Arlsan escreveu:AlbertoRJ escreveu:
Arlsan,
Eu acho que você está partindo umas premissas muito erradas.
A primeira é sugerir que a escolha do Rafale foi fruto de uma preferência pessoal.
Embora você não concorde com isso, a escolha do Rafale só se dará para o bem do interesse nacional, o verdadeiramente nacional e não APENAS o da FAB. Na verdade, o Presidente só fará a escolha depois de ter negociado muito antes, não o preço, mas perspectivas para o país, e de terem julgados cada um dos países que participam do processo. Existe uma política de Estado por trás e uma Estratégia de Defesa Nacional.
A segunda é a de que o Governo ignora a opinião da FAB. A FAB tem opinião importantíssima e todo o processo técnico é de vital importância. Mas favor não confundir parecer técnico com escolha, pois são coisas distintas.
Abraços
Alberto,
Sem querer polarizar, mas acho que preciso ser mais claro.
O Presidente ignorar a opinião da FAB não foi premissa, foi conclusão.
Por que conclui isso? Porque ele anunciou o resultado antes de consultá-la. Assim, descartou o relatório técnico antes de ler.
O relatório estava sendo feito para informar a escolha presidencial. Não foi preciso. Por isso falei que a FAB foi ignorada.
E dessa forma, não só a FAB, que não é a única interessada no processo, pois não estamos apenas comprando caças. As propostas são bem abrangentes. Antes de conhecê-las, o Presidente decidiu.
Se o Presidente não precisou do relatório, nem conhecer as outras propostas, também concluo que o Rafale não foi escolhido pelas suas excelentes qualidades como vetor, mas a despeito delas.
Realmente, eu não gosto da idéia do Rafale na FAB. Acho um caça caro demais. O governo quer 120 caças e mais os caças da MB. Não acredito nisso porque as necessidades são muitas e ficamos muito expostos aos devaneios de qualquer governo.
Não gosto de não considerar a possibilidade de envolver profissionais brasileiros no desenvolvimento dos aviônicos. A Thales não deve abrir mão de forneceê-los. Ela faz parte do consórcio Rafale.
Não gosto de pagar para sustentar um modelo de desenvolvimento ultrapassado, verticalizado, altamente subsidiado e caro (tudo isso ao mesmo tempo) como o francês.
Mas não gosto da proposta do Rafale porque não me parece melhor do que a proposta sueca, pelo que tenho lido, principalmente de representantes da indústria. Pensando não apenas na FAB, mas na indústria também. Ainda bem que esse país tem indústria aeronáutica. É interesse nacional que ela seja forte.
O post tá longo.
Só pra terminar, quero deixar claro que se o método de escolha, seja ele qual for, usado para selecionar o Rafale fosse usado para qualquer outro concorrente, eu suspeitaria de todo o processo, independente do resultado.
Não é porque o resultado me agrada que eu deixo de criticar.
Não é porque o resultado me agrada que o Presidente pode fazer o que quiser.
É isso que os falsos democratas estão tentando convencer a todos. O povo elege o Presidente e ele pode fazer o que quiser. Democracia não é assim.
Ele deve decidir com base nas propostas. Sem conhecer as propostas e suas consequências nas áreas afetadas, uma decisão em favor de qualquer dos concorrentes é temerária.
Abraço.
Arlsan,
Concluir que o Governo tomou uma decisão sem conhecer a opinião da FAB não é verdadeiro.
Em um concurso com essa importância política, considerando também os valores envolvidos, todas as partes precisam estar em sintonia e com conhecimento dos acontecimentos e avaliações. Imagine você como Ministro da Defesa nessa situação!
O Sr. Ministro está muito mais informado sobre a avaliação da FAB do que se possa imaginar, e sempre esteve. O Ministro da Defesa deve reportar ao Presidente o que acontece, o que ele negociou pessoalmente e o que o Sr. Comandante da FAB lhe fornece como informação. Então, não acredite que o Governo só ficou sabendo do relatório agora, ainda que o relatório seja apenas uma das informações importantes.
Segundo noticiaram, sem confirmação, até os pilotos envolvidos nos testes tiveram que se reportar ao MD.
Tanto o Ministro da Defesa e quanto o Comandante da FAB estiveram na reunião do dia 7 de setembro.
Portanto, na minha opinião, é mais uma premissa que uma conclusão.
O Rafale é caro sim, é óbvio, porque, ao contrário dos suecos, os franceses fazem questão de independência e desenvolveram tudo para o avião. Eles têm um avião mais caro porém livre do ITAR.
Aliás, França, Russia e EUA são os únicos países com uma indústria bélica realmente independente.
O Governo negociou o melhor preço possível mas está disposto a pagar mais para ter o melhor avião e o melhor fornecedor e a maior e mais segura transferência de tecnologia, garantida pelo Executivo francês.
E antes que digam que não o farão, expliquem o que se dará o sub nuclear.
A FAB vai operar o Rafale como fez com o Mirage III que, quando foi comprado, era um avião muito além das suas capacidades mas que a colocou em uma outra dimensão como Força Aérea.
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