O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1411 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 3:30 am

Carlos Mathias escreveu: Quem disse que você falou isso?
Falaste que o sistema tem alcance máximo de 100Km, eu mostrei que é mais.
Efetivo e com os últimos mísseis desenvolvidos! O S-400 tem um míssil com 400km de alcance e advinhe por que não o citei?
Carlos Mathias escreveu: Não houve substituição, os mísseis ficam no mesmo lançador nos tubos comuns aos dois tipos de mísseis. São complementares.
Houve Carlos! não é porque a Série "48" é compatível que está sendo utilizada! Em sua grande maioria, na Rússia serão substituídos pela nova série que conta com um míssil de 40km de alcance, outro de 120km de alcance e um míssil para aviões do tipo AWACS, KCs com 400km de alcance.
Carlos Mathias escreveu: Bem, quem citou alcance e errado foi você, então posso sim colocar o alcance correto, que não se trata em absoluto de super nada. Essa conversa de dizer que tudo é super-trunfo é uma ótima saída pela direita.
Falei e volto a repetir... Super-Trunfo pra mim é coisa do passado! Não citei nenhum alcance errado, disse que os mísseis mais atuais e que estão sendo escolhidos para equipar as baterias tem 120km de alcance para enfrentar as novas ameaças, se o sistema é COMPATÍVEL com mísseis antigos, de maior alcance a história é outra.
Carlos Mathias escreveu: Se houver grana suficiente, não é não. A Grécia não enfrenta nada muito pior que nós aqui na região,e nós podemos ter algo bem pior nas costas no futuro. Mas o efeito dissuasório do S-300 já valeu à pena para a Grécia.
O Contexto da Grécia é completamente diferente!
Dos Países que compõe a AL, qual deles tem mísseis balísticos?

Dos Países que compõe a AL, qual deles tem mísseis do tipo cruise com grande alcance?

Isso justifica o investimento na compra de um sistema complexo e caro como sistemas de médio e longo alcance? Na minha opinião não!
Carlos Mathias escreveu: Se pensarmos apenas nos vizinhos, umas atiradeiras com um bom elástico sobram. Nosso alvos estão todos perto da praia, a bem mais de 1000Km deles.
Mas o objetivo não são os nosso vizinhos.
Mas ainda que fossem, qualquer alvo defendido por essas baterias liberam os caças para outras missões ou para defender outros alvos, ou ainda fazer o que fazem melhor, atacar alvos lá dentro do país inimigo.
Não faz sentido prender um monte de caças em volta de um objetivo.
E quem disse que estou a pensar nos Vizinhos? Estou a pensar mto mais nas grandes potências do que nos Vizinhos... e é fato que contra grandes potências uma bateria ou duas de S-300 não farão a mínima diferença.
Carlos Mathias escreveu: PGMs e mísseis cruise => TOR e canhões radio (radar) controlados.
Aviões lançadores a até 400Km do alvo defendido => S-300/400.
Se eu derrubo um caça (que acha que está seguro), eu mato um piloto que não tem substituto imediato, um caça de 100 milhões de dólares (preço de uma bateria de S-300?), uma penca de PGMs, BVR e WVR, tudo numa pancada só.
Acabo com a missão antes de começar.
Não viaja Carlos... quantos Tomahawk foram disparados no primeiro dia das operações OEF e OIF? Já falei... sai do Super-Trunfo cara...

Não existe NENHUM míssil disponível no S-300/400 que tenha a capacidade de abater um avião a 400km, a não ser que ele seja um AWACS, Tanker, Aviões de Inteligência e etc.

O problema é ACHAR que derruba carlos, pra você parece super-fácil... coisa que não é! basta mandar um pacote com diversos tomahawks ou outros mísseis de cruzeiro, mais outro pacote com vários HARM e ai você tem duas opções com a sua bateria de S-300:

A) Desliga tudo e sai correndo, isto é... se der tempo!

B) Tenta destruir o máximo possível de Cruises e Harms e no final vai sair perdendo...
Carlos Mathias escreveu:
Esses valores estão completamente desatualizados! Os mísseis da série "5V" não são utilizados desde a versão SA-10B...
Carlos Mathias escreveu: E finalmente, não é ter um ou outro, mas ambos, complementando-se.
Isso pode acontecer quando você se dá ao luxo de ter $$$! coisa que o Brasil, país de dimensões continentais, não tem! Contra uma potência uma bateria de S-300 pode fazer pouca coisa, mas várias de TOR M2 ou qualquer sistema de baixo alcance barato pode engrossar.
Carlos Mathias escreveu: Porque as marinhas nucleadas em PAs não aboliram a AAAer de longo alcance dos navios de escolta e PAs?
Afinal, eles tem os caças...
Porque os melhores exércitos ainda mantém os Patriot PAC-II/III?
Você compara alhos com bugalhos, Carlos! Que país aliado dos EUA de 3o mundo opera Patriot?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1412 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 3:37 am

Carlos Mathias escreveu: Quem é o ninja que vai lá?
48 mísseis de longo alcance em cada bateria é pouco? E os TOR de complementação ????
A bateria entra e sai de operação, dependendo do modelo, em ~5 minutos.
Carlos, deixe o ST de lado... 48 mísseis não são nada para uma grande potência! O Iraque nas primeiras 24h de conflito recebeu mais de 500 PGMs!

48 mísseis para uma potência como os EUA devem acabarm em 30 minutos...
Carlos Mathias escreveu:
The engagement envelope of the baseline Gladiator is between 80 ft AGL to 80 kft, and ranges of 3.2 to 40 nautical miles, the Giant between 3,200 ft AGL to 100 kft, and ranges of 7 to 54 nautical miles. The system can launch the missiles at 1.5 second intervals, and a battalion with four batteries can engage 24 targets concurrently, with 2 missiles per target, and has a complement of between 96 and 192 missiles available for launch on TELAR/TELs. A TELAR can arm a missile for launch in 15 seconds, with a 40 second time to prepare a TELAR for an engagement, and 5 minute deploy and stow times - a genuine shoot and scoot capability.
Isso quer dizer que o inimigo só pode planejar um ataque com uns 15 minutos de antecedência, praticamente em tempo real. Do momento da decolagem do PA até o ponto de lançamento, esse tempo já seria suficiente para deslocar a bateria, e com isso, as armas por GPS assim como armas guiadas por sistemas inerciais e TERCOM estão neutralizadas, pois atacam alvos fixos.
Restam as eletro-ópticas, que vão necessariamente expor os lançadores ao fogo da bateria.

São 48 tiros contra alvos aéreos que deverão se aproximar do alvo protegido para ter visão e iluminar os alvos com laser, ou ter uma imagem clara para travar os mísseis e bombas guiadas por TV.
Perder 24 caças numa única missão de ataque maciço , considerando um PK baixo de 50%, é um custo que atualmente nenhuma marinha pode se dar ao luxo sem expor a própria força tarefa a ataques aéreos inimigos.
Poucos aviões seriam trabalho fácil para uma bateria destas.

Como os mísseis voam a até 2.600m/s = 156Km/minuto, mesmo em fuga os aviões lançadores podem ser alcançados e abatidos, se chegarem à distância de lançamento de armas eletro-ópticas.
[/quote]

Pare de acreditar em ST Carlos... eu duvido que uma bateria de S-300, principalmente configurada para alvos em baixa altitude, onde são utilizados mastros enormes para erguer os radares de busca e aquisição (esses matros deixam os do Bamse no chinelo...) consiga entrar e sair em operação em 5 minutos!

E quem disse que se precisa de caças kra??? Várias PGMs excedem os 200km, mísseis de cruzeiro então... nem se fala!!! o que você não percebeu é que em muitos casos não há necessidade alguma de se entrar dentro do envelope de tiro de um S-300!

48 tiros para uma grande potência não são nada... se mandarem 48 mísseis cruise, sua bateria estará fora do ar e completamente sucestível a outros tipos de armas e a mísseis HARM.

Ahhh se as coisas fossem tão simples assim... vejo que você se empolga demais no assunto, corre na wikipedia para buscar dados... mas ainda não parou para pensar como as coisas funcionam, no custo total de todo o sistema!

Não quero parecer arrogante, mas você está equivocado em mtas coisas.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1413 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 3:50 am

Enlil, você conseguiu pegar uma parte da idéia...

Nos primórdios, quando sistemas como Buk (derivado do Kub), S-300 e etc foram criados, a principal ameaça eram realmente os aviões voando o mais alto e rápido possível. Então passamos por um período de transição onde as armas inteligentes tornaram-se cada vez mais precisas e baratas de se adquirir.

Eu sei que o S-300/400 tem capacidade de enganjar qualquer tipo de arma, mas é FATO que hoje tanto as modernizações do S-300 quanto o projeto do S-400 visam primeiramente mísseis balísticos.

É um compromisso entre custo-benefício!

Um sistema como S-300/400 é complexo em sua natureza, seus mísseis complexos e caros por natureza, isso inviabiliza, por exemplo, a nacionalização da produção ou a tentativa de engenharia reserva para nos tornarmos auto-suficientes quanto a questão da munição. Isso é mais importante do que qualquer coisa e é por isso que eu sempre fui a favor do sistema Russo em detrimento do sistema Chinês.

O Tor é guiado por CLOS, o míssil é praticamente um foguete burro, o Brasil inclusive já fez experimentos com mísseis deste tipo. Já os mísseis do sistema S-300/400 são uma verdadeira SALADA! tem míssil guiado por CLOS com fase final ARH, tem míssil SARH, TVM, ARH...

E é por isso que eu falo que uma bateria é uma presa fácil para qualquer grande potência que estacionar por aqui, simplesmente porque não teremos como manter o sistema operando por falta de mísseis!

Isso não aconteceria com um sistema simples guiado por CLOS, isto porque nós poderíamos produzir os mísseis por aqui, nossas baterias contariam com alimentação praticamente infinita... e o mais importante! Gastaríamos menos para nos defender do que o nosso inimigo para atacar, isso no final das contas influência na economia e na logística fatores muito mais imperiosos para vitória ou derrota.

Como já falei acima, O Iraque foi atingido nas primeiras 24h por 500 bombas! A marca de Tomahawks disparados já passa dos 2.000! Segundo a Wiki eles mantém um estoque de cerca de 3.500!

Achar que 48 mísseis podem fazer alguma coisa... é muita ingênuidade.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1414 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 3:54 am

Imagem

Alguém acha que um radar desse consegue ser montado e desmontado em 05 minutos?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1415 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 4:14 am

Nada melhor do que o fabricante para traduzir minhas palavras...

Abaixo vai um vídeo do consórcio Almaz-Antey responsável por algumas belezas como S-300 (versões P e V), Buk, Tor e etc.

No vídeo aparecem alguns sistemas entre eles três versões do S-300 (P, V e RIF-M versão Naval semelhante ao PMU-2!) e Buk. Reparem que nenhum desses 04 sistemas enganjam aviões! Os S-300 enganjam mísseis balístiscos e o Buk um míssil Cruise.

O Tor enganja uma PGM e ficar por conta do SA-8 Gecko enganjar um avião voando a baixa altitude! Vale salientar que o Gecko é um sistema já obsoleto e se não me engano fora de produção, mas que serviu de base para sistemas como Tor e Pantsyr.

Enfim, a modernidade é isso ae... espero que alguns colegas revejam alguns conceito! Como demonstra o vídeo, o negócio é enganjar PGMs, Mísseis Cruise e Mísseis Balísticos.





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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1416 Mensagem por rcolistete » Ter Jan 19, 2010 11:03 am

ZeRo4 escreveu: Isso justifica o investimento na compra de um sistema complexo e caro como sistemas de médio e longo alcance? Na minha opinião não!

São sistemas complexos de se operar, seus mísseis são complexos o que não nos possibilitaria construí-los por aqui ou mesmo fazer engenharia reversa, significando que estaríamos escravizados praticamente para sempre aos produtores.
Caro Zero4,

Acho essa dicotomia desnecessária : o S-300 é útil sim com alcance próximo de 100 km para abater aviões de caça (ataque, etc).

Lembrando que são pouquíssimas as armas ar-solo com alcance maior do que 100 km. Bombas guiadas planadoras, mísseis ar-superfície, etc, tem alcance máximo de dezenas de km, alguns em torno de 100 km, porém é alcance máximo em condiçõe ideais.

Só a existência de uma defesa AAe de longo alcance iluminando ondas de caças de ataque colocará os mesmos na defensiva : cancelando o ataque, atacando a mais baixa altitude (implicando em menor alcance das armas ar-superfície), necessidade de escolta de guerra eletrônica (poucos países têm), uso de armas ar-superfície mais caras, etc.

Deve-se lembrar que em ataque ar-superfície vários sensores e armamentos não são usados no alcance máximo pois em combate real há muita necessidade de não somente detectar o alvo, mas também de identificá-lo, tal que um sensor IR/TV/radar SAR de alcance (de detecção) terá alcance X/2 ou X/3 para identificação.

Enfim, se deixar o inimigo no ar atacando à vontade na faixa de 20-100 km, será dada muito mais liberdade para uso de diversos armamentos e sensores, possibilidade de identificação dos alvos (e acompanhando após impacto, etc).

No mais, tais baterias de S-300 obviamente seriam só empregadas em locais estratégicos, como bases aéreas importantes (p.e. Anápolis), base de submarinos nucleares, etc.

O grosso da defesa AAe seria de Tor-2 e outros sistemas complementares.

Abraços,

Roberto




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1417 Mensagem por rcolistete » Ter Jan 19, 2010 11:15 am

ZeRo4 escreveu: Não quero parecer arrogante, mas você está equivocado em mtas coisas.
Caro ZeRo4,

Desculpe a sinceridade, mas você está sim sendo arrogando com o CM e outros.

Se é sua opinião que S-300 não devam ser adquiridos pelo Brasil, ok. Mas é só isso, sua opinião, outros têm outras opiniões.

Os EUA e aliados teriam um cenário totalmente diferente se na Iugoslávia e Iraque tivesse S-300. As táticas, vetores e armas seriam diferentes.

O fato de que os novos sistemas de defesa AAe russos podem TAMBÉM engajar mísseis e bomas guiadas bem como mísseis balísticos é uma capacidade adicional, não deixando a capacidade original de abater aviões de lado.

É uma humilhação para um país (foi o caso da Iugoslávia) ter caças inimigos com domínio do seu espaço aéreo e podendo escolher à vontade o que bombardear, disparando armas guiadas a 6-10 km de distância. Um sistema AAe em várias camadas dificulta muito chegar nessa situação, bem como uma aviação de caça.

Abraços,

Roberto




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1418 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 11:30 am

rcolistete escreveu: Caro Zero4,

Acho essa dicotomia desnecessária : o S-300 é útil sim com alcance próximo de 100 km para abater aviões de caça (ataque, etc).
Mas eu nunca disse que o S-300 não era um sistema útil. O que eu disse é que baseado nas ameaças que temos na AL o S-300 torna-se um sistema muito caro para se operar, subutilizando assim o sistema. Fora da AL uma ou duas baterias com poucos mísseis acabam se tornando presas fáceis para potências sendo de mais valia o uso de sistemas de curto alcance mais baratos.
rcolistete escreveu: Lembrando que são pouquíssimas as armas ar-solo com alcance maior do que 100 km. Bombas guiadas planadoras, mísseis ar-superfície, etc, tem alcance máximo de dezenas de km, alguns em torno de 100 km, porém é alcance máximo em condiçõe ideais.
Não sei não RColistete! Kits bastantes simples fazem esse trabalho e o pior, simples e baratos! Armas como Spice e Umbani já chegam a 100km de alcance. A Denel está desenvolvendo a Umbani ER com 200km de alcance.
rcolistete escreveu: Só a existência de uma defesa AAe de longo alcance iluminando ondas de caças de ataque colocará os mesmos na defensiva : cancelando o ataque, atacando a mais baixa altitude (implicando em menor alcance das armas ar-superfície), necessidade de escolta de guerra eletrônica (poucos países têm), uso de armas ar-superfície mais caras, etc.
Será??? O que o sistema pode fazer contra um pacote rechado com mísseis HARM e diversas PGMs? Desligar os seus radares e sair correndo... a não ser que você seja uma potência como Rússia, EUA, China... que tem diversos sistema se completando e o principal, capacidade de manter os sistemas operando por muito tempo pois pruduzem os mísseis localmente.
rcolistete escreveu: Deve-se lembrar que em ataque ar-superfície vários sensores e armamentos não são usados no alcance máximo pois em combate real há muita necessidade de não somente detectar o alvo, mas também de identificá-lo, tal que um sensor IR/TV/radar SAR de alcance (de detecção) terá alcance X/2 ou X/3 para identificação.
Estamos falando de alvos completamente estáticos, hoje de certa forma é até fácil realizar a identificação por satélites, tem gente que faz isso até com o Google Maps, imagina com satélites militares...
rcolistete escreveu: Enfim, se deixar o inimigo no ar atacando à vontade na faixa de 20-100 km, será dada muito mais liberdade para uso de diversos armamentos e sensores, possibilidade de identificação dos alvos (e acompanhando após impacto, etc).
A vantagem disso é que pagaremos menos para nos defender em relação aos atacantes que pagarão mais para nos atacar. No final das contas a balança penderá para o nosso lado! é como um Cassino. Por que o Cassino nunca quebra e sempre é lucrativo? Porque ele ganha no longo prazo.

Com sistemas como Pantsyr, Tor ou qualquer outro guiado por CLOS, nos ganharemos no longo prazo, pois poderemos fabricar os mísseis por aqui, serão baratos e toda e qualquer arma que um hipotético inimigo utilizará contra nós fatalmente será muuuito mais cara.

Se você inverte a situação e adquire algo como S-300/400 com poucas baterias e poucos mísseis disponíveis, essa bateria pode ficar fora do ar rapidamente, seja pela disponibilidade no estoque de mísseis, seja pelo custo na aquisição desses.
rcolistete escreveu: No mais, tais baterias de S-300 obviamente seriam só empregadas em locais estratégicos, como bases aéreas importantes (p.e. Anápolis), base de submarinos nucleares, etc.

O grosso da defesa AAe seria de Tor-2 e outros sistemas complementares.
Mas é justamente ai que é o PULO do gato! é evidente que o S-300 tem que ser complementado por outro sistema de baixo alcance, mas o que eu disse é que de certa forma esse primeiro sistema tem que estar implementado, em grande número e ser auto-suficiente.

Comprar uma bateria de S-300 e 04 de Tor tem um custo benefício ruim... a impressão que dá é que vocês pensam que eu sou contra o S-300/400 e não é isso! Só que eu não vejo num futuro próximo uma boa relação custo-benefício para utilização desse sistema pelo Brasil, como já falado: se for para utilizar contra inimigos da AL será subutilizado e se for para ser utilizado contra uma potência terá um emprego muito superficial em virtude da complexidade e autonomia do sistema.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1419 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 11:39 am

rcolistete escreveu:
ZeRo4 escreveu: Não quero parecer arrogante, mas você está equivocado em mtas coisas.
Caro ZeRo4,

Desculpe a sinceridade, mas você está sim sendo arrogando com o CM e outros.

Se é sua opinião que S-300 não devam ser adquiridos pelo Brasil, ok. Mas é só isso, sua opinião, outros têm outras opiniões.

Os EUA e aliados teriam um cenário totalmente diferente se na Iugoslávia e Iraque tivesse S-300. As táticas, vetores e armas seriam diferentes.

O fato de que os novos sistemas de defesa AAe russos podem TAMBÉM engajar mísseis e bomas guiadas bem como mísseis balísticos é uma capacidade adicional, não deixando a capacidade original de abater aviões de lado.

É uma humilhação para um país (foi o caso da Iugoslávia) ter caças inimigos com domínio do seu espaço aéreo e podendo escolher à vontade o que bombardear, disparando armas guiadas a 6-10 km de distância. Um sistema AAe em várias camadas dificulta muito chegar nessa situação, bem como uma aviação de caça.

Abraços,

Roberto
Não estou não caro companheiro!

Só fico muito triste pois AAAe é sempre um assunto deixado de lado no fórum! Muito se debate por aqui, fazem pesquisa em todos os cantos, seja na área Terrestre, Naval ou Aérea... mas infelizmente nunca fazem pesquisa e tentam entender como funcionam os sistemas de defesa aéreo.

Ai alguns colegas vão numa Wikipédia da vida, pegam os dados de alcance e colocam aqui no fórum, querendo dizer alguma coisa... só que se esquecem que não estamos mais na WWII ou na guerra do Vietnam e se concentram apenas em: "Alcance! Alcance! Alcance!".

Não se importam com o modo como a bateria é distribuída, com o modo que ela é gerenciada, com a guiagem, com o preço e variedade dos mísseis, com a capacidade ou não da produção local dos mísseis e mais um monte de coisa.

O cara vai lá para pegar o Alcance do sistema, mas não se incomoda para descobrir quanto custa cada míssil do sistema e o pior quanto custa cada míssil que esse míssil pretende abater! A Arábia Saudita fez um contrato de US$ 2bi onde a maior parte foi para compra de uma bateira de S-400 com "apenas" 32 mísseis...

E digo isso pois já fui assim... felizmente depois de muitas pesquisas e de muita ajuda de colegas como a Koslowa e o Beraldi pude perceber que estava muito equivocado! Os que me conhecem de longa data por aqui sabem como eu defendia com unhas e dentes o sistema Israelense Spyder justamente por esse pensamento: "Alcance! Alcance! Alcance!", ninguém hoje me vê comentado sobre esse sistema, por quê?

Da mesma forma que percebi estar equivocado, tento passar o que aprendi para os colegas, pois vejo que estão equivocados num assunto que pouco entendem também... agora, vai de cada um aceitar ou não, ou melhor, pesquisar como eu pesquisei e chegar as suas conclusões.

Quanto a capacidade dos novos sistemas, veja o vídeo que eu postei do FABRICANTE das armas e chegará a conclusão que hoje não se pensa mais em enganjar os caças. O vídeo retrata bem isso, sistemas de curto alcance enganjando PGMs, Buk enganjando mísseis de cruzeiro e os três sistemas derivados do S-300 enganjando mísseis balísticos.

Forte Abç!




Editado pela última vez por ZeRo4 em Ter Jan 19, 2010 11:57 am, em um total de 1 vez.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1420 Mensagem por rcolistete » Ter Jan 19, 2010 11:46 am

ZeRo4 escreveu: Comprar uma bateria de S-300 e 04 de Tor tem um custo benefício ruim... a impressão que dá é que vocês pensam que eu sou contra o S-300/400 e não é isso! Só que eu não vejo num futuro próximo uma boa relação custo-benefício para utilização desse sistema pelo Brasil, como já falado: se for para utilizar contra inimigos da AL será subutilizado e se for para ser utilizado contra uma potência terá um emprego muito superficial em virtude da complexidade e autonomia do sistema.
Olá ZeRo4,

Ok, agora entendi melhor sua opinião. Porém acho que você deve entender melhor o contexto para as próximas décadas das Forças Armadas do Brasil : MB com submarinos nucleares (contrato já assinado para 1 + estaleiro + base + 4 convencionais), mais de 100 caças (FX-2 ou FX-2 + FX-3 de 5a geração), 3 mil blindados novos, etc. Tudo isso não é para somente se defender de países da América do Sul, o contexto é maior, as ambições são maiores. Nisso se encaixa proteger ao máximo a base de submarinos nucleares (e convencionais), etc, com S-300, Tor-2ME, etc.

Abraços,

Roberto




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1421 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jan 19, 2010 11:52 am

rcolistete escreveu:
ZeRo4 escreveu: Comprar uma bateria de S-300 e 04 de Tor tem um custo benefício ruim... a impressão que dá é que vocês pensam que eu sou contra o S-300/400 e não é isso! Só que eu não vejo num futuro próximo uma boa relação custo-benefício para utilização desse sistema pelo Brasil, como já falado: se for para utilizar contra inimigos da AL será subutilizado e se for para ser utilizado contra uma potência terá um emprego muito superficial em virtude da complexidade e autonomia do sistema.
Olá ZeRo4,

Ok, agora entendi melhor sua opinião. Porém acho que você deve entender melhor o contexto para as próximas décadas das Forças Armadas do Brasil : MB com submarinos nucleares (contrato já assinado para 1 + estaleiro + base + 4 convencionais), mais de 100 caças (FX-2 ou FX-2 + FX-3 de 5a geração), 3 mil blindados novos, etc. Tudo isso não é para somente se defender de países da América do Sul, o contexto é maior, as ambições são maiores. Nisso se encaixa proteger ao máximo a base de submarinos nucleares (e convencionais), etc, com S-300, Tor-2ME, etc.

Abraços,

Roberto
Claro companheiro, fico feliz que tenha entendido melhor a minha opinião. Nisso eu estou completamente de acordo com você. Nunca disse que um sistema do porte do S-300/400 não deveria ser adquirido em nenhuma hipótese. Disse apenas que atualmente devemos nos concentrar e muito na base de curto alcance e deixar sistemas de grande porte de lado.

No futuro, quando nossa base estiver pronta, ai sim é hora de discutir a melhor formar de adquirir sistemas de longo alcance, onde serão colocados e etc... mas ai quando essa hora chegar nós não iremos gastar mísseis de US$ 1 mi para abater armas de US$ de 100 mil...

Abraço!




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1422 Mensagem por Luiz Bastos » Ter Jan 19, 2010 1:15 pm

Galera.

Gostaria de perguntar aos especialistas se a intenção do GF não seria fazer como fez no submarino, onde se contratou uma quantidade maior com o firme proposito de receber e aprender a tecnologia dos sistemas para depois replicar a vontade pela industria/centros de pesquisa por aqui. É possível? Fui :wink:




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1423 Mensagem por Enlil » Ter Jan 19, 2010 3:13 pm

ZeRo4 escreveu:Enlil, você conseguiu pegar uma parte da idéia...

Nos primórdios, quando sistemas como Buk (derivado do Kub), S-300 e etc foram criados, a principal ameaça eram realmente os aviões voando o mais alto e rápido possível. Então passamos por um período de transição onde as armas inteligentes tornaram-se cada vez mais precisas e baratas de se adquirir.

Eu sei que o S-300/400 tem capacidade de enganjar qualquer tipo de arma, mas é FATO que hoje tanto as modernizações do S-300 quanto o projeto do S-400 visam primeiramente mísseis balísticos.

É um compromisso entre custo-benefício!

Um sistema como S-300/400 é complexo em sua natureza, seus mísseis complexos e caros por natureza, isso inviabiliza, por exemplo, a nacionalização da produção ou a tentativa de engenharia reserva para nos tornarmos auto-suficientes quanto a questão da munição. Isso é mais importante do que qualquer coisa e é por isso que eu sempre fui a favor do sistema Russo em detrimento do sistema Chinês.

O Tor é guiado por CLOS, o míssil é praticamente um foguete burro, o Brasil inclusive já fez experimentos com mísseis deste tipo. Já os mísseis do sistema S-300/400 são uma verdadeira SALADA! tem míssil guiado por CLOS com fase final ARH, tem míssil SARH, TVM, ARH...

E é por isso que eu falo que uma bateria é uma presa fácil para qualquer grande potência que estacionar por aqui, simplesmente porque não teremos como manter o sistema operando por falta de mísseis!

Isso não aconteceria com um sistema simples guiado por CLOS, isto porque nós poderíamos produzir os mísseis por aqui, nossas baterias contariam com alimentação praticamente infinita... e o mais importante! Gastaríamos menos para nos defender do que o nosso inimigo para atacar, isso no final das contas influência na economia e na logística fatores muito mais imperiosos para vitória ou derrota.

Como já falei acima, O Iraque foi atingido nas primeiras 24h por 500 bombas! A marca de Tomahawks disparados já passa dos 2.000! Segundo a Wiki eles mantém um estoque de cerca de 3.500!

Achar que 48 mísseis podem fazer alguma coisa... é muita ingênuidade.
ZeRo4, acho q tu não entendeu muito bem minha opinião. Hoje realmente não faria sentido adquirir o S-300/S-400 já q sequer temos uma defesa q preste a baixa e média alturas. No entanto, creio q a partir de 2020-25, se o END se consolidar e tivérmos uma defesa áerea decente a baixa e média altura, seria muito interessante pensármos em um sistema como esse para a defesa de nossos Centro de Comando, centrais de enriquecimento de urânio, base de SSN, dentro outros pontos vitais para a Segurança Nacional. Defesa anti-aérea nunca é demais :wink:.




Hader

Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1424 Mensagem por Hader » Ter Jan 19, 2010 3:55 pm

Muito interessante a discussão. Parabéns ZeRo4, Enlil, CM e rcolistete.
Gostaria de deixar o hardware um pouco de lado e focar na questão doutrinária. Hoje não temos lhufas de AA decente. E, por conseguinte, não temos doutrina validada. Veja, não estou dizendo que o EB não sabe nada de AA ou coisa do tipo. Digo apenas que estamos defasados no entendimento operacional da coisa. Ler em livros e manuais é uma coisa. Operar em exercicios e simulações reais é outra.
Desta forma creio que seria um exercício interessante pensarmos como seria este processo de consolidação de doutrina (que material, de que forma, em quanto tempo, com quais desdobramentos...etc). Aceitam a proposta?

[]'s




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#1425 Mensagem por Luís Henrique » Ter Jan 19, 2010 5:26 pm

Ai sim fomos surpreendidos...

É isso ai Zero4, não estava te entendendo, agora sim.

Então, dentro do objetivo de longo prazo de sermos uma potência militar. Com submarinos nucleares, 2 navios aeródromos, milhares de blindados, etc.
Ai, após adquirirmos um GRANDE número de sistemas TOR, ai podemos adquirir algunas dezenas do sistema S-300 ou equivalente?? :twisted:




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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