TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
Total de votos: 1320

Mensagem
Autor
Bender

Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24781 Mensagem por Bender » Seg Dez 07, 2009 11:50 pm

Bender
Sem desgaste algum.
Foi simplesmente rejeitada pelo alegado "motivo" da falta de transferência de tecnologia.

Enquanto isso,o F18 permaneceu na disputa e na mídia,mas esse sim sendo fulminado uma vez por semana com reafirmações pontuais por parte do nosso Min. da Defesa de que os EUA não transferem tecnologia e tem maus antecedentes.

Reparou que mesmo tendo maus antecedentes e sendo portador da mesma doença que aparentemente "excluiu" os russos de forma rápida e sem muitas mais explicações,da disputa,o F18 foi mantido e massacrado pelos condutores do processo pelo mesmo motivo durante 12 meses.

Atentando para isso realmente os russos foram eleiminados de forma fulminante,o processo morreu para eles e não deu tempo sequer de reagir,mas foram poupados de serem difamados ou atacados.

Mas no caso do F18,este foi mantido e vem sendo torturado e desgastado sem tréguas e sem chances de se defender,da indefesável mesma pecha que eliminou os russos,é muito diferente e muito pior na minha opinião.

Mundo cruél.

Sds.
-------------------------------------------------------
Santiago escreveu:

Bender,

Acho que o galho nesse processo, foi ter mantido os americanos.
Se dependesse da opinião formado por NJ dos americanos, da jurisprudência (como se houvesse jusrisprudência com os franceses*), ele não teria por que se preocupar com a proposta americana. Os americanos nunca se aproximariam da proposta da França.

Azul:
Não foi galho foi necessidade,e em nenhum momento ele se preocupou com a proposta americana,se se aproximaria ou não,não fazia diferença,a decisão ja estava tomada em favor da França,repare que ele usou os americanos,ele os manteve na disputa como um contraponto,dos que não tranferem tecnologia versus os franceses que transferem "toda" tecnologia do mundo :wink: Sacou a estratégia de venda para a midia? Precisav existir esse embate


Mas surpreendentemente o que ocorre? Os americanos liberam de forma inédita, mesmo aos 45' do segund0 tempo, o que eles nunca liberaram para terceiros. E por que isso ocorre? Há muitas explicações possíveis:

1) Querem evaporar a Dassault da face da terra, mesmo Sarkozy sendo o presidente francês mais pró-USA desde o pós-Guerra. O presidente que re-aproximou a França da OTAN. Que tem apoiado todas as iniciativas americanas após a invasão do Iraque por Bush filho.

2) Efeito Cavalo de Tróia. Querem destruir os planos do Brasil de investir em pesquisas de desenvolvimento militar e para isso oferecem todas as comodidades e facilidades para os latinos de fala portuguesa se acomodarem e gastarem os seus recursos com coisas menos importantes do ponto de vista militar.

3) A relevância do Brasil no mundo está mudando e eles querem se aproximar e ter o Brasil como um parceiro próximo. O Brasil é um importante fator de equilíbrio da America do Sul e pode ser um importante interlocutor para questões globais. Essa aproximação reforçaria as já intensas relações de negócios existentes. Pode ser uma relação ganha-ganha.

É certo que o sistema de poder americano é complexo e possui uma grande inércia. Mesmo com um novo presidente, em tese disposto a mudar as relações com a AL, eles fizeram movimentos que os prejudicaram: o anuncio da criação da 4a Frota e a forma como foi feito o anuncio das bases na Colômbia. Mas a vida é assim mesmo. Tudo tem conseqüências.

Os movimentos americanos nessa disputa,podem conter vários dos ingredientes que voce cita acima,alguns parecem mais "aceitáveis" que outros,um que voce não cita é a propria crise econômica mundial,que surjiu no meio do processo,mas sem dúvidas os de interesse geo-estratégicos deveriam ser os mais relevantes para eles americanos,mas aparentemente seus esforços continuam possuindo cacoetes,um exemplo simples seria:repare que aparentemente a Russia oferecia ao Brasil parceria no Pakfa,não podemos sequer imaginar que "nivel" de ganhos tecnológicos teríamos,mas no caso do F35 isto se mostrou logo de cara inviável,e não julgo nem imagino se o Dpto de Estado preferiria adotar uma postura mais flexivel com relação ao Brasil,o fato é que a legislação e legisladores americana(nos) possuem uma série de barreiras que constituem parte sólida,da sua política de negar ou proporcionar avanços a países aos quais eles consideram periféricos no campo do poderio militar,infelizmente eu olho para eles como os caras cuja ficha não cai de jeito nenhum,e nem vai cair,pois assim está consolidado em suas políticas.

A 4.a frota e as bases são apenas mais um exemplo de como essa hidra se move :mrgreen:


(*) a jurisprudencia dos subs só poderá ser avaliada quando concluído (o caso alemão reforça isso).

Concordo,deverá ser criada ainda :D
[]s
[/quote]

SDS.




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Carlos Lima
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24782 Mensagem por Carlos Lima » Ter Dez 08, 2009 12:33 am

Pontos muito relevantes para ser honesto nesse debate Srs... [100]

Mas sei l'a... eram 6 a FAB escolheu 3, e o governo (com uma participacao da FAB) vai escolher 1.

J'a est'a mais do que dito em milhoes de paginas que quem nao est'a na disputa 'e porque o que tinha a oferecer nao era o suficiente.

Transformar essa exclusao em vantagem desculpem mas acho que 'e pedir demais.

'E desacreditar muito na capacidade da FAB de escolher uma aeronave de combate... na boa.

Temos que tambem refletir sobre essas coisas e sobre o papel que o Brasil quer ter e parar de ser inocente em achar que o Brasil vai fazer oposicao aos EUA... No maximo vai acontecer como sempre aconteceu... concordar em discordar e cada um na sua, mas n'os ali sempre como aliados.

Honestamente acho que o Brasil quer 'e ser uma "segunda" Franca em relacao aos EUA... cada um na sua, se respeitam mas tem os seus interesses e chifram um ao outro de vez em quando...

Se um dos intrumentos sera' o Gripen, SH ou Rafale... nao e' isso que vai fazer a diferenca se no fim das contas o que o Brasil requisitou for atendido.

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24783 Mensagem por Wardog » Ter Dez 08, 2009 1:12 am

Depois me criticam quando eu falo de motivação ideológica........ :?




BZZ
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24784 Mensagem por BZZ » Ter Dez 08, 2009 2:47 am

Santiago escreveu:
A reserva que tenho a NJ é a falta de parcimônia, é o jeito dele de falar demais. Ele é ministro. Sua palavra, ainda mais pública, deveria valer.

[]s
Concordo com vc Santiago. O que inicialmente era um processo de selecao muito bem conceituado internacionalmente, estabelecendo novos padroes em negociacoes, agora tem suas manchas. O governo federal vem fazendo criticas gratuitas (ou nao) aos concorrentes Norte- Americanos e Suecos; criticas publicas que foram, algumas vezes, desnecessariamente grosseiras. Nunca li ou escutei um simples elogio a eles; por outro lado nao criticam as fraquezas (que sao muitas) da proposta Francesa, mas sobram elogios publicos. Se a Boeing e a Saab perderem, eles nao irao ficar muito felizes pelo tratamento ao longo da competicao, mas aos olhos da comunidade internacional, todos sabiam da preferencia do governo (ideologica, "politica"?, ...). Mas vamos supor que a Dassault perca (e esta possibilidade existe); isto seria terrivel para eles pois significaria que perdem ateh quando o juiz e bandeirinha tomam o partido do time deles. Ficariam expostos internacionalmente numa posicao extremamente fragilizada, quase de humilhacao. Se eles tem sua fatia de responsabilidade nessa exposicao nao sei dizer. De qualquer forma, estas declaracoes publicas do governo de preferencias e criticas, ao inves de esclarecimentos, tem sido pouco construtivas ao processo de selecao e a todos participantes.

P.S.: Se o moderador escreve sem acentuacao, entao me sinto liberado…




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24785 Mensagem por BZZ » Ter Dez 08, 2009 7:44 am

Tb nao acredito que esta preferencia do GF pelo Rafale eh apenas para conseguir melhores condicoes, extrair o maximo, uma jogada deliberada. Se fosse assim, nao precisavam usar os Rafale como boi de piranha, mas apenas anunciar que o governo agradecia as propostas, mas em virtude das limitacoes orcamentarias, de prestar conta aos contribuintes, intensificar acoes de combate a pobreza, as aspiracoes brasileiras de adquirir tecnologia, etc… nenhuma das propostas foi considerada satisfatoria o suficiente, e assim o governo espera novas, e consideravelmente melhoradas propostas, dentro de tal prazo.
Alguem dirah: “mas isso eh o que vc pensa, mas nao sabe”. Realmente nao sei, apenas tenho evidencias da empolgacao que acomete o nosso guia de vez em quando. E para que nao digam que estou sendo folgado, nao irei chama-lo, desta vez, de “nosso guia”.

Do Sr. Presidente Luis Inacio Lula da Silva, Comandante Supremo das Forcas Armadas: “O problema da poluicao eh que a Terra eh redonda, se fosse quadrada ou retangular…”.

Pronto, ficou bem melhor agora que o tratei formalmente… 8-] Como vcs sabem, nao inventei isso, apenas registro uma evidencia de falar precipitadamente.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24786 Mensagem por Skyway » Ter Dez 08, 2009 8:51 am

EUA e Boeing entraram no FX "para ganhar"
Projeto F-X2
Defesa Brasil
Ter, 08 de Dezembro de 2009 08:47


E desmente boato sobre saída do programa FX por conta da intenção do Exército Brasileiro de adiquirir mísseis anti-aéreos da Rússia.


Luiz Carlos Azedo

Adida de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos, Norma Brum afirma que o governo dos EUA e a Boeing entraram na competição do Programa FX-2 para a seleção do próximo caça supersônico da Força Aérea Brasileira “para ganhar e nela pretendem ficar até o fim, oferecendo o melhor caça, o F-18 Super Hornet, e a melhor oportunidade de desenvolvimento tecnológico e de crescimento comercial para a indústria aeroespacial brasileira”.

Argumenta que diversos países do mundo operam simultaneamente com equipamentos militares dos EUA e de terceiros países, inclusive russos, sem restrições. Exemplos: Índia, Malásia, Grécia e vários países do leste europeu. Desmente a informação de que o governo norte-americano pode desistir da concorrência caso o exército brasileiro adquira da Rússia seu novo sistema de defesa antiaéreo, como a coluna noticiou no sábado.

Fonte: Correio Braziliense

:arrow: http://www.defesabrasil.com/site/notici ... ganhar.php




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24787 Mensagem por Penguin » Ter Dez 08, 2009 9:52 am

Santiago escreveu:
Bender escreveu:[ quote="Santiago"][ quote="Bender"] A questão diplomática e da política externa que voce acrescenta agora as idéias já expostas é fundamental,realmente fica nítido que a escolha francesa foi conservadora,mas foi talvez a que alcançou o consenso entre os atores principais do processo,como adequada naquele momento,hoje já vivemos um momento diferente,não dá para avaliar ainda qual foi o resultado da votação nessa reunião,mas acredito que o caminho do meio teve voto da FAB e do min. da Defesa, a opção russa teve voto do min. Mangabeira sem dúvida,o MRE talvez tenha sido o voto que deu a vitoria por maioria a opção francesa,e ai fica mais claro ainda que a intenção da exclusão dos russos também teve a intenção de preservar intacta a opção russa,sem desgastes para alguma eventualidade. :mrgreen:

Sds.
Sem desgaste? A proposta russa foi fulminada pelo governo! [011] Não houve lamentos. Só entre os muitos fãs do Flanker no mundo virtual da internet. Segundo Nelson Jobim e FAB eles ficaram aquém do exigido justo no quesito crítico, transferência de tecnologia.

[]s
Sem desgaste algum.
Foi simplesmente rejeitada pelo alegado "motivo" da falta de transferência de tecnologia.

Enquanto isso,o F18 permaneceu na disputa e na mídia,mas esse sim sendo fulminado uma vez por semana com reafirmações pontuais por parte do nosso Min. da Defesa de que os EUA não transferem tecnologia e tem maus antecedentes.

Reparou que mesmo tendo maus antecedentes e sendo portador da mesma doença que aparentemente "excluiu" os russos de forma rápida e sem muitas mais explicações,da disputa,o F18 foi mantido e massacrado pelos condutores do processo pelo mesmo motivo durante 12 meses.

Atentando para isso realmente os russos foram eleiminados de forma fulminante,o processo morreu para eles e não deu tempo sequer de reagir,mas foram poupados de serem difamados ou atacados.

Mas no caso do F18,este foi mantido e vem sendo torturado e desgastado sem tréguas e sem chances de se defender,da indefesável mesma pecha que eliminou os russos,é muito diferente e muito pior na minha opinião. :wink:

Mundo cruél.

Sds.[/quote]

-------------------------------------------------------

Bender,

Acho que o galho nesse processo, foi ter mantido os americanos.
Se dependesse da opinião formado por NJ dos americanos, da jurisprudência (como se houvesse jusrisprudência com os franceses*), ele não teria por que se preocupar com a proposta americana. Os americanos nunca se aproximariam da proposta da França.

Mas surpreendentemente o que ocorre? Os americanos liberam de forma inédita, mesmo aos 45' do segund0 tempo, o que eles nunca liberaram para terceiros. E por que isso ocorre? Há muitas explicações possíveis:

1) Querem evaporar a Dassault da face da terra, mesmo Sarkozy sendo o presidente francês mais pró-USA desde o pós-Guerra. O presidente que re-aproximou a França da OTAN. Que tem apoiado todas as iniciativas americanas após a invasão do Iraque por Bush filho.

2) Efeito Cavalo de Tróia. Querem destruir os planos do Brasil de investir em pesquisas de desenvolvimento militar e para isso oferecem todas as comodidades e facilidades para os latinos de fala portuguesa se acomodarem e gastarem os seus recursos com coisas menos importantes do ponto de vista militar.

3) A relevância do Brasil no mundo está mudando e eles querem se aproximar e ter o Brasil como um parceiro próximo. O Brasil é um importante fator de equilíbrio da America do Sul e pode ser um importante interlocutor para questões globais. Essa aproximação reforçaria as já intensas relações de negócios existentes. Pode ser uma relação ganha-ganha.

É certo que o sistema de poder americano é complexo e possui uma grande inércia. Mesmo com um novo presidente, em tese disposto a mudar as relações com a AL, eles fizeram movimentos que os prejudicaram: o anuncio da criação da 4a Frota e a forma como foi feito o anuncio das bases na Colômbia. Mas a vida é assim mesmo. Tudo tem conseqüências.


(*) a jurisprudencia dos subs e EC-725 só poderá ser avaliada quando os contratos forem executados/concluídos (o caso alemão reforça isso). A dos Esquilos e INACE não é das melhores.

[]s[/quote]


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Curiosamente, foi publicado o artigo abaixo, 08/12, que vai de encontro com o item 3):

São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES

América Latina: o peso pesado e seu contrapeso
PETER HAKIM

Em vez de continuarem como concorrentes, Brasil e EUA têm mais a ganhar se encontrarem formas de cooperar na América Latina


O BRASIL demonstrou de maneira cabal sua capacidade de se contrapor ao poderio dos EUA na América Latina em 2004, quando provocou a suspensão das negociações regionais para a criação da Alca, defendida pelos EUA.
Um ano mais tarde, na cúpula de líderes do hemisfério Ocidental em Mar del Plata, o Brasil, contando com o apoio de apenas quatro países, conseguiu bloquear um esforço dos EUA e mais 28 países para reiniciar as negociações. Ainda mais notável foi que, logo após a cúpula (que alguns viram como humilhante para os EUA), o então presidente Bush compareceu a um churrasco com Lula no Brasil.
O Brasil não apenas mostrou seu perfil e influência crescentes como também ilustrou sua capacidade incomum de lançar uma ponte sobre as divisões ideológicas da região. Dentro do hemisfério Ocidental, politicamente dividido, o Brasil talvez seja o único país que não tem adversários.
O Brasil é um polo alternativo de poder no hemisfério Ocidental. Na América do Sul, tomou o lugar dos EUA como presença dominante em relação a muitas questões.
É verdade que a atenção dos EUA está fixada sobre outras partes do mundo, mas a questão crucial é que, hoje, os EUA frequentemente se curvam ao Brasil em assuntos interamericanos.
No ano passado, por exemplo, a diplomacia norte-americana não reagiu às tensões perigosas e crescentes entre Colômbia e Venezuela. De modo geral, Washington deixou a tarefa a cargo do Brasil e da recém-formada Unasul. De modo semelhante, neste ano, quando Venezuela e Colômbia novamente entraram em atrito, foi o Brasil quem se ofereceu para mediar.
Mesmo assim, ainda restam limitações grandes à capacidade do Brasil de moldar e influenciar os fatos na América Latina.
Para começar, o Brasil avançou pouco em direção a sua ambição de longa data de integração econômica regional. Após duas décadas, o pacto comercial do Mercosul, que o Brasil chegou a anunciar como sua âncora econômica, está uma bagunça.
Seus quatro membros não desenvolveram regras comuns ou políticas convergentes -nem mesmo arranjos institucionais modestamente eficazes. Tampouco negociaram um único acordo comercial com outro país.
A Unasul, esquema de integração em estilo europeu, com dois anos de existência, ainda é mais uma aspiração que uma meta prática. É difícil imaginar como poderá dar certo, dadas as enormes diferenças de política econômica entre seus membros -diferenças reforçadas por tensões políticas e divisões ideológicas.
Em segundo lugar, o Brasil continua a hesitar em se envolver em disputas entre outros países -vem mantendo distância da disputa áspera entre Argentina e Uruguai e se abstém de intervir nas disputas de longa data do Chile com o Peru e a Bolívia.
Também tem se mostrado mais que avesso a interferir nas decisões internas dos vizinhos, ainda que tenham consequências para a economia ou a segurança brasileiras. O país evita criticar as muitas transgressões antidemocráticas cometidas por Hugo Chávez, as violações dos direitos humanos e as ingerências em outros países.
É possível que o Brasil seja realista, simplesmente. Ele compreende que sua intervenção não seria necessariamente bem recebida e que poderia ter custos políticos e econômicos altos.
E é esta a terceira limitação à liderança do Brasil: sua capacidade (ou disposição) modesta de assumir os ônus financeiros e políticos de um envolvimento mais assertivo.
Nem o governo de Lula nem o de Fernando Henrique Cardoso fizeram muito para ajudar a Colômbia em sua guerra contra guerrilheiros e traficantes de drogas. Nesse quesito, fica claro que a posição dominante é a dos EUA: ao longo de uma década, ajudou as Forças Armadas colombianas com mais de US$ 6 bilhões.
Ademais, os EUA têm regularmente usado seus recursos para dar assistência a países que enfrentam problemas econômicos (incluindo o Brasil), e pactos de livre comércio com os EUA ou preferências comerciais são altamente valorizados pela maioria dos países latino-americanos.
Em quarto lugar, a influência do Brasil se limita principalmente à América do Sul. Os EUA continuam a ser o ponto de referência para a América Central, o Caribe e o México.
É verdade que a liderança brasileira de forças de manutenção da paz da ONU vem contribuindo enormemente para a estabilidade do Haiti. E o Brasil pode vir a exercer papel importante na eventual transição em Cuba. Mas a crise em Honduras demonstrou as limitações do Brasil. Enquanto Washington teve papel central, a diplomacia brasileira ficou em grande medida em posição secundária.
É muito possível que, no futuro próximo, os EUA cedam mais e mais diante da liderança brasileira na América Latina -e é quase certo que a influência do Brasil cresça em toda a região. Mas, em vez de continuarem como concorrentes ou contrapesos um ao outro, tanto Brasil quanto EUA têm mais a ganhar se encontrarem maneiras de cooperar.

PETER HAKIM, mestre em relações internacionais, é presidente do Diálogo Interamericano, em Washington.

Tradução de Clara Allain




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24788 Mensagem por Bolovo » Ter Dez 08, 2009 10:01 am

Quanto aos que dizem que seus posts vão para o Tietê: hoje ele alagou e invadiu tudo hahaha :mrgreen:




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24789 Mensagem por Gandalf » Ter Dez 08, 2009 10:29 am

Skyway escreveu:EUA e Boeing entraram no FX "para ganhar"
Projeto F-X2
Defesa Brasil
Ter, 08 de Dezembro de 2009 08:47


E desmente boato sobre saída do programa FX por conta da intenção do Exército Brasileiro de adiquirir mísseis anti-aéreos da Rússia.


Luiz Carlos Azedo

Adida de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos, Norma Brum afirma que o governo dos EUA e a Boeing entraram na competição do Programa FX-2 para a seleção do próximo caça supersônico da Força Aérea Brasileira “para ganhar e nela pretendem ficar até o fim, oferecendo o melhor caça, o F-18 Super Hornet, e a melhor oportunidade de desenvolvimento tecnológico e de crescimento comercial para a indústria aeroespacial brasileira”.

Argumenta que diversos países do mundo operam simultaneamente com equipamentos militares dos EUA e de terceiros países, inclusive russos, sem restrições. Exemplos: Índia, Malásia, Grécia e vários países do leste europeu. Desmente a informação de que o governo norte-americano pode desistir da concorrência caso o exército brasileiro adquira da Rússia seu novo sistema de defesa antiaéreo, como a coluna noticiou no sábado.

Fonte: Correio Braziliense

:arrow: http://www.defesabrasil.com/site/notici ... ganhar.php
O que o Area Militar vai falar agora ein? :lol: :lol:
E essa firmação de que vieram pra ganhar é comica....
qual sera o plano deles pra fazer esse milagre?




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24790 Mensagem por Wolfgang » Ter Dez 08, 2009 10:34 am

Acordem. O Brasil está sem Embaixador Americano. Que tipo de parceria eles querem?




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24791 Mensagem por gaitero » Ter Dez 08, 2009 10:43 am

Gandalf escreveu:
Skyway escreveu:EUA e Boeing entraram no FX "para ganhar"
Projeto F-X2
Defesa Brasil
Ter, 08 de Dezembro de 2009 08:47


E desmente boato sobre saída do programa FX por conta da intenção do Exército Brasileiro de adiquirir mísseis anti-aéreos da Rússia.


Luiz Carlos Azedo

Adida de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos, Norma Brum afirma que o governo dos EUA e a Boeing entraram na competição do Programa FX-2 para a seleção do próximo caça supersônico da Força Aérea Brasileira “para ganhar e nela pretendem ficar até o fim, oferecendo o melhor caça, o F-18 Super Hornet, e a melhor oportunidade de desenvolvimento tecnológico e de crescimento comercial para a indústria aeroespacial brasileira”.

Argumenta que diversos países do mundo operam simultaneamente com equipamentos militares dos EUA e de terceiros países, inclusive russos, sem restrições. Exemplos: Índia, Malásia, Grécia e vários países do leste europeu. Desmente a informação de que o governo norte-americano pode desistir da concorrência caso o exército brasileiro adquira da Rússia seu novo sistema de defesa antiaéreo, como a coluna noticiou no sábado.

Fonte: Correio Braziliense

:arrow: http://www.defesabrasil.com/site/notici ... ganhar.php
O que o Area Militar vai falar agora ein? :lol: :lol:
E essa firmação de que vieram pra ganhar é comica....
qual sera o plano deles pra fazer esse milagre?

Este ''texto'' do AM foi motivo de chacota no Brasil todo... Mas mesmo assim, teve destaque em importantes meios de comunicação... Este é o pior... Falta senso crítico dos meios na hora de separar uma notícia importante e uma opinião, que a grosso modo, não faz o mínimo sentido.

Espero que isto sirva de lição, para que a nossa mídia especializada em defesa, passe agora a ser mais catedrática na escolha de suas matérias.




Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
PRick

Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24792 Mensagem por PRick » Ter Dez 08, 2009 10:47 am

Skyway escreveu:EUA e Boeing entraram no FX "para ganhar"
Projeto F-X2
Defesa Brasil
Ter, 08 de Dezembro de 2009 08:47


E desmente boato sobre saída do programa FX por conta da intenção do Exército Brasileiro de adiquirir mísseis anti-aéreos da Rússia.


Luiz Carlos Azedo

Adida de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos, Norma Brum afirma que o governo dos EUA e a Boeing entraram na competição do Programa FX-2 para a seleção do próximo caça supersônico da Força Aérea Brasileira “para ganhar e nela pretendem ficar até o fim, oferecendo o melhor caça, o F-18 Super Hornet, e a melhor oportunidade de desenvolvimento tecnológico e de crescimento comercial para a indústria aeroespacial brasileira”.

Argumenta que diversos países do mundo operam simultaneamente com equipamentos militares dos EUA e de terceiros países, inclusive russos, sem restrições. Exemplos: Índia, Malásia, Grécia e vários países do leste europeu. Desmente a informação de que o governo norte-americano pode desistir da concorrência caso o exército brasileiro adquira da Rússia seu novo sistema de defesa antiaéreo, como a coluna noticiou no sábado.

Fonte: Correio Braziliense

:arrow: http://www.defesabrasil.com/site/notici ... ganhar.php
Mas nem precisava, desmentir algo sem sentido... É gastar tempo, papel e dinheiro.

[]´s




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24793 Mensagem por gaitero » Ter Dez 08, 2009 10:52 am

Santiago escreveu:
Curiosamente, foi publicado o artigo abaixo, 08/12, que vai de encontro com o item 3):

São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES

América Latina: o peso pesado e seu contrapeso
PETER HAKIM

Em vez de continuarem como concorrentes, Brasil e EUA têm mais a ganhar se encontrarem formas de cooperar na América Latina


O BRASIL demonstrou de maneira cabal sua capacidade de se contrapor ao poderio dos EUA na América Latina em 2004, quando provocou a suspensão das negociações regionais para a criação da Alca, defendida pelos EUA.
Um ano mais tarde, na cúpula de líderes do hemisfério Ocidental em Mar del Plata, o Brasil, contando com o apoio de apenas quatro países, conseguiu bloquear um esforço dos EUA e mais 28 países para reiniciar as negociações. Ainda mais notável foi que, logo após a cúpula (que alguns viram como humilhante para os EUA), o então presidente Bush compareceu a um churrasco com Lula no Brasil.
O Brasil não apenas mostrou seu perfil e influência crescentes como também ilustrou sua capacidade incomum de lançar uma ponte sobre as divisões ideológicas da região. Dentro do hemisfério Ocidental, politicamente dividido, o Brasil talvez seja o único país que não tem adversários.
O Brasil é um polo alternativo de poder no hemisfério Ocidental. Na América do Sul, tomou o lugar dos EUA como presença dominante em relação a muitas questões.
É verdade que a atenção dos EUA está fixada sobre outras partes do mundo, mas a questão crucial é que, hoje, os EUA frequentemente se curvam ao Brasil em assuntos interamericanos.
No ano passado, por exemplo, a diplomacia norte-americana não reagiu às tensões perigosas e crescentes entre Colômbia e Venezuela. De modo geral, Washington deixou a tarefa a cargo do Brasil e da recém-formada Unasul. De modo semelhante, neste ano, quando Venezuela e Colômbia novamente entraram em atrito, foi o Brasil quem se ofereceu para mediar.
Mesmo assim, ainda restam limitações grandes à capacidade do Brasil de moldar e influenciar os fatos na América Latina.
Para começar, o Brasil avançou pouco em direção a sua ambição de longa data de integração econômica regional. Após duas décadas, o pacto comercial do Mercosul, que o Brasil chegou a anunciar como sua âncora econômica, está uma bagunça.
Seus quatro membros não desenvolveram regras comuns ou políticas convergentes -nem mesmo arranjos institucionais modestamente eficazes. Tampouco negociaram um único acordo comercial com outro país.
A Unasul, esquema de integração em estilo europeu, com dois anos de existência, ainda é mais uma aspiração que uma meta prática. É difícil imaginar como poderá dar certo, dadas as enormes diferenças de política econômica entre seus membros -diferenças reforçadas por tensões políticas e divisões ideológicas.
Em segundo lugar, o Brasil continua a hesitar em se envolver em disputas entre outros países -vem mantendo distância da disputa áspera entre Argentina e Uruguai e se abstém de intervir nas disputas de longa data do Chile com o Peru e a Bolívia.
Também tem se mostrado mais que avesso a interferir nas decisões internas dos vizinhos, ainda que tenham consequências para a economia ou a segurança brasileiras. O país evita criticar as muitas transgressões antidemocráticas cometidas por Hugo Chávez, as violações dos direitos humanos e as ingerências em outros países.
É possível que o Brasil seja realista, simplesmente. Ele compreende que sua intervenção não seria necessariamente bem recebida e que poderia ter custos políticos e econômicos altos.
E é esta a terceira limitação à liderança do Brasil: sua capacidade (ou disposição) modesta de assumir os ônus financeiros e políticos de um envolvimento mais assertivo.
Nem o governo de Lula nem o de Fernando Henrique Cardoso fizeram muito para ajudar a Colômbia em sua guerra contra guerrilheiros e traficantes de drogas. Nesse quesito, fica claro que a posição dominante é a dos EUA: ao longo de uma década, ajudou as Forças Armadas colombianas com mais de US$ 6 bilhões.
Ademais, os EUA têm regularmente usado seus recursos para dar assistência a países que enfrentam problemas econômicos (incluindo o Brasil), e pactos de livre comércio com os EUA ou preferências comerciais são altamente valorizados pela maioria dos países latino-americanos.
Em quarto lugar, a influência do Brasil se limita principalmente à América do Sul. Os EUA continuam a ser o ponto de referência para a América Central, o Caribe e o México.
É verdade que a liderança brasileira de forças de manutenção da paz da ONU vem contribuindo enormemente para a estabilidade do Haiti. E o Brasil pode vir a exercer papel importante na eventual transição em Cuba. Mas a crise em Honduras demonstrou as limitações do Brasil. Enquanto Washington teve papel central, a diplomacia brasileira ficou em grande medida em posição secundária.
É muito possível que, no futuro próximo, os EUA cedam mais e mais diante da liderança brasileira na América Latina -e é quase certo que a influência do Brasil cresça em toda a região. Mas, em vez de continuarem como concorrentes ou contrapesos um ao outro, tanto Brasil quanto EUA têm mais a ganhar se encontrarem maneiras de cooperar.

PETER HAKIM, mestre em relações internacionais, é presidente do Diálogo Interamericano, em Washington.

Tradução de Clara Allain
Concordo 100% com o que diz o texto... Agora só falta aos Americanos compreenderem isto. O Fato de MU e Obama terem relações mais próximas poderia ter contribuído para uma relação mais interessante entre estas nações.

No caso Brasileiro, existe uma convergência natural. Tanto que a FAB optou por eliminar o caça Russo e privilegiar o caça americano, mesmo não tendo uma proposta concreta, e nem mesmo tendo a certeza que os EUA mudariam sua postura para com o Brasil. Escolheram os EUA apenas por acreditar que o país iria mudar sua visão. Saito disse isto publicamente. O fato é que até agora, não pareceu ao governo Brasileiro, que os EUA, mesmo superando as expectativas, tenham alcançado o nível de cooperação esperado.




Editado pela última vez por gaitero em Ter Dez 08, 2009 10:53 am, em um total de 1 vez.
Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
PRick

Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24794 Mensagem por PRick » Ter Dez 08, 2009 10:53 am

Santiago escreveu:
Curiosamente, foi publicado o artigo abaixo, 08/12, que vai de encontro com o item 3):

São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES

América Latina: o peso pesado e seu contrapeso
PETER HAKIM

Em vez de continuarem como concorrentes, Brasil e EUA têm mais a ganhar se encontrarem formas de cooperar na América Latina


O BRASIL demonstrou de maneira cabal sua capacidade de se contrapor ao poderio dos EUA na América Latina em 2004, quando provocou a suspensão das negociações regionais para a criação da Alca, defendida pelos EUA.
Um ano mais tarde, na cúpula de líderes do hemisfério Ocidental em Mar del Plata, o Brasil, contando com o apoio de apenas quatro países, conseguiu bloquear um esforço dos EUA e mais 28 países para reiniciar as negociações. Ainda mais notável foi que, logo após a cúpula (que alguns viram como humilhante para os EUA), o então presidente Bush compareceu a um churrasco com Lula no Brasil.
O Brasil não apenas mostrou seu perfil e influência crescentes como também ilustrou sua capacidade incomum de lançar uma ponte sobre as divisões ideológicas da região. Dentro do hemisfério Ocidental, politicamente dividido, o Brasil talvez seja o único país que não tem adversários.
O Brasil é um polo alternativo de poder no hemisfério Ocidental. Na América do Sul, tomou o lugar dos EUA como presença dominante em relação a muitas questões.
É verdade que a atenção dos EUA está fixada sobre outras partes do mundo, mas a questão crucial é que, hoje, os EUA frequentemente se curvam ao Brasil em assuntos interamericanos.
No ano passado, por exemplo, a diplomacia norte-americana não reagiu às tensões perigosas e crescentes entre Colômbia e Venezuela. De modo geral, Washington deixou a tarefa a cargo do Brasil e da recém-formada Unasul. De modo semelhante, neste ano, quando Venezuela e Colômbia novamente entraram em atrito, foi o Brasil quem se ofereceu para mediar.
Mesmo assim, ainda restam limitações grandes à capacidade do Brasil de moldar e influenciar os fatos na América Latina.
Para começar, o Brasil avançou pouco em direção a sua ambição de longa data de integração econômica regional. Após duas décadas, o pacto comercial do Mercosul, que o Brasil chegou a anunciar como sua âncora econômica, está uma bagunça.
Seus quatro membros não desenvolveram regras comuns ou políticas convergentes -nem mesmo arranjos institucionais modestamente eficazes. Tampouco negociaram um único acordo comercial com outro país.
A Unasul, esquema de integração em estilo europeu, com dois anos de existência, ainda é mais uma aspiração que uma meta prática. É difícil imaginar como poderá dar certo, dadas as enormes diferenças de política econômica entre seus membros -diferenças reforçadas por tensões políticas e divisões ideológicas.
Em segundo lugar, o Brasil continua a hesitar em se envolver em disputas entre outros países -vem mantendo distância da disputa áspera entre Argentina e Uruguai e se abstém de intervir nas disputas de longa data do Chile com o Peru e a Bolívia.
Também tem se mostrado mais que avesso a interferir nas decisões internas dos vizinhos, ainda que tenham consequências para a economia ou a segurança brasileiras. O país evita criticar as muitas transgressões antidemocráticas cometidas por Hugo Chávez, as violações dos direitos humanos e as ingerências em outros países.
É possível que o Brasil seja realista, simplesmente. Ele compreende que sua intervenção não seria necessariamente bem recebida e que poderia ter custos políticos e econômicos altos.
E é esta a terceira limitação à liderança do Brasil: sua capacidade (ou disposição) modesta de assumir os ônus financeiros e políticos de um envolvimento mais assertivo.
Nem o governo de Lula nem o de Fernando Henrique Cardoso fizeram muito para ajudar a Colômbia em sua guerra contra guerrilheiros e traficantes de drogas. Nesse quesito, fica claro que a posição dominante é a dos EUA: ao longo de uma década, ajudou as Forças Armadas colombianas com mais de US$ 6 bilhões.
Ademais, os EUA têm regularmente usado seus recursos para dar assistência a países que enfrentam problemas econômicos (incluindo o Brasil), e pactos de livre comércio com os EUA ou preferências comerciais são altamente valorizados pela maioria dos países latino-americanos.
Em quarto lugar, a influência do Brasil se limita principalmente à América do Sul. Os EUA continuam a ser o ponto de referência para a América Central, o Caribe e o México.
É verdade que a liderança brasileira de forças de manutenção da paz da ONU vem contribuindo enormemente para a estabilidade do Haiti. E o Brasil pode vir a exercer papel importante na eventual transição em Cuba. Mas a crise em Honduras demonstrou as limitações do Brasil. Enquanto Washington teve papel central, a diplomacia brasileira ficou em grande medida em posição secundária.
É muito possível que, no futuro próximo, os EUA cedam mais e mais diante da liderança brasileira na América Latina -e é quase certo que a influência do Brasil cresça em toda a região. Mas, em vez de continuarem como concorrentes ou contrapesos um ao outro, tanto Brasil quanto EUA têm mais a ganhar se encontrarem maneiras de cooperar.

PETER HAKIM, mestre em relações internacionais, é presidente do Diálogo Interamericano, em Washington.

Tradução de Clara Allain
Eu acho ótimo isso, o cara quer ditar o que nós devemos fazer, não existe cooperação com os EUA, porque os EUA não querem cooperar, felizmente, a ALCA não foi para frente, porque hoje estaríamos como o México. Cooperar quer dizer negociar, e não impor, os EUA, sua política, são de imposição, intervenção e não respeito aos outros. Por isso, os EUA não entendem nossas posições, afinal, são baseadas no respeito mútuo, e não na força bruta.

Quem está acostumado a mandar, não sabe o sentido do termo cooperar.

[]´s




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Re: [Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310!

#24795 Mensagem por ELSONDUARTE » Ter Dez 08, 2009 11:22 am

Poder nuclear: Lula desperta para a soberania real

Como não podia deixar de ser, ainda que tardiamente, a voz da razão e do patriotismo autêntico de nossos militares está sendo ouvida, e influindo diretamente nos rumos de aspectos estratégicos do governo Lula. Oxalá, essa a visão militar pró-soberania brasileira, estenda-se a outras áreas prejudicadas pelo viés ideológico e utópico.

A recente declaração de Lula à Angela Merkel da Alemanha, defendendo o pragrama nuclear iraniano, e atacando a falta de moral dos EUA e Rússia, esses, armados com grandes arsenais nucleares, vem de encontro e segue a orientação do alto comando das forças armadas brasileiras, que assessora o nosso Ministro da Defesa.

Bem como, segue essa premissa a negociação pelo Exército junto à Rússia, para a aquisição de sistemas de defesa aérea avançados (Thor 2); os quais possivelmente tirarão os caça F-18 dos EUA da concorrência no programa F-X 2, pois, o Thor-2 é um sistema desenvolvido justamente, para eliminar vetores como esses caças norte-americanos. Teriamos a "faca e o queijo tecnológico" nas mãos, e isso os EUA jamais aceitarão.

Nada como o contato com o mundo real, para ir desvanecer ideais políticos fracassados ao longo da História; que se não os eliminam totalmente, os molda e adequa à realidade. Lula e seus governos passam gradativamente por isso. Ele, no entanto, ainda não despertou para as consequências negativas ao Brasil, das práticas ideológicas e terceiro-mundistas de nossa diplomacia externa. E nem para a influência deletéria de ONGs estrangeiras aqui instaladas, junto aos altos escalões de governo, contrárias a nossa soberania e hegemonia como potência regional e global ascendente.

Mas, diante dos fatos positivos ligados à esfera militar, há esperança de que Lula corrija esses desvios à tempo. As últimas declarações feitas à mídia, por nosso vice-presidente da república José de Alencar, favorável ao desenvolvimento pelo Brasil de armas nucleares, são mais um índício da "idade da razão" que vai atingindo aos poucos esse governo, ainda que em seu final.

Devemos oficializar ao mundo a posse de armas nucleares, como Índia e Paquistão o fizeram. Ou seja, primeiro testamos a bomba, depois, com a posse garantida, nos damos ao luxo de reafirmarmos o Tratado de Não Proliferação Nuclear, como o fazem os países "atômicos" do G8 e G20. Entenderam? Afinal, para a elite dos serviços de inteligência militar brasileira, seria apenas a oficialização de muitas coisas que secretamente existem desde os anos 80, para a grande massa popular desinformada.

Mas, antes disso, precisamos romper as armadilhas legais astuciosamente plantadas em nossa Constituição Federal. Eliminar o artigo que nos proibe o desenvolvimento e posse de artefatos nucleares. Na prática, tal artigo reza que: "Seremos sempre indefesos frente ao poder nuclear de qualquer País que nos ameace!".

Sim, é incrível, mas isso está lá impedindo a afirmação de nossa soberania total, e só uma posição firme e decidida de nosso Chefe de Estado, através de uma emenda constitucional aprovada, poderá eliminar essa excrescência legal, que aliás, inexiste na grande maioria das Nações do mundo. Essa ação, de um autêntico Estadista, contaria com total apoio das FFAA brasileiras e de nosso povo, em sendo esse devidamente informado pelas mídias.

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.ph ... icia=18383




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