Cuba
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- rodrigo
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Re: As três mentiras de Cuba
PQD, tópico errado.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: As três mentiras de Cuba
rodrigo escreveu:PQD, tópico errado.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
- Túlio
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Re: As três mentiras de Cuba
Credo, parem com essa beatice de rogar praga e invocar satanás para pegar os malvados irmãos Castro. Estão caindo de véios, até o Paisano é um guri perto deles...
Que partam em paz e finalmente se expliquem - se houver a Quem dar explicações, claro. De resto, bater na ditadura Cubana já está até chato, como disse está caindo de podre. Agora, dizer que são o que são por culpa dos ianques é sodas, cada um deles é ruim a seu modo, os ianques com os outros povos e os Cubanos com o seu próprio...
Que partam em paz e finalmente se expliquem - se houver a Quem dar explicações, claro. De resto, bater na ditadura Cubana já está até chato, como disse está caindo de podre. Agora, dizer que são o que são por culpa dos ianques é sodas, cada um deles é ruim a seu modo, os ianques com os outros povos e os Cubanos com o seu próprio...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Marino
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Re: As três mentiras de Cuba
Como sei que o Ilya gosta do articulista, este post é dedicado à ele.
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Fotografias de Havana
Demétrio Magnoli
David Nicholl, um neurologista britânico, coordenou em 2006 a campanha internacional da
comunidade médica contra a alimentação forçada de prisioneiros na base americana de Guantánamo.
Ele explicou que, nos EUA e na Grã-Bretanha, as regras de ética médica proíbem tal prática. Em Cuba, a
ética médica, como tudo mais, oscila ao sabor da vontade do Partido-Estado e ninguém inseriu tubos
alimentares em Orlando Zapata, o preso político que morreu após 85 dias de greve de fome. Um artigo
do Granma, o jornal oficial castrista, responsabilizou os EUA e os dissidentes cubanos pelo desfecho.
Lula, em visita a Cuba, lamentou que "uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome", algo
equivalente a culpar a própria vítima. Marco Aurélio Garcia preferiu banalizar o mal, explicando com sua
peculiar cupidez que "há problemas de direitos humanos no mundo inteiro". Essa gente não tem
vergonha na cara?
A linguagem da ditadura militar no Brasil era idêntica à do regime cubano e de seus bonecos de
ventríloquo brasileiros. Vladimir Herzog morreu em virtude de seus atos subversivos e, no fundo, por
responsabilidade do "comunismo internacional". Herzog era qualificado como um "terrorista", mesmo se
nunca cometeu um ato de violência, tanto quanto Zapata era qualificado como um "mercenário". Lula et
caterva estão ecoando as vozes dos tiranos "de direita", quando reverberam as sentenças dos seus
amigos tiranos "de esquerda". As coisas que disseram em Havana constituem uma desgraça nacional.
Eles falam sobre nós: nossa história e nosso passado recente.
O inefável Marco Aurélio Garcia mencionou Guantánamo, como Dilma Rousseff mencionara Abu
Ghraib para "normalizar" a selvagem repressão em curso no Irã. Anos atrás, nos tempos de George
Bush, o governo Lula esquivava-se de tocar nesses temas melindrosos. O silêncio, agora se sabe, não
derivava da covardia, mas de uma forma obscena de esperteza: eles guardavam Guantánamo e Abu
Ghraib num cofre, como uma apólice de seguro para o futuro. Os parasitas da tortura de Bush usam hoje
aquela apólice para desculpar as violações de direitos humanos de seus aliados ideológicos ou
circunstanciais. Essa gente não tem nenhum princípio?
Meses atrás, o ex-senador Abdias do Nascimento, dirigente histórico do movimento negro no
Brasil, enviou uma carta de protesto contra o encarceramento do médico cubano e ativista de direitos
humanos Darsi Ferrer, que iniciara greve de fome pelo reconhecimento de sua condição de preso
político. A carta tinha como destinatários Raúl Castro, Lula e o próprio Ferrer, a quem Abdias suplicava
que desistisse da greve de fome. Cuba continuou a recusar o estatuto de preso político ao ativista e não
se conhece nenhuma manifestação de Lula a respeito. Ferrer, contudo, atendeu à súplica de Abdias.
Agora, no caso de Zapata, Lula criticou a opção do prisioneiro pela greve de fome, mas esqueceu-se de
mencionar a reivindicação que o movia, igual à de Ferrer. Nosso presidente não atina para o que
acontece em Cuba?
Fidel Castro alcançou notoriedade no dia 26 de julho de 1953, quando comandou um ataque
frustrado ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba, numa tentativa insurrecional contra a ditadura de
Fulgêncio Batista. O jovem Castro foi sentenciado a 15 anos de prisão e enviado ao cárcere da Isla de
Pinos, reservada a presos políticos, onde permaneceu menos de dois anos, até ser beneficiado por uma
anistia geral. Na Cuba dos Castro, Ferrer, Zapata e duas centenas de outros presos políticos que jamais
participaram de levantes armados são declarados criminosos comuns. Zapata morreu para não ser
obrigado a usar um uniforme de criminoso. Ele foi assassinado por uma ditadura pior que a de Batista,
avessa aos princípios elementares de respeito à dignidade humana. Lula não é capaz nem ao menos de
pedir que os irmãos Castro, seus amigos do peito, concedam aos dissidentes encarcerados o direito ao
rótulo de presos políticos?
Laura Pollán entregou a Fidel Castro, dois anos atrás, o livro Enterrados Vivos, escrito por seu
marido Héctor Maseda, um dos 75 dissidentes sentenciados na Primavera Negra de 2003. O gesto lhe
custou o emprego, mas assinalou a criação da organização Damas de Branco, formada por parentes de
presos políticos. Enquanto Lula divertia os irmãos Castro, fotografando-os e rindo como uma hiena,
Laura carregava uma alça do caixão de Zapata e abraçava em silêncio a mãe do dissidente morto. Dias
antes, ela ajudara a encaminhar uma mensagem de presos políticos cubanos solicitando uma palavra do
presidente brasileiro em favor da vida do prisioneiro que jogava sua cartada final. O pedido ficou sem
resposta, mas não faltou uma ofensa equilibrada sobre os pilares simétricos da covardia e do cinismo:
"As pessoas precisam parar com o hábito de fazer carta, guardar para si e depois dizer que mandaram."
A ditadura castrista não matou Zapata quando decidiu não alimentá-lo à força, mas bem antes,
ao recusar-lhe o estatuto de preso político, um santuário simbólico da dignidade dos que sacrificam a
liberdade pessoal em nome de poderosas convicções. Os assassinos estão cercados de cúmplices, que
são os líderes políticos e os intelectuais "amigos de Cuba". No passado ainda recente da guerra fria,
nenhuma voz poderia demover o regime de Havana da decisão de fuzilar ou enterrar vivos aqueles que
ousavam denunciar o totalitarismo. Hoje, a clique anacrônica aferrada ao poder absoluto num sistema
social em decomposição só pode matar na redoma fabricada pela cumplicidade dos "companheiros de
viagem".
Zapata morreu porque Lula não disse nada. Ele morreu porque os intelectuais disponíveis para
firmarem um abaixo-assinado contra o editorial equivocado de um jornal brasileiro não estão disponíveis
para contrariar a "linha justa" do Partido. Com que direito todos eles ainda usam o nome dos direitos
humanos?
Demétrio Magnoli, sociólogo, é doutor em Geografia Humana pela USP. E-mail:
Demetrio.Magnoli@terra.Com.Br
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Fotografias de Havana
Demétrio Magnoli
David Nicholl, um neurologista britânico, coordenou em 2006 a campanha internacional da
comunidade médica contra a alimentação forçada de prisioneiros na base americana de Guantánamo.
Ele explicou que, nos EUA e na Grã-Bretanha, as regras de ética médica proíbem tal prática. Em Cuba, a
ética médica, como tudo mais, oscila ao sabor da vontade do Partido-Estado e ninguém inseriu tubos
alimentares em Orlando Zapata, o preso político que morreu após 85 dias de greve de fome. Um artigo
do Granma, o jornal oficial castrista, responsabilizou os EUA e os dissidentes cubanos pelo desfecho.
Lula, em visita a Cuba, lamentou que "uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome", algo
equivalente a culpar a própria vítima. Marco Aurélio Garcia preferiu banalizar o mal, explicando com sua
peculiar cupidez que "há problemas de direitos humanos no mundo inteiro". Essa gente não tem
vergonha na cara?
A linguagem da ditadura militar no Brasil era idêntica à do regime cubano e de seus bonecos de
ventríloquo brasileiros. Vladimir Herzog morreu em virtude de seus atos subversivos e, no fundo, por
responsabilidade do "comunismo internacional". Herzog era qualificado como um "terrorista", mesmo se
nunca cometeu um ato de violência, tanto quanto Zapata era qualificado como um "mercenário". Lula et
caterva estão ecoando as vozes dos tiranos "de direita", quando reverberam as sentenças dos seus
amigos tiranos "de esquerda". As coisas que disseram em Havana constituem uma desgraça nacional.
Eles falam sobre nós: nossa história e nosso passado recente.
O inefável Marco Aurélio Garcia mencionou Guantánamo, como Dilma Rousseff mencionara Abu
Ghraib para "normalizar" a selvagem repressão em curso no Irã. Anos atrás, nos tempos de George
Bush, o governo Lula esquivava-se de tocar nesses temas melindrosos. O silêncio, agora se sabe, não
derivava da covardia, mas de uma forma obscena de esperteza: eles guardavam Guantánamo e Abu
Ghraib num cofre, como uma apólice de seguro para o futuro. Os parasitas da tortura de Bush usam hoje
aquela apólice para desculpar as violações de direitos humanos de seus aliados ideológicos ou
circunstanciais. Essa gente não tem nenhum princípio?
Meses atrás, o ex-senador Abdias do Nascimento, dirigente histórico do movimento negro no
Brasil, enviou uma carta de protesto contra o encarceramento do médico cubano e ativista de direitos
humanos Darsi Ferrer, que iniciara greve de fome pelo reconhecimento de sua condição de preso
político. A carta tinha como destinatários Raúl Castro, Lula e o próprio Ferrer, a quem Abdias suplicava
que desistisse da greve de fome. Cuba continuou a recusar o estatuto de preso político ao ativista e não
se conhece nenhuma manifestação de Lula a respeito. Ferrer, contudo, atendeu à súplica de Abdias.
Agora, no caso de Zapata, Lula criticou a opção do prisioneiro pela greve de fome, mas esqueceu-se de
mencionar a reivindicação que o movia, igual à de Ferrer. Nosso presidente não atina para o que
acontece em Cuba?
Fidel Castro alcançou notoriedade no dia 26 de julho de 1953, quando comandou um ataque
frustrado ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba, numa tentativa insurrecional contra a ditadura de
Fulgêncio Batista. O jovem Castro foi sentenciado a 15 anos de prisão e enviado ao cárcere da Isla de
Pinos, reservada a presos políticos, onde permaneceu menos de dois anos, até ser beneficiado por uma
anistia geral. Na Cuba dos Castro, Ferrer, Zapata e duas centenas de outros presos políticos que jamais
participaram de levantes armados são declarados criminosos comuns. Zapata morreu para não ser
obrigado a usar um uniforme de criminoso. Ele foi assassinado por uma ditadura pior que a de Batista,
avessa aos princípios elementares de respeito à dignidade humana. Lula não é capaz nem ao menos de
pedir que os irmãos Castro, seus amigos do peito, concedam aos dissidentes encarcerados o direito ao
rótulo de presos políticos?
Laura Pollán entregou a Fidel Castro, dois anos atrás, o livro Enterrados Vivos, escrito por seu
marido Héctor Maseda, um dos 75 dissidentes sentenciados na Primavera Negra de 2003. O gesto lhe
custou o emprego, mas assinalou a criação da organização Damas de Branco, formada por parentes de
presos políticos. Enquanto Lula divertia os irmãos Castro, fotografando-os e rindo como uma hiena,
Laura carregava uma alça do caixão de Zapata e abraçava em silêncio a mãe do dissidente morto. Dias
antes, ela ajudara a encaminhar uma mensagem de presos políticos cubanos solicitando uma palavra do
presidente brasileiro em favor da vida do prisioneiro que jogava sua cartada final. O pedido ficou sem
resposta, mas não faltou uma ofensa equilibrada sobre os pilares simétricos da covardia e do cinismo:
"As pessoas precisam parar com o hábito de fazer carta, guardar para si e depois dizer que mandaram."
A ditadura castrista não matou Zapata quando decidiu não alimentá-lo à força, mas bem antes,
ao recusar-lhe o estatuto de preso político, um santuário simbólico da dignidade dos que sacrificam a
liberdade pessoal em nome de poderosas convicções. Os assassinos estão cercados de cúmplices, que
são os líderes políticos e os intelectuais "amigos de Cuba". No passado ainda recente da guerra fria,
nenhuma voz poderia demover o regime de Havana da decisão de fuzilar ou enterrar vivos aqueles que
ousavam denunciar o totalitarismo. Hoje, a clique anacrônica aferrada ao poder absoluto num sistema
social em decomposição só pode matar na redoma fabricada pela cumplicidade dos "companheiros de
viagem".
Zapata morreu porque Lula não disse nada. Ele morreu porque os intelectuais disponíveis para
firmarem um abaixo-assinado contra o editorial equivocado de um jornal brasileiro não estão disponíveis
para contrariar a "linha justa" do Partido. Com que direito todos eles ainda usam o nome dos direitos
humanos?
Demétrio Magnoli, sociólogo, é doutor em Geografia Humana pela USP. E-mail:
Demetrio.Magnoli@terra.Com.Br
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: As três mentiras de Cuba
Entrevista Elizardo Sánchez
Fundador da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional denuncia abusos cometidos pelo governo da ilha caribenha e assegura que o regime de Raúl Castro pratica tortura
Rodrigo Craveiro
Um homem corajoso e determinado a enfrentar um regime que se impõe de modo autoritário e inclemente sobre a oposição. O cubano Elizardo Sánchez, 66 anos, não tem medo do que pode lhe ocorrer. Nas últimas duas décadas, ele passou oito anos e meio atrás das grades, acusado de falar mais do que devia. “Fui adotado como um prisioneiro de consciência, fui torturado psicologicamente e confinado na solitária”, contou ao Correio, por telefone. O número 3.014 da Avenida 21, situado no Bairro Playa, de Havana, tornou-se hoje símbolo de sua luta. É lá que funciona, desde 1987, a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN).
Fundada por Sánchez, a organização não governamental é ilegal, funciona como uma entidade que agrega vários dissidentes e monitora a situação dos prisioneiros políticos na ilha caribenha. “Comecei uma resistência não violenta frente ao regime totalitário 43 anos atrás, quando ainda era estudante”, revelou à reportagem, após a entrevista. “Em 1967, tomei parte da oposição socialista.” O ativista, que se diz obrigado a aceitar a pecha de socialista, acusa o governo de Raúl Castro de violar “todos os direitos civis”. “Temos hoje mais quatro prisioneiros políticos em greve de fome”, assegurou. “Continuarei um socialista, porque já estou muito velho para mudar”, acrescentou.
Em uma crítica ácida e direta ao Brasil, Sánchez pediu um maior compromisso com o povo cubano, e não com o regime. “Observamos, com tristeza, que o presidente Lula jamais disse uma palavra sobre os trabalhadores cubanos e sobre o grau de exploração ao qual são submetidos”, lamentou. O ex-preso de consciência também reclamou o fato de o mandatário brasileiro não ter demonstrado qualquer sinal de solidariedade para com a população de Cuba.
“Cuba viola todos os direitos civis”
Como o senhor analisa a morte de Orlando Zapata Tamayo?
A morte de Orlando Zapata é um crime horrendo. Ele ficou 82 dias sob greve de fome e o governo cubano nada fez para impedi-la. Ao governo de Cuba importa muito pouco a opinião pública internacional ou a opinião pública dos cubanos. O regime de Raúl Castro segue atuando sem tomar qualquer regra civilizada de convivência, incluindo tudo o que está disposto na legislação internacional em relação aos direitos humanos.
Quais as principais violações dos direitos humanos em Cuba?
O governo de Cuba viola de maneira minuciosa todos e cada um dos direitos civis, políticos, econômicos e também certos direitos culturais básicos. Nesse ponto, dou especial ênfase aos direitos trabalhistas e sindicais. Observamos, com tristeza, que o presidente Lula — sendo um prestigioso dirigente trabalhador e sindical, de fama mundial — jamais disse uma palavra sobre os trabalhadores cubanos e sobre o grau de exploração ao qual eles são submetidos, por parte do regime totalitário. Também nada falou sobre a absoluta falta de direitos e proteção sindicais. Existe no país uma central sindical que atua como se fosse um ministério do governo. Realmente é uma verdadeira pena que não tenhamos tido uma só palavra de solidariedade, por parte de Lula, aos colegas trabalhadores cubanos e ao povo de Cuba.
Na quarta-feira, Lula considerou o encontro com Fidel Castro uma reunião entre companheiros. O que acha dessa postura?
O que o Brasil deveria fazer, quem quer que estivesse à frente desse governo, é representar em sua política a irmandade e a aproximação entre os povos brasileiro e cubano. O governo brasileiro deveria se aproximar do povo de Cuba dessa maneira, não se aproximar do regime totalitário. A Embaixada do Brasil em Cuba afirma existir, mas praticamente mantém suas portas fechadas, em relação ao movimento dos direitos humanos e da democracia. Durante anos, o que o presidente Lula tem feito é respaldar os feitos da ditadura totalitária, que é a principal culpada da pobreza e da falta de esperança enfrentadas pela população de Cuba. Durante anos, nossa Comissão de Direitos Humanos tem se colocado contra a política de embargo econômico imposta por Washington. Isso não impede que nos demos conta de que a causa principal de nossos problemas não está em Washington, mas na existência de um modelo totalitário de governo que leva já mais de 50 anos. Ele se caracteriza pelo caráter arruinador. Esse modelo arruína os países, viola sistematicamente os direitos fundamentais das pessoas e tem como uma de suas bases principais a exploração mais brutal dos trabalhadores e a vulnerabilidade de seus direitos sindicais.
Quantos presos políticos estão hoje confinados nas penitenciárias cubanas?
Há pelo menos 200 pessoas presas por motivos políticos, cujos casos pudemos documentar.
De que modo o regime tolhe as liberdades e direitos individuais?
O governo mantém nosso país como uma sociedade fechada. É muito difícil saber o que ocorre no exterior. Por exemplo, não há acesso à internet nem à imprensa internacional. Todos os pequenos jornais e emissoras de tevê são propriedades do governo totalitário e monopartidário. Em Cuba, não se pode circular opiniões diferentes às do regime. Aqui, violam-se todos os direitos civis, políticos e econômicos que, para um brasileiro, são direitos naturais. O direito de se expressar, de opinar, de se informar e de viajar ao exterior. O direito de organizar sindicatos e pequenas empresas fora da tutela exploradora do Estado, que é praticamente o único patrão. Não há liberdade de manifestação pacífica, de associações e reuniões. Além disso, Cuba se mantém fora de toda a forma de escrutínio internacional. É o único país na ibero-América que não pode ser visitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha ou pela Anistia Internacional. Se uma organização de direitos humanos ou sindical brasileira pedisse para vir a Cuba, a fim de ver o que ocorre por aqui, o regime não permitiria. O regime castrista mantém a sociedade fechada, apesar de o papa João Paulo II ter dito, durante sua visita a Havana, que Cuba deveria se abrir ao mundo. O governo tem muito o que esconder em seu próprio gulag, em seu sistema de cárcere e de campos de trabalho forçado. No ano passado, prometeu permitir a vinda do relator especial contra a tortura da ONU, senhor Manfred Novak. Mas, no fim das contas, as autoridades não autorizaram sua entrada na ilha. Elas vêm tentando aplicar medidas políticas nas prisões, mas sem eficiência. O sistema carcerário de Cuba é imenso e está praticamente em ruínas e não pode ser transformado de uma hora para outra.
Fidel afirmou que em Cuba nunca existiu tortura ou execução, e que isso ocorre em Guantánamo…
Parece-me uma declaração marcadamente ideológica, de um governo que mantém uma posição na defensiva frente a numerosas e inumeráveis críticas internacionais. Nossa organização não governamental (CCDHRN) não tem a menor dúvida que Cuba fere sistematicamente a convenção da ONU contra a tortura e outros maus tratos. Não é uma tortura como a que foi utilizada pela ditadura na América Latina. Mas a tortura usada nos tempos de Josef Stálin ou de Leonid Brezhnev, na União Soviética; e de Erich Honecker, na Alemanha. Uma tortura psicológica. Também temos numerosas evidências e denúncias de maus tratos físicos, como espancamentos e imobilização de pés e mãos dos prisioneiros. Antes de morrer, Orlando Zapata muitas vezes foi confinado em celas de alto castigo, sob condições absolutamente subumanas. Em Cuba, há pelo menos 50 prisões de segurança máxima, com confinamento solitário.
É possível uma mobilização popular interna em prol de mudanças e abertura?
Nesse momento, isso é impossível, pois não existe o direito de manifestação pacífica. Isso é considerado um delito pelo governo, que criminalizou o exercício dos direitos humanos em sua legislação penal. Se cinco, 50, ou 5 mil pessoas saíssem às ruas, elas seriam encarceradas imediatamente no enorme sistema prisional do regime, que tem capacidade para abrigar até 50 milhões de cubanos. Isso seria impensável. Teríamos a mesma liberdade de manifestação que os cidadãos da Coreia do Norte, por exemplo. É zero de possibilidade.
O que o Brasil deveria fazer é representar em sua política a irmandade e a aproximação entre os povos brasileiro e cubano. O governo brasileiro deveria se aproximar do povo de Cuba dessa maneira, não se aproximar do regime totalitário”
Fundador da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional denuncia abusos cometidos pelo governo da ilha caribenha e assegura que o regime de Raúl Castro pratica tortura
Rodrigo Craveiro
Um homem corajoso e determinado a enfrentar um regime que se impõe de modo autoritário e inclemente sobre a oposição. O cubano Elizardo Sánchez, 66 anos, não tem medo do que pode lhe ocorrer. Nas últimas duas décadas, ele passou oito anos e meio atrás das grades, acusado de falar mais do que devia. “Fui adotado como um prisioneiro de consciência, fui torturado psicologicamente e confinado na solitária”, contou ao Correio, por telefone. O número 3.014 da Avenida 21, situado no Bairro Playa, de Havana, tornou-se hoje símbolo de sua luta. É lá que funciona, desde 1987, a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN).
Fundada por Sánchez, a organização não governamental é ilegal, funciona como uma entidade que agrega vários dissidentes e monitora a situação dos prisioneiros políticos na ilha caribenha. “Comecei uma resistência não violenta frente ao regime totalitário 43 anos atrás, quando ainda era estudante”, revelou à reportagem, após a entrevista. “Em 1967, tomei parte da oposição socialista.” O ativista, que se diz obrigado a aceitar a pecha de socialista, acusa o governo de Raúl Castro de violar “todos os direitos civis”. “Temos hoje mais quatro prisioneiros políticos em greve de fome”, assegurou. “Continuarei um socialista, porque já estou muito velho para mudar”, acrescentou.
Em uma crítica ácida e direta ao Brasil, Sánchez pediu um maior compromisso com o povo cubano, e não com o regime. “Observamos, com tristeza, que o presidente Lula jamais disse uma palavra sobre os trabalhadores cubanos e sobre o grau de exploração ao qual são submetidos”, lamentou. O ex-preso de consciência também reclamou o fato de o mandatário brasileiro não ter demonstrado qualquer sinal de solidariedade para com a população de Cuba.
“Cuba viola todos os direitos civis”
Como o senhor analisa a morte de Orlando Zapata Tamayo?
A morte de Orlando Zapata é um crime horrendo. Ele ficou 82 dias sob greve de fome e o governo cubano nada fez para impedi-la. Ao governo de Cuba importa muito pouco a opinião pública internacional ou a opinião pública dos cubanos. O regime de Raúl Castro segue atuando sem tomar qualquer regra civilizada de convivência, incluindo tudo o que está disposto na legislação internacional em relação aos direitos humanos.
Quais as principais violações dos direitos humanos em Cuba?
O governo de Cuba viola de maneira minuciosa todos e cada um dos direitos civis, políticos, econômicos e também certos direitos culturais básicos. Nesse ponto, dou especial ênfase aos direitos trabalhistas e sindicais. Observamos, com tristeza, que o presidente Lula — sendo um prestigioso dirigente trabalhador e sindical, de fama mundial — jamais disse uma palavra sobre os trabalhadores cubanos e sobre o grau de exploração ao qual eles são submetidos, por parte do regime totalitário. Também nada falou sobre a absoluta falta de direitos e proteção sindicais. Existe no país uma central sindical que atua como se fosse um ministério do governo. Realmente é uma verdadeira pena que não tenhamos tido uma só palavra de solidariedade, por parte de Lula, aos colegas trabalhadores cubanos e ao povo de Cuba.
Na quarta-feira, Lula considerou o encontro com Fidel Castro uma reunião entre companheiros. O que acha dessa postura?
O que o Brasil deveria fazer, quem quer que estivesse à frente desse governo, é representar em sua política a irmandade e a aproximação entre os povos brasileiro e cubano. O governo brasileiro deveria se aproximar do povo de Cuba dessa maneira, não se aproximar do regime totalitário. A Embaixada do Brasil em Cuba afirma existir, mas praticamente mantém suas portas fechadas, em relação ao movimento dos direitos humanos e da democracia. Durante anos, o que o presidente Lula tem feito é respaldar os feitos da ditadura totalitária, que é a principal culpada da pobreza e da falta de esperança enfrentadas pela população de Cuba. Durante anos, nossa Comissão de Direitos Humanos tem se colocado contra a política de embargo econômico imposta por Washington. Isso não impede que nos demos conta de que a causa principal de nossos problemas não está em Washington, mas na existência de um modelo totalitário de governo que leva já mais de 50 anos. Ele se caracteriza pelo caráter arruinador. Esse modelo arruína os países, viola sistematicamente os direitos fundamentais das pessoas e tem como uma de suas bases principais a exploração mais brutal dos trabalhadores e a vulnerabilidade de seus direitos sindicais.
Quantos presos políticos estão hoje confinados nas penitenciárias cubanas?
Há pelo menos 200 pessoas presas por motivos políticos, cujos casos pudemos documentar.
De que modo o regime tolhe as liberdades e direitos individuais?
O governo mantém nosso país como uma sociedade fechada. É muito difícil saber o que ocorre no exterior. Por exemplo, não há acesso à internet nem à imprensa internacional. Todos os pequenos jornais e emissoras de tevê são propriedades do governo totalitário e monopartidário. Em Cuba, não se pode circular opiniões diferentes às do regime. Aqui, violam-se todos os direitos civis, políticos e econômicos que, para um brasileiro, são direitos naturais. O direito de se expressar, de opinar, de se informar e de viajar ao exterior. O direito de organizar sindicatos e pequenas empresas fora da tutela exploradora do Estado, que é praticamente o único patrão. Não há liberdade de manifestação pacífica, de associações e reuniões. Além disso, Cuba se mantém fora de toda a forma de escrutínio internacional. É o único país na ibero-América que não pode ser visitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha ou pela Anistia Internacional. Se uma organização de direitos humanos ou sindical brasileira pedisse para vir a Cuba, a fim de ver o que ocorre por aqui, o regime não permitiria. O regime castrista mantém a sociedade fechada, apesar de o papa João Paulo II ter dito, durante sua visita a Havana, que Cuba deveria se abrir ao mundo. O governo tem muito o que esconder em seu próprio gulag, em seu sistema de cárcere e de campos de trabalho forçado. No ano passado, prometeu permitir a vinda do relator especial contra a tortura da ONU, senhor Manfred Novak. Mas, no fim das contas, as autoridades não autorizaram sua entrada na ilha. Elas vêm tentando aplicar medidas políticas nas prisões, mas sem eficiência. O sistema carcerário de Cuba é imenso e está praticamente em ruínas e não pode ser transformado de uma hora para outra.
Fidel afirmou que em Cuba nunca existiu tortura ou execução, e que isso ocorre em Guantánamo…
Parece-me uma declaração marcadamente ideológica, de um governo que mantém uma posição na defensiva frente a numerosas e inumeráveis críticas internacionais. Nossa organização não governamental (CCDHRN) não tem a menor dúvida que Cuba fere sistematicamente a convenção da ONU contra a tortura e outros maus tratos. Não é uma tortura como a que foi utilizada pela ditadura na América Latina. Mas a tortura usada nos tempos de Josef Stálin ou de Leonid Brezhnev, na União Soviética; e de Erich Honecker, na Alemanha. Uma tortura psicológica. Também temos numerosas evidências e denúncias de maus tratos físicos, como espancamentos e imobilização de pés e mãos dos prisioneiros. Antes de morrer, Orlando Zapata muitas vezes foi confinado em celas de alto castigo, sob condições absolutamente subumanas. Em Cuba, há pelo menos 50 prisões de segurança máxima, com confinamento solitário.
É possível uma mobilização popular interna em prol de mudanças e abertura?
Nesse momento, isso é impossível, pois não existe o direito de manifestação pacífica. Isso é considerado um delito pelo governo, que criminalizou o exercício dos direitos humanos em sua legislação penal. Se cinco, 50, ou 5 mil pessoas saíssem às ruas, elas seriam encarceradas imediatamente no enorme sistema prisional do regime, que tem capacidade para abrigar até 50 milhões de cubanos. Isso seria impensável. Teríamos a mesma liberdade de manifestação que os cidadãos da Coreia do Norte, por exemplo. É zero de possibilidade.
O que o Brasil deveria fazer é representar em sua política a irmandade e a aproximação entre os povos brasileiro e cubano. O governo brasileiro deveria se aproximar do povo de Cuba dessa maneira, não se aproximar do regime totalitário”
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: As três mentiras de Cuba
O regime cubano é anacrónico... só isso, e como disse o Túlio, mais vale deixar que o tempo avance e que faça os seus efeitos.
Julgo que neste momento já nem os EUA se preocupam muito com Cuba.
É possível haver um governo progressista, que dê prioridade a sistemas de protecção social (Educação, Saúde e outros) sem que tenha necessariamente que haver uma ditadura... procure-se outro paradigma.
Julgo que neste momento já nem os EUA se preocupam muito com Cuba.
É possível haver um governo progressista, que dê prioridade a sistemas de protecção social (Educação, Saúde e outros) sem que tenha necessariamente que haver uma ditadura... procure-se outro paradigma.
Re: As três mentiras de Cuba
Mas isso aqui nada tem haver com o regime de Cuba, mas de como os neocons usam o Regime Cubano para atacar todos os seus inimigos, não visam Fidel, mas as eleições no Brasil, Chavez, manter o embargo à Cuba, e deixar o Obama contra a parede. Essa é a tática, Cuba é só massa de manobra, nada mais que isso.Rui Elias Maltez escreveu:O regime cubano é anacrónico... só isso, e como disse o Túlio, mais vale deixar que o tempo avance e que faça os seus efeitos.
Julgo que neste momento já nem os EUA se preocupam muito com Cuba.
É possível haver um governo progressista, que dê prioridade a sistemas de protecção social (Educação, Saúde e outros) sem que tenha necessariamente que haver uma ditadura... procure-se outro paradigma.
[]´s
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Re: As três mentiras de Cuba
Mas é por isso mesmo
Se Cuba tem um modelo antiquado e que não serve de exemplo para ninguém, só os incautos podem acreditar que governos populistas de esquerda, como o de Caracas poderá entrar numa deriva cubana.
De que os EUA podem é atravessar outros paradigmas sociais e verificar do porquê desses governos que começam a surgir na AL terem aparente adesão popular e preocuparem-se com o que está a montante do problema, se é que existe problema nisso.
Cuba é um caso isolado, anacrónico e condenado a prazo.
Se Cuba tem um modelo antiquado e que não serve de exemplo para ninguém, só os incautos podem acreditar que governos populistas de esquerda, como o de Caracas poderá entrar numa deriva cubana.
De que os EUA podem é atravessar outros paradigmas sociais e verificar do porquê desses governos que começam a surgir na AL terem aparente adesão popular e preocuparem-se com o que está a montante do problema, se é que existe problema nisso.
Cuba é um caso isolado, anacrónico e condenado a prazo.
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Re: As três mentiras de Cuba
Cubano rejeita refúgio na Espanha
Havana acusa Guillermo Fariñas de fazer chantagem com greve de fome
Maurício Vicent
HAVANA. Se quiser morrer, que morra: o governo cubano não aceita "chantagens". Esta é, em essência, a resposta do jornal "Granma" à greve de fome que iniciou há duas semanas o dissidente Guillermo Fariñas na cidade de Santa Clara. O opositor, que demanda a libertação de 23 presos políticos doentes, afirmou que, se o regime não realizar um "gesto humanitário", chegará "até as últimas consequências".
Fariñas recebeu ontem a visita de um diplomata espanhol que o informou da decisão do governo cubano de permitir sua viagem à Espanha. O dissidente rechaçou a proposta e insistiu que seria melhor liberar os presos políticos doentes no país. Ele afirmou que só aceitaria viajar à Espanha se lhe fosse negada atenção nos hospitais cubanos quando sofrer um colapso.
Cuba acusa imprensa de campanha contra revolução
O "Granma" publicou um artigo que resume a posição oficial sobre o caso: Fariñas é um "mercenário" a serviço dos Estados Unidos, como todos os opositores. Antes de se converter em um "contrarrevolucionário", sublinha, Fariñas foi um delinquente comum, e de atos violentos. O jornal oficial conclui que existe uma campanha da imprensa "orquestrada pelo inimigo para desprestigiar a revolução".
O jornal também afirmou que Fariñas não será alimentado contra sua vontade. "A medicina só pode atuar quando o paciente entrar em choque, fase em que, como regra, é tarde demais", adverte, responsabilizando-o pelo que possa acontecer.
De Santa Clara, Fariñas rechaçou as tentativas do governo de "desacreditá-lo" e de "preparar sua morte", e reiterou sua decisão de levar a greve de fome e água "até o fim".
Havana acusa Guillermo Fariñas de fazer chantagem com greve de fome
Maurício Vicent
HAVANA. Se quiser morrer, que morra: o governo cubano não aceita "chantagens". Esta é, em essência, a resposta do jornal "Granma" à greve de fome que iniciou há duas semanas o dissidente Guillermo Fariñas na cidade de Santa Clara. O opositor, que demanda a libertação de 23 presos políticos doentes, afirmou que, se o regime não realizar um "gesto humanitário", chegará "até as últimas consequências".
Fariñas recebeu ontem a visita de um diplomata espanhol que o informou da decisão do governo cubano de permitir sua viagem à Espanha. O dissidente rechaçou a proposta e insistiu que seria melhor liberar os presos políticos doentes no país. Ele afirmou que só aceitaria viajar à Espanha se lhe fosse negada atenção nos hospitais cubanos quando sofrer um colapso.
Cuba acusa imprensa de campanha contra revolução
O "Granma" publicou um artigo que resume a posição oficial sobre o caso: Fariñas é um "mercenário" a serviço dos Estados Unidos, como todos os opositores. Antes de se converter em um "contrarrevolucionário", sublinha, Fariñas foi um delinquente comum, e de atos violentos. O jornal oficial conclui que existe uma campanha da imprensa "orquestrada pelo inimigo para desprestigiar a revolução".
O jornal também afirmou que Fariñas não será alimentado contra sua vontade. "A medicina só pode atuar quando o paciente entrar em choque, fase em que, como regra, é tarde demais", adverte, responsabilizando-o pelo que possa acontecer.
De Santa Clara, Fariñas rechaçou as tentativas do governo de "desacreditá-lo" e de "preparar sua morte", e reiterou sua decisão de levar a greve de fome e água "até o fim".
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: As três mentiras de Cuba
Vejam só, como um sujeito que já sentiu um gostinho leve da repressão da ditadura militar brasileira, já em fim de festa, é capaz, tanto tempo depois, de fazer uma declaração tão infeliz...
LULA COMPARA PRESO POLÍTICO DE CUBA A BANDIDO DE SP - Presidente brasileiro rejeita recurso da greve de fome no mesmo dia em que dissidentes apelam por mediação.
Da AP / Estado de São Paulo - 10.03.10.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem respeito às determinações da Justiça cubana nos casos relacionados à detenção de opositores e comparou os presos políticos da ilha a criminosos comuns.
As declarações foram feitas no dia em que um grupo de dissidentes do regime comunista pediu a Lula que interceda pela libertação de 20 presos políticos.
Entre os dissidentes que fizeram o apelo está o jornalista Guillermo Fariñas, há 13 dias em greve de fome para chamar atenção para o problema.
"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil", disse Lula em entrevista à agência de notícias Associated Press.
"Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil", acrescentou.
O presidente brasileiro também contestou o método usado por dissidentes cubanos para pressionar o governo: parar de se alimentar.
Em fevereiro, o preso político cubano Orlando Zapata Tamayo morreu após passar 85 dias em greve de fome. A morte do preso político - a primeira na ilha em 40 anos - coincidiu com a chegada de Lula a Havana, mas o brasileiro silenciou sobre o episódio.
"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas", afirmou o líder brasileiro. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação."
Lula lembrou que, quando era líder sindical, fez greve de fome contra a ditadura militar (1964-1985), mas classificou a prática como "insanidade".
Para o cientista político José Augusto Guilhon de Albuquerque, da USP, o apoio de Lula ao sistema judiciário cubano é incoerente com medidas tomadas por seu governo recentemente.
"Lula diz que não se pode contestar as decisões da Justiça cubana, mas seu governo não se importou em contestar a Justiça da Itália, se opondo à extradição de Cesare Battisti. E se opôs à decisão da Justiça hondurenha sobre o afastamento de Manuel Zelaya", afirmou Guilhon ao Estado.
Ele diz que também não faz sentido o presidente comparar presos políticos com criminosos comuns: "Lula, como ex-preso político, sabe muito bem a diferença."
Em 2003, Cuba prendeu 75 dissidentes, entre jornalistas e membros de ONGs. Na época, as prisões causaram comoção internacional.
Desde então, alguns presos políticos que estavam mal de saúde foram soltos, mas só deste grupo mais de 50 ainda estão nos insalubres centros de detenção da ilha.
LULA COMPARA PRESO POLÍTICO DE CUBA A BANDIDO DE SP - Presidente brasileiro rejeita recurso da greve de fome no mesmo dia em que dissidentes apelam por mediação.
Da AP / Estado de São Paulo - 10.03.10.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem respeito às determinações da Justiça cubana nos casos relacionados à detenção de opositores e comparou os presos políticos da ilha a criminosos comuns.
As declarações foram feitas no dia em que um grupo de dissidentes do regime comunista pediu a Lula que interceda pela libertação de 20 presos políticos.
Entre os dissidentes que fizeram o apelo está o jornalista Guillermo Fariñas, há 13 dias em greve de fome para chamar atenção para o problema.
"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil", disse Lula em entrevista à agência de notícias Associated Press.
"Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil", acrescentou.
O presidente brasileiro também contestou o método usado por dissidentes cubanos para pressionar o governo: parar de se alimentar.
Em fevereiro, o preso político cubano Orlando Zapata Tamayo morreu após passar 85 dias em greve de fome. A morte do preso político - a primeira na ilha em 40 anos - coincidiu com a chegada de Lula a Havana, mas o brasileiro silenciou sobre o episódio.
"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas", afirmou o líder brasileiro. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação."
Lula lembrou que, quando era líder sindical, fez greve de fome contra a ditadura militar (1964-1985), mas classificou a prática como "insanidade".
Para o cientista político José Augusto Guilhon de Albuquerque, da USP, o apoio de Lula ao sistema judiciário cubano é incoerente com medidas tomadas por seu governo recentemente.
"Lula diz que não se pode contestar as decisões da Justiça cubana, mas seu governo não se importou em contestar a Justiça da Itália, se opondo à extradição de Cesare Battisti. E se opôs à decisão da Justiça hondurenha sobre o afastamento de Manuel Zelaya", afirmou Guilhon ao Estado.
Ele diz que também não faz sentido o presidente comparar presos políticos com criminosos comuns: "Lula, como ex-preso político, sabe muito bem a diferença."
Em 2003, Cuba prendeu 75 dissidentes, entre jornalistas e membros de ONGs. Na época, as prisões causaram comoção internacional.
Desde então, alguns presos políticos que estavam mal de saúde foram soltos, mas só deste grupo mais de 50 ainda estão nos insalubres centros de detenção da ilha.
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Re: As três mentiras de Cuba
É muita cara de pau. O terrorista Battisti foi julgado pela justiça italiana, mas ele e seu cupincha Tarso eca Genro não querem respeitar a justiça italiana. Esses comunistas são memso um bando de ....Clermont escreveu:Vejam só, como um sujeito que já sentiu um gostinho leve da repressão da ditadura militar brasileira, já em fim de festa, é capaz, tanto tempo depois, de fazer uma declaração tão infeliz...
LULA COMPARA PRESO POLÍTICO DE CUBA A BANDIDO DE SP - Presidente brasileiro rejeita recurso da greve de fome no mesmo dia em que dissidentes apelam por mediação.
Da AP / Estado de São Paulo - 10.03.10.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem respeito às determinações da Justiça cubana nos casos relacionados à detenção de opositores e comparou os presos políticos da ilha a criminosos comuns.
As declarações foram feitas no dia em que um grupo de dissidentes do regime comunista pediu a Lula que interceda pela libertação de 20 presos políticos.
Entre os dissidentes que fizeram o apelo está o jornalista Guillermo Fariñas, há 13 dias em greve de fome para chamar atenção para o problema.
"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil", disse Lula em entrevista à agência de notícias Associated Press.
"Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil", acrescentou.
O presidente brasileiro também contestou o método usado por dissidentes cubanos para pressionar o governo: parar de se alimentar.
Em fevereiro, o preso político cubano Orlando Zapata Tamayo morreu após passar 85 dias em greve de fome. A morte do preso político - a primeira na ilha em 40 anos - coincidiu com a chegada de Lula a Havana, mas o brasileiro silenciou sobre o episódio.
"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas", afirmou o líder brasileiro. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação."
Lula lembrou que, quando era líder sindical, fez greve de fome contra a ditadura militar (1964-1985), mas classificou a prática como "insanidade".
Para o cientista político José Augusto Guilhon de Albuquerque, da USP, o apoio de Lula ao sistema judiciário cubano é incoerente com medidas tomadas por seu governo recentemente.
"Lula diz que não se pode contestar as decisões da Justiça cubana, mas seu governo não se importou em contestar a Justiça da Itália, se opondo à extradição de Cesare Battisti. E se opôs à decisão da Justiça hondurenha sobre o afastamento de Manuel Zelaya", afirmou Guilhon ao Estado.
Ele diz que também não faz sentido o presidente comparar presos políticos com criminosos comuns: "Lula, como ex-preso político, sabe muito bem a diferença."
Em 2003, Cuba prendeu 75 dissidentes, entre jornalistas e membros de ONGs. Na época, as prisões causaram comoção internacional.
Desde então, alguns presos políticos que estavam mal de saúde foram soltos, mas só deste grupo mais de 50 ainda estão nos insalubres centros de detenção da ilha.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: As três mentiras de Cuba
Lula faz defesa de Justiça cubana e compara preso político a criminoso
Presidente brasileiro rejeita recurso da greve de fome no mesmo dia em que dissidentes apelam
por mediação
AP e Afp
BRASÍLIA
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem respeito às determinações da
Justiça cubana nos casos relacionados à detenção de opositores e comparou os presos políticos da ilha
a criminosos comuns. As declarações foram feitas no dia em que um grupo de dissidentes do regime
comunista pediu a Lula que interceda pela libertação de 20 presos políticos. Entre os dissidentes que
fizeram o apelo está o jornalista Guillermo Fariñas, há 13 dias em greve de fome para chamar atenção
para o problema (mais informações nesta página).
"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em
função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil", disse Lula em entrevista à agência de
notícias Associated Press.
"Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as
razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há
pessoas presas no Brasil", acrescentou.
O presidente brasileiro também contestou o método usado por dissidentes cubanos para
pressionar o governo: parar de se alimentar. Em fevereiro, o preso político cubano Orlando Zapata
Tamayo morreu após passar 85 dias em greve de fome. A morte do preso político - a primeira na ilha em
40 anos - coincidiu com a chegada de Lula a Havana, mas o brasileiro silenciou sobre o episódio.
"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar
pessoas", afirmou o líder brasileiro. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo
entrassem em greve de fome e pedissem libertação." Lula lembrou que, quando era líder sindical, fez
greve de fome contra a ditadura militar (1964-1985), mas classificou a prática como "insanidade".
Para o cientista político José Augusto Guilhon de Albuquerque, da USP, o apoio de Lula ao
sistema judiciário cubano é incoerente com medidas tomadas por seu governo recentemente. "Lula diz
que não se pode contestar as decisões da Justiça cubana, mas seu governo não se importou em
contestar a Justiça da Itália, se opondo à extradição de Cesare Battisti. E se opôs à decisão da Justiça
hondurenha sobre o afastamento de Manuel Zelaya", afirmou Guilhon ao Estado. Ele diz que também
não faz sentido o presidente comparar presos políticos com criminosos comuns: "Lula, como ex-preso
político, sabe muito bem a diferença."
Em 2003, Cuba prendeu 75 dissidentes, entre jornalistas e membros de ONGs. Na época, as
prisões causaram comoção internacional. Desde então, alguns presos políticos que estavam mal de
saúde foram soltos, mas só deste grupo mais de 50 ainda estão nos insalubres centros de detenção da
ilha.
COLABOROU RUTH COSTAS
Presidente brasileiro rejeita recurso da greve de fome no mesmo dia em que dissidentes apelam
por mediação
AP e Afp
BRASÍLIA
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ontem respeito às determinações da
Justiça cubana nos casos relacionados à detenção de opositores e comparou os presos políticos da ilha
a criminosos comuns. As declarações foram feitas no dia em que um grupo de dissidentes do regime
comunista pediu a Lula que interceda pela libertação de 20 presos políticos. Entre os dissidentes que
fizeram o apelo está o jornalista Guillermo Fariñas, há 13 dias em greve de fome para chamar atenção
para o problema (mais informações nesta página).
"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano, de prender as pessoas em
função da lei de Cuba, assim como quero que respeitem o Brasil", disse Lula em entrevista à agência de
notícias Associated Press.
"Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as
razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há
pessoas presas no Brasil", acrescentou.
O presidente brasileiro também contestou o método usado por dissidentes cubanos para
pressionar o governo: parar de se alimentar. Em fevereiro, o preso político cubano Orlando Zapata
Tamayo morreu após passar 85 dias em greve de fome. A morte do preso político - a primeira na ilha em
40 anos - coincidiu com a chegada de Lula a Havana, mas o brasileiro silenciou sobre o episódio.
"Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar
pessoas", afirmou o líder brasileiro. "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo
entrassem em greve de fome e pedissem libertação." Lula lembrou que, quando era líder sindical, fez
greve de fome contra a ditadura militar (1964-1985), mas classificou a prática como "insanidade".
Para o cientista político José Augusto Guilhon de Albuquerque, da USP, o apoio de Lula ao
sistema judiciário cubano é incoerente com medidas tomadas por seu governo recentemente. "Lula diz
que não se pode contestar as decisões da Justiça cubana, mas seu governo não se importou em
contestar a Justiça da Itália, se opondo à extradição de Cesare Battisti. E se opôs à decisão da Justiça
hondurenha sobre o afastamento de Manuel Zelaya", afirmou Guilhon ao Estado. Ele diz que também
não faz sentido o presidente comparar presos políticos com criminosos comuns: "Lula, como ex-preso
político, sabe muito bem a diferença."
Em 2003, Cuba prendeu 75 dissidentes, entre jornalistas e membros de ONGs. Na época, as
prisões causaram comoção internacional. Desde então, alguns presos políticos que estavam mal de
saúde foram soltos, mas só deste grupo mais de 50 ainda estão nos insalubres centros de detenção da
ilha.
COLABOROU RUTH COSTAS
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: As três mentiras de Cuba
Políticos veem cinismo em declarações de Lula
Comparação de presos comuns no Brasil e presos políticos em Cuba é qualificada de oportunista
Leandro Colon, Felipe Recondo
BRASÍLIA
As palavras do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre os presos cubanos, em
entrevista dada ontem à Associated Press, foram consideradas "oportunistas" e "incoerentes" por
parlamentares das Comissões de Relações Exteriores da Câmara e Senado e também pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Lula erra ao comparar os presos comuns dos
presídios brasileiros com os detidos em Cuba por crimes políticos.
"É mais do que oportunismo, é de um cinismo atroz. Jamais se deve comparar alhos com
bugalhos", afirmou Jungmann.
"É preciso denunciar a situação caótica dos presídios brasileiros, mas também devemos ter
coragem de condenar o tratamento (dispensado) aos presos cubanos", afirmou o deputado, integrante da
Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O presidente da comissão, deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), compartilhou do mesmo
discurso.
"O Brasil tem de ser contra a prisão política. Todo o esforço do país em ter uma política externa
de relevo vai por água abaixo com esse discurso do presidente", afirmou.
Segundo Fernandes, o tema pode ser discutido na primeira reunião da comissão, marcada para
hoje.
Jungmann criticou ainda a declaração em que Lula afirma que não vai se intrometer na
legislação, muito menos na Justiça cubana.
Segundo o deputado, Lula interveio em Honduras porque acreditava que o presidente deposto,
Manuel Zelaya, sofrera um golpe da "direita", embora tenha sido "deposto judicialmente".
Mas no caso de Cuba, uma "ditadura de esquerda, Lula diz que não se intromete".
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), classificou de "incoerente" essa declaração de Lula sobre não intervenção.
"Tivemos uma ação de interferência na Itália, quando ele não quis extraditar o terrorista Cesare
Battisti. É uma posição ao sabor dos ventos", frisou o tucano.
"Acredito que o presidente esteja sendo incoerente com o seu passado. Não é possível comparar
preso político com criminoso comum", afirmou.
OAB
A posição dos parlamentares foi seguida pelo presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante. "É
uma questão de viés ideológico. A leitura que o governo Lula faz do regime de Cuba é de que é um
governo popular e socialista e, por isso, estaria legitimado. Nossa sociedade tem outra formação que não
condiz", afirmou.
"Parece que o presidente confunde a greve com fins políticos com greve de fome feita por
criminosos comuns. É uma comparação que não tem cabimento", acrescentou Cavalcante. "Eu não sei
que finalidade há por trás disso, mas essa é uma comparação sem nenhum tipo de fundamento."
Comparação de presos comuns no Brasil e presos políticos em Cuba é qualificada de oportunista
Leandro Colon, Felipe Recondo
BRASÍLIA
As palavras do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre os presos cubanos, em
entrevista dada ontem à Associated Press, foram consideradas "oportunistas" e "incoerentes" por
parlamentares das Comissões de Relações Exteriores da Câmara e Senado e também pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Lula erra ao comparar os presos comuns dos
presídios brasileiros com os detidos em Cuba por crimes políticos.
"É mais do que oportunismo, é de um cinismo atroz. Jamais se deve comparar alhos com
bugalhos", afirmou Jungmann.
"É preciso denunciar a situação caótica dos presídios brasileiros, mas também devemos ter
coragem de condenar o tratamento (dispensado) aos presos cubanos", afirmou o deputado, integrante da
Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O presidente da comissão, deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), compartilhou do mesmo
discurso.
"O Brasil tem de ser contra a prisão política. Todo o esforço do país em ter uma política externa
de relevo vai por água abaixo com esse discurso do presidente", afirmou.
Segundo Fernandes, o tema pode ser discutido na primeira reunião da comissão, marcada para
hoje.
Jungmann criticou ainda a declaração em que Lula afirma que não vai se intrometer na
legislação, muito menos na Justiça cubana.
Segundo o deputado, Lula interveio em Honduras porque acreditava que o presidente deposto,
Manuel Zelaya, sofrera um golpe da "direita", embora tenha sido "deposto judicialmente".
Mas no caso de Cuba, uma "ditadura de esquerda, Lula diz que não se intromete".
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), classificou de "incoerente" essa declaração de Lula sobre não intervenção.
"Tivemos uma ação de interferência na Itália, quando ele não quis extraditar o terrorista Cesare
Battisti. É uma posição ao sabor dos ventos", frisou o tucano.
"Acredito que o presidente esteja sendo incoerente com o seu passado. Não é possível comparar
preso político com criminoso comum", afirmou.
OAB
A posição dos parlamentares foi seguida pelo presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante. "É
uma questão de viés ideológico. A leitura que o governo Lula faz do regime de Cuba é de que é um
governo popular e socialista e, por isso, estaria legitimado. Nossa sociedade tem outra formação que não
condiz", afirmou.
"Parece que o presidente confunde a greve com fins políticos com greve de fome feita por
criminosos comuns. É uma comparação que não tem cabimento", acrescentou Cavalcante. "Eu não sei
que finalidade há por trás disso, mas essa é uma comparação sem nenhum tipo de fundamento."
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: As três mentiras de Cuba
ARTIGO
Em Cuba, basta a suspeita
Pela lei de 'periculosidade', as autoridades prendem pessoas que não cometeram nenhum crime
Nik Steinberg*
THE WASHINGTON POST
Clique. E depois, silêncio. Era o som que eu temia em minhas ligações para Cuba. Quando eu
reunia testemunhos de parentes de presos políticos, nunca sabia o significado da interrupção abrupta de
um telefonema. Teriam os serviços de inteligência cubanos cortado a linha, ou era apenas a
precariedade do sistema telefônico? Eu tornava a ligar imediatamente, com frequência recebendo um
sinal de ocupado ou uma mensagem gravada dizendo que o número estava fora de serviço. Se
descobria o que havia acontecido, era, em geral, dias ou semanas depois.
"Um vizinho apareceu para me vigiar, alguém suspeito." "Não sei, meu telefone parou de
funcionar." Durante meses eu fiz - e perdi - essas ligações. Como Cuba não permite visitas de grupos de
direitos humanos, somos obrigados a reunir informações por entrevistas telefônicas, relatórios de grupos
locais e as raras cópias de sentenças de prisão contrabandeadas para fora por parentes visitantes.
Durante quase cinco décadas, Fidel Castro silenciou virtualmente todas as formas de dissidência
em Cuba, trancafiando quem ousasse criticar seu governo. Depois que a saúde debilitada o obrigou a
entregar o controle a seu irmão em 2006, muitos esperavam que a repressão abrandasse. Mas Raúl
Castro permitiu que as levas de dissidentes detidos no tempo de Fidel permanecessem presas. Um
deles, Orlando Zapata, morreu na semana retrasada após 85 dias de uma greve de fome que havia
empreendido para protestar contra as condições em que era mantido.
Raúl Castro também encarcerou outras levas de presos políticos, como Ramón Velásquez, que
terminou de cumprir uma pena de 3 anos em janeiro, mas foi detido novamente após a morte de Zapata.
Falei pela primeira vez com a mulher de Ramón, Barbara, por telefone há um ano. Ela me contou como,
em 10 de dezembro de 2006, eles haviam participado com sua filha de 18 anos, Rufina, de uma "marcha
da dignidade" em Cuba para pedir respeito aos direitos humanos e liberdade para presos políticos.
Eles marcharam em silêncio, de leste para oeste, dormindo nas estradas ou nas casas de
pessoas que as abrigavam. Ao longo do caminho, a polícia os deteve, eles foram atacados e carros
chegaram a expulsá-los da estrada. Eles continuaram marchando. Em janeiro de 2007, a 300
quilômetros do ponto de partida, Ramón foi preso. Foi acusado de "periculosidade" e sentenciado a 3
anos de prisão.
Pela lei de "periculosidade" de Cuba, as autoridades podem prender pessoas que não
cometeram nenhum crime sob a suspeita de que poderiam cometê-lo no futuro. Atividades "perigosas"
incluem distribuir cópias da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrever artigos críticos ao
governo e tentar formar um sindicato independente. Bárbara e eu nos falamos várias vezes nos meses
seguintes sobre suas visitas a Ramón na prisão; sobre seu filho René, que cuidava dela; e sobre como
Rufina fugiu para os EUA após a prisão do pai.
Minha organização pediu permissão para visitar Cuba, mas nunca recebeu uma resposta. Por
fim, resolvemos ir de qualquer jeito. Para reduzir ao mínimo os riscos, não contamos a ninguém que
estávamos indo. No meio do ano passado, um colega e eu alugamos um carro em Havana e guiamos
para leste, realizando entrevistas ao longo do caminho.
Quando chegamos à casa de Velásquez, nos arredores de Las Tunas, somente René estava lá.
Ele contou que Bárbara estava voltando de uma visita a Ramón na prisão. Nos sentamos numa pequena
cozinha com chão de terra. René nos contou que não estivera na marcha e não se considerava um
político. Mas depois da prisão do pai ele voltou para casa e descobriu a frase "Morte aos vermes da casa
58", o endereço de sua família, pichado no ponto de ônibus próximo. Uma semana depois, foi demitido
de seu emprego no hospital. Membros do "comitê de defesa revolucionária" local - a associação de bairro
conectada ao Partido Comunista - o insultaram na rua e tentaram provocá-lo para uma briga.
Um homem foi designado para vigiar Velásquez e à sua mãe. A namorada de René e os amigos
pararam de falar com ele. "É como ter alguém com uma bota plantada bem no meio do meu peito e
aplicando tanta pressão que eu mal consigo respirar", nos disse René.
Não demorou para Bárbara chegar de sua viagem de cinco horas. Exausta, ela falou durante
alguns minutos e foi se deitar. Quando partimos, René insistiu para nos acompanhar até nosso carro.
Seguimos pela rua, passando por vizinhos, que olhavam fixamente, e pelo homem na esquina, que saiu
em nosso encalço alguns passos atrás. Quando chegamos ao carro, René pediu para passar uma
mensagem a sua irmã, com quem ele não falava havia meses: "Digam-lhe que estamos bem - para não
se preocupar." Olhei pelo retrovisor. René caminhava para casa, passando pelo olhar vigilante de seus
vizinhos.
TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
*Nik Steinberg é pesquisador da divisão para as Américas da Human Rights Watch
Em Cuba, basta a suspeita
Pela lei de 'periculosidade', as autoridades prendem pessoas que não cometeram nenhum crime
Nik Steinberg*
THE WASHINGTON POST
Clique. E depois, silêncio. Era o som que eu temia em minhas ligações para Cuba. Quando eu
reunia testemunhos de parentes de presos políticos, nunca sabia o significado da interrupção abrupta de
um telefonema. Teriam os serviços de inteligência cubanos cortado a linha, ou era apenas a
precariedade do sistema telefônico? Eu tornava a ligar imediatamente, com frequência recebendo um
sinal de ocupado ou uma mensagem gravada dizendo que o número estava fora de serviço. Se
descobria o que havia acontecido, era, em geral, dias ou semanas depois.
"Um vizinho apareceu para me vigiar, alguém suspeito." "Não sei, meu telefone parou de
funcionar." Durante meses eu fiz - e perdi - essas ligações. Como Cuba não permite visitas de grupos de
direitos humanos, somos obrigados a reunir informações por entrevistas telefônicas, relatórios de grupos
locais e as raras cópias de sentenças de prisão contrabandeadas para fora por parentes visitantes.
Durante quase cinco décadas, Fidel Castro silenciou virtualmente todas as formas de dissidência
em Cuba, trancafiando quem ousasse criticar seu governo. Depois que a saúde debilitada o obrigou a
entregar o controle a seu irmão em 2006, muitos esperavam que a repressão abrandasse. Mas Raúl
Castro permitiu que as levas de dissidentes detidos no tempo de Fidel permanecessem presas. Um
deles, Orlando Zapata, morreu na semana retrasada após 85 dias de uma greve de fome que havia
empreendido para protestar contra as condições em que era mantido.
Raúl Castro também encarcerou outras levas de presos políticos, como Ramón Velásquez, que
terminou de cumprir uma pena de 3 anos em janeiro, mas foi detido novamente após a morte de Zapata.
Falei pela primeira vez com a mulher de Ramón, Barbara, por telefone há um ano. Ela me contou como,
em 10 de dezembro de 2006, eles haviam participado com sua filha de 18 anos, Rufina, de uma "marcha
da dignidade" em Cuba para pedir respeito aos direitos humanos e liberdade para presos políticos.
Eles marcharam em silêncio, de leste para oeste, dormindo nas estradas ou nas casas de
pessoas que as abrigavam. Ao longo do caminho, a polícia os deteve, eles foram atacados e carros
chegaram a expulsá-los da estrada. Eles continuaram marchando. Em janeiro de 2007, a 300
quilômetros do ponto de partida, Ramón foi preso. Foi acusado de "periculosidade" e sentenciado a 3
anos de prisão.
Pela lei de "periculosidade" de Cuba, as autoridades podem prender pessoas que não
cometeram nenhum crime sob a suspeita de que poderiam cometê-lo no futuro. Atividades "perigosas"
incluem distribuir cópias da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrever artigos críticos ao
governo e tentar formar um sindicato independente. Bárbara e eu nos falamos várias vezes nos meses
seguintes sobre suas visitas a Ramón na prisão; sobre seu filho René, que cuidava dela; e sobre como
Rufina fugiu para os EUA após a prisão do pai.
Minha organização pediu permissão para visitar Cuba, mas nunca recebeu uma resposta. Por
fim, resolvemos ir de qualquer jeito. Para reduzir ao mínimo os riscos, não contamos a ninguém que
estávamos indo. No meio do ano passado, um colega e eu alugamos um carro em Havana e guiamos
para leste, realizando entrevistas ao longo do caminho.
Quando chegamos à casa de Velásquez, nos arredores de Las Tunas, somente René estava lá.
Ele contou que Bárbara estava voltando de uma visita a Ramón na prisão. Nos sentamos numa pequena
cozinha com chão de terra. René nos contou que não estivera na marcha e não se considerava um
político. Mas depois da prisão do pai ele voltou para casa e descobriu a frase "Morte aos vermes da casa
58", o endereço de sua família, pichado no ponto de ônibus próximo. Uma semana depois, foi demitido
de seu emprego no hospital. Membros do "comitê de defesa revolucionária" local - a associação de bairro
conectada ao Partido Comunista - o insultaram na rua e tentaram provocá-lo para uma briga.
Um homem foi designado para vigiar Velásquez e à sua mãe. A namorada de René e os amigos
pararam de falar com ele. "É como ter alguém com uma bota plantada bem no meio do meu peito e
aplicando tanta pressão que eu mal consigo respirar", nos disse René.
Não demorou para Bárbara chegar de sua viagem de cinco horas. Exausta, ela falou durante
alguns minutos e foi se deitar. Quando partimos, René insistiu para nos acompanhar até nosso carro.
Seguimos pela rua, passando por vizinhos, que olhavam fixamente, e pelo homem na esquina, que saiu
em nosso encalço alguns passos atrás. Quando chegamos ao carro, René pediu para passar uma
mensagem a sua irmã, com quem ele não falava havia meses: "Digam-lhe que estamos bem - para não
se preocupar." Olhei pelo retrovisor. René caminhava para casa, passando pelo olhar vigilante de seus
vizinhos.
TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
*Nik Steinberg é pesquisador da divisão para as Américas da Human Rights Watch
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: As três mentiras de Cuba
Comparação de Lula sobre dissidentes cubanos é "despropósito", critica OAB
Brasília, 10/03/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, classificou hoje (10) como "uma comparação despropositada" a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista, condenando a greve de fome por dissidentes cubanos e comparando-os a criminosos comuns. "A comparação é despropositada, pois tenta banalizar um recurso extremo que é, ao mesmo tempo, um símbolo de resistência a um regime autoritário que não admite contestações", afirmou Ophir, para quem o regime cubano é repudiado pela sociedade brasileira que, historicamente, fez sua opção pela democracia.
Sobre os presos brasileiros - citados por Lula na comparação com os presos políticos cubanos -, o presidente nacional da OAB disse que "mais razoável seria se o governo brasileiro se preocupasse com as péssimas condições carcerárias a que estão submetidos".
Na entrevista em que condenou o recurso usado por dissidentes cubanos contra o regime castrista, o presidente Lula, após afirmar que a greve de fome "não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas", acrescentou: "Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade".
http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=19237
Brasília, 10/03/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, classificou hoje (10) como "uma comparação despropositada" a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista, condenando a greve de fome por dissidentes cubanos e comparando-os a criminosos comuns. "A comparação é despropositada, pois tenta banalizar um recurso extremo que é, ao mesmo tempo, um símbolo de resistência a um regime autoritário que não admite contestações", afirmou Ophir, para quem o regime cubano é repudiado pela sociedade brasileira que, historicamente, fez sua opção pela democracia.
Sobre os presos brasileiros - citados por Lula na comparação com os presos políticos cubanos -, o presidente nacional da OAB disse que "mais razoável seria se o governo brasileiro se preocupasse com as péssimas condições carcerárias a que estão submetidos".
Na entrevista em que condenou o recurso usado por dissidentes cubanos contra o regime castrista, o presidente Lula, após afirmar que a greve de fome "não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas", acrescentou: "Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade".
http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=19237
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa