Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Brasil realiza grande operação para distribuir água e alimentos na capital do Haiti após terremoto
Publicada em 22/01/2010 às 15h27m
O Globo
Agências internacionais
PORTO PRÍNCIPE - Soldados brasileiros a serviço das Nações Unidas realizam nesta sexta-feira uma grande operação para a distribuição de água e alimentos para moradores das áreas de Porto Príncipe mais atingidas pelo terremoto que provocou dezenas de milhares de mortos e severos danos na capital do Haiti.
O objetivo das tropas brasileiras é fazer com que a ajuda humanitária chegue a 4.000 famílias de Porto Príncipe. Nesta sexta-feira, foi iniciada também uma operação para retirar cerca de 400 mil pessoas de áreas arrasadas para a periferia da capital . A ajuda consiste em 10 toneladas de alimentos e 22 mil litros de água, o suficiente para três dias.
Um dos locais de distribuição foi a área em frente ao Palácio Presidencial, onde uma grande fila se formou para receber a ajuda.
Desde que chegaram ao Haiti, as forças brasileiras teêm como parte da missão a distribuição de alimentos nas áreas mais carentes.
Publicada em 22/01/2010 às 15h27m
O Globo
Agências internacionais
PORTO PRÍNCIPE - Soldados brasileiros a serviço das Nações Unidas realizam nesta sexta-feira uma grande operação para a distribuição de água e alimentos para moradores das áreas de Porto Príncipe mais atingidas pelo terremoto que provocou dezenas de milhares de mortos e severos danos na capital do Haiti.
O objetivo das tropas brasileiras é fazer com que a ajuda humanitária chegue a 4.000 famílias de Porto Príncipe. Nesta sexta-feira, foi iniciada também uma operação para retirar cerca de 400 mil pessoas de áreas arrasadas para a periferia da capital . A ajuda consiste em 10 toneladas de alimentos e 22 mil litros de água, o suficiente para três dias.
Um dos locais de distribuição foi a área em frente ao Palácio Presidencial, onde uma grande fila se formou para receber a ajuda.
Desde que chegaram ao Haiti, as forças brasileiras teêm como parte da missão a distribuição de alimentos nas áreas mais carentes.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Missão de Paz no Haiti
Quero reconhecer de público a decisão do DB em colocar em sua página principal, em seu site, o vídeo abaixo.
Me emociono cada vez que revejo o mesmo.
http://www.defesabrasil.com/site/notici ... m-povo.php
Me emociono cada vez que revejo o mesmo.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Filas e improvisação na madrugada
Militares brasileiros preferem distribuir suprimentos durante a noite para evitar saques
PORTO PRÍNCIPE
A falta de segurança para a distribuição de ajuda humanitária no Haiti é um dos maiores problemas enfrentados pelos socorristas. Na madrugada de ontem, 70 fuzileiros navais brasileiros fizeram uma ação para distribuir 3 mil litros de água e 3 toneladas de alimentos para 320 famílias, no bairro da Cité Militairé, em Porto Príncipe, a capital do país.
O acampamento é um dos 300 que estão espalhados pela cidade à espera da ajuda humanitária. Mantimentos não faltam, segundo o capitão de Fragata, Júlio César Franco, que comandou a ação.
– Estamos fazendo esta distribuição pontual. Um trabalho de formiguinha, todos os dias, em comunidades diferentes – explicou. Para driblar a falta de segurança e fazer com que os alimentos cheguem aos 370 mil desabrigados da cidade, a distribuição brasileira é feita à noite ou de madrugada. – A prioridade é a segurança. O nosso papel é manter os militares e a população seguros e prestar a ajuda humanitária.
Mesmo assim, segundo a marinha do Brasil, as ações brasileiras distribuíram 20 toneladas de alimentos e 20 mil litros de água para os desabrigados desde o terremoto do dia 12. A ação humanitária de ontem durou 20 minutos para distribuir 320 kits contendo seis garrafas de 2 litros de água e uma sacola de supermercado com dois quilos de leite em pó, um kg de açúcar, duas latas de fiambres (presunto enlatado), duas latas de sardinhas e oito pacotes de biscoitos. A água foi uma doação da República Dominicana e os alimentos, do governo brasileiro.
O comboio com três caminhões e um par de jeep partiu de madrugada para o bairro.
Na chegada, os moradores correram para organizar a fila para receber a ajuda. Centenas de pessoas contornavam um muro que guardava uma quadra de esportes, em frente ao acampamento.
No acampamento, os barracos improvisados são sustentados por paus e cobertos por panos e lençóis. As condições de higiene são paupérrimas.
Esgoto a céu aberto, montanhas de lixo e pequenos focos de incêndio compõem o ambiente do campo.
Os militares colocaram cones para sinalizar o lugar da fila. Um líder comunitário pedia calma por um megafone, enquanto os alimentos eram desembarcados dos caminhões. Um garoto de dez anos, disse que estava fora da fila porque seus parentes iam pegar os alimentos.
– Meu nome é Carlos. Sobrenome não sei – diz o garoto, parte de 90% dos haitianos que não têm documentos, segundo dados do Itamaraty. (ABr)
Militares brasileiros preferem distribuir suprimentos durante a noite para evitar saques
PORTO PRÍNCIPE
A falta de segurança para a distribuição de ajuda humanitária no Haiti é um dos maiores problemas enfrentados pelos socorristas. Na madrugada de ontem, 70 fuzileiros navais brasileiros fizeram uma ação para distribuir 3 mil litros de água e 3 toneladas de alimentos para 320 famílias, no bairro da Cité Militairé, em Porto Príncipe, a capital do país.
O acampamento é um dos 300 que estão espalhados pela cidade à espera da ajuda humanitária. Mantimentos não faltam, segundo o capitão de Fragata, Júlio César Franco, que comandou a ação.
– Estamos fazendo esta distribuição pontual. Um trabalho de formiguinha, todos os dias, em comunidades diferentes – explicou. Para driblar a falta de segurança e fazer com que os alimentos cheguem aos 370 mil desabrigados da cidade, a distribuição brasileira é feita à noite ou de madrugada. – A prioridade é a segurança. O nosso papel é manter os militares e a população seguros e prestar a ajuda humanitária.
Mesmo assim, segundo a marinha do Brasil, as ações brasileiras distribuíram 20 toneladas de alimentos e 20 mil litros de água para os desabrigados desde o terremoto do dia 12. A ação humanitária de ontem durou 20 minutos para distribuir 320 kits contendo seis garrafas de 2 litros de água e uma sacola de supermercado com dois quilos de leite em pó, um kg de açúcar, duas latas de fiambres (presunto enlatado), duas latas de sardinhas e oito pacotes de biscoitos. A água foi uma doação da República Dominicana e os alimentos, do governo brasileiro.
O comboio com três caminhões e um par de jeep partiu de madrugada para o bairro.
Na chegada, os moradores correram para organizar a fila para receber a ajuda. Centenas de pessoas contornavam um muro que guardava uma quadra de esportes, em frente ao acampamento.
No acampamento, os barracos improvisados são sustentados por paus e cobertos por panos e lençóis. As condições de higiene são paupérrimas.
Esgoto a céu aberto, montanhas de lixo e pequenos focos de incêndio compõem o ambiente do campo.
Os militares colocaram cones para sinalizar o lugar da fila. Um líder comunitário pedia calma por um megafone, enquanto os alimentos eram desembarcados dos caminhões. Um garoto de dez anos, disse que estava fora da fila porque seus parentes iam pegar os alimentos.
– Meu nome é Carlos. Sobrenome não sei – diz o garoto, parte de 90% dos haitianos que não têm documentos, segundo dados do Itamaraty. (ABr)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Missão de Paz no Haiti
22/01/2010 - 18h33
Militares brasileiros distribuem comida e água para cinco mil famílias em Porto Príncipe
Foram 10 toneladas de alimentos e 22 mil litros de água distribuídos para pelo menos cinco mil famílias. A ação, que mobilizou 220 militares do Exército Brasileiro e 30 viaturas, foi a maior realizada de distribuição ocorreu desde o terremoto do dia 12 que arrasou o País. O evento ocorreu em torno da Praça de Marte, que fica em frente ao Palácio Nacional, lugar também destruído.
Entre os beneficiados, estava o desempregado Alan Pierre, de 25 anos, pai de três filhos. Ele perdeu tudo no terremoto. "Só não perdi a vida". Ele mora, agora, embaixo de um lençol suspenso por corda na Praça de Marte junto com os filhos. "Obrigado pela ajuda, brasileiros", dizia.
"Sou professor de francês e inglês. Perdi tudo. Precisamos de água e comida. Estamos desesperados. Só podemos agradecer por essa comida que os brasileiros mandaram para nós", afirmou Henrique Saz.
Em torno do Palácio Nacional, as pessoas aguardaram, com tranqüilidade e ansiedade, a hora de receber a alimentação[/u]. A fila chegou a ter mais de dois quilômetros. "Essa ação de solidariedade é mais uma das várias que temos realizado. Fazíamos antes também. Além disso, a segurança em todo o País está sob controle", disse o comandante da missão de paz, General Floriano Peixoto. Ele acrescentou que os voos diários que a Força Aérea tem realizado para a capital do Haiti garantem a missão humanitária.
Fonte: Do Enviado Especial ao Haiti, Ten Luiz Claudio / CECOMSAER
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Acho que estamos ensinando como é que se faz as coisas para um certo pais...
[]'s a todos.
Militares brasileiros distribuem comida e água para cinco mil famílias em Porto Príncipe
Foram 10 toneladas de alimentos e 22 mil litros de água distribuídos para pelo menos cinco mil famílias. A ação, que mobilizou 220 militares do Exército Brasileiro e 30 viaturas, foi a maior realizada de distribuição ocorreu desde o terremoto do dia 12 que arrasou o País. O evento ocorreu em torno da Praça de Marte, que fica em frente ao Palácio Nacional, lugar também destruído.
Entre os beneficiados, estava o desempregado Alan Pierre, de 25 anos, pai de três filhos. Ele perdeu tudo no terremoto. "Só não perdi a vida". Ele mora, agora, embaixo de um lençol suspenso por corda na Praça de Marte junto com os filhos. "Obrigado pela ajuda, brasileiros", dizia.
"Sou professor de francês e inglês. Perdi tudo. Precisamos de água e comida. Estamos desesperados. Só podemos agradecer por essa comida que os brasileiros mandaram para nós", afirmou Henrique Saz.
Em torno do Palácio Nacional, as pessoas aguardaram, com tranqüilidade e ansiedade, a hora de receber a alimentação[/u]. A fila chegou a ter mais de dois quilômetros. "Essa ação de solidariedade é mais uma das várias que temos realizado. Fazíamos antes também. Além disso, a segurança em todo o País está sob controle", disse o comandante da missão de paz, General Floriano Peixoto. Ele acrescentou que os voos diários que a Força Aérea tem realizado para a capital do Haiti garantem a missão humanitária.
Fonte: Do Enviado Especial ao Haiti, Ten Luiz Claudio / CECOMSAER
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Acho que estamos ensinando como é que se faz as coisas para um certo pais...
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Bolovo
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Re: Missão de Paz no Haiti
Não que coisa seja assim tão fácil. Estamos no Haiti há anos, conhecemos o local, as situações e tudo mais. Os EUA, como superpotência, tem que ir lá mostrar serviço, senão fica feio, afinal estão lá do lado. Não podem deixar ocorrer outro Katrina. Eles não são tão bem vistos por lá, então não tem como não serem menos agressivos. Não estão preparados para uma missão de paz, como nós. Mandaram suas forças de contingência para lá. Vieram com tudo, literalmente.Skyway escreveu:Isso que o povo do Haiti não entende...e eu também não.P44 escreveu:Os Brasileiros e os Indianos a pé e os gringos de Hummvee e de heli...
Por mais perigosa que seja a cidade, os Brasileiros andam junto com a população e os respeita, ja os americanos descem de helicópteros dentro do palácio equipados como se fossem pra guerra com mochilão nas costas e mochilão entre as pernas. Sei lá...não existia nada que impedisse os americanos de pousar os helicópteros no palácio e descarregar com calma o que quer que fosse...não precisava de tudo aquilo.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Missão de Paz no Haiti
Isso ninguém entende, mas todo mundo vê. Isso é uma propaganda negativíssima para eles, lá dentro do Haiti.Skyway escreveu:Isso que o povo do Haiti não entende...e eu também não.P44 escreveu:Os Brasileiros e os Indianos a pé e os gringos de Hummvee e de heli...
Por mais perigosa que seja a cidade, os Brasileiros andam junto com a população e os respeita, ja os americanos descem de helicópteros dentro do palácio equipados como se fossem pra guerra com mochilão nas costas e mochilão entre as pernas. Sei lá...não existia nada que impedisse os americanos de pousar os helicópteros no palácio e descarregar com calma o que quer que fosse...não precisava de tudo aquilo.
Mesmo antes do terremoto, os exemplos eram evidentes: Enquanto os brasileiros, argentinos, chineses e etc, faziam o esquema direito, os jordanianos cagaram no pau, levando armas pesadas, e tratando o povo como lixo. Procurem o número de mortos nos embates por lá.
É tão fácil quanto fazer um telefonema e pedir por militares guias para adaptação. Mas nãããããão... Isso é corrente nas missões de paz, e outras missões onde já existe um grupo amigo estabelecido.Bolovo escreveu: Não que coisa seja assim tão fácil. Estamos no Haiti há anos, conhecemos o local, as situações e tudo mais. Os EUA, como superpotência, tem que ir lá mostrar serviço, senão fica feio, afinal estão lá do lado. Não podem deixar ocorrer outro Katrina. Eles não são tão bem vistos por lá, então não tem como não serem menos agressivos. Não estão preparados para uma missão de paz, como nós. Mandaram suas forças de contingência para lá. Vieram com tudo, literalmente.
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Cuidado com os sintomas.
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- Marino
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Re: Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
ENTREVISTA GENERAL FLORIANO PEIXOTO
O papel dos EUA é de caráter humanitário
O general Floriano Peixoto, chefe militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do
Haiti (Minustah), disse ao GLOBO que vai priorizar a utilização de soldados brasileiros no país caribenho
devastado pelo terremoto.
Ele nega que a opção seja parte de uma estratégia para reforçar o papel de liderança do Brasil
na região e garante que a Minustah não precisa de tropas americanas para garantir a segurança do Haiti.
Chico de Gois - Enviado Especial
O GLOBO: Como está a distribuição de alimentos?
GENERAL FLORIANO PEIXOTO: Melhorando a cada dia, pelas condições de mobilidade nas
ruas, cada vez mais transitáveis, e pela quantidade de ajuda humanitária chegando ao país.
A Minustah pode acelerar a entrega de ajuda?
PEIXOTO: A demanda é muito maior do que a oferta. O que estamos fazendo é trazer tropas de
fora para aumentar a capacidade de distribuição.
A ONU autorizou o envio de mais tropas. O senhor decidiu se serão necessárias e onde?
PEIXOTO: Decidi e já encaminhei minha recomendação. O Brasil ofereceu uma companhia de
Polícia do Exército e um batalhão de Infantaria.
Num primeiro momento o senhor prefere os brasileiros?
PEIXOTO: Propus o Brasil porque sei de sua rapidez, seu preparo e disposição. A ONU deu a
todos a possibilidade de enviar tropas. Outros contingentes devem ser incorporados depois.
Priorizar forças do Brasil não pode gerar insatisfação?
PEIXOTO: Outros países terão oportunidades. Não há nenhuma exclusividade ao Brasil, mas o
país foi o primeiro a se manifestar, como em 2004.
Como o senhor vê o fato de que as tropas dos EUA já superam as da Minustah? PEIXOTO: Não
há problema algum.
A representação americana é feita profissionalmente, com cortesia, respeito e papéis claramente
definidos. A ação de EUA e Canadá é quase que exclusivamente humanitária. O comando militar da
missão permanece sob minha tutela. Este aporte de homens para socorro humanitário é até benéfico.
A imprensa estrangeira alega que tropas dos EUA trarão mais segurança ao Haiti. Como o
senhor avalia isso?
PEIXOTO: É uma impropriedade enorme. A manutenção da segurança, meu trabalho principal
aqui, com meus sete mil militares, continua sob absoluto controle.
A questão da segurança não se degradou.segurança?
PEIXOTO: Claro que não. Não é o papel nem a intenção dos EUA.
Há que se deixar bastante claro que esta colaboração se destina à ajuda humanitária, com
respeito e cooperação enormes.
O papel dos EUA é de caráter humanitário
O general Floriano Peixoto, chefe militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do
Haiti (Minustah), disse ao GLOBO que vai priorizar a utilização de soldados brasileiros no país caribenho
devastado pelo terremoto.
Ele nega que a opção seja parte de uma estratégia para reforçar o papel de liderança do Brasil
na região e garante que a Minustah não precisa de tropas americanas para garantir a segurança do Haiti.
Chico de Gois - Enviado Especial
O GLOBO: Como está a distribuição de alimentos?
GENERAL FLORIANO PEIXOTO: Melhorando a cada dia, pelas condições de mobilidade nas
ruas, cada vez mais transitáveis, e pela quantidade de ajuda humanitária chegando ao país.
A Minustah pode acelerar a entrega de ajuda?
PEIXOTO: A demanda é muito maior do que a oferta. O que estamos fazendo é trazer tropas de
fora para aumentar a capacidade de distribuição.
A ONU autorizou o envio de mais tropas. O senhor decidiu se serão necessárias e onde?
PEIXOTO: Decidi e já encaminhei minha recomendação. O Brasil ofereceu uma companhia de
Polícia do Exército e um batalhão de Infantaria.
Num primeiro momento o senhor prefere os brasileiros?
PEIXOTO: Propus o Brasil porque sei de sua rapidez, seu preparo e disposição. A ONU deu a
todos a possibilidade de enviar tropas. Outros contingentes devem ser incorporados depois.
Priorizar forças do Brasil não pode gerar insatisfação?
PEIXOTO: Outros países terão oportunidades. Não há nenhuma exclusividade ao Brasil, mas o
país foi o primeiro a se manifestar, como em 2004.
Como o senhor vê o fato de que as tropas dos EUA já superam as da Minustah? PEIXOTO: Não
há problema algum.
A representação americana é feita profissionalmente, com cortesia, respeito e papéis claramente
definidos. A ação de EUA e Canadá é quase que exclusivamente humanitária. O comando militar da
missão permanece sob minha tutela. Este aporte de homens para socorro humanitário é até benéfico.
A imprensa estrangeira alega que tropas dos EUA trarão mais segurança ao Haiti. Como o
senhor avalia isso?
PEIXOTO: É uma impropriedade enorme. A manutenção da segurança, meu trabalho principal
aqui, com meus sete mil militares, continua sob absoluto controle.
A questão da segurança não se degradou.segurança?
PEIXOTO: Claro que não. Não é o papel nem a intenção dos EUA.
Há que se deixar bastante claro que esta colaboração se destina à ajuda humanitária, com
respeito e cooperação enormes.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Missão de Paz no Haiti
Brasil corre para alocar contingente militar extra
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
Embora tenha no início titubeado quanto ao aumento de tropas da Minustah, o Brasil agora
decidiu correr. Em dois dias, o comando do contingente brasileiro da força de paz da ONU já definiu local
para os 900 novos soldados previstos (outros 400 ficam em situação de espera e poderão ser
acrescentados no futuro). Será um novo batalhão, o Brabatt 2, ao lado do atual.
A terraplanagem já está feita, e os contêineres que abrigarão quartos, banheiros, escritórios e
refeitório começarão a ser montados em breve. "Isso pode ser feito em 15 a 30 dias no máximo", diz o
comandante do Brabatt, coronel João Batista Bernardes.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 1.200 militares na força de paz e já gastou R$ 700 milhões em
cinco anos. O contingente extra, portanto, poderá mais do que dobrar o efetivo. O reforço será
prioritariamente empregado na segurança.
A novidade, segundo o comandante, é que parte do novo efetivo poderá ser enviado para outras
partes do país. Atualmente, todo o batalhão brasileiro serve em Porto Príncipe. "Isso dependerá de uma
avaliação ainda da questão de segurança", afirmou Bernardes.
"Guerra psicológica"
O aumento do efetivo ocorre após a chegada de cerca de 10 mil soldados americanos na cidade.
O Brasil não gostou de ver a presença de tantos fuzileiros navais dos EUA no aeroporto e em pontos
estratégicos como o palácio presidencial.
"Os americanos têm um senso muito agudo de imagem, e são conhecidos por fazer muito bem
guerra psicológica", declarou o comandante.
O contingente brasileiro da Minustah também recebeu informações de que os americanos
avançam em outras frentes de propaganda. Uma delas é a distribuição de bandeiras dos EUA, que
começaram a aparecer com maior frequência pela cidade. Também se atribuem aos americanos
algumas pichações em muros pedindo a saída da Minustah.
O Brasil também está incomodado com demonstrações ofensivas de presença americana em
algumas áreas. Bernardes afirmou que no máximo pode haver "reconhecimento de terreno" por parte de
fuzileiros navais. Ou seja, patrulhas e passeio a pé. Nada mais.
"Reconhecimento de terreno a pé é normal e esperado. Mas patrulhas motorizadas em pontos
como Cité Soleil (maior favela da capital haitiana) são exclusividade da Minustah", afirmou o comandante
do batalhão brasileiro. Também há permissão da força da ONU de que os EUA respondam com tiros se
forem atacados. Segundo Bernardes, qualquer procedimento dos americanos que fuja dessa orientação
será denunciado ao comando da Minustah.
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
Embora tenha no início titubeado quanto ao aumento de tropas da Minustah, o Brasil agora
decidiu correr. Em dois dias, o comando do contingente brasileiro da força de paz da ONU já definiu local
para os 900 novos soldados previstos (outros 400 ficam em situação de espera e poderão ser
acrescentados no futuro). Será um novo batalhão, o Brabatt 2, ao lado do atual.
A terraplanagem já está feita, e os contêineres que abrigarão quartos, banheiros, escritórios e
refeitório começarão a ser montados em breve. "Isso pode ser feito em 15 a 30 dias no máximo", diz o
comandante do Brabatt, coronel João Batista Bernardes.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 1.200 militares na força de paz e já gastou R$ 700 milhões em
cinco anos. O contingente extra, portanto, poderá mais do que dobrar o efetivo. O reforço será
prioritariamente empregado na segurança.
A novidade, segundo o comandante, é que parte do novo efetivo poderá ser enviado para outras
partes do país. Atualmente, todo o batalhão brasileiro serve em Porto Príncipe. "Isso dependerá de uma
avaliação ainda da questão de segurança", afirmou Bernardes.
"Guerra psicológica"
O aumento do efetivo ocorre após a chegada de cerca de 10 mil soldados americanos na cidade.
O Brasil não gostou de ver a presença de tantos fuzileiros navais dos EUA no aeroporto e em pontos
estratégicos como o palácio presidencial.
"Os americanos têm um senso muito agudo de imagem, e são conhecidos por fazer muito bem
guerra psicológica", declarou o comandante.
O contingente brasileiro da Minustah também recebeu informações de que os americanos
avançam em outras frentes de propaganda. Uma delas é a distribuição de bandeiras dos EUA, que
começaram a aparecer com maior frequência pela cidade. Também se atribuem aos americanos
algumas pichações em muros pedindo a saída da Minustah.
O Brasil também está incomodado com demonstrações ofensivas de presença americana em
algumas áreas. Bernardes afirmou que no máximo pode haver "reconhecimento de terreno" por parte de
fuzileiros navais. Ou seja, patrulhas e passeio a pé. Nada mais.
"Reconhecimento de terreno a pé é normal e esperado. Mas patrulhas motorizadas em pontos
como Cité Soleil (maior favela da capital haitiana) são exclusividade da Minustah", afirmou o comandante
do batalhão brasileiro. Também há permissão da força da ONU de que os EUA respondam com tiros se
forem atacados. Segundo Bernardes, qualquer procedimento dos americanos que fuja dessa orientação
será denunciado ao comando da Minustah.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Missão de Paz no Haiti
OPINIÃO
Haiti - desafios à liderança brasileira
Gen Ex Luiz Gonzaga Schroeder Lessa
O desastroso terremoto que se abateu sobre o Haiti se constitui em uma das maiores tragédias
recentes sofridas pela humanidade, com conseqüências mais graves do que a ocorrida na China, em
2008.
A completa destruição de muitas cidades, inclusive da sua capital Porto Príncipe e da precária
infraestrutura do país, impediu qualquer reação do estado haitiano. As estimativas de até 200.000
mortos, com milhares de feridos e um população de 3 milhões de pessoas desabrigadas e totalmente
desassistidas, constituem-se num dos maiores desafios à comunidade internacional e à própria ONU,
duramente atingida pela catástrofe, com a morte das suas lideranças e mais de centena de qualificados
funcionários mortos ou desaparecidos, levando o seu Secretário Geral, Ban Ki Moon, a declarar ser esse
o mais trágico acontecimento na história da organização.
O Brasil que desde 2004 comanda com invejável sucesso as tropas da ONU, integradas por 17
países, sob a denominação de Minustah, tem pela frente um formidável desafio, que vai exigir da sua
diplomacia gestões, negociações e acompanhamentos muito além do que até então vinha ocorrendo .
O esforço de quase 6 anos, com melhorias sensíveis na vida do povo haitiano, foi posto por terra,
levando o atual comandante da Força, Gen. Floriano Peixoto, a declarar que a situação do Haiti tornouse
pior do que aquela que lá encontramos em 2004. No seu dizer, o país volta à estaca zero.
A resposta da comunidade internacional ao chamamento de socorro ao Haiti foi imediata,
mostrando uma solidariedade raramente vista em tragédias dessa natureza. Todavia, pelo despreparo
da ONU, duramente atingida, trouxe complexos problemas de coordenação e controle ainda não
resolvidos, incapazes de harmonizar os trabalhos das 43 equipes de socorro de todo o mundo que para
lá acorreram, envolvendo cerca de 1.800 homens(mulheres) e 160 cães amestrados para a tarefa de
localizar corpos, o que possibilitou resgatar com vida 75 pessoas até a data de hoje. Sem dúvida, nos
próximos dias, esses problemas e os demais relacionados com a assistência humanitária estarão
resolvidos.
Por certo, a preocupação atual da diplomacia brasileira e, também, do nosso Exército, é a
ameaça que se coloca à liderança do país na condução das operações da Minustah.
Parece muito frágil o acordo a que chegaram Hillary e Amorim na divisão das tarefas entre a
Minustah e as forças norte-americanas que, de maneira desproporcional, chegaram e continuam
chegando ao Haiti.
Dizer que cabe à Minustah prosseguir na sua missão de manter a segurança do país e assegurar
a sua normalidade democrática e às forças norte-americanas a condução das tarefas humanitárias não
guarda respaldo com o alto poder de combate que ainda está se desdobrando no Haiti: cerca de 10;000
homens, oriundos das melhores unidades combatentes estadunidenses, como uma poderosa brigada da
renomada 82ª Divisão Aeroterrestre (cerca de 3.600 homens) e 2.000 fuzileiros navais.
A esquadra, ao largo do litoral haitiano, vai muito além das necessidades de uma operação
humanitária. Tendo como núcleo o porta-aviões Carl Vinson, em torno dele agrupam-se vários outros
potentes navios como o cruzador Normandy, a fragata Underwood, o desembarque-doca Carter Hall, o
de assalto anfíbio Bataan ( com 2.000 fuzileiros navais a bordo), o Fort McHenry, o de salvamento Grasp,
o oceanográfico Henson, o hospital Comfort, vários navios auxiliares, lanchas de desembarque e um
grande número de helicópteros, meios navais sob o comando do almirante Victory Guillory, atual
Comandante da 4ª Esquadra, que tantas reações políticas motivou no Brasil quando da sua criação.
O comandante geral das forças norte-americanas desdobradas no Haiti é o Ten-Gen. P. K. Keen,
que é o subcomandante do Comando Sul dos EUA, com sede em Miami.
O poderoso dispositivo militar comandado por Keen guarda coerência com as suas
preocupações nas recentes declarações que fez à ABC, em 16 de janeiro p.p., quando reafirmou que “ a
nossa principal missão é a ajuda humanitária, mas a componente segurança terá uma crescente
importância nela. Nós vamos enfrentá-la junto com as Nações Unidas e teremos que fazer isso
rapidamente”. Keen disse estar acompanhando com muita atenção os incidentes de violência que estão
recrudescendo no país. “Obviamente, nós realmente necessitamos de um ambiente seguro para
fazermos o melhor que pudermos no que diz respeito à ajuda humanitária”, declarou Keen.
Apesar de ser grande a potencialidade de conflito entre as missões atribuídas aos norteamericanos
e aos brasileiros, os contatos pessoais devem ser facilitados, pois o Gen. Keen cursou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro (ECEME), nos anos de 1987-88, e, por isso
mesmo, deve falar o português e bem compreender a mecânica operacional das nossas forças.
Mesmo para os leigos, é óbvia a necessidade da mais ampla coordenação das operações de
segurança e humanitárias. Não são compartimentos estanques, pelo contrário, se complementam
mutuamente e uma é estreitamente dependente da outra no processo de normalização da realidade
haitiana. É impossível estabelecer uma barreira rígida entre uma e outra missão, o que forçará, como
abertamente sugeriu o seu comandante, que as tropas norte-americanas dêem alta prioridade à
componente segurança no efetivar das suas tarefas humanitárias. E, por isso mesmo, é grande a
possibilidade de choques diplomáticos e operacionais, com conseqüências desastrosas para o processo
de reconstrução do Haiti.
Como se estima que a presença dos EUA no Haiti seja de longa duração, no dizer do próprio
presidente Obama, a solução dessa problemática deve passar, necessariamente, por uma possível
modificação da missão da Minustah e por atribuição de setores específicos de atuação para as forças da
ONU e dos EUA, onde as missões humanitárias e de segurança se complementem mutuamente. O
recente aumento dos efetivos das forças da Minustah, autorizado pelo Conselho de Segurança,
aconselha que assim seja.
Por fim, uma menção especial às perdas brasileiras no trágico terremoto, que ceifou dezenove
preciosas vidas de militares e civis. Desde a 2ª Guerra Mundial e a despeito de ter participado de
inúmeras missões de paz sob o comando da ONU ou da OEA, o Exército não tinha a lastimar tão grande
número de vítimas. Os feridos- vinte e cinco – haverão de se recuperar e voltar ao serviço ativo.
É enorme a tristeza que se abate sobre o nosso Exército, acostumado à crueza dos
acontecimentos imprevistos. Conforta-nos, contudo, saber que esses devotados brasileiros muito bem
cumpriram as suas missões e imolaram as suas vidas em benefício da paz. A missão bem cumprida é
apanágio dos fortes e torna heróis os que, como eles, doaram as suas vidas por causa tão nobre.
Camaradas, civis e militares!
Seu sacrifício toca profundamente a Nação Brasileira. A tristeza refletida nas nossas lágrimas é
temperada pelo orgulho que sentimos pelos seus valorosos feitos.
O Exército, perfilado, presta-lhes a sua mais democrática saudação de respeito e admiração – a
continência – cônscio de que o seu sacrifício não foi em vão. Sigam em paz!
Haiti - desafios à liderança brasileira
Gen Ex Luiz Gonzaga Schroeder Lessa
O desastroso terremoto que se abateu sobre o Haiti se constitui em uma das maiores tragédias
recentes sofridas pela humanidade, com conseqüências mais graves do que a ocorrida na China, em
2008.
A completa destruição de muitas cidades, inclusive da sua capital Porto Príncipe e da precária
infraestrutura do país, impediu qualquer reação do estado haitiano. As estimativas de até 200.000
mortos, com milhares de feridos e um população de 3 milhões de pessoas desabrigadas e totalmente
desassistidas, constituem-se num dos maiores desafios à comunidade internacional e à própria ONU,
duramente atingida pela catástrofe, com a morte das suas lideranças e mais de centena de qualificados
funcionários mortos ou desaparecidos, levando o seu Secretário Geral, Ban Ki Moon, a declarar ser esse
o mais trágico acontecimento na história da organização.
O Brasil que desde 2004 comanda com invejável sucesso as tropas da ONU, integradas por 17
países, sob a denominação de Minustah, tem pela frente um formidável desafio, que vai exigir da sua
diplomacia gestões, negociações e acompanhamentos muito além do que até então vinha ocorrendo .
O esforço de quase 6 anos, com melhorias sensíveis na vida do povo haitiano, foi posto por terra,
levando o atual comandante da Força, Gen. Floriano Peixoto, a declarar que a situação do Haiti tornouse
pior do que aquela que lá encontramos em 2004. No seu dizer, o país volta à estaca zero.
A resposta da comunidade internacional ao chamamento de socorro ao Haiti foi imediata,
mostrando uma solidariedade raramente vista em tragédias dessa natureza. Todavia, pelo despreparo
da ONU, duramente atingida, trouxe complexos problemas de coordenação e controle ainda não
resolvidos, incapazes de harmonizar os trabalhos das 43 equipes de socorro de todo o mundo que para
lá acorreram, envolvendo cerca de 1.800 homens(mulheres) e 160 cães amestrados para a tarefa de
localizar corpos, o que possibilitou resgatar com vida 75 pessoas até a data de hoje. Sem dúvida, nos
próximos dias, esses problemas e os demais relacionados com a assistência humanitária estarão
resolvidos.
Por certo, a preocupação atual da diplomacia brasileira e, também, do nosso Exército, é a
ameaça que se coloca à liderança do país na condução das operações da Minustah.
Parece muito frágil o acordo a que chegaram Hillary e Amorim na divisão das tarefas entre a
Minustah e as forças norte-americanas que, de maneira desproporcional, chegaram e continuam
chegando ao Haiti.
Dizer que cabe à Minustah prosseguir na sua missão de manter a segurança do país e assegurar
a sua normalidade democrática e às forças norte-americanas a condução das tarefas humanitárias não
guarda respaldo com o alto poder de combate que ainda está se desdobrando no Haiti: cerca de 10;000
homens, oriundos das melhores unidades combatentes estadunidenses, como uma poderosa brigada da
renomada 82ª Divisão Aeroterrestre (cerca de 3.600 homens) e 2.000 fuzileiros navais.
A esquadra, ao largo do litoral haitiano, vai muito além das necessidades de uma operação
humanitária. Tendo como núcleo o porta-aviões Carl Vinson, em torno dele agrupam-se vários outros
potentes navios como o cruzador Normandy, a fragata Underwood, o desembarque-doca Carter Hall, o
de assalto anfíbio Bataan ( com 2.000 fuzileiros navais a bordo), o Fort McHenry, o de salvamento Grasp,
o oceanográfico Henson, o hospital Comfort, vários navios auxiliares, lanchas de desembarque e um
grande número de helicópteros, meios navais sob o comando do almirante Victory Guillory, atual
Comandante da 4ª Esquadra, que tantas reações políticas motivou no Brasil quando da sua criação.
O comandante geral das forças norte-americanas desdobradas no Haiti é o Ten-Gen. P. K. Keen,
que é o subcomandante do Comando Sul dos EUA, com sede em Miami.
O poderoso dispositivo militar comandado por Keen guarda coerência com as suas
preocupações nas recentes declarações que fez à ABC, em 16 de janeiro p.p., quando reafirmou que “ a
nossa principal missão é a ajuda humanitária, mas a componente segurança terá uma crescente
importância nela. Nós vamos enfrentá-la junto com as Nações Unidas e teremos que fazer isso
rapidamente”. Keen disse estar acompanhando com muita atenção os incidentes de violência que estão
recrudescendo no país. “Obviamente, nós realmente necessitamos de um ambiente seguro para
fazermos o melhor que pudermos no que diz respeito à ajuda humanitária”, declarou Keen.
Apesar de ser grande a potencialidade de conflito entre as missões atribuídas aos norteamericanos
e aos brasileiros, os contatos pessoais devem ser facilitados, pois o Gen. Keen cursou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro (ECEME), nos anos de 1987-88, e, por isso
mesmo, deve falar o português e bem compreender a mecânica operacional das nossas forças.
Mesmo para os leigos, é óbvia a necessidade da mais ampla coordenação das operações de
segurança e humanitárias. Não são compartimentos estanques, pelo contrário, se complementam
mutuamente e uma é estreitamente dependente da outra no processo de normalização da realidade
haitiana. É impossível estabelecer uma barreira rígida entre uma e outra missão, o que forçará, como
abertamente sugeriu o seu comandante, que as tropas norte-americanas dêem alta prioridade à
componente segurança no efetivar das suas tarefas humanitárias. E, por isso mesmo, é grande a
possibilidade de choques diplomáticos e operacionais, com conseqüências desastrosas para o processo
de reconstrução do Haiti.
Como se estima que a presença dos EUA no Haiti seja de longa duração, no dizer do próprio
presidente Obama, a solução dessa problemática deve passar, necessariamente, por uma possível
modificação da missão da Minustah e por atribuição de setores específicos de atuação para as forças da
ONU e dos EUA, onde as missões humanitárias e de segurança se complementem mutuamente. O
recente aumento dos efetivos das forças da Minustah, autorizado pelo Conselho de Segurança,
aconselha que assim seja.
Por fim, uma menção especial às perdas brasileiras no trágico terremoto, que ceifou dezenove
preciosas vidas de militares e civis. Desde a 2ª Guerra Mundial e a despeito de ter participado de
inúmeras missões de paz sob o comando da ONU ou da OEA, o Exército não tinha a lastimar tão grande
número de vítimas. Os feridos- vinte e cinco – haverão de se recuperar e voltar ao serviço ativo.
É enorme a tristeza que se abate sobre o nosso Exército, acostumado à crueza dos
acontecimentos imprevistos. Conforta-nos, contudo, saber que esses devotados brasileiros muito bem
cumpriram as suas missões e imolaram as suas vidas em benefício da paz. A missão bem cumprida é
apanágio dos fortes e torna heróis os que, como eles, doaram as suas vidas por causa tão nobre.
Camaradas, civis e militares!
Seu sacrifício toca profundamente a Nação Brasileira. A tristeza refletida nas nossas lágrimas é
temperada pelo orgulho que sentimos pelos seus valorosos feitos.
O Exército, perfilado, presta-lhes a sua mais democrática saudação de respeito e admiração – a
continência – cônscio de que o seu sacrifício não foi em vão. Sigam em paz!
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Missão de Paz no Haiti
Só destacando um procedimento que é praxe do "Tio".Marino escreveu:Brasil corre para alocar contingente militar extra
...
"Os americanos têm um senso muito agudo de imagem, e são conhecidos por fazer muito bem
guerra psicológica", declarou o comandante.
O contingente brasileiro da Minustah também recebeu informações de que os americanos
avançam em outras frentes de propaganda. Uma delas é a distribuição de bandeiras dos EUA, que
começaram a aparecer com maior frequência pela cidade. Também se atribuem aos americanos
algumas pichações em muros pedindo a saída da Minustah.
....
[]'s.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Marino
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Re: Missão de Paz no Haiti
Setor agropecuário doa 130 toneladas de alimentos para o Haiti
Danilo Macedo Repórter da Agência Brasil
Brasília - Empresas e entidades do agronegócio brasileiro doaram cerca de 130 toneladas de
alimentos para serem doados às vítimas do terremoto que devastou o Haiti, no último dia 12, anunciou
hoje (21) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
A entidade pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, apoio do governo para transportar a ajuda
humanitária para o país caribenho. A Força Aérea Brasileira (FAB) se comprometeu em enviar dez
aviões àquele país com os alimentos, a partir da próxima semana, informou a presidente da CNA,
senadora Kátia Abreu,
Serão enviadas para o Haiti 65 toneladas de carne enlatada, 13 toneladas de açúcar, 39
toneladas de leite evaporado, mais denso, e 13 toneladas de suco de laranja.
As doações foram feitas pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec), Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Cutrale.
Segundo a presidente da CNA, a quantidade de alimentos arrecadada até o momento faz
representa apenas a etapa inicial da campanha, que continuará recebendo doações.
Danilo Macedo Repórter da Agência Brasil
Brasília - Empresas e entidades do agronegócio brasileiro doaram cerca de 130 toneladas de
alimentos para serem doados às vítimas do terremoto que devastou o Haiti, no último dia 12, anunciou
hoje (21) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
A entidade pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, apoio do governo para transportar a ajuda
humanitária para o país caribenho. A Força Aérea Brasileira (FAB) se comprometeu em enviar dez
aviões àquele país com os alimentos, a partir da próxima semana, informou a presidente da CNA,
senadora Kátia Abreu,
Serão enviadas para o Haiti 65 toneladas de carne enlatada, 13 toneladas de açúcar, 39
toneladas de leite evaporado, mais denso, e 13 toneladas de suco de laranja.
As doações foram feitas pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec), Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Cutrale.
Segundo a presidente da CNA, a quantidade de alimentos arrecadada até o momento faz
representa apenas a etapa inicial da campanha, que continuará recebendo doações.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
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Re: Missão de Paz no Haiti
Obama’s Public Diplomacy From Haiti Wears Combat Boots
January 2010
Whether one is discussing the activities of the 2nd Brigade, 82
Airborne of the Army, Special Operations Group 1 of the USAF and many
thousands of USAF airmen, the USS Carl Vinson (CVN 70), other ships,
and naval aviators of the Navy, the 22nd MEU and the Marines landing
in Haiti on Tuesday, or the Guardians who were the first responders in
Haiti representing the Coast Guard – the men and women on the ground
in Haiti are doing an amazing job. Those men and women who train our
Soldiers, Sailors, Airmen, Marines, and Guardians should take pride
today because US citizens indeed take pride in their representation of
us in Haiti.
With that said the leaders of the operation need to do a better job
organizing, cooperating, and coordinating the response to Haiti,
because every problem that pops up can be specifically defined as a
leadership issue where Command, Coordination, and Cooperation of
operations can be improved – and need to be improved.
Countries like France are exactly right to call US actions in Haiti as
“occupation” even if it is not true, because in case you haven’t
noticed, every US spokesman on TV and covered in press conferences
involved in public diplomacy from the ground in Haiti wears combat
boots.
Todd H. Guggisberg, Assistant Professor, Department of Logistics and
Resource Operations (DLRO) US Army Command and General Staff College
emailed me today with an important observation.
As a retired career Army logistics officer, I am following the
events closely. Understanding what it means to feed/water/shelter 3
million people is difficult for most Americans. One of my logistics
students did a quick estimate and came up with a requirement for 2,000
cargo trucks per day to supply ONE humanitarian ration to 3 million
people per day….and rations are easy compared to water.
That might explain why there has been a policy change regarding the
danger of airdropping relief supplies. Are things getting critical?
Probably more than most Americans probably realize.
One C-17 airdrop represents ~30,000 rations (usually divided between
humanitarian rations and bottled water), and we would need to conduct
more than 100 C-17 airdrops per day and equally distribute those
rations just to get just 1 bottle of water or 1 humanitarian ration to
each of the 3 million people the UN says are in need in Haiti today.
The SOUTHCOM focus to date on the one runway airfield is a
distraction, by no fuzzy math is it possible for ~180 planes around
the world to meet the demand of the Haiti catastrophe.
At the exact same time on Monday General Keen was telling reporters on
the ground in Haiti “the only way to get anything in is through the
airport”, the Dutch Navy ship HNLMS Pelikaan (A804) had arrived from
Netherlands Antilles and was unloading a truck onto a pier in Port-au-
Prince. Due to security problems in the port, the unloading was halted
and the ship had to pull away with a hold full of aid. See the
official MoD website (in Dutch) for a picture of the truck unloading.
More information here and here in Dutch.
There are serious coordination issues in Haiti, and it isn’t just the
US with the UN or NGOs, because we would also not appear to be
coordinating with other countries responding from sea, including NATO
ships! The airport will not be able to meet the demand of inbound
flights no matter how excellent a job the USAF 1st SOG does. Who is
coordinating the effort at sea and in the port? How is it even
possible that a Dutch naval ship is the first ship to unload materials
in Port-au-Prince with all those US ships working on the port
facilities, and at the exact same time the General is telling
reporters something completely different? Did General Keen even know
the Dutch ship was there when he was talking to reporters?
Without supply from sea, it will be impossible to deliver enough
supplies to meet the range of demands in Haiti. USNS 1st LT Jack
Lummus (T-AK 3011) should arrive sometime on Tuesday. The ship is
bringing INLS pontoons, an Army Port Opening Battalion, US AID
materials, Seabee gear, combat engineers, lots of propane tanks, and
223 troops – which is combined far over capacity, but USCG gave a
waiver.
The INLS pontoons take many, many hours to get completely set up and
operational, but will be a game changer for logistics. Admiral Harvey
did an interview with reporters today in Norfolk, and while apparently
knowing about the Dutch ship, he was discussing the deployment of the
USNS Sacagawea (T-AKE 2), which was due to depart Norfolk Tuesday
afternoon. USNS Sacagawea (T-AKE 2) was loaded to capacity with
pallets of aid, including nearly 400,000 meals-ready-to-eat and an
additional 235,000 pounds of food.
USNS Sacagawea (T-AKE 2) would represent at least 13 fully loaded C-17
airdrops of rations, and that ship can do a lot more than haul food
and rations.
But while the Navy is leaning well forward in support of relief
operations, open up the port, and get supplies to Haiti; I still have
serious questions what is going on in SOUTHCOM. Did the Reserves help
load LT Jack Lummus (T-AK 3011) in Jacksonville? I am hearing they did
not, rather it was a few shore guys working round the clock over the
three day weekend instead… I was stunned to find out too. I know
Reserves were sent to help USNS Comfort (T-AH 20). Did the Reserves
forget to lean forward per instruction of the President in places
other than Baltimore? Where was SOUTHCOM in coordinating the Reserves
for loading?
Look, USNS 1st LT Jack Lummus (T-AK 3011) is the most important asset
right now for the entire US effort in Haiti. Without INLS, there is no
possible way enough food and water can be delivered to the people of
Haiti. SOUTHCOM needs to fix their coordination problems – yesterday.
Media people, particularly CNN, are beginning to notice that NGOs are
getting short on medical supplies. News reports claim the UN and
Haitian government have put food and water ahead of medicine to help
the wounded. Hospital supplies of medicine are running out. Why would
the UN and Haitian government make this choice?
The only explanation is that there isn’t enough food and water to get
to the people. The airport cannot move the fuel, earth moving
equipment, food, water, and medicine to meet demand, so choices are
being made what isn’t going to get through among the limited flights
in. The choice right now is in favor of logistics and infrastructure
equipment, food, and water to support the 2-3 million Haitians roaming
the streets, instead of medicine for the surviving wounded in hospital
camps scattered around Haiti under the care of NGOs.
Which choice would you make? Medicine for the people who are dieing,
or food and water for the people who aren’t dieing, yet? Think very
hard about the choices being made, because that is the unfortunate
reality of the hell in Haiti right now. Anderson Cooper and others
will tell people medical supplies are more important than food and
water, but the seriousness of the decisions being made by the UN and
Haitian government is not being examined close enough to put those
complaints in context. Actually, I’m forced to guess, because Anderson
Cooper and others don’t have an Obama administration representative on
the ground to ask – and if they do, I can’t name that person. That
point seems lost on CNN.
Everyone should understand why the DoD is being asked to carry the
load in Haiti, but it is critical you also understand why USAID or the
State Department should be in charge in Haiti even though you can’t
name who the top US civilian leader is in Haiti right now. The DoD
budget is going to be somewhere around $700 billion with supplemental
budgets in FY2011, and that gets compared to a USAID budget of $4
billion and the State Department budget of about $65 billion.
Obviously the catastrophe in Haiti is beyond the means of either USAID
and State to handle the problem, but does that also mean neither
agency can’t afford to have a leader inside Haiti to lead the US
effort?
If we want the UN and Haitian government to be in charge in Haiti,
then we need a strong civilian counterpart to deal with the civilian
political challenges. Bill Clinton would be great for that, but is he
the political authority speaking for the Obama administration? I doubt
he would say yes.
If the DoD is not the lead agency, and I do not under any
circumstances believe they should be, why is the DoD being made the
face of leadership in Haiti? Who and where is the Obama
administration’s appointed representative? Rajiv Shah is in Washington
DC, so who is running the show in Haiti? I do wonder if SOUTHCOM
leaders are too buried in the internal politics of the UN and Haiti on
the ground to support the relief efforts that involve the rest of the
world, because General Keen seemed completely oblivious to what the
Dutch were doing at the port – and activities at the port should be
priority one.
When you don’t know the name of the top US civilian leader in the
Haitian relief effort, there is a serious political leadership
problem.
The State Department told NBC news on Tuesday that there are still
5,500 missing Americans in Haiti. What the article does not mention is
that no Americans have been pulled out of rubble alive in 2 days, and
the odds of finding more survivors is very low.
Missing does not mean dead.
High numbers of missing Americans are not uncommon after natural
disasters. The number of missing originally peaked at 7,000 a few days
after the September 11th attacks, but that number was eventually
reduced to 3,016. Two weeks after the 2004 Tsunami, there were still
2500 inquiries to the State Department regarding American citizens,
but that number today is 18 dead, 16 presumed dead, with 456 inquiries
remaining.
Every situation is unique though. The Tsunami was spread out over
thousands of miles and several countries. The number of inquiries
following 9/11 was reduced to less than 3,500 within days. 5,500
inquiries after a full week in a concentrated population area
represents a very high number of missing, and Brian Williams of NBC
made a comment tonight that indeed the number of Americans killed in
Haiti may be more than on Americans killed on 9/11.
5,500 would represent more Americans than have died in the Iraq War to
date, the Afghanistan war to date, the September 11th attacks, or
Hurricane Katrina. The number 5,500 will come down, but it may not
come down as much as people hope it would. In a city of starving
people with very little water with American citizens and soldiers
running around the city, it is not hard for an American to reach
communications. While I hope it is not, the death toll of Americans
may be very high.
If the earthquake in Haiti turns out to be the largest loss of US
citizen lives in the 21st century, or the second greatest natural
disaster to kill Americans in history – only the 1900 hurricane of
Galveston, Texas being more lethal; how does that change your opinion
of what we have seen over the last week? Does it influence your
opinion regarding the US response to date?
Several people have made various comments comparing Haiti to Hurricane
Katrina. In Vice President Biden’s press conference Saturday at
SOUTHCOM, he emphasized this was much worse than Katrina. To date, if
the UN has really buried 50,000 bodies already, in the context of
deaths alone the Haitian earthquake is already more than 50x worse
than Katrina, and potentially as much as 5x worse just for American
citizens.
Maybe if we recognize the scope of the Haitian earthquake in context,
we will start to understand how important it is to get the Command,
Coordination, and Cooperation of operations on the ground of Haiti
under better control, and that should include fixing the void of US
political leadership in Haiti so the press can get better answers what
is going on.
The Navy is about to open up the port, but that doesn’t mean anything
if the situation is uncoordinated on the ground and supplies make it
to shore only to sit on the pier. The UN and Haiti appear to be making
decisions that knowingly will lead to wounded people dieing over the
next several days, potentially a lot of wounded. This should be
speaking to just how critical the situation is in Haiti, but it is
very murky and unclear. Execution of a distribution plan with the
supplies soon expected to be delivered by sea could change the trends
and meet the demands for food, water, medicine, etc..
Will the organization, coordination, and cooperation on the ground be
in place by the time supply arrives by sea? Without better US
political leadership to work with the UN and NGOs, the answer would
appear to be no. We need to avoid such a political failure, because
the fallout simply means the DoD will have to pick up the slack –
again making our public diplomacy effort inside Haiti one with combat
boots.
Whether one is discussing the activities of the 2nd Brigade, 82
Airborne of the Army, Special Operations Group 1 of the USAF and many
thousands of USAF airmen, the USS Carl Vinson (CVN 70), other ships,
and naval aviators of the Navy, the 22nd MEU and the Marines landing
in Haiti on Tuesday, or the Guardians who were the first responders in
Haiti representing the Coast Guard – the men and women on the ground
in Haiti are doing an amazing job. Those men and women who train our
Soldiers, Sailors, Airmen, Marines, and Guardians should take pride
today because US citizens indeed take pride in their representation of
us in Haiti.
With that said the leaders of the operation need to do a better job
organizing, cooperating, and coordinating the response to Haiti,
because every problem that pops up can be specifically defined as a
leadership issue where Command, Coordination, and Cooperation of
operations can be improved – and need to be improved.
January 2010
Whether one is discussing the activities of the 2nd Brigade, 82
Airborne of the Army, Special Operations Group 1 of the USAF and many
thousands of USAF airmen, the USS Carl Vinson (CVN 70), other ships,
and naval aviators of the Navy, the 22nd MEU and the Marines landing
in Haiti on Tuesday, or the Guardians who were the first responders in
Haiti representing the Coast Guard – the men and women on the ground
in Haiti are doing an amazing job. Those men and women who train our
Soldiers, Sailors, Airmen, Marines, and Guardians should take pride
today because US citizens indeed take pride in their representation of
us in Haiti.
With that said the leaders of the operation need to do a better job
organizing, cooperating, and coordinating the response to Haiti,
because every problem that pops up can be specifically defined as a
leadership issue where Command, Coordination, and Cooperation of
operations can be improved – and need to be improved.
Countries like France are exactly right to call US actions in Haiti as
“occupation” even if it is not true, because in case you haven’t
noticed, every US spokesman on TV and covered in press conferences
involved in public diplomacy from the ground in Haiti wears combat
boots.
Todd H. Guggisberg, Assistant Professor, Department of Logistics and
Resource Operations (DLRO) US Army Command and General Staff College
emailed me today with an important observation.
As a retired career Army logistics officer, I am following the
events closely. Understanding what it means to feed/water/shelter 3
million people is difficult for most Americans. One of my logistics
students did a quick estimate and came up with a requirement for 2,000
cargo trucks per day to supply ONE humanitarian ration to 3 million
people per day….and rations are easy compared to water.
That might explain why there has been a policy change regarding the
danger of airdropping relief supplies. Are things getting critical?
Probably more than most Americans probably realize.
One C-17 airdrop represents ~30,000 rations (usually divided between
humanitarian rations and bottled water), and we would need to conduct
more than 100 C-17 airdrops per day and equally distribute those
rations just to get just 1 bottle of water or 1 humanitarian ration to
each of the 3 million people the UN says are in need in Haiti today.
The SOUTHCOM focus to date on the one runway airfield is a
distraction, by no fuzzy math is it possible for ~180 planes around
the world to meet the demand of the Haiti catastrophe.
At the exact same time on Monday General Keen was telling reporters on
the ground in Haiti “the only way to get anything in is through the
airport”, the Dutch Navy ship HNLMS Pelikaan (A804) had arrived from
Netherlands Antilles and was unloading a truck onto a pier in Port-au-
Prince. Due to security problems in the port, the unloading was halted
and the ship had to pull away with a hold full of aid. See the
official MoD website (in Dutch) for a picture of the truck unloading.
More information here and here in Dutch.
There are serious coordination issues in Haiti, and it isn’t just the
US with the UN or NGOs, because we would also not appear to be
coordinating with other countries responding from sea, including NATO
ships! The airport will not be able to meet the demand of inbound
flights no matter how excellent a job the USAF 1st SOG does. Who is
coordinating the effort at sea and in the port? How is it even
possible that a Dutch naval ship is the first ship to unload materials
in Port-au-Prince with all those US ships working on the port
facilities, and at the exact same time the General is telling
reporters something completely different? Did General Keen even know
the Dutch ship was there when he was talking to reporters?
Without supply from sea, it will be impossible to deliver enough
supplies to meet the range of demands in Haiti. USNS 1st LT Jack
Lummus (T-AK 3011) should arrive sometime on Tuesday. The ship is
bringing INLS pontoons, an Army Port Opening Battalion, US AID
materials, Seabee gear, combat engineers, lots of propane tanks, and
223 troops – which is combined far over capacity, but USCG gave a
waiver.
The INLS pontoons take many, many hours to get completely set up and
operational, but will be a game changer for logistics. Admiral Harvey
did an interview with reporters today in Norfolk, and while apparently
knowing about the Dutch ship, he was discussing the deployment of the
USNS Sacagawea (T-AKE 2), which was due to depart Norfolk Tuesday
afternoon. USNS Sacagawea (T-AKE 2) was loaded to capacity with
pallets of aid, including nearly 400,000 meals-ready-to-eat and an
additional 235,000 pounds of food.
USNS Sacagawea (T-AKE 2) would represent at least 13 fully loaded C-17
airdrops of rations, and that ship can do a lot more than haul food
and rations.
But while the Navy is leaning well forward in support of relief
operations, open up the port, and get supplies to Haiti; I still have
serious questions what is going on in SOUTHCOM. Did the Reserves help
load LT Jack Lummus (T-AK 3011) in Jacksonville? I am hearing they did
not, rather it was a few shore guys working round the clock over the
three day weekend instead… I was stunned to find out too. I know
Reserves were sent to help USNS Comfort (T-AH 20). Did the Reserves
forget to lean forward per instruction of the President in places
other than Baltimore? Where was SOUTHCOM in coordinating the Reserves
for loading?
Look, USNS 1st LT Jack Lummus (T-AK 3011) is the most important asset
right now for the entire US effort in Haiti. Without INLS, there is no
possible way enough food and water can be delivered to the people of
Haiti. SOUTHCOM needs to fix their coordination problems – yesterday.
Media people, particularly CNN, are beginning to notice that NGOs are
getting short on medical supplies. News reports claim the UN and
Haitian government have put food and water ahead of medicine to help
the wounded. Hospital supplies of medicine are running out. Why would
the UN and Haitian government make this choice?
The only explanation is that there isn’t enough food and water to get
to the people. The airport cannot move the fuel, earth moving
equipment, food, water, and medicine to meet demand, so choices are
being made what isn’t going to get through among the limited flights
in. The choice right now is in favor of logistics and infrastructure
equipment, food, and water to support the 2-3 million Haitians roaming
the streets, instead of medicine for the surviving wounded in hospital
camps scattered around Haiti under the care of NGOs.
Which choice would you make? Medicine for the people who are dieing,
or food and water for the people who aren’t dieing, yet? Think very
hard about the choices being made, because that is the unfortunate
reality of the hell in Haiti right now. Anderson Cooper and others
will tell people medical supplies are more important than food and
water, but the seriousness of the decisions being made by the UN and
Haitian government is not being examined close enough to put those
complaints in context. Actually, I’m forced to guess, because Anderson
Cooper and others don’t have an Obama administration representative on
the ground to ask – and if they do, I can’t name that person. That
point seems lost on CNN.
Everyone should understand why the DoD is being asked to carry the
load in Haiti, but it is critical you also understand why USAID or the
State Department should be in charge in Haiti even though you can’t
name who the top US civilian leader is in Haiti right now. The DoD
budget is going to be somewhere around $700 billion with supplemental
budgets in FY2011, and that gets compared to a USAID budget of $4
billion and the State Department budget of about $65 billion.
Obviously the catastrophe in Haiti is beyond the means of either USAID
and State to handle the problem, but does that also mean neither
agency can’t afford to have a leader inside Haiti to lead the US
effort?
If we want the UN and Haitian government to be in charge in Haiti,
then we need a strong civilian counterpart to deal with the civilian
political challenges. Bill Clinton would be great for that, but is he
the political authority speaking for the Obama administration? I doubt
he would say yes.
If the DoD is not the lead agency, and I do not under any
circumstances believe they should be, why is the DoD being made the
face of leadership in Haiti? Who and where is the Obama
administration’s appointed representative? Rajiv Shah is in Washington
DC, so who is running the show in Haiti? I do wonder if SOUTHCOM
leaders are too buried in the internal politics of the UN and Haiti on
the ground to support the relief efforts that involve the rest of the
world, because General Keen seemed completely oblivious to what the
Dutch were doing at the port – and activities at the port should be
priority one.
When you don’t know the name of the top US civilian leader in the
Haitian relief effort, there is a serious political leadership
problem.
The State Department told NBC news on Tuesday that there are still
5,500 missing Americans in Haiti. What the article does not mention is
that no Americans have been pulled out of rubble alive in 2 days, and
the odds of finding more survivors is very low.
Missing does not mean dead.
High numbers of missing Americans are not uncommon after natural
disasters. The number of missing originally peaked at 7,000 a few days
after the September 11th attacks, but that number was eventually
reduced to 3,016. Two weeks after the 2004 Tsunami, there were still
2500 inquiries to the State Department regarding American citizens,
but that number today is 18 dead, 16 presumed dead, with 456 inquiries
remaining.
Every situation is unique though. The Tsunami was spread out over
thousands of miles and several countries. The number of inquiries
following 9/11 was reduced to less than 3,500 within days. 5,500
inquiries after a full week in a concentrated population area
represents a very high number of missing, and Brian Williams of NBC
made a comment tonight that indeed the number of Americans killed in
Haiti may be more than on Americans killed on 9/11.
5,500 would represent more Americans than have died in the Iraq War to
date, the Afghanistan war to date, the September 11th attacks, or
Hurricane Katrina. The number 5,500 will come down, but it may not
come down as much as people hope it would. In a city of starving
people with very little water with American citizens and soldiers
running around the city, it is not hard for an American to reach
communications. While I hope it is not, the death toll of Americans
may be very high.
If the earthquake in Haiti turns out to be the largest loss of US
citizen lives in the 21st century, or the second greatest natural
disaster to kill Americans in history – only the 1900 hurricane of
Galveston, Texas being more lethal; how does that change your opinion
of what we have seen over the last week? Does it influence your
opinion regarding the US response to date?
Several people have made various comments comparing Haiti to Hurricane
Katrina. In Vice President Biden’s press conference Saturday at
SOUTHCOM, he emphasized this was much worse than Katrina. To date, if
the UN has really buried 50,000 bodies already, in the context of
deaths alone the Haitian earthquake is already more than 50x worse
than Katrina, and potentially as much as 5x worse just for American
citizens.
Maybe if we recognize the scope of the Haitian earthquake in context,
we will start to understand how important it is to get the Command,
Coordination, and Cooperation of operations on the ground of Haiti
under better control, and that should include fixing the void of US
political leadership in Haiti so the press can get better answers what
is going on.
The Navy is about to open up the port, but that doesn’t mean anything
if the situation is uncoordinated on the ground and supplies make it
to shore only to sit on the pier. The UN and Haiti appear to be making
decisions that knowingly will lead to wounded people dieing over the
next several days, potentially a lot of wounded. This should be
speaking to just how critical the situation is in Haiti, but it is
very murky and unclear. Execution of a distribution plan with the
supplies soon expected to be delivered by sea could change the trends
and meet the demands for food, water, medicine, etc..
Will the organization, coordination, and cooperation on the ground be
in place by the time supply arrives by sea? Without better US
political leadership to work with the UN and NGOs, the answer would
appear to be no. We need to avoid such a political failure, because
the fallout simply means the DoD will have to pick up the slack –
again making our public diplomacy effort inside Haiti one with combat
boots.
Whether one is discussing the activities of the 2nd Brigade, 82
Airborne of the Army, Special Operations Group 1 of the USAF and many
thousands of USAF airmen, the USS Carl Vinson (CVN 70), other ships,
and naval aviators of the Navy, the 22nd MEU and the Marines landing
in Haiti on Tuesday, or the Guardians who were the first responders in
Haiti representing the Coast Guard – the men and women on the ground
in Haiti are doing an amazing job. Those men and women who train our
Soldiers, Sailors, Airmen, Marines, and Guardians should take pride
today because US citizens indeed take pride in their representation of
us in Haiti.
With that said the leaders of the operation need to do a better job
organizing, cooperating, and coordinating the response to Haiti,
because every problem that pops up can be specifically defined as a
leadership issue where Command, Coordination, and Cooperation of
operations can be improved – and need to be improved.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Missão de Paz no Haiti
RAPIDEZ SEM PRECEDENTES
Reação dos EUA ao Haiti é inédita, diz analista
Alex Ribeiro, de Washington
A rapidez e o tamanho sem precedentes das operações de resgate e socorro dos Estados Unidos no Haiti são explicadas em parte pelo interesse em garantir a segurança de 45 mil de seus cidadãos naquele país do Caribe, reconhecem especialistas em política externa ouvidos pelo Valor. Mas seria um erro creditar todos os esforços do governo americano só ao interesse em proteger os americanos.
"Os líderes políticos americanos são eleitos para se preocuparem com a segurança dos seus cidadãos", diz o professor da Robert Maguire, especialista em Haiti da Universidade Trinity. "Mas esse não é a único objetivo. Os Estados Unidos não vão evacuar os seus cidadãos e dizer ´boa sorte´ para os haitianos."
Os EUA montaram uma grande operação militar de resgate no Haiti, com 11 mil soldados, navios e aviões. O Brasil e alguns outros países, como a França, reclamaram da forma como os americanos tomaram o controle do aeroporto em Porto Princípe, a capital do país. Mais de 2 mil cidadãos americanos foram evacuados, e surgiram queixas de que os EUA estariam privilegiando a segurança deles em detrimento da ajuda humanitária aos haitianos.
"Nunca vi uma reação desse tamanho a uma tragédia", afirma o professor Luigi Einaudi, ex-embaixador americano na Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas ele credita esse interesse incomum a um excesso de autoconfiança dos americanos. "Muitos dos desastres políticos nasceram desse sentimento americano de que o país pode resolver tudo. É a certeza de os EUA podem resolver os problemas do Vietnã, do Iraque, do Afeganistão e do Haiti."
Embora as estimativas indiquem a presença de 45 mil americanos no Haiti, apenas uma fração deles foi repatriada até agora. A maior parte desses cidadãos americanos são de origem haitiana. Eles se espalharam pelo mundo num movimento de diáspora, durante décadas de flagelo polítíco e econômico, e depois retornaram à terra natal. São ao mesmo tempo americanos e haitianos e, por isso, o interesse do governo americano em protegê-los poderia ser um pouco menor.
Por outro lado, a comunidade haitiana em território americano tem um poder político relativamente grande -e é influente o suficiente para pressionar o governo para uma ação mais forte no resgate e reconstrução do Haiti. "Não são um grupo político tão forte como a comunidade judaica", afirma Maguire. "Mas eles são poderosos nos lugares em que vivem." Na Flórida, por exemplo, os haitianos podem fazer a diferença na eleição para o Senado que ocorre neste ano. Também são numerosos em Nova York e há outras comunidades menores, com alguma força política, em outros lugares, como em Massachusetts.
Mas não só a politica local está por trás da grande operação no Haiti. "A frustração e o sentimento de culpa explicam quase tudo", diz Einaudi. "Há o sentimento de culpa por saber que há tantas pessoas pobres em um país que está tão perto. E há o sentimento de frustração por não conseguir resolver as coisas rapidamente. Os Estados Unidos colocaram suas tropas duas vezes no Haiti. A mais recente delas foi no governo Bill Clinton.
Parte do sentimento de culpa dos americanos, diz Einaudi, está ligada à divisão político-partidária nos Estados Unidos por trás do tema Haiti. No governo republicano de Ronald Reagan, o então oposicionista Partido Democrata se opôs à política americana na América Central e Caribe. No governo democrata de Bill Clinton, foi a vez de os republicanos fazerem oposição partidária. "Esse periodo de divisão ficou para trás", diz Einaudi.
Reação dos EUA ao Haiti é inédita, diz analista
Alex Ribeiro, de Washington
A rapidez e o tamanho sem precedentes das operações de resgate e socorro dos Estados Unidos no Haiti são explicadas em parte pelo interesse em garantir a segurança de 45 mil de seus cidadãos naquele país do Caribe, reconhecem especialistas em política externa ouvidos pelo Valor. Mas seria um erro creditar todos os esforços do governo americano só ao interesse em proteger os americanos.
"Os líderes políticos americanos são eleitos para se preocuparem com a segurança dos seus cidadãos", diz o professor da Robert Maguire, especialista em Haiti da Universidade Trinity. "Mas esse não é a único objetivo. Os Estados Unidos não vão evacuar os seus cidadãos e dizer ´boa sorte´ para os haitianos."
Os EUA montaram uma grande operação militar de resgate no Haiti, com 11 mil soldados, navios e aviões. O Brasil e alguns outros países, como a França, reclamaram da forma como os americanos tomaram o controle do aeroporto em Porto Princípe, a capital do país. Mais de 2 mil cidadãos americanos foram evacuados, e surgiram queixas de que os EUA estariam privilegiando a segurança deles em detrimento da ajuda humanitária aos haitianos.
"Nunca vi uma reação desse tamanho a uma tragédia", afirma o professor Luigi Einaudi, ex-embaixador americano na Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas ele credita esse interesse incomum a um excesso de autoconfiança dos americanos. "Muitos dos desastres políticos nasceram desse sentimento americano de que o país pode resolver tudo. É a certeza de os EUA podem resolver os problemas do Vietnã, do Iraque, do Afeganistão e do Haiti."
Embora as estimativas indiquem a presença de 45 mil americanos no Haiti, apenas uma fração deles foi repatriada até agora. A maior parte desses cidadãos americanos são de origem haitiana. Eles se espalharam pelo mundo num movimento de diáspora, durante décadas de flagelo polítíco e econômico, e depois retornaram à terra natal. São ao mesmo tempo americanos e haitianos e, por isso, o interesse do governo americano em protegê-los poderia ser um pouco menor.
Por outro lado, a comunidade haitiana em território americano tem um poder político relativamente grande -e é influente o suficiente para pressionar o governo para uma ação mais forte no resgate e reconstrução do Haiti. "Não são um grupo político tão forte como a comunidade judaica", afirma Maguire. "Mas eles são poderosos nos lugares em que vivem." Na Flórida, por exemplo, os haitianos podem fazer a diferença na eleição para o Senado que ocorre neste ano. Também são numerosos em Nova York e há outras comunidades menores, com alguma força política, em outros lugares, como em Massachusetts.
Mas não só a politica local está por trás da grande operação no Haiti. "A frustração e o sentimento de culpa explicam quase tudo", diz Einaudi. "Há o sentimento de culpa por saber que há tantas pessoas pobres em um país que está tão perto. E há o sentimento de frustração por não conseguir resolver as coisas rapidamente. Os Estados Unidos colocaram suas tropas duas vezes no Haiti. A mais recente delas foi no governo Bill Clinton.
Parte do sentimento de culpa dos americanos, diz Einaudi, está ligada à divisão político-partidária nos Estados Unidos por trás do tema Haiti. No governo republicano de Ronald Reagan, o então oposicionista Partido Democrata se opôs à política americana na América Central e Caribe. No governo democrata de Bill Clinton, foi a vez de os republicanos fazerem oposição partidária. "Esse periodo de divisão ficou para trás", diz Einaudi.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla