Extradição ou não de Cesare Battisti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#196 Mensagem por Enlil » Sex Nov 27, 2009 10:18 pm

Baikal escreveu:Bravo! Bravo! Excelente posicionamento em todas as colocações de sua argumentação. Sobre tudo na esportiva.

No entanto é preciso esclarecer. Aqui no Rio Grande do Sul de "internacional" são apenas os Aeroportos. Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer (BGX/SBBG) - Bagé, Aeroporto Internacional de Pelotas (PET/SBPK) - Pelotas, Aeroporto Internacional Salgado Filho (POA/SBPA) - Porto Alegre e Aeroporto Internacional Rubem Berta (URG/SBUG) - Uruguaiana.

Pois aqui, para alguns não é novidade, só tem Gremista.
:mrgreen:...




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#197 Mensagem por wagnerm25 » Seg Nov 30, 2009 9:48 pm

Sou capaz de apostar que o presidente molusco vai conceder o asilo ali entre o natal e o ano novo, quando ninguém estará sóbrio o suficiente para prestar atenção nisso.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#198 Mensagem por Clermont » Qua Dez 02, 2009 11:21 pm

wagnerm25 escreveu:Sou capaz de apostar que o presidente molusco vai conceder o asilo ali entre o natal e o ano novo, quando ninguém estará sóbrio o suficiente para prestar atenção nisso.
Pensei a mesma coisa.

Afinal de contas, que espécie de monstro pagão e fascista teria a ousadia de protestar contra um "indulto de natal" (ou seja lá qual for o nome técnico jurídico para isso) para um pobre fugitivo sentenciado a desumana pena de prisão perpétua, na distante Itália?

Vocês não sentem o coração ficar apertado e as lágrimas começarem a escorrer? :cry:

Não?

Ora, seus monstros pagãos e fascistas :evil: !!!




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#199 Mensagem por Dieneces » Qui Dez 03, 2009 9:54 am

Interessantes dados trazem os esquerdistas da Azenha , futuros inquilinos de uma empresa de construção na várzea do Humaitá , en las orillas del Gravataí . Trocarão imóvel próprio na zona central de Porto Alegre por um de aluguel na periferia , no subúrbio semi-rural , e ainda querem cantar de galos . :roll: Quanto aos colorados serem derrotados mais vezes pelos papeleiros do Humaitá , estão enganados , o número de vitórias em GRE-NAIS é muito maior em NOSSO FAVOR (os maiorais do Rio Grande) . Quanto à projeção internacional (isso já está em nosso DNA) , somos o único clube do SUL do Brasil a possuir o maior título que um clube do planeta pode possuir-FIFA CLUB WORLD CUP CHAMPIONSHIP- e nunca habitamos os pântanos e tremedais da SEGUNDA DIVISÃO - Somos o clube do Povo do Rio Grande do Sul-Livre , Multiétnico e Multicultural . Éramos muito pobres quando começamos e chegamos ao ápice da carreira clubística e futebolística .Sempre com altivez . Somos um povo único , honrado e de perfil familiar. Nunca tivemos facções degeneradas por secessionismos portenhos (Alma castelhana) ou por segmentações andróginas (Coligay) , muito menos episódios de felação explícita se encontram em nosso curriculum vitae (Poltrona 36) .Nosso jogadores gostam de mulher . Somos uma nação heterossexual por excelência , mas respeitamos os diversos matizes da população e entendemos a aliança entre ,Castelhanos , Gays e Piromaníacos . Isto Posto , conclamo aos gremistas a ajudar o Rio Grande , ao menos empatando com o Flamengo , domingo que vem , e ao menos coadjuvantemente , serem vencedores , coisa que desde há muito não são . :twisted:




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#200 Mensagem por Crotalus » Qui Dez 03, 2009 4:08 pm

Importante demais esta discussão "grenalística", mas não vamos desviar do assunto.
O pt poderá perder uma enxurrada de votos na próxima eleição por causa do battisti, ou ganhar uma enchente de votos. Dependerá do momento e da decisão. Acredito que haverá extradição. O molusco andou se arranhando internamente (o caso do estupro do benjamim) e externamente o caso Honduras, somando outras coisas (lulinha, etc...). Precisa se redimir...




Save the Amazon!! Burn an english!!!
co ivi oguereco iara (esta terra tem dono)
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#201 Mensagem por marcelo l. » Sáb Dez 12, 2009 12:18 am

Sabia que o STF tinha girado em seus votos e fugido da questão da teoria que adotamos no Brasil para crime político...

Agora parece que a jaca vai mesmo embora.

DIFERENÇAS - Algumas palavras sobre o asilo concedido a Cesare Battisti
Autor: Prof. Virgílio Cunha Mattos

Prof. Virgílio Cunha Mattos¹

Muito relutei em manifestar-me publicamente sobre a questão do asilo político concedido ao cidadão italiano Cesare Battisti, não só pelo fato de ter estudado um tempo na Itália; nas “duas Itálias”, tanto a do norte (Bologna), quanto a do sul (Lecce); como por ter deixado vários amigos por lá; mas sobretudo para não fornecer mais material para o sensacionalismo da “mídia gorda” – para emprestar a brilhante expressão de Mylton Severiano – que quer, como sempre, tergiversar sobre alguns pontos importantes – que eu diria mesmo fundamentais -, e reforçar a argumentação neofascista de que qualquer argumentação contrária à “verdade” produzida pelas grandes corporações da venda de notícias é “terrorista”.

Essa – a de manifestar-me publicamente sobre um caso teoricamente ainda sub judice - não é uma decisão simples e por certo desagradará a amigos daqui e da Itália, mas como sou candidato apenas a cuidar da própria vida e devo respeito aos alunos e professores que compartilham comigo a luta por um mundo melhor, combatendo visceralmente os oportunistas de toda parte, peço-lhes que tentem ler desapaixonadamente as anotações sobre o tema e concluam que o escritor Cesare Battisti, cidadão italiano, é um asilado político no Brasil, incomode a quem incomodar.


ONDE, QUANDO E UMA IDÉIA DOS PORQUÊS


Europa, final dos anos 1960 e durante toda a década seguinte, muito se falará sobre estratégia de estado e nos ambientes mais extremos se passará à clandestinidade absoluta e à luta armada. Em um recorte mais específico podemos reduzir ainda mais o foco e direcioná-lo para Itália. À esquerda teremos o desenvolvimento de várias organizações importantes, destaco Gruppi d’Azione Partigiana (GAP), Nuclei Armati Proletari (NAP), Prima Línea (PL), os Comitati Comunisti Rivoluzionari (Co.Co.Ri), os Proletari Armati per il Comunismo (PAC, organização a qual pertencia Battisti) e as famosas Brigate Rosse (BR). À direita, em notória promiscuidade com o Estado² , várias organizações denominadas de terrorismo nero, exemplificativamente Ordine Nuovo, Ordine Nero, Terza Posizione, Avanguardia Nazionale que hoje sobrevivem na “legalidade” de Lega Nord, Alianza Nazionale e outros partidos da confusa direita italiana. Berlusconi e seu império midiático de Mediaset (privado) e RAI (público) que o digam.

Da época, auge da Guerra Fria, esse confronto à italiana será batizado de estratégia da tensão (strategia della tensione). O clima – pesado – é de insegurança e perigo, não de risco e incerteza, insista-se, mas de insegurança generalizada – qualquer semelhança com os grandes centros urbanos dos países de capitalismo periférico não será coincidência – e desespero instilado. Existem não apenas as grandes ações, mas atentados contra os chamados objetivos mínimos: cidadãos simples, agentes de polícia, profissionais liberais, gerentes de indústrias etc. Algo ainda misterioso e ignorado em sua complexidade. As Brigadas Vermelhas advertiam que PUNIAM UM, PARA EDUCAR UMA CENTENA!³

Importante ter em mente que o eleitorado italiano, conservador por índole, é preparado para aceitar, como espécie de “salvação” respostas de tipo militar por parte do Estado, justificando e aceitando procedimentos restritivos das garantias constitucionais4 das liberdades individuais. A chamada emergenza terrorismo faz avançar a ganância de um estado policialesco, aumentando os controles das várias forças policiais e ampliando o leque de tipos penais 5 . Tal “estado de emergência” não terminou e ganhou novo fôlego com o 11 de setembro estadunidense (11/09/2001).

Os anos de 1970 são bastante significativos. Passado um século da unificação italiana (1870), há uma generalização cotidiana dos conflitos políticos e culturais, capilarizados em todos os locus da sociedade. Os números são impressionantes: quarenta mil denunciados judicialmente, quinze mil presos, quatro mil condenados a milhares e milhares de anos de cadeia, centenas de mortos e feridos de ambos os lados.

Cesar Battisti, militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, criada na Lombardia, em 1977, foi condenado a duas prisões perpétuas6 , pela suposta autoria de quatro homicídios, ocorridos entre 1977 e 1979, julgados no clamor da época e cuja insuficiência probatória, para aqueles que conhecem a fundo os dois processos, chega a ser inacreditável. Battisti sempre alegou inocência. O único arremedo de prova contra ele existente – sem querer imiscuir-me no Judiciário italiano – é a palavra de co-réu, visceralmente interessado em afastar a própria responsabilidade, que negociou com o Ministério Público isenção/redução de pena. Battisti foi condenado, à revelia – é bom que se diga -, com base nesse tipo de “depoimento”. Difícil, para não dizer impossível, afastar a conotação política. Importante saber, isso a “mídia gorda” não divulga, que as “provas” produzidas contra Battisti foram extraídas das declarações do pentito – “arrependido” – Pietro Mutti, que procurou garantir a notável diminuição de sua pena pelas leis da emergenza italiana.

Para que não haja nenhuma dúvida da conotação política das ações armadas de Battisti, esteve ele foragido da justiça italiana na França, depois no México e novamente na França, quando vigendo a Doutrina Mitterand, consistente em dar asilo político a estrangeiros perseguidos em função de crimes de natureza política, desde que renunciassem expressamente a qualquer “atividade subversiva contra o Estado francês”.
Com o advento do governo de direita na França, leia-se Sarkozy, foi renovado o pedido de extradição por parte do governo italiano, dessa vez concedido pelo governo francês, o que fez com que Battisti viesse para o Brasil.

PRESO COMUM OU PRESO POLÍTICO?

Já ensinava Augusto Thompson que todo preso é preso político, a única diferença é que o preso dito “comum” é preso político e não sabe. Mas isso não vem ao caso nesse caso.

Tarso Genro, Ministro da Justiça do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que já se manifestou sobre a questão dizendo que agiu corretamente o seu Ministro da Justiça e, convenhamos, não poderia ter tido comportamento diferente - , de formação jurídica, agiu correta e estritamente dentro da lei e das tradições de concessão de asilo político do Estado brasileiro, qualquer que seja a orientação política do beneficiado (o ditador paraguaio Alfredo Strossner que o diga), logo, a confusão que se quer fazer com a dação de asilo político a Battisti não é só uma questão de princípios (CR art. 4º, X) ou de soberania: a questão é, também, de ordem técnica; a Constituição da República proíbe expressamente a extradição neste caso (Art. 5º, LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião). Logo, desnecessárias outras considerações da ordem do sistema do direito, especificamente, porque a Constituição da República, norma superior a todas as demais, assim o determina.

Do ponto de vista da lei penal, inferior à Constituição em hierarquia, permitam-me insistir, no que diz respeito ao crime político, temos três teorias: objetiva, subjetiva e mista. Pela primeira, basta que o agente tenha por objetivo atacar a organização político-jurídica do Estado, e isso Battisti fez. Pela segunda, o decisivo é o fim perseguido pelo agente, e é óbvio que Battisti pretendia, com o proletariado armado, instaurar novo regime na Itália, é o fim político. E, a chamada teoria mista, requer a presença de ambos os elementos preenchidos por Battisti. A lei brasileira adota o chamado critério da prevalência, só concedendo a extradição quando o chamado crime comum for o objetivo principal, o que, evidentemente, não era o objetivo de Battisti. Querer enquadrar Battisti na categoria de terrorista tem um nítido objetivo: excetuá-lo da proteção do asilo político já concedido.

A insuspeita Procuradoria-Geral da União manifestou-se pela não concessão da extradição, diante do comando da Constituição da República.

Querem – a “mídia gorda” e seus patrões, os anunciantes - indispor o Ministro da Justiça politicamente perante a nação e, quem sabe, talvez diante do próprio governo. Este texto pretende apenas discutir a correção da concessão do direito de asilo a um autor de crime político, nada mais.



Notas:

1 - Professor de Criminologia da Escola Superior Dom Helder Câmara e da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP) do Ministério da Justiça. Doutor pela Università Degli Studi di Lecce (IT). Graduado, Especialista em Ciências Penais e Mestre em Direito pela UFMG. Coordenador do Grupo de Pesquisas sobre Violência, Criminalidade e Direitos Humanos da Escola Superior Dom Helder Câmara. Do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade. Editor da revista VEREDAS DO DIREITO. Autor de Crime e Psiquiatria – Preliminares para a Desconstrução das Medidas de Segurança e A visibilidade do Invisível – Entre o ‘Parada, polícia’ e o alvará de soltura – Criminalização da pobreza e encarceramento feminino em Belo Horizonte no início do século XXI., dentre outros.

2 - Em especial os famigerados Servizi Segreti e a Loja Maçônica P2, da Itália, tudo sob a orquestração da estadunidense Central Inteligence Agence (CIA). Sabe-se hoje que o atentado à estação ferroviária Bologna Central, com quase uma centena de mortos, foi executada com a participação de agentes da temível Dirección Nacional de Informaciones a DINA, chilena.

3 - Colpirne uno per educarne cento. Mao Tse-tung

4 - A Constituição Italiana vigente é de 1947.

5 - Da época, exemplificativamente os reati associativi, em bom português os crimes de dolo de perigo presumido.

6 - No Brasil tivemos caso semelhante, o militante da resistência armada à ditadura militar José Roberto Gonçalves de Resende foi condenado a duas prisões perpétuas e mais 70 (setenta) anos de reclusão.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#202 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Dez 12, 2009 2:17 am

Expulsa logo este FDP e o Min da Justiça. [006]


Em tempo, nada de colorados e gremistas.

Viva o Brasil de Pelotas!!!!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#203 Mensagem por wagnerm25 » Sáb Dez 12, 2009 8:59 pm

Artigo do Maierovitch.

Se for verdade que o Lula vai esperar o Tarso sair do governo, pode ser um bom indicativo que o Molusco vai mandar o psicopata comer rango azedo com pneumonia em algum calabouço imundo nos subúrbios romanos. A espera seria uma forma de não desmoralizar Tarso "rolando o lero" Genro.

------------------------------------------------

Decisão sobre caso Battisti sai em janeiro. Os 40 anos de terror italiano e o despreparo de Tarso Genro..
Cesare Battisti.


–I. Decisão, em janeiro.

Até as carpas do canal circulatório do palácio do Planalto sabem que o presidente Lula não vai decidir sobre a extradição do pluri-assassino (com trânsito em julgado) Cesare Battisti enquanto o seu ministro da Justiça, Tarso Genro, não se afastar do cargo.

Também sabem elas ter sido estabelecido para janeiro o termo final.

O governo Lula, na verdade, quer baixar a pressão da panela.

Battisti permanecerá preso e quieto, até janeiro, quando o presidente Lula decidirá…

Da sua parte, e a fim de contribuir para baixar a pressão, Battisti aceitou, docemente constrangido, acabar com a greve de fome. Nas entrevistas, agora, apenas diz estar esperançoso.

Ao principal jornal italiano, La Repubblica e com chamada de primeira página, Battisti chegou a dizer que até Berlusconi fará força para mantê-lo no Brasil : “Berlusconi mi lascerà qui”.

Battisti sabe muito bem que o primeiro-ministro Berlusconi, - editor dos seus livros na Itália -, não cuida dessa questão. Essa questão, extradição, é de Estado e, portanto, só decidida pelo presidente da República, Giorgio Napolitano. No momento, existe, por motivos outros, um declarado litígio entre Berlusconi e Napolitano.

Como Genro vai concorrer ao governo do estado do Rio Grande do Sul, terá de se desincompatibilizar. Aí, Lula decidirá, sem o incômodo de Genro, conhecido trapalhão e cuja decisão, no caso Battisti, foi considerada ilegal. Acrescente-se: abusiva, pois não era da sua atribuição legal concluir sobre a natureza dos crimes de Battisti. Sobre natureza política dos crimes, apenas o Supremo Tribunal Federal contava com competência para decidir: e decidiu que os crimes não eram políticos, mas assassinatos comuns de um açougueiro de periferia, de um carcereiro, de um joalheiro de subúrbio e de um motorista de viatura policial.

Enquanto isso, um balão de ensaio foi solto. O ministro Franklin Martins, nas suas falas, informa que o governo Lula irá manter, no Brasil, a tradição de concessão de asilo político.

Trata-se de um balão de ensaio para sentir a reação.

Como experiente e competente homem de mídia, o cordial Franklin Martins sabe bem o que faz: é dele a idéia de treinar a candidata Dilma, com simulações de debates e entrevistas. No particular, parece que Dilma, infelizmente, resiste a idéia. A sorte é que o seu opositor, Serra, também é outro auto-suficiente e continua, com a arrogância e prepotência que o transformam em ‘primus inter pares’ tucanos. Serra, para se ter idéia, cultiva o hábito de passar álcool nas mãos depois de cumprimentar as pessoas.

Franklin Martins parece não perceber que seria bom para o Brasil mudar a imagem de tradicional hóspede de assassinos e criminosos.

Além do ditador sanguinário Alfredo Stroesssner figuras nefastas se fixaram no nosso país. Está na hora de quebrar a tradição, aliás mantida e prestigiada pela ditadura militar: sobre o covarde Achille Lollo, residente no bairro carioca do Botafogo e que colocou fogo no apartamento de um varredor de ruas e matou dois dos seus filhos, faço abaixo, referência

Vale acrescentar, também, que Franklin Martins, legitimamente, pegou em armas para lutar contra a ditadura militar. Uma ditadura cujos agentes praticavam terrorismo de Estado.

Na Itália, à época de Battisti, havia um Estado democrático de Direito. Erra quem compara as situações, para justificar os assassinatos, — crimes comuns–, de Battisti.
–II.
Ao contrário do sugerido pelo ministro Tarso Genro, em entrevista à imprensa peninsular, a Itália não trilhou o caminho da anistia, como ocorreu no Brasil, para benefício de militares assassinos e torturadores. A solução política encontrada lá foi criar o instituto jurídico da desassociação. Quem assumisse o compromisso formal de abdicar da luta armada receberia uma redução da pena de prisão. Isso explica a liberdade de Renato Cursio, Mario Moretti e Alberto Franceschini, chefes máximos das Brigadas Vermelhas. Mais, Roberto Rosso e Sergio Segio, respectivamente ideólogo e líder da coluna armada La Prima Linea, estão reintegrados socialmente, pois cumpriram as suas penas.

Sobre a desassociação, observou Giancarlo Caselli: “É um instituto que os terroristas puderam usufruir amplamente, garantindo significativo desconto de pena de prisão. Bastava um preso pegar um pedaço de papel e uma caneta e se declarar desassociado da luta armada. Não havia obrigação de colaborar com a Justiça, nem mesmo sobre os fatos sobre os quais fosse diretamente responsável. Para a lei, era suficiente a declaração”.
Tarso Genro, o trapalhão do governo Lula

Muitos autores de ações eversivas e crimes comuns fugiram em busca da impunidade. Dentre eles, Cesare Battisti e Achile Lollo, que incendiou o apartamento de um varredor de rua fascista e matou seus filhos carbonizados. Lollo vive no Rio de Janeiro e insiste em trocar os “panos” de assassino e covarde pelo de ideólogo do PT e, mais recentemente, do PSOL.

Outro instituto precioso, concebido diante de uma profusão de arrependidos, foi a criação da figura jurídica do colaborador de Justiça. Sobre ele, observou Caselli, um magistrado de esquerda por sinal, chamado de toga vermelha por Berlusconi e que conduziu, como juiz de instrução, os principais processos sobre o terrorismo: “As contribuições dos arrependidos foram decisivas, como foram, posteriormente e nos anos 90, os da máfia. Mas existem grandes diferenças. Os terroristas que se arrependiam resolviam seguir esse caminho porque estava muito claro que a partida tinha terminado. Sofriam uma profunda crise ideológica e política, não acreditavam mais. Esperavam uma lei premial, mas se arrependeram e delataram antes mesmo da chegada da lei”.

Patrizio Peci dirigia a coluna armada turinense das Brigadas Vermelhas. Tornou-se colaborador da Justiça, responsável pelas prisões e desmonte das Brigadas: “Não creio mais na luta armada”, afirmou Peci, “não quero mais matar pessoas. Dela quero sair para criar para mim uma nova vida e impedir novas mortes”.

Em represália às delações, as Brigadas sequestraram e mataram Roberto Peci, irmão de Patrizio. “Eu disse a verdade, toda conferida por um sistema cruzado de verificações com outras provas. Escolhi a estrada da colaboração porque é a única justa. O sequestro do meu irmão é uma velhacaria criminal e eu não posso ceder às ameaças”, resumiu.

As delações dos que abandonaram a luta armada antecederam à lei premial. Mais um erro, portanto, do ministro Genro ao falar em prêmio ao delator de Battisti, ambos membros dos Proletariados Armados para o Comunismo (PAC).
No assassinato de Guido Rossa, metalúrgico, delegado sindical filiado ao Partido Comunista, houve atuação conjunta da Prima Linea e das Brigadas Vermelhas. Um dos assassinos foi Riccardo Dura, comandante da coluna genovesa das Brigadas Vermelhas. O grupo de assassinos de Rossa, que não admitiu a distribuição de volantes na fábrica da Italsider, procurou, no processo e pela defesa técnica, a prevalência da tese de que a meta não era matar, mas aleijar: gambizzazione. Com aleijão nas pernas (gambe), o atingido serviria como um outdoor vivo da propaganda intimidatória, segundo afirmaram os seus assassinos.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#204 Mensagem por suntsé » Dom Dez 13, 2009 3:12 am

marcelo l. escreveu:DIFERENÇAS - Algumas palavras sobre o asilo concedido a Cesare Battisti
Autor: Prof. Virgílio Cunha Mattos

Prof. Virgílio Cunha Mattos¹
.
Argumentos muito fracos deste professor para defender um criminoso.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#205 Mensagem por Claude » Dom Dez 13, 2009 9:57 am

1. Que linda a citação de Máo-Tse-Tung. Que lições maravilhosas podemos ter de um puto genocida que bateu os recordes de Stálin e Mussolini matando 70 milhões de pessoas em nome de "um mundo melhor"?
2. Em tempo: demonstrando que é na Europa que nascem as iniciativas de avanço da Civilização Ocidental, o grande ex-presidente da República Tcheca, Vaclav Havel, começou um movimento continental em prol a proibição de exibição em público da Foice-e-martelo, equiparando a apologia do Comunismo ao Nazismo, tornando-a crime, tal como os alemães fazem em relação à Suástica.
3. A única coisa boa neste caso Batisti, salvo a hipótese dele cometer suicídio, reduzindo as custas processuais e de manutenção dele (não se esqueçam que antes dessa polêmica o bastardinho imundo foi condenado por ROUBO E ESTUPRO), é a de desmascarar certos setores da Esquerda que ainda não aderiram ao processo civilizatório admitindo matar em nome da ideologia. Ainda tem a petulância de criticar as religiões que fazem o mesmo, com ares de arrogância e superioridade. Na Europa a esquerda abandonou isso há muito tempo, não admitindo mais a violência armada no processo político. Tomam o Estado Democrático de Direito como um dado definitivo.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#206 Mensagem por suntsé » Dom Dez 13, 2009 12:08 pm

Claude escreveu:1. Que linda a citação de Máo-Tse-Tung. Que lições maravilhosas podemos ter de um puto genocida que bateu os recordes de Stálin e Mussolini matando 70 milhões de pessoas em nome de "um mundo melhor"?
2. Em tempo: demonstrando que é na Europa que nascem as iniciativas de avanço da Civilização Ocidental, o grande ex-presidente da República Tcheca, Vaclav Havel, começou um movimento continental em prol a proibição de exibição em público da Foice-e-martelo, equiparando a apologia do Comunismo ao Nazismo, tornando-a crime, tal como os alemães fazem em relação à Suástica.
3. A única coisa boa neste caso Batisti, salvo a hipótese dele cometer suicídio, reduzindo as custas processuais e de manutenção dele (não se esqueçam que antes dessa polêmica o bastardinho imundo foi condenado por ROUBO E ESTUPRO), é a de desmascarar certos setores da Esquerda que ainda não aderiram ao processo civilizatório admitindo matar em nome da ideologia. Ainda tem a petulância de criticar as religiões que fazem o mesmo, com ares de arrogância e superioridade. Na Europa a esquerda abandonou isso há muito tempo, não admitindo mais a violência armada no processo político. Tomam o Estado Democrático de Direito como um dado definitivo.
Cara vocêr falou bonito, eu vou me recordar destas sabias palavras.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#207 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Seg Dez 14, 2009 5:55 pm

Crotalus escreveu:Importante demais esta discussão "grenalística", mas não vamos desviar do assunto.
O pt poderá perder uma enxurrada de votos na próxima eleição por causa do battisti, ou ganhar uma enchente de votos. Dependerá do momento e da decisão. Acredito que haverá extradição. O molusco andou se arranhando internamente (o caso do estupro do benjamim) e externamente o caso Honduras, somando outras coisas (lulinha, etc...). Precisa se redimir...
Crotalus, não acredito que você está dando crédito para a história absurda de um estupro inexistente. Afinal, que vítima de abuso é essa, que tem em seu pretenso violentador, um ídolo, e do qual é seguidor? Esta história serve apenas para mostrar a que nível a imprensa paulista chegou, no se afã por eleger José Serra. Vale tudo!
Mas, não me surpreende.
Assusta-me, isto sim, ver pessoas como você, dar crédito a uma obscenidade jornalística desta natureza.




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg


Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#208 Mensagem por wagnerm25 » Qua Dez 16, 2009 4:17 pm

Reclamo alvíssaras pela notícia abaixo.

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Lula está obrigado a entregar Battisti, diz advogado do governo italiano
Ministros do Supremo reafirmaram que presidente tem de cumprir tratado de extradição

O advogado do governo italiano, Nabor Bulhões, afirmou nesta tarde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está obrigado a entregar o ex-ativista italiano Cesare Battisti para o governo da Itália. Segundo ele, essa obrigação ficou clara em julgamento de uma questão de ordem, ocorrido hoje, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual a maioria dos ministros afirmou que o presidente Lula tem de cumprir o tratado de extradição, firmado entre o governo italiano e brasileiro.

Para Nabor Bulhões, com essa decisão, Lula pode apenas adiar a entrega de Battisti, sob a alegação de que ele responde a um processo no Brasil, mas nunca se negar a entregá-lo. O plenário do STF decidiu hoje retificar a proclamação do resultado do julgamento da extradição de Cesare Battisti.




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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#209 Mensagem por wagnerm25 » Qua Dez 16, 2009 4:22 pm

Barbaridade, não durou 5 minutos essa notícia. Que várzea!!!

É tanta necessidade de ERUDIÇÃO que é necessário explicar o voto após proferido.

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"STF reformula proclamação e diz que presidente da República não está vinculado à decisão da Corte de extraditar Battisti"

"Min Eros Grau esclarece seu voto e diz que somente tratado vincula o presidente da República"

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Clermont
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti

#210 Mensagem por Clermont » Qua Dez 16, 2009 8:01 pm

Prof. Virgílio Cunha Mattos - Professor de Criminologia da Escola Superior Dom Helder Câmara e da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP) do Ministério da Justiça.

"Já ensinava Augusto Thompson que todo preso é preso político, a única diferença é que o preso dito “comum” é preso político e não sabe.
Ah, mas que gracinha jurídica, tão comovente!

Quer dizer então, que bandido Champinha, que assassinou um casal de namorados, antes, mantendo em cárcere a moça, que foi estuprada repetidas vezes, e depois, sendo morta a facadas é um "preso político"!

Vejam só, preso político!

Anotem bem o nome deste ilustre jurista e professor: Virgílio Cunha Mattos.

Provavelmente, ainda vai ser Ministro da Justiça, ou Ministro da Defesa, ou, quem sabe, Presidente deste Brasil brasileiro.




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