Perfeito, Bolovo. É bem por aí. [].Bolovo escreveu:É o que eu digo. Temos hoje a elite econômica e não a elite intelectual cursando as melhores universidades públicas. Como assim? Hoje as escolas públicas são horríveis, tanto que a preocupação de maioria dos pais hoje é colocar os filhos numa boa escola particular, onde a mensalidade custa uma nota preta. Sendo assim, passa no vestibular em sua maioria quem estuda nas boas e caras escolas, ou seja, geralmente quem tem um bom padrão de vida. Vou dar como exemplo onde eu estudo, a USP. Lá 75% dos estudantes vieram de colégios e cursinhos caros. Eu sou um deles, apesar de não ser zilhonário como a maioria dos meus conhecidos, tenho um bom padrão da vida, estudei a vida toda em colégio particular e fiz cursinho. Amo ainda mais meus pais por conta disso.
Agora, o que fazer para resolver isso? Uma escola pública gratuita e de qualidade, onde os menos favorecidos, que não tem dinheiro para cursar uma boa escola, tenha um bom ensino, uma boa base para competir em igualdade com um aluno que teve mais condições na vida, que estudou em uma boa escola particular. Literalmente seria um nivelador social, ou seja, os mais inteligentes, os mais preparados iriam para a universidade e não como é hoje, onde em sua maioria entra na faculdade quem tem dinheiro para cursar uma boa escola. O que temos hoje é a classe média/alta matriculados nos melhores cursos das universidades públicas e a classe média/baixa se virando para cursar uma universidade privada qualquer, de qualidade duvidosa, em período noturno, porque de dia trabalham.
Nisso que entra a minha crítica as cotas raciais. Porque não é somente o negro que vive essa realidade. Alias, dizer "negro" hoje em dia é complicado. O Brasileiro é um povo misturado, várias raças e etnias numa só, uma gororoba internacional. Para mim a cor de pele diz nada. Mas historicamente, a escravidão aconteceu, o negro brasileiro, por ter sido só libertado só em 1888, demorou muito para se integrar a então sociedade brasileira. Em sua maioria sempre estiveram por baixo, por não terem nada, terem sido lançados a própria sorte após a Leia Aurea, tanto que muitos voltaram a trabalhar para os antigos senhores, pois não tinham para onde ir. Mas isso não só aconteceu com o negro. Teve muito imigrante que trabalhou praticamente em situação de escravatura durante o pós-Lei Áurea. Então por exemplo, o brasileiro descendente de italianos deveria ter cotas? Eu acho que não. É um problema social, econômico e não necessariamente "racial", vejo eu.
Saudações
Ameaça REAL ao Brasil
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
- Guerra
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Não sou eu que no pais que a escravidão acabou a 200 anos, tenho que dar desculpa de ser negro para conseguir as coisas.Guerra, acho q tu está pecando pelo anacronismo, ou seja, está pensando os séculos XVI-XIX a partir de uma visão contemporânea. Tu não pode explicar o imaginário da época pelo nosso tempo.
Pô, Enlil, esta muito difícil para mim acreditar que você não sabe que pessoas escravizam outros da mesma cor. Branco escraviza branco e negro escraviza negro.Por outro lado, sinceramente, não consigo entender como tu pode achar q o racismo é fruto da escravidão se este é justamente um dos os pilares da escravatura.
Até eu que estudei em colégio publico sei disso.
Você precisa conhecer algumas comunidades no interior de minas e Bahia. O que acontece ali não é orgulho. É preconceito.Já a questão da afirmação da afroascendência no Brasil é uma questão diferente, é um movimento relativamente novo, q por muitas vezes tomada uma caráter político e, o q é pior, acaba criando um situação q rotula de racismo um problema q no Brasil é sobretudo SOCIAL. O principal questionamento em relação ao movimento é q ele se baseou muito no modelo americano de reafirmação da afroascendência, um país onde de fato existia segregação racial até meados dos anos 1960.
O preconceito no Brasil não tem só essa face elitista branca sanguinária que a esquerda adora explorar.
Daí, eu concordo. Estão criando um problema racial. E é o mesmo veneno que destruiu a áfrica.A propósito, o novo ministro do STF, Antonio Cezar Peluso, julgará o mérito das questões de cotas no Brasil.
Estudei em uma Universidade Pública q adotou cotas, com restrições, mas adotou. Acho problemática essa política porque justamente cria um problema racial onde há na verdade um problema social. Acho q a melhor política é de cotas sociais. De certa forma o ENEM corrige um pouco essa distorção ao provilegiar os estudantes de escola pública.
Enlil, vou te contar porque as universidades são ocupadas por estudantes do ensino privado. Porque o ensino privado é melhor que o publico.No entanto, há alguma considerações a respexito: Guerra, antes das políticas de inclusão social do GF, mesmo q tenham alguns problemas, de fato a Universidade Pública brasileira era elitista, um lugar em q os cursos sempre eram preenchidos por estudantes vindos em sua imensa maioria de escolas particulares, ou seja, eram advindos da classe média média e alta, principalmente nos cursos mais concorridos. Te digo pela experiência q tenho como morador de Casa de estudante por 8 anos: pela primeira vez comecei a ver pessoas de baixa renda cursando cursos da área de saúde, direito, engenharia, por exemplo. Há um mito, já desmitificado pela UFRJ (pioneira nessa políticas) e UnB, de q esse estudantes cotistas não teriam condições de acompanhar os não cotistas. Mito, segundo estudos sérios dessas universidades a imensa maioria dos estudantes cotistas q abandonaram seus cursos foi pelo motivo de renda, mesmo sendo pública os custos de material escolar, alimentação e transporte não foi suportado por esses alunos.
Meu filho estudou até a 4ª serie numa escola municipal. Era 20 vezes melhor que a escola particular. Tinha uniforme, material, bons professores. Mas na 5ª serie o colégio que eu ia matricular meu filho era um lixo. Eu prefiro ver sem estudar do que no meio daquela bagunça.
Meu filho estuda numa escola de freiras. O ensino é muito bom. Aluno indisciplinado não tem vez.
Agora, pergunte a qualquer professor de 5ª até ensino médio o que esta acontecendo nas escolas publicas. É um zaralho. É uma bagunça. Uma baderna. Desperdício de dinheiro publico.
E ai? Como fica o resto da população? Vamos resolver esse problema com essa história furada de divida social com o negro? Porque não melhoramos o ensino publico? Porque não copiamos o ensino dos colégios militares, que na minha opinião são os melhores do Brasil?
“Militarizar o ensino...pega o reaça...joga ele na fogueira....”
Pois é, então vamos ficar com os nosso colégios públicos, laboratórios para os teóricos, e criador de marginal. Vamos punir quem esta indo para escola para estudar e não para bater em professores.
Eu adoro esse idealismo. Isso é legal. É um fator importante na motivação. Mas o realismo tb é importante.Por outro lado, esses programas q visam fundamentalmente uma política pública de combate a desigualdade social no país tem um reflexo claro e óbvio: distribuição de renda. Um aluno desses, na medida em q se gradua e passa atuar no mercado de trabalho e usufruir de uma renda muito superior a de sua família tende na maioria das vezes a ajudá-la, muito ao contrário de um estudante se classe média alta q trabalhará só pra si. É uma questão de visão "político-filosófica" e para mim esse é o papel do Estado em um país tão peculiar e desigual como o Brasil: promover a equitatividade social.
O ensino médio vai continuar um lixo. Não vai resolver. O caminho não é esse.
O negro/azul/amerelo que estudou na escola publica vai continuar sendo o peão e o branco-filho da elite sanguinária vai ser o patrão.
O que!? Eu ouvi alguém ai falando sobre cotas nos cargos das empresas? Tchau, vou instalar minha empresa em outro pais.
Ei pera ai...trás os impostos de volta. Ai meu Deus cade as verbas?
Desculpe, Enlil, mas essa distribuição de renda a la brasileira, na base do jeitinho (tipo: "dá um passinho pra esquerda pro negro passar na tua frente...vai que é por uma boa causa...olha a divida com o negro... coitado do cara, meu"), sem um grande investimento na educação a la japão não funciona.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Bolovo, vc quer saber a diferença entre o colégio do meu filho para um publico?Bolovo escreveu:É o que eu digo. Temos hoje a elite econômica e não a elite intelectual cursando as melhores universidades públicas. Como assim? Hoje as escolas públicas são horríveis, tanto que a preocupação de maioria dos pais hoje é colocar os filhos numa boa escola particular, onde a mensalidade custa uma nota preta. Sendo assim, passa no vestibular em sua maioria quem estuda nas boas e caras escolas, ou seja, geralmente quem tem um bom padrão de vida. Vou dar como exemplo onde eu estudo, a USP. Lá 75% dos estudantes vieram de colégios e cursinhos caros. Eu sou um deles, apesar de não ser zilhonário como a maioria dos meus conhecidos, tenho um bom padrão da vida, estudei a vida toda em colégio particular e fiz cursinho. Amo ainda mais meus pais por conta disso.
Agora, o que fazer para resolver isso? Uma escola pública gratuita e de qualidade, onde os menos favorecidos, que não tem dinheiro para cursar uma boa escola, tenha um bom ensino, uma boa base para competir em igualdade com um aluno que teve mais condições na vida, que estudou em uma boa escola particular. Literalmente seria um nivelador social, ou seja, os mais inteligentes, os mais preparados iriam para a universidade e não como é hoje, onde em sua maioria entra na faculdade quem tem dinheiro para cursar uma boa escola. O que temos hoje é a classe média/alta matriculados nos melhores cursos das universidades públicas e a classe média/baixa se virando para cursar uma universidade privada qualquer, de qualidade duvidosa, em período noturno, porque de dia trabalham.
Nisso que entra a minha crítica as cotas raciais. Porque não é somente o negro que vive essa realidade. Alias, dizer "negro" hoje em dia é complicado. O Brasileiro é um povo misturado, várias raças e etnias numa só, uma gororoba internacional. Para mim a cor de pele diz nada. Mas historicamente, a escravidão aconteceu, o negro brasileiro, por ter sido só libertado só em 1888, demorou muito para se integrar a então sociedade brasileira. Em sua maioria sempre estiveram por baixo, por não terem nada, terem sido lançados a própria sorte após a Leia Aurea, tanto que muitos voltaram a trabalhar para os antigos senhores, pois não tinham para onde ir. Mas isso não só aconteceu com o negro. Teve muito imigrante que trabalhou praticamente em situação de escravatura durante o pós-Lei Áurea. Então por exemplo, o brasileiro descendente de italianos deveria ter cotas? Eu acho que não. É um problema social, econômico e não necessariamente "racial", vejo eu.
Saudações
No colégio do meu filho quando ele vai mal eu sou chamado para prestar contas. No colégio publico quando o aluno vai mal os pais vão no colégio tirar satisfação com o professor. Isso quando vai.
Essa idéia que existem minis gênios injustiçados sedentos por conhecimento esperando oportunidade é furada. O segredo do sucesso de todo aluno esta no interesse dele.
Correu atrás colhe. Esperou, vai cochilar. Cochilou o bonde vai passar e o cara vai perder.
No sistema atual, para mim é bem simples: O cara que se esforça numa escola publica lixo e consegue alguma coisa vai colocar seu filho numa escola particular e esse filho vai ser a elite economica (isso não feio nem crime na nossa sociedade, é o objetivo de todos) do pais. Essa é a unica forma que eu vejo de subir o degrau. O resto ganha voto, mas não resolve.
Melhorem o ensino que eu mudo minha forma de subir o degrau.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Re: Ameaça REAL ao Brasil
Olha aí a Marina Silva fazendo campanha nos EUA junto com James Cameron, ambientalistas & cia.
- Marino
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
James Cameron: 'Vou levar uma carta dos índios a Obama'
Publicada em 25/04/2010 às 23h43m
Marília Martins - Correspondente
NOVA IORQUE - O cineasta canadense James Cameron, 55 anos, diretor de "Titanic" e "Avatar", e o maior recordista de bilheterias da história do cinema até agora, entrou em campanha contra a construção da usina de Belo Monte, depois de visitar os índios caiapós na região de Altamira, no nordeste do Pará. Ele participou de um encontro de 80 líderes de comunidades indígenas brasileiras e recebeu deles uma carta que pretende entregar aos presidentes Lula e Obama.
Cameron promoveu uma exibição especial de seu filme em Nova York como parte das sessões do Forum Permanente sobre Direitos Indígenas, da ONU. E deu esta entrevista exclusiva para O GLOBO sobre suas visitas ao Brasil e suas pesquisas sobre os problemas das tribos amazônicas.
O GLOBO:Como foi a sua experiência na Floresta Amazônica?
JAMES CAMERON: Foi fantástica. Visitei o Brasil duas vezes. Fui convidado por uma ONG, a Amazon Watch, que trabalha na Amazônia e que me levou a Manaus e me informou sobre os temas ecológicos da região. Isto me conscientizou dos problemas das comunidades indígenas. Eles me falaram da construção da hidrelétrica. Pedi que me dessem muita informação para que eu pudesse conhecer de perto os problemas, e pudesse falar sobre eles. Fui até Altamira e encontrei uma grande comunidade indígena. Eles estavam tendo um encontro, eram 80 líderes tribais unidos para debater as questões que mais causavam preocupação, inclusive a hidrelétrica.
E o que os líderes indígenas disseram?
CAMERON: Primeiro, eu fui excluído do processo, afinal, eles não tinham a menor ideia de quem eu era. E eu viajei mais de dez horas de barco para encontrá-los... Depois, acabaram me convidando para participar do debate e durante quatro horas conversaram comigo. Falaram do quanto estavam alarmados com a construção de Belo Monte porque eles iriam perder o domínio sobre suas terras, a vida biológica nos rios seria degradada, não poderiam mais subir o rio para pescar. Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. Estão lutando há mais de 20 anos contra esta represa. E eles estão dispostos a continuar a luta contra esta construção e a morrer, se necessário, para impedir que isto aconteça. Esta mensagem foi muito poderosa para mim.
" Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. "
________________________________________
Sua conversa foi apenas com os índios?
CAMERON: Não. Também conversei com cientistas que estudaram o meio ambiente da Amazônia por muitos e muitos anos. Li muitos estudos a respeito dos efeitos da represa sobre os ciclos sazonais da região, sobre o fluxo dos rios, sobre a previsão de produção de 11 mil megawatts que podem virar apenas 3 mil megawatts em mais da metade do ano, por causa dos efeitos ecológicos. E acho que esta é uma produção baixa para os R$ 16 bilhões que o projeto vai custar (a estimativa do governo já foi revista para R$ 19,6 bilhões e a do setor privado é de R$ 30 bilhões). Ou seja, aprendi que Belo Monte é ineficiente do ponto de vista da relação custo-benefício. Insisto: estou apenas repetindo aqui o que me disseram organizações ambientais brasileiras, como o Instituto Sócio-Ambiental (ISA) e outros grupos, como a Conservation International.
Mas existe uma crise energética no Brasil e Belo Monte é uma opção para garantir o fornecimento de energia.
CAMERON: Sim, existe uma crise energética e o país precisa aumentar a produção de energia para sustentar seu crescimento, para abastecer as grandes cidades. Mas não acho que a represa seja a resposta para esta crise. E sabe por que? Porque a energia de Belo Monte não vai abastecer as cidades. Ela vai ser destinada à indústria de alumínio, vai abastecer companhias multinacionais, como a Alcoa. E é preciso que se diga que a indústria de alumínio consome muita energia é das que menos gera empregos. Ou seja: os contribuintes brasileiros vão estar subsidiando com seus impostos esta indústria que sequer beneficia a população local e os lucros ainda vão para fora do país. Acho que isto é chocante! Acho que a maioria dos brasileiros não sabe disto.
O senhor acha que há pouco debate no Brasil sobre Belo Monte?
CAMERON: Acho que o processo todo não é transparente. O debate não envolveu as comunidades que vão perder suas casas e suas terras, os benefícios da construção não vão ser destinados a essas comunidades, não incluem os 25 mil índios que existem na região. E os benefícios tampouco irão para o povo brasileiro, que está pagando impostos. Quem deu aos políticos permissão para fazer isto? Os lucros vão para os bancos e para empresas estrangeiras! Isto faz sentido?
Mas é preciso achar solução para a crise de energia brasileira atual...
CAMERON: Este é um problema que não diz respeito apenas ao Brasil, mas ao mundo inteiro. As soluções para a crise de energia devem ser globais porque a crise é mundial e é resultante de políticas energéticas equivocadas. A solução deve ser em termos de energia renovável. O Brasil tem três vezes mais energia solar do que a Alemanha e no entanto, por alguma razão que não entendo, a Alemanha é a líder mundial em energia solar. Como isto é possível? Porque os rios do Brasil são vistos como uma espécie de fluxo de ouro que alimenta o país e conecta suas regiões. Mas vou usar uma metáfora forte: se os rios brasileiros são as artérias que trazem a vida para a nação, construir barragens é como instalar gorduras nas artérias: isto vai acabar levando a derrames e infartos. A represa não é a resposta certa! Os rios são um bem fundamental e importantíssimo para o Brasil, mas desde que possam fluir para levar a vida. Os rios não podem ser bloqueados para danificar o meio ambiente. E não quero que ninguém tome apenas a minha palavra: peço que busquem fontes de informação.
O senhor conversou com autoridades do governo brasileiro?
CAMERON: Tive a impressão de que o governo brasileiro não quer que as informações sobre Belo Monte circulem. Eu enviei uma carta ao presidente Lula pedindo um encontro com ele, ou com alguém de sua equipe de energia. Mas não tive resposta. Ainda estou esperando. Gostaria muito de conversar com o governo brasileiro, de ouvir o outro lado, mas tive muito cuidado com toda a informação que eu coletei e que estou comentando aqui.
O senhor está agora num evento da ONU sobre ecologia. Qual a sua agenda como militante em defesa de uma economia ecológica?
CAMERON: Eu não tenho uma agenda. Não estou tentando ganhar mais dinheiro com "Avatar". O filme já é um sucesso. Não sou um empresário. Meu objetivo é ser fiel à minha consciência, ao meu senso ético como um ser humano. Quero fazer com que este mundo seja melhor para os meus filhos. Eu tenho cinco filhos e todos eles são muito conscientes sobre estes problemas. Eu vejo muita negação, muita alienação, e vejo também que há uma necessidade urgente de agir, de enfrentar desafios e impedir uma catástrofe mundial por causa do aquecimento global.
Mas o senhor sabe que os EUA são o maior poluidor do planeta, junto com a China, e que o Brasil tem uma das economias mais verdes do planeta. O Brasil tem sua frota movida a álcool e uma das matrizes menos poluidoras do mundo na produção de energia.
CAMERON: Claro! Eu sei disto! Não estou acusando ninguém. Os EUA são um grande poluidor e historicamente cometeu muitos erros, e num tempo em que esses efeitos catastróficos não eram conhecidos. E temos muito a fazer aqui. Mas acho que a Floresta Amazônica é fundamental para o Brasil e para o mundo e acho que os EUA deveriam contribuir para a sua conservação, ajudando inclusive economicamente. Sei que há forças econômicas trabalhando contra isto.
Quais as organizações que o senhor considera que devem ser ouvidas neste debate?
CAMERON: Todas as organizações ecológicas. Veja bem, a minha preocupação é que o povo brasileiro esteja bem informado. Não parece ser este o caso. Eu sei que o Brasil é uma democracia e se o povo brasileiro considerar que a construção desta usina é um bom negócio, todos nós vamos aceitar. Mas acho que o povo brasileiro não está sendo bem informado sobre o que está por trás da construção desta represa. As pessoas que encontrei no Brasil têm uma grande sensibilidade para a ecologia. O país tem uma floresta maravilhosa, um tesouro de biodiversidade, os brasileiros são pessoas alegres, afáveis, acolhedoras, de boa vontade. Um dos povos da floresta do meu filme foi diretamente inspirado pelos caiapós brasileiros. A Amazônia foi fonte de inspiração para minha história e quando fui pesquisar descobri que as questões indígenas não eram um assunto do passado e sim do presente. Descobri que ainda hoje acontecem massacres de comunidades inteiras. Eu quero fazer um documentário em 3D sobre os índios caiapós e sua luta contra esta represa.
E o senhor também trabalha para conscientizar os americanos?
CAMERON: Claro! Penso que este é um tema global em que as pessoas precisam pressionar seus governos a combater o aquecimento do planeta, a respeitar os direitos das populações indígenas, a levar este tema para um debate realmente mundial, de modo que as pessoas sejam educadas para não poluírem e respeitarem o meio-ambiente e que exijam de seus líderes uma posição de defesa da ecologia. Nos EUA, temos muito trabalho de conscientização pela frente, claro.! Por isto, decidi trabalhar para ampliar o debate, levar a questão para quem eu puder levar, para quem eu tiver acesso. Por isto, quero conversar com o presidente Lula e decidi jantar em Washington com Marina Silva, que é candidata do Partido Verde no Brasil. E vou também encontrar com o presidente Obama. Os índios caiapós e os demais líderes indígenas me entregaram uma carta muito bonita falando de seus problemas, uma carta que pretendo entregar ao presidente Obama. Acho que ele pode ampliar o debate, pode levar o tema para as conversas sobre aquecimento global na ONU.
Publicada em 25/04/2010 às 23h43m
Marília Martins - Correspondente
NOVA IORQUE - O cineasta canadense James Cameron, 55 anos, diretor de "Titanic" e "Avatar", e o maior recordista de bilheterias da história do cinema até agora, entrou em campanha contra a construção da usina de Belo Monte, depois de visitar os índios caiapós na região de Altamira, no nordeste do Pará. Ele participou de um encontro de 80 líderes de comunidades indígenas brasileiras e recebeu deles uma carta que pretende entregar aos presidentes Lula e Obama.
Cameron promoveu uma exibição especial de seu filme em Nova York como parte das sessões do Forum Permanente sobre Direitos Indígenas, da ONU. E deu esta entrevista exclusiva para O GLOBO sobre suas visitas ao Brasil e suas pesquisas sobre os problemas das tribos amazônicas.
O GLOBO:Como foi a sua experiência na Floresta Amazônica?
JAMES CAMERON: Foi fantástica. Visitei o Brasil duas vezes. Fui convidado por uma ONG, a Amazon Watch, que trabalha na Amazônia e que me levou a Manaus e me informou sobre os temas ecológicos da região. Isto me conscientizou dos problemas das comunidades indígenas. Eles me falaram da construção da hidrelétrica. Pedi que me dessem muita informação para que eu pudesse conhecer de perto os problemas, e pudesse falar sobre eles. Fui até Altamira e encontrei uma grande comunidade indígena. Eles estavam tendo um encontro, eram 80 líderes tribais unidos para debater as questões que mais causavam preocupação, inclusive a hidrelétrica.
E o que os líderes indígenas disseram?
CAMERON: Primeiro, eu fui excluído do processo, afinal, eles não tinham a menor ideia de quem eu era. E eu viajei mais de dez horas de barco para encontrá-los... Depois, acabaram me convidando para participar do debate e durante quatro horas conversaram comigo. Falaram do quanto estavam alarmados com a construção de Belo Monte porque eles iriam perder o domínio sobre suas terras, a vida biológica nos rios seria degradada, não poderiam mais subir o rio para pescar. Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. Estão lutando há mais de 20 anos contra esta represa. E eles estão dispostos a continuar a luta contra esta construção e a morrer, se necessário, para impedir que isto aconteça. Esta mensagem foi muito poderosa para mim.
" Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. "
________________________________________
Sua conversa foi apenas com os índios?
CAMERON: Não. Também conversei com cientistas que estudaram o meio ambiente da Amazônia por muitos e muitos anos. Li muitos estudos a respeito dos efeitos da represa sobre os ciclos sazonais da região, sobre o fluxo dos rios, sobre a previsão de produção de 11 mil megawatts que podem virar apenas 3 mil megawatts em mais da metade do ano, por causa dos efeitos ecológicos. E acho que esta é uma produção baixa para os R$ 16 bilhões que o projeto vai custar (a estimativa do governo já foi revista para R$ 19,6 bilhões e a do setor privado é de R$ 30 bilhões). Ou seja, aprendi que Belo Monte é ineficiente do ponto de vista da relação custo-benefício. Insisto: estou apenas repetindo aqui o que me disseram organizações ambientais brasileiras, como o Instituto Sócio-Ambiental (ISA) e outros grupos, como a Conservation International.
Mas existe uma crise energética no Brasil e Belo Monte é uma opção para garantir o fornecimento de energia.
CAMERON: Sim, existe uma crise energética e o país precisa aumentar a produção de energia para sustentar seu crescimento, para abastecer as grandes cidades. Mas não acho que a represa seja a resposta para esta crise. E sabe por que? Porque a energia de Belo Monte não vai abastecer as cidades. Ela vai ser destinada à indústria de alumínio, vai abastecer companhias multinacionais, como a Alcoa. E é preciso que se diga que a indústria de alumínio consome muita energia é das que menos gera empregos. Ou seja: os contribuintes brasileiros vão estar subsidiando com seus impostos esta indústria que sequer beneficia a população local e os lucros ainda vão para fora do país. Acho que isto é chocante! Acho que a maioria dos brasileiros não sabe disto.
O senhor acha que há pouco debate no Brasil sobre Belo Monte?
CAMERON: Acho que o processo todo não é transparente. O debate não envolveu as comunidades que vão perder suas casas e suas terras, os benefícios da construção não vão ser destinados a essas comunidades, não incluem os 25 mil índios que existem na região. E os benefícios tampouco irão para o povo brasileiro, que está pagando impostos. Quem deu aos políticos permissão para fazer isto? Os lucros vão para os bancos e para empresas estrangeiras! Isto faz sentido?
Mas é preciso achar solução para a crise de energia brasileira atual...
CAMERON: Este é um problema que não diz respeito apenas ao Brasil, mas ao mundo inteiro. As soluções para a crise de energia devem ser globais porque a crise é mundial e é resultante de políticas energéticas equivocadas. A solução deve ser em termos de energia renovável. O Brasil tem três vezes mais energia solar do que a Alemanha e no entanto, por alguma razão que não entendo, a Alemanha é a líder mundial em energia solar. Como isto é possível? Porque os rios do Brasil são vistos como uma espécie de fluxo de ouro que alimenta o país e conecta suas regiões. Mas vou usar uma metáfora forte: se os rios brasileiros são as artérias que trazem a vida para a nação, construir barragens é como instalar gorduras nas artérias: isto vai acabar levando a derrames e infartos. A represa não é a resposta certa! Os rios são um bem fundamental e importantíssimo para o Brasil, mas desde que possam fluir para levar a vida. Os rios não podem ser bloqueados para danificar o meio ambiente. E não quero que ninguém tome apenas a minha palavra: peço que busquem fontes de informação.
O senhor conversou com autoridades do governo brasileiro?
CAMERON: Tive a impressão de que o governo brasileiro não quer que as informações sobre Belo Monte circulem. Eu enviei uma carta ao presidente Lula pedindo um encontro com ele, ou com alguém de sua equipe de energia. Mas não tive resposta. Ainda estou esperando. Gostaria muito de conversar com o governo brasileiro, de ouvir o outro lado, mas tive muito cuidado com toda a informação que eu coletei e que estou comentando aqui.
O senhor está agora num evento da ONU sobre ecologia. Qual a sua agenda como militante em defesa de uma economia ecológica?
CAMERON: Eu não tenho uma agenda. Não estou tentando ganhar mais dinheiro com "Avatar". O filme já é um sucesso. Não sou um empresário. Meu objetivo é ser fiel à minha consciência, ao meu senso ético como um ser humano. Quero fazer com que este mundo seja melhor para os meus filhos. Eu tenho cinco filhos e todos eles são muito conscientes sobre estes problemas. Eu vejo muita negação, muita alienação, e vejo também que há uma necessidade urgente de agir, de enfrentar desafios e impedir uma catástrofe mundial por causa do aquecimento global.
Mas o senhor sabe que os EUA são o maior poluidor do planeta, junto com a China, e que o Brasil tem uma das economias mais verdes do planeta. O Brasil tem sua frota movida a álcool e uma das matrizes menos poluidoras do mundo na produção de energia.
CAMERON: Claro! Eu sei disto! Não estou acusando ninguém. Os EUA são um grande poluidor e historicamente cometeu muitos erros, e num tempo em que esses efeitos catastróficos não eram conhecidos. E temos muito a fazer aqui. Mas acho que a Floresta Amazônica é fundamental para o Brasil e para o mundo e acho que os EUA deveriam contribuir para a sua conservação, ajudando inclusive economicamente. Sei que há forças econômicas trabalhando contra isto.
Quais as organizações que o senhor considera que devem ser ouvidas neste debate?
CAMERON: Todas as organizações ecológicas. Veja bem, a minha preocupação é que o povo brasileiro esteja bem informado. Não parece ser este o caso. Eu sei que o Brasil é uma democracia e se o povo brasileiro considerar que a construção desta usina é um bom negócio, todos nós vamos aceitar. Mas acho que o povo brasileiro não está sendo bem informado sobre o que está por trás da construção desta represa. As pessoas que encontrei no Brasil têm uma grande sensibilidade para a ecologia. O país tem uma floresta maravilhosa, um tesouro de biodiversidade, os brasileiros são pessoas alegres, afáveis, acolhedoras, de boa vontade. Um dos povos da floresta do meu filme foi diretamente inspirado pelos caiapós brasileiros. A Amazônia foi fonte de inspiração para minha história e quando fui pesquisar descobri que as questões indígenas não eram um assunto do passado e sim do presente. Descobri que ainda hoje acontecem massacres de comunidades inteiras. Eu quero fazer um documentário em 3D sobre os índios caiapós e sua luta contra esta represa.
E o senhor também trabalha para conscientizar os americanos?
CAMERON: Claro! Penso que este é um tema global em que as pessoas precisam pressionar seus governos a combater o aquecimento do planeta, a respeitar os direitos das populações indígenas, a levar este tema para um debate realmente mundial, de modo que as pessoas sejam educadas para não poluírem e respeitarem o meio-ambiente e que exijam de seus líderes uma posição de defesa da ecologia. Nos EUA, temos muito trabalho de conscientização pela frente, claro.! Por isto, decidi trabalhar para ampliar o debate, levar a questão para quem eu puder levar, para quem eu tiver acesso. Por isto, quero conversar com o presidente Lula e decidi jantar em Washington com Marina Silva, que é candidata do Partido Verde no Brasil. E vou também encontrar com o presidente Obama. Os índios caiapós e os demais líderes indígenas me entregaram uma carta muito bonita falando de seus problemas, uma carta que pretendo entregar ao presidente Obama. Acho que ele pode ampliar o debate, pode levar o tema para as conversas sobre aquecimento global na ONU.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Esse JC, vou falar...Marino escreveu:James Cameron: 'Vou levar uma carta dos índios a Obama'
Publicada em 25/04/2010 às 23h43m
Marília Martins - Correspondente
NOVA IORQUE - O cineasta canadense James Cameron, 55 anos, diretor de "Titanic" e "Avatar", e o maior recordista de bilheterias da história do cinema até agora, entrou em campanha contra a construção da usina de Belo Monte, depois de visitar os índios caiapós na região de Altamira, no nordeste do Pará. Ele participou de um encontro de 80 líderes de comunidades indígenas brasileiras e recebeu deles uma carta que pretende entregar aos presidentes Lula e Obama.
Cameron promoveu uma exibição especial de seu filme em Nova York como parte das sessões do Forum Permanente sobre Direitos Indígenas, da ONU. E deu esta entrevista exclusiva para O GLOBO sobre suas visitas ao Brasil e suas pesquisas sobre os problemas das tribos amazônicas.
O GLOBO:Como foi a sua experiência na Floresta Amazônica?
JAMES CAMERON: Foi fantástica. Visitei o Brasil duas vezes. Fui convidado por uma ONG, a Amazon Watch, que trabalha na Amazônia e que me levou a Manaus e me informou sobre os temas ecológicos da região. Isto me conscientizou dos problemas das comunidades indígenas. Eles me falaram da construção da hidrelétrica. Pedi que me dessem muita informação para que eu pudesse conhecer de perto os problemas, e pudesse falar sobre eles. Fui até Altamira e encontrei uma grande comunidade indígena. Eles estavam tendo um encontro, eram 80 líderes tribais unidos para debater as questões que mais causavam preocupação, inclusive a hidrelétrica.
E o que os líderes indígenas disseram?
CAMERON: Primeiro, eu fui excluído do processo, afinal, eles não tinham a menor ideia de quem eu era. E eu viajei mais de dez horas de barco para encontrá-los... Depois, acabaram me convidando para participar do debate e durante quatro horas conversaram comigo. Falaram do quanto estavam alarmados com a construção de Belo Monte porque eles iriam perder o domínio sobre suas terras, a vida biológica nos rios seria degradada, não poderiam mais subir o rio para pescar. Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. Estão lutando há mais de 20 anos contra esta represa. E eles estão dispostos a continuar a luta contra esta construção e a morrer, se necessário, para impedir que isto aconteça. Esta mensagem foi muito poderosa para mim.
" Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. "
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Sua conversa foi apenas com os índios?
CAMERON: Não. Também conversei com cientistas que estudaram o meio ambiente da Amazônia por muitos e muitos anos. Li muitos estudos a respeito dos efeitos da represa sobre os ciclos sazonais da região, sobre o fluxo dos rios, sobre a previsão de produção de 11 mil megawatts que podem virar apenas 3 mil megawatts em mais da metade do ano, por causa dos efeitos ecológicos. E acho que esta é uma produção baixa para os R$ 16 bilhões que o projeto vai custar (a estimativa do governo já foi revista para R$ 19,6 bilhões e a do setor privado é de R$ 30 bilhões). Ou seja, aprendi que Belo Monte é ineficiente do ponto de vista da relação custo-benefício. Insisto: estou apenas repetindo aqui o que me disseram organizações ambientais brasileiras, como o Instituto Sócio-Ambiental (ISA) e outros grupos, como a Conservation International.
Mas existe uma crise energética no Brasil e Belo Monte é uma opção para garantir o fornecimento de energia.
CAMERON: Sim, existe uma crise energética e o país precisa aumentar a produção de energia para sustentar seu crescimento, para abastecer as grandes cidades. Mas não acho que a represa seja a resposta para esta crise. E sabe por que? Porque a energia de Belo Monte não vai abastecer as cidades. Ela vai ser destinada à indústria de alumínio, vai abastecer companhias multinacionais, como a Alcoa. E é preciso que se diga que a indústria de alumínio consome muita energia é das que menos gera empregos. Ou seja: os contribuintes brasileiros vão estar subsidiando com seus impostos esta indústria que sequer beneficia a população local e os lucros ainda vão para fora do país. Acho que isto é chocante! Acho que a maioria dos brasileiros não sabe disto.
O senhor acha que há pouco debate no Brasil sobre Belo Monte?
CAMERON: Acho que o processo todo não é transparente. O debate não envolveu as comunidades que vão perder suas casas e suas terras, os benefícios da construção não vão ser destinados a essas comunidades, não incluem os 25 mil índios que existem na região. E os benefícios tampouco irão para o povo brasileiro, que está pagando impostos. Quem deu aos políticos permissão para fazer isto? Os lucros vão para os bancos e para empresas estrangeiras! Isto faz sentido?
Mas é preciso achar solução para a crise de energia brasileira atual...
CAMERON: Este é um problema que não diz respeito apenas ao Brasil, mas ao mundo inteiro. As soluções para a crise de energia devem ser globais porque a crise é mundial e é resultante de políticas energéticas equivocadas. A solução deve ser em termos de energia renovável. O Brasil tem três vezes mais energia solar do que a Alemanha e no entanto, por alguma razão que não entendo, a Alemanha é a líder mundial em energia solar. Como isto é possível? Porque os rios do Brasil são vistos como uma espécie de fluxo de ouro que alimenta o país e conecta suas regiões. Mas vou usar uma metáfora forte: se os rios brasileiros são as artérias que trazem a vida para a nação, construir barragens é como instalar gorduras nas artérias: isto vai acabar levando a derrames e infartos. A represa não é a resposta certa! Os rios são um bem fundamental e importantíssimo para o Brasil, mas desde que possam fluir para levar a vida. Os rios não podem ser bloqueados para danificar o meio ambiente. E não quero que ninguém tome apenas a minha palavra: peço que busquem fontes de informação.
O senhor conversou com autoridades do governo brasileiro?
CAMERON: Tive a impressão de que o governo brasileiro não quer que as informações sobre Belo Monte circulem. Eu enviei uma carta ao presidente Lula pedindo um encontro com ele, ou com alguém de sua equipe de energia. Mas não tive resposta. Ainda estou esperando. Gostaria muito de conversar com o governo brasileiro, de ouvir o outro lado, mas tive muito cuidado com toda a informação que eu coletei e que estou comentando aqui.
O senhor está agora num evento da ONU sobre ecologia. Qual a sua agenda como militante em defesa de uma economia ecológica?
CAMERON: Eu não tenho uma agenda. Não estou tentando ganhar mais dinheiro com "Avatar". O filme já é um sucesso. Não sou um empresário. Meu objetivo é ser fiel à minha consciência, ao meu senso ético como um ser humano. Quero fazer com que este mundo seja melhor para os meus filhos. Eu tenho cinco filhos e todos eles são muito conscientes sobre estes problemas. Eu vejo muita negação, muita alienação, e vejo também que há uma necessidade urgente de agir, de enfrentar desafios e impedir uma catástrofe mundial por causa do aquecimento global.
Mas o senhor sabe que os EUA são o maior poluidor do planeta, junto com a China, e que o Brasil tem uma das economias mais verdes do planeta. O Brasil tem sua frota movida a álcool e uma das matrizes menos poluidoras do mundo na produção de energia.
CAMERON: Claro! Eu sei disto! Não estou acusando ninguém. Os EUA são um grande poluidor e historicamente cometeu muitos erros, e num tempo em que esses efeitos catastróficos não eram conhecidos. E temos muito a fazer aqui. Mas acho que a Floresta Amazônica é fundamental para o Brasil e para o mundo e acho que os EUA deveriam contribuir para a sua conservação, ajudando inclusive economicamente. Sei que há forças econômicas trabalhando contra isto.
Quais as organizações que o senhor considera que devem ser ouvidas neste debate?
CAMERON: Todas as organizações ecológicas. Veja bem, a minha preocupação é que o povo brasileiro esteja bem informado. Não parece ser este o caso. Eu sei que o Brasil é uma democracia e se o povo brasileiro considerar que a construção desta usina é um bom negócio, todos nós vamos aceitar. Mas acho que o povo brasileiro não está sendo bem informado sobre o que está por trás da construção desta represa. As pessoas que encontrei no Brasil têm uma grande sensibilidade para a ecologia. O país tem uma floresta maravilhosa, um tesouro de biodiversidade, os brasileiros são pessoas alegres, afáveis, acolhedoras, de boa vontade. Um dos povos da floresta do meu filme foi diretamente inspirado pelos caiapós brasileiros. A Amazônia foi fonte de inspiração para minha história e quando fui pesquisar descobri que as questões indígenas não eram um assunto do passado e sim do presente. Descobri que ainda hoje acontecem massacres de comunidades inteiras. Eu quero fazer um documentário em 3D sobre os índios caiapós e sua luta contra esta represa.
E o senhor também trabalha para conscientizar os americanos?
CAMERON: Claro! Penso que este é um tema global em que as pessoas precisam pressionar seus governos a combater o aquecimento do planeta, a respeitar os direitos das populações indígenas, a levar este tema para um debate realmente mundial, de modo que as pessoas sejam educadas para não poluírem e respeitarem o meio-ambiente e que exijam de seus líderes uma posição de defesa da ecologia. Nos EUA, temos muito trabalho de conscientização pela frente, claro.! Por isto, decidi trabalhar para ampliar o debate, levar a questão para quem eu puder levar, para quem eu tiver acesso. Por isto, quero conversar com o presidente Lula e decidi jantar em Washington com Marina Silva, que é candidata do Partido Verde no Brasil. E vou também encontrar com o presidente Obama. Os índios caiapós e os demais líderes indígenas me entregaram uma carta muito bonita falando de seus problemas, uma carta que pretendo entregar ao presidente Obama. Acho que ele pode ampliar o debate, pode levar o tema para as conversas sobre aquecimento global na ONU.
Quer aparecer e promover seu filme, muito ruim por sinal...
O governo brasileiro uma hora vai dar um corte legal nestes babacas e os mandarem para pqp.
Por que ele não vai a Las Vegas pedir aos donos de cassinos e puteiros a apagarem de vez em quando a luz...que vem, na grande maioria, de fontes "sujas".
O Obama não vai fazer nada...nem ele nem ninguém. O Brasil é exemplo neste assunto.
Qualquer um que conheça um pouco sobre energia, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e crescimento econômico quebra as pernas deste diretor com argumentos sólidos.
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Se eu fosse do GF e da ABIN meteria diversos agentes disfarçados nestas ONG´s e tribos.
Acho até que carecemos de um serviço secreto bom, ou não? Não sei a que pé estamos neste assunto.
Acho até que carecemos de um serviço secreto bom, ou não? Não sei a que pé estamos neste assunto.
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
AMEAÇA REAL ao BRASIL? No momento uma delas atende pelo nome EPP, que acaba de matar dois brasileiros no Paraguai.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Guerra, acho q tu está confundindo as coisas, sou a favor de cotas sociais, não racias, embora reconheça q há algumas consequências positivas nessas políticas públicas. Como já salientei: o movimento de afirmação afroascendente no Brasil tem um forte caráter POLÍTICO, é baseado nos moldes americanos e cria um contexto de racismo onde há na verdade um problema social.Guerra escreveu:Não sou eu que no pais que a escravidão acabou a 200 anos, tenho que dar desculpa de ser negro para conseguir as coisas.Guerra, acho q tu está pecando pelo anacronismo, ou seja, está pensando os séculos XVI-XIX a partir de uma visão contemporânea. Tu não pode explicar o imaginário da época pelo nosso tempo.
Pô, Enlil, esta muito difícil para mim acreditar que você não sabe que pessoas escravizam outros da mesma cor. Branco escraviza branco e negro escraviza negro.Por outro lado, sinceramente, não consigo entender como tu pode achar q o racismo é fruto da escravidão se este é justamente um dos os pilares da escravatura.
Até eu que estudei em colégio publico sei disso.
Você precisa conhecer algumas comunidades no interior de minas e Bahia. O que acontece ali não é orgulho. É preconceito.Já a questão da afirmação da afroascendência no Brasil é uma questão diferente, é um movimento relativamente novo, q por muitas vezes tomada uma caráter político e, o q é pior, acaba criando um situação q rotula de racismo um problema q no Brasil é sobretudo SOCIAL. O principal questionamento em relação ao movimento é q ele se baseou muito no modelo americano de reafirmação da afroascendência, um país onde de fato existia segregação racial até meados dos anos 1960.
O preconceito no Brasil não tem só essa face elitista branca sanguinária que a esquerda adora explorar.
Daí, eu concordo. Estão criando um problema racial. E é o mesmo veneno que destruiu a áfrica.A propósito, o novo ministro do STF, Antonio Cezar Peluso, julgará o mérito das questões de cotas no Brasil.
Estudei em uma Universidade Pública q adotou cotas, com restrições, mas adotou. Acho problemática essa política porque justamente cria um problema racial onde há na verdade um problema social. Acho q a melhor política é de cotas sociais. De certa forma o ENEM corrige um pouco essa distorção ao provilegiar os estudantes de escola pública.
Enlil, vou te contar porque as universidades são ocupadas por estudantes do ensino privado. Porque o ensino privado é melhor que o publico.No entanto, há alguma considerações a respexito: Guerra, antes das políticas de inclusão social do GF, mesmo q tenham alguns problemas, de fato a Universidade Pública brasileira era elitista, um lugar em q os cursos sempre eram preenchidos por estudantes vindos em sua imensa maioria de escolas particulares, ou seja, eram advindos da classe média média e alta, principalmente nos cursos mais concorridos. Te digo pela experiência q tenho como morador de Casa de estudante por 8 anos: pela primeira vez comecei a ver pessoas de baixa renda cursando cursos da área de saúde, direito, engenharia, por exemplo. Há um mito, já desmitificado pela UFRJ (pioneira nessa políticas) e UnB, de q esse estudantes cotistas não teriam condições de acompanhar os não cotistas. Mito, segundo estudos sérios dessas universidades a imensa maioria dos estudantes cotistas q abandonaram seus cursos foi pelo motivo de renda, mesmo sendo pública os custos de material escolar, alimentação e transporte não foi suportado por esses alunos.
Meu filho estudou até a 4ª serie numa escola municipal. Era 20 vezes melhor que a escola particular. Tinha uniforme, material, bons professores. Mas na 5ª serie o colégio que eu ia matricular meu filho era um lixo. Eu prefiro ver sem estudar do que no meio daquela bagunça.
Meu filho estuda numa escola de freiras. O ensino é muito bom. Aluno indisciplinado não tem vez.
Agora, pergunte a qualquer professor de 5ª até ensino médio o que esta acontecendo nas escolas publicas. É um zaralho. É uma bagunça. Uma baderna. Desperdício de dinheiro publico.
E ai? Como fica o resto da população? Vamos resolver esse problema com essa história furada de divida social com o negro? Porque não melhoramos o ensino publico? Porque não copiamos o ensino dos colégios militares, que na minha opinião são os melhores do Brasil?
“Militarizar o ensino...pega o reaça...joga ele na fogueira....”
Pois é, então vamos ficar com os nosso colégios públicos, laboratórios para os teóricos, e criador de marginal. Vamos punir quem esta indo para escola para estudar e não para bater em professores.
Eu adoro esse idealismo. Isso é legal. É um fator importante na motivação. Mas o realismo tb é importante.Por outro lado, esses programas q visam fundamentalmente uma política pública de combate a desigualdade social no país tem um reflexo claro e óbvio: distribuição de renda. Um aluno desses, na medida em q se gradua e passa atuar no mercado de trabalho e usufruir de uma renda muito superior a de sua família tende na maioria das vezes a ajudá-la, muito ao contrário de um estudante se classe média alta q trabalhará só pra si. É uma questão de visão "político-filosófica" e para mim esse é o papel do Estado em um país tão peculiar e desigual como o Brasil: promover a equitatividade social.
O ensino médio vai continuar um lixo. Não vai resolver. O caminho não é esse.
O negro/azul/amerelo que estudou na escola publica vai continuar sendo o peão e o branco-filho da elite sanguinária vai ser o patrão.
O que!? Eu ouvi alguém ai falando sobre cotas nos cargos das empresas? Tchau, vou instalar minha empresa em outro pais.
Ei pera ai...trás os impostos de volta. Ai meu Deus cade as verbas?
Desculpe, Enlil, mas essa distribuição de renda a la brasileira, na base do jeitinho (tipo: "dá um passinho pra esquerda pro negro passar na tua frente...vai que é por uma boa causa...olha a divida com o negro... coitado do cara, meu"), sem um grande investimento na educação a la japão não funciona.
Também é óbvio q o racismo não é relativo somente a determinado fenótipo, embora seja mais comum com negros e índios.
Mas aqui faço um parêntese q acho pertinente: na boa, certas opiniões simplesmente não são de esquerda, não se é "comuna" por defender determinado ponto de vista em relação a algumas questões, aliás, creio sinceramente q sejam apenas de bom senso.
Quanto ao ensino fundamental/médio particular é óbvio q ele é melhor. O problema é q se universalizou a má qualidade do ensino, infra-estrutura e formação do corpo docente de meados de algumas décadas para cá. Não sei quanto anos tu tem, creio q 40-50, mas o ensino médio público era de outro nível há muitos anos atrás.
Quanto a está citação: "Pô, Enlil, esta muito difícil para mim acreditar que você não sabe que pessoas escravizam outros da mesma cor. Branco escraviza branco e negro escraviza negro".
Guerra, veja bem, outra vez, não vamos confundir as coisas: não se detenha a acepção genérica de escravidão, desse modo acabarás distorcendo caráteres e lógicas fundamentais entre várioss exemplos de exploração do homem pelo homem na história da humanidade. A escravidão, seja no Egito, Grécia, Roma antiga, Áfricas pré-coloniais (anterior ao século XVI), Áfricas do século XX-XXI, colônias americanas ou no Brasil do século XX-XXI têm naturezas diferentes, sejam em suas causas, seja em suas consequências.
Por outro lado, é óbvio q o ideal seria ter um ensino público de boa qualidade q pudesse inserir com relativa igualdade de condições os alunos de escola pública na Universidade pública, no entanto, a realidade é bem diferente, e vejo essas políticas mais como PALIATIVOS. E eu, sinceramente, acho q os estudantes de classe média ALTA deveriam sim dar um contra-ponto pelo usufruto do Estado enquanto poderiam pagar com folga uma Universidade privada. Cansei de ver isso na Casa do Estudante (CEU), gente de classe média alta, q tinha até carro, ganhava 3.000 mil reais por mês e q morou e estudou de graça por anos e sai da CEU direto para um AP quase quitado. Terminei minha graduação em 2008 e pouco tempo antes comecei a ver uma verdadeira revolução na Universidade: pessoas de baixa renda frequentando os cursos mais concorridos, isso é sem precedentes.
Por mais q eu ache q políticas de cotas são paliativas, q criem algumas distorções, acho MUITO PIOR um estudante de classe média ALTA q usufrui do ESTADO só em proveito próprio; q vai para aula de terno, de Audi ou BMW, não raro no Direito e Economia da UFRGS, por exemplo, ou q ganhou qualquer carro zero e/ou um AP mobiliado só porque passou no vestibular de Medicina ou Engenharia e q está se lixando para qualquer coisa além de seu próprio umbigo, ao passo q aos alunos de baixa renda reservavam-se as licenciaturas ou os cursos técnicos. Independente da forma de ingresso não há dúvida q um estudante de baixa renda possibilitará a mobilidade social de toda uma família.
Guerra, também de forma alguma sou contra q alguém q estudou em escola particular entre em uma Universidade Pública, até porque estudei em uma, mas tem q haver limites; uma coisa bem diferente é um estudante de uma família de classe média média do de um de classe Média ALTA. Acho q teria q haver um teto, talvez em torno de 25 salários mínimos de renda familiar para ingresso na Pública sem compensação. Não vejo distorção maior q essa, alunos com pais com renda acima de 15.000 reais por mês, e as vezes até milionários, estudando de graça com dinheiro do contribuinte e ainda achando um absurdo as políticas sociais do governo. Poucas coisas são mais hipócritas do q essa na realidade social brasileira. Para mim a manutenção do antigo "statu quo" nas Universidades Públicas brasileiras não era nenhuma "meritocracia" mas sim "plutocracia" ao medida q o Estado privilegiava somente as famílias de mais alta renda com os cursos de mais status e, o q é pior, em uma ação q só concentrava ainda mais a renda no país. Querem estudar em uma Federal? Tranquilo, mas terão q pagar mais x% de imposto de renda, nada mais justo.
- Guerra
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Eu sou um cara meio prático. Sou a favor de uma melhora na educação. Um nivelamento por cima.Guerra, acho q tu está confundindo as coisas, sou a favor de cotas sociais, não racias, embora reconheça q há algumas consequências positivas nessas políticas públicas.
Isso é coisa do Brasil. Todas as minorias viraram peça de manobra política. Não sei como, mas um índio tem mais poder que uma pessoa que paga imposto.Como já salientei: o movimento de afirmação afroascendente no Brasil tem um forte caráter POLÍTICO, é baseado nos moldes americanos e cria um contexto de racismo onde há na verdade um problema social.
Nosso estado é tão fraco que qualquer Zé ruela coloca o governo de quatro.
Porque ninguém fala em melhorar como um todo? Qual sua teoria?Quanto ao ensino fundamental/médio particular é óbvio q ele é melhor. O problema é q se universalizou a má qualidade do ensino, infra-estrutura e formação do corpo docente de meados de algumas décadas para cá. Não sei quanto anos tu tem, creio q 40-50, mas o ensino médio público era de outro nível há muitos anos atrás.
Tudo bem, Enlil. A África é o melhor lugar do mundo. O Brasil inventou uma coisa chamada escravidão. Agora, nós temos que trabalhar que nem cavalo para pagar imposto para dar tudo de graça para os negros.Guerra, veja bem, outra vez, não vamos confundir as coisas: não se detenha a acepção genérica de escravidão, desse modo acabarás distorcendo caráteres e lógicas fundamentais entre várioss exemplos de exploração do homem pelo homem na história da humanidade. A escravidão, seja no Egito, Grécia, Roma antiga, Áfricas pré-coloniais (anterior ao século XVI), Áfricas do século XX-XXI, colônias americanas ou no Brasil do século XX-XXI têm naturezas diferentes, sejam em suas causas, seja em suas consequências.
Faço tudo para agradar meus eleitores.
Esta ficando pesado esse fardo. É os paraguaios, os índios, os negros, lombriga, pernilongo. Eu sou o culpado da desgraça de todo mundo.
Vamos usar um termo bem adequado: "Eleitoreiras".Por outro lado, é óbvio q o ideal seria ter um ensino público de boa qualidade q pudesse inserir com relativa igualdade de condições os alunos de escola pública na Universidade pública, no entanto, a realidade é bem diferente, e vejo essas políticas mais como PALIATIVOS.
Tb acho, mas eu quero dignidade. Quero esmola não. Quem quiser pode pegar minha cota de esmola pode ficar a vontade.Por mais q eu ache q políticas de cotas são paliativas, q criem algumas distorções, acho MUITO PIOR um estudante de classe média ALTA q usufrui do ESTADO só em proveito próprio; q vai para aula de terno, de Audi ou BMW, não raro no Direito e Economia da UFRGS, por exemplo, ou q ganhou qualquer carro zero e/ou um AP mobiliado só porque passou no vestibular de Medicina ou Engenharia e q está se lixando para qualquer coisa além de seu próprio umbigo, ao passo q aos alunos de baixa renda reservavam-se as licenciaturas ou os cursos técnicos. Independente da forma de ingresso não há dúvida q um estudante de baixa renda possibilitará a mobilidade social de toda uma família.
Eu sou meio orgulhoso, Enlil. Como eu disse, meu avô era um negro meio orgulhoso.
Eu já vi gente sair da pobreza e estudar em universidades federais. Como eles conseguiram eu não sei. Algum playboy deu bobeira. O cara esqueceu as orientações dos pais (e os pais dos playboys orientam, porque são estruturados) e ao invés de estudar foi dançar samba, ou jogar futebol, e o pobrebetão espertalhão virou a noite papirando e abocanhou a vaga.Guerra, também de forma alguma sou contra q alguém q estudou em escola particular entre em uma Universidade Pública, até porque estudei em uma, mas tem q haver limites; uma coisa bem diferente é um estudante de uma família de classe média média do de um de classe Média ALTA. Acho q teria q haver um teto, talvez em torno de 25 salários mínimos de renda familiar para ingresso na Pública sem compensação. Não vejo distorção maior q essa, alunos com pais com renda acima de 15.000 reais por mês, e as vezes até milionários, estudando de graça com dinheiro do contribuinte e ainda achando um absurdo as políticas sociais do governo. Poucas coisas são mais hipócritas do q essa na realidade social brasileira. Para mim a manutenção do antigo "statu quo" nas Universidades Públicas brasileiras não era nenhuma "meritocracia" mas sim "plutocracia" ao medida q o Estado privilegiava somente as famílias de mais alta renda com os cursos de mais status e, o q é pior, em uma ação q só concentrava ainda mais a renda no país. Querem estudar em uma Federal? Tranquilo, mas terão q pagar mais x% de imposto de renda, nada mais justo.
Não vamos tirar o mérito do pobretão. Alias, não vamos tirar o mérito de ninguém. Se não daqui a pouco as universidades vão virar escola de samba.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Buenas, Guerra, uma coisa é certa e líquida: as coisas tinham q mudar, não poderiam mais ficar como estavam. Essa inércia estatal tinha q ser quebrada, sobretudo porque inviabiliza qualquer projeto de país de longo prazo. Mesmo q hajam algumas distorções ainda é menos pior do q a manutenção do velho "establishment". Obviamente a "história do tempo presente" é a mais sujeita a "emoções" q distorçam os fins e alcance das coisas. Eu e tu temos diferenças substanciais em relação ao papel do Estado. No entanto, como militar certamente concorda comigo q a alocação de recursos em programas estratégicos, muitas vezes de aplicação dual, não são gastos, mas sim investimentos. A mesma coisa vale para a questão social: isso não é gasto mas sim investimento, a promoção da equitatividade social pelo Estado deve ser sua prioridade número um, acima de qualquer coisa e será a garantia de menos investimentos em hospitais e prisões no futuro. É a minha visão.
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- Pedro Gilberto
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Re: Ameaça REAL ao Brasil
Tenho minhas dúvidas....prp escreveu:O MST tem mais agente da ABIN do que filiados
O restante da reportagem: http://www.istoedinheiro.com.br/noticia ... A+CONFUSAOFim do leilão, começo da confusão
Como a empreiteira Queiroz Galvão se tornou pivô do mais tumultuado negócio brasileiro dos últimos anos: Belo Monte, um projeto de R$ 19 bilhões que ninguém sabe ao certo quem irá tocar Por Denize Bacoccina, Guilherme Queiroz e Rodolfo Borges
Terra em transe. Cenas de um filme de Glauber Rocha. Brasília, um dia depois da festa de seus 50 anos, fede. Manifestantes do Greenpeace haviam despejado toneladas de esterco em frente à sede da Agência Nacional de Energia Elétrica. “Belo monte de merda”, diz a faixa de um ativista, sentado sobre a lama fétida.
Perto dali, os índios do Xingu, inflamados pela pregação de James Cameron, o cineasta de Avatar, tomam a paisagem com seus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecham estradas de uma região que será inundada pelas águas da terceira maior usina do mundo. Na comarca local, o juiz Antonio Carlos Almeida Campelo dispara uma liminar.
O leilão de Belo Monte está suspenso. Horas depois, a decisão é derrubada. Homens da Agência Brasileira de Investigação (Abin) telefonam para o juiz. Querem saber a que horas sai a próxima liminar – o juiz se sente intimidado, fala até em Estado policial. Num intervalo entre uma ordem judicial e outra, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decide bancar a venda da usina.
Os envelopes são abertos. “E o vencedor é...” Surpresa. O consórcio favorito, integrado pela construtora Andrade Gutierrez, pela Vale, por Furnas e pela Neonergia, um gigante do setor elétrico controlado pelos fundos de pensão estatais, oferece R$ 83 por megawatt/hora. É o preço mais alto e também a pior proposta – pelas regras do leilão, leva a usina quem oferecer o maior deságio.
“E o vencedor então é...” um grupo formado praticamente na véspera e liderado, no setor privado, pela construtora pernambucana Queiroz Galvão, que ofereceu R$ 78 por megawatt/hora. Mas não se ouvem fogos de artifício no Recife, sede da empreiteira. Aliás, onde será que está João Queiroz Galvão, presidente da empresa? Alguém o viu por aí, na sede da Aneel?
...
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
Re: Ameaça REAL ao Brasil
DUAS COISAS:
Primeiro o Avatar e seu diretor:
Assisti metade do filme depois vou terminar de vêr,o argumento é uma cópia do Pocahontas,e o Avatar é sem dúvida a cara da invasão do Iraque em vez de pedrinha=petrôleo,os inocentes mortos são os mesmos do Iraque,e os marines também.
USP e as pessoas que tem condições de pagar uma universidade:
Minha opinião é contra cotas de qualquer natureza,todos tem direito ao acesso a universidade pública,sendo que aqueles que não apresentarem o atestado de pobreza,pagarão integral o meia bolsa de acordo com suas condições para cursar e subsidiarão com suas contribuições vagas gratuitas por bolsas a quem é realmente pobre.
Se preferirem não pagar,prestarão determinado tempo de serviço comunitário nas suas áreas de atuação a nação para retribuir a sociedade o ensino gratuito que tiveram,isto serve para todos, bolsistas ou não e já deveria estar implantado,é republicano,democrático e tem fundo de cidadania e patriotismo,basta que o egoismo e a sensação que desta vez em vez de só pagar impostos, quem está tirando finalmente alguma vantagem do governo sou eu, não prevaleça.
Sds.
Primeiro o Avatar e seu diretor:
Assisti metade do filme depois vou terminar de vêr,o argumento é uma cópia do Pocahontas,e o Avatar é sem dúvida a cara da invasão do Iraque em vez de pedrinha=petrôleo,os inocentes mortos são os mesmos do Iraque,e os marines também.
USP e as pessoas que tem condições de pagar uma universidade:
Minha opinião é contra cotas de qualquer natureza,todos tem direito ao acesso a universidade pública,sendo que aqueles que não apresentarem o atestado de pobreza,pagarão integral o meia bolsa de acordo com suas condições para cursar e subsidiarão com suas contribuições vagas gratuitas por bolsas a quem é realmente pobre.
Se preferirem não pagar,prestarão determinado tempo de serviço comunitário nas suas áreas de atuação a nação para retribuir a sociedade o ensino gratuito que tiveram,isto serve para todos, bolsistas ou não e já deveria estar implantado,é republicano,democrático e tem fundo de cidadania e patriotismo,basta que o egoismo e a sensação que desta vez em vez de só pagar impostos, quem está tirando finalmente alguma vantagem do governo sou eu, não prevaleça.
Sds.