PRick escreveu:Errado, o limite do consumo é a massa salarial, é isso que está movendo o consumo interno, mais emprego, mais salário, mais distrubuição de renda, o endividamento interno do brasileiro ainda é muito baixo em relação ao PIB, o mesmo a nossa oferta de crédito, porém, enquanto o ganho real do salário mínimo se manter, a consumo vai continuar aumentando, dado que a taxa de desempreço continua caindo.
[]´s
ERRADO!!!!!
O limite de consumo é quanto as familias conseguem financiar os seus gastos, levando em conta a capacidade de obter crédito, prazo de financiamento e taxas de juros. No longo prazo, o aumento do consumo através do financiamento, dependendo da sua natureza, movimenta a economia e mais que compensa o endividamento em maior nível no presente. A porcentagem de endividamento das familias em si é muito enganosa, se não considerar da onde sai a sua renda e como se financiam a discussão fica sem sentido.
Se fosse verdade, estaria afirmando que a Lei de Say é válida e que o sistema financeiro é um mero intermediário entre poupadores e tomadores de empréstimos. Assim, no longo prazo, não tem efeito real nenhum sobre a economia e é um mero realocador de fundos.
É claro que isso depende da estrutura e lógica de funcionamento do sistema financeiro. Não apenas referente as familias, mas principalmente mecanismos de financiamento as empresas para alavancar os seus investimentos e expansão. Algo que no Brasil devido ao modelo de industrialização e desenvolvimento do sistema financeiro é relegado a atuação do Estado, sem que a iniciativa privada tenha interesse em arcar com esses riscos. Nem os bancos como forma de obterem retorno a longo prazo e, muito menos, mercado de ações desenvolvidos com a participação de familias e fundos em larga escala para dar suportes a transformação de médias/pequenas empresas na sua trajetória de crescimento. Portanto, esse é um entrave na oferta da economia, refletindo a competitividade e crescimento da economia no longo prazo.
Por fim, nada garante que um maior salário real gere maio consumo. Depende das determinantes da economia e das perspectivas dos agentes. Pois simplesmente uma maior renda pode se transformar em poupança e não em consumo ou, ainda, ser esterilizada pelos maiores custos financeiros dos empréstimos contraido anteriormente. Além do mais o crescimento da oferta de crédito pode caminhar em direção a financiar apenas o consumo com empréstimos de curto prazo e a juros altos, pressionando as empresas a aumentar o investimento sem ter mecanismos de financiamento no montante necessário.
O problema do Brasil são os mecanismos de financiamento de longo prazo para as empresas, isto é, fazer a iniciativa privada participar e não ficar apenas a cargo do BNDES que não tem como suprir a demanda por fundos.