitantes da região. Com a instalação da UPP na comunidade, os números de registros de roubos de veículos nas duas delegacias da área (32ª DP e 41ª DP) também sofreram queda, de acordo com dados divulgados na última quarta-feira pelo ISP. Em março do ano passado, foram 195 carros roubados, contra 102 no mesmo período de 2010.

A Cidade de Deus tem características únicas. A dimensão, o número de acessos e a questão cultural são predominantes avalia o comandante da UPP dos morros Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme (Zona Sul), o capitão Felipe Magalhães. Para ele, o número de acessos é decisivo:

Nas minhas comunidades, existem apenas duas entradas, o que ajuda a gente a controlar tudo. Na Cidade de Deus é diferente, já que são incontáveis acessos. Além disso, muita gente que vive nos morros do Leme trabalha para formadores de opinião que moram na Zona Sul. Eles perceberam que a ocupação traria benefícios, fato que não ocorreu em Jacarepaguá.

Fonte: JB




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#113 Mensagem por Skyway » Qua Mai 19, 2010 12:20 pm

Respostas ao dia seguinte das UPPs

O programa das Unidades de Polícia Pacificadora foi lançado pelo governo fluminense com uma incógnita: como a ocupação de comunidades pela Polícia Militar não seria um fim em si, quais os movimentos seguintes para evitar que as áreas beneficiadas dependam exclusivamente do braço coercitivo do Estado na luta contra o poder de traficantes e milicianos? Uma reunião realizada semana passada entre o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, secretários e representantes da iniciativa privada foi o primeiro passo efetivo para equacionar o dilema na prática.

Consolidada a presença de UPPs em 19 comunidades do Rio, o programa entrará em sua segunda fase nas áreas retomadas ao crime organizado, com a implementação de ações sociais e ambientais que, até o fim deste ano, terão beneficiado 220 mil moradores. Com isso, libera-se a PM para atuar em novas frentes - por exemplo, reprimir o desmatamento e conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, outro viés da degradação urbana decorrente da ocupação ilegal de morros e encostas. A corporação também já anuncia o envio de capelães às áreas pacificadas e a realização de atos ecumênicos.

Essa fase posterior das UPPs é decorrência lógica de um programa que, tendo empreendido operações de retomada de regiões até então subjugadas por criminosos, precisa ter propostas sólidas para instituir ações de cidadania que beneficiem os moradores e os resgatem definitivamente da área de influência do banditismo. São positivos os passos a serem implementados: resgatar o conceito do Projeto Rondon, levando universitários às comunidades para aplicar na prática conhecimentos adquiridos nas salas de aula; a criação de rádios comunitárias; combater a pobreza extrema; implementar medidas de saneamento básico; estimular a vocação turística das favelas da Zona Sul, visando ao aproveitamento de oportunidades criadas pela Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Digna de destaque nessa nova fase do programa é a efetiva integração entre o governo do estado, a prefeitura do Rio e a iniciativa privada, evidenciada na reunião da semana passada no Palácio Guanabara. Parte-se corretamente do princípio de que a guerra contra o crime organizado e a violência, o cuidado com a segurança pública e a inclusão na cidadania de parcelas marginalizadas da sociedade são ações que pressupõem a participação do poder público em suas diversas instâncias.

Sob este aspecto, deve-se saudar como providência oportuna a nomeação de uma espécie de xerife - o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos - para tocar os projetos sociais e ambientais nas favelas com UPPs. A ele caberá o papel de interlocutor entre as comunidades, os órgãos públicos estaduais e municipais envolvidos no programa e a iniciativa privada. O desafio do dia seguinte das UPPs, portanto, parece estar sendo mesmo enfrentado com ações que visam a assegurar em definitivo a reintegração social das comunidades pacificadas.

Fonte: O Globo




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#114 Mensagem por vitor freitas » Sáb Jun 19, 2010 12:58 am

Governo instala postos pacificadores sem
estrutura para policiais em morros do Rio
Policiais que não têm alojamentos ou sede para trabalhar se sentem desmotivados


Imagem

Maior aposta do governo do Rio de Janeiro para acabar com a violência em comunidades dominadas por traficantes ou milicianos, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) foram instaladas em oito áreas da capital fluminense, mas, metade delas não tem sede ou alojamento. Os policiais militares que atuam nessas unidades não têm lugar para guardar as armas, trocar de roupa e nem para descansar, já que muitos deles trabalham em turnos de 24 horas, onde quatro horas são reservadas para o descanso. Para ir ao banheiro ou realizar as funções administrativas, os policiais dessas UPPs sem sede têm de se espremer em contêineres.
A reportagem do R7 ouviu alguns desses PMs, que se sentem desvalorizados diante da falta de estrutura para trabalhar em um projeto tratado como prioridade pelo governo do Estado. Na UPP que atende as comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, que ficam entre Copacabana e Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, um alojamento improvisado está em péssimas condições de estrutura e higiene. No local há vazamentos, armários quebrados e muita sujeira, como mostra o vídeo abaixo.

Enquanto os policiais trabalham em condições insalubres, na mesma comunidade, o governo conclui agora no fim de junho a luxuosa obra de um elevador da estação General Osório do Metrô até o morro. A construção custou R$ 45 milhões – parte deles vindos de empréstimo do governo federal.

http://noticias.r7.com/videos/imagens-m ... 45417.html

O próprio secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, admite a dificuldade da instalação de UPPs, já que só é possível determinar onde será feita a construção após a ocupação da comunidade pela polícia. Na última sexta-feira (11) ele anunciou a instalação de unidades pacificadoras no Andaraí e no morro da Formiga, ambos na zona norte. Atualmente, 150 mil pessoas são protegidas pelas UPPs.

- É muito difícil. Não se pode ir naquela área normalmente, transitar, fazer um levantamento topográfico de onde vai colocar [a UPP], ver de quem é a propriedade do terreno. Esse trabalho é feito agora [após ocupação], porque pode-se ver onde é o lugar mais adequado. Pode-se conversar com as pessoas, ver quem é o proprietário daquela área, fazer medição, ver infraestrutura, acessibilidade, se chega carro, se não chega, que tipo de arquitetura pode ser usada.

Na ladeira dos Tabajaras, última UPP instalada na zona sul, em janeiro deste ano, o governo espera a iniciativa privada para construir a sede. Antes de iniciar o trabalho na unidade, os policiais têm de trocar de roupa e pegar as armas no 19º Batalhão da PM, em Copacabana e seguir a pé para a comunidade.

Um dos policiais ouvidos pelo R7, que preferiu não se identificar, trabalhava na UPP do Pavão-Pavãozinho e disse acreditar que a situação nos Tabajaras poderia melhorar, o que não aconteceu.

- Lá [Pavão-Pavãozinho] as condições são subumanas. Aqui [Tabajaras] nosso maior problema é a falta de estrutura. Não há motivação. Nosso trabalho não vai diminuir, mas haveria mais motivação [se houvesse instalações]. O governo está preocupado com a sociedade, mas e o policial militar?

O policial fez concurso em 2008 para trabalhar na Baixada Fluminense, mas, com o surgimento das UPPs, foi transferido para a capital. Ele percorre 80 km para ir e voltar do trabalho, porém, recebe uma gratificação por atuar na unidade de pacificação. Mesmo desmotivado com as condições do trabalho, o PM diz estar satisfeito com o seu desempenho.

- Adoro essa atividade. Não vou deixar de cumprir minha missão por causa dessas dificuldades.

O mesmo não acontece com outro PM ouvido pela reportagem. Ele fez e passou no mesmo concurso. Porém, é do sul do Estado e prestou a prova para trabalhar na sua região. Atualmente, ele está lotado na UPP dos Tabajaras, com uma escala de 24 horas de trabalho e três dias de folga. Como não há alojamento no local, tem de dividir uma viatura com colegas para poder usufruir das quatro horas de descanso a que tem direito no expediente.

- Você sai cedo de casa já desmotivado. Sempre tem alguém lá [comunidade] medindo, falando que vai construir alguma coisa, mas até agora nada. Se tivesse alojamento seria bem melhor, como em qualquer unidade da PM. É complicado abandonar o barco, mas estou com esse intuito.

A distância de 170 km que o soldado tem de percorrer para trabalhar também contribui para a desmotivação. Ele não tem perspectiva de ser transferido porque viu colegas tentarem a mesma coisa na Justiça e terem o pedido negado após a Secretaria de Segurança alegar que as UPPs são prioridade máxima.

- Não tem ninguém para fazer nada pela gente [sic]. O edital dizia que o concurso era voltado para o interior. Se soubesse que teria de trabalhar na capital, eu não fazia [o concurso].

A Secretaria da Segurança admite que não há previsão de inauguração de uma sede dos Tabajaras. Em Cidade de Deus, na zona oeste, a sede será construída pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas também não há previsão para inauguração.

Sobre a precariedade do alojamento da UPP do Pavão-Pavãozinho, a secretaria disse que uma nova sede será construída, porém, explicou por meio de nota que “as regras para uso de dinheiro público são rígidas. Exigem relatórios, projetos e aprovações de outros órgãos independentes do Executivo. São regras impostas pela sociedade. No caso do Pavãozinho, a Secretaria de Obras ficou responsável pela construção”.

Para o morro do Borel, primeira UPP na zona norte da cidade, uma estrutura modular já está em construção e terá 170 metros quadrados. Ela deve ficar pronta em 30 dias.

FONTE:R7 RECORD




Carlos Mathias

Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#115 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Jun 19, 2010 11:18 am

Eu quero uma merda dessa que não funciona aqui em Padre Miguel !!!! :roll: :lol:
Ontem foi de 23:00 até umas 02:00 o tiroteio na Vila Vintém. :?
E é assim todos os dias.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#116 Mensagem por Skyway » Sáb Jun 19, 2010 6:04 pm

:lol: :lol:




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#117 Mensagem por Alcantara » Seg Ago 09, 2010 12:45 pm

Carlos Mathias escreveu:Eu quero uma merda dessa que não funciona aqui em Padre Miguel !!!! :roll: :lol:
Ontem foi de 23:00 até umas 02:00 o tiroteio na Vila Vintém. :?
E é assim todos os dias.
:roll: :lol:




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#118 Mensagem por Jacobs » Seg Ago 09, 2010 1:52 pm

Carlos Mathias escreveu:Eu quero uma merda dessa que não funciona aqui em Padre Miguel !!!! :roll: :lol:
Ontem foi de 23:00 até umas 02:00 o tiroteio na Vila Vintém. :?
E é assim todos os dias.
Esse tiroteios diários são malaco x malaco, ou entra "puliça" no meio?




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moura
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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#119 Mensagem por moura » Seg Ago 09, 2010 9:23 pm

É CM meus pais sairam de Bangu pois não aguentavam mais os tiroteios. Não vejo a hora das UPPs chegarem, os imoveis estão completamente desvalorizados, um imovel que aqui em SP custa em media 700.000 ai saiu por 80.000, casa com piscina e churraqueira.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#120 Mensagem por Skyway » Ter Ago 10, 2010 12:22 am

É que aqui o que sempre valorizou imóveis é praia ou sossego do bairro. Agora o que valoriza é ausência de tiroteio, segurança... É parte das mudanças que essa cidade sofreu com anos de violência sem controle. A beleza dá lugar ao simples desejo de continuar vivo.

Paquetá é um ótimo exemplo. Casas sempre muito valorizadas antes do Brizola, ilha calma, paraíso escondido no Rio de Janeiro... Depois que Brizola apareceu e autorizou a construção de casas nos morros da ilha e quatro favelas apareceram, o lugar despencou. Casas que antes atingiam 1 milhão fácil, estão saindo com dificuldade à 200 mil e olhe lá!

Triste quando vendemos nossa casa de praia lá, onde fui criado toda minha infância andando de bicicleta, roubando fruta do vizinho, pulando de pedras na água... Agora é mais um lugar com cara de "entorno de favela", com malandros, pivetes, funk, forró... daqui a pouco tem moto-taxi...




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