Última Fronteira do Brasil
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- FCarvalho
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Re: Última Fronteira do Brasil
Como já comentei de outras vezes, é fato que falta-nos melhor organização e bom senso quanto à divulgação das ações realizadas pelas fa's no Brasil. E pior. Falta-nos substancialmente avançar nessa contra-cultura militar existente em muitos setores dentro do governo federal, independente de partidos, haja vista a "contaminação" deste por ideologias pseudo-partidárias e políticas.
O dever do MD é tentar melhor caracterizar a essência da atividade militar para o país, atraindo para sí, outros setores, como universidades e centros de pesquisa e estudo - que até outro dia tinham, como aida via de regra ainda tem, verdadeira ogerissa aos homens de farda e seus assutos, porque não os entende/suporta no seu discurso politicamente correto, quanto à manutenção das relações sociais e politicas do país. Acredita-os dispensáveis à vivência democrática da sociedade ou, na pior da hipóses, indesejáveis, embora necessários. Consequência disso, sua missão e fazer laboral apresentam-se identificados como gasto desonesto e improdutivo de parte do Estado, haja vista, a "inexistência" de inimigos ou ameaças previstas logo ali adiante.
Mas do que justo, ao invés de se repensar como foco principal os modelos de missão das fa's, seria centrar a reflexão sobre sua obra e carências, sua condicionte operacional, sua relevância diante do quadro internacional e politica interna.
Mas afinal quem acredita na sociedade civil, em uma dicussão sóbria sobre os limites das novas fronteiras que o Brasil toma por hora enfrentar, se não superamos, pateticamente, nossa limitação intelectual e reflexiva sobre nós mesmos, e nossos papéis, enquanto povo e sociedade, capaz de refazer-se pela auto-crítica e não pelas contínuas mágoas das mazelas que cultuamos historicamente?
Abraços
O dever do MD é tentar melhor caracterizar a essência da atividade militar para o país, atraindo para sí, outros setores, como universidades e centros de pesquisa e estudo - que até outro dia tinham, como aida via de regra ainda tem, verdadeira ogerissa aos homens de farda e seus assutos, porque não os entende/suporta no seu discurso politicamente correto, quanto à manutenção das relações sociais e politicas do país. Acredita-os dispensáveis à vivência democrática da sociedade ou, na pior da hipóses, indesejáveis, embora necessários. Consequência disso, sua missão e fazer laboral apresentam-se identificados como gasto desonesto e improdutivo de parte do Estado, haja vista, a "inexistência" de inimigos ou ameaças previstas logo ali adiante.
Mas do que justo, ao invés de se repensar como foco principal os modelos de missão das fa's, seria centrar a reflexão sobre sua obra e carências, sua condicionte operacional, sua relevância diante do quadro internacional e politica interna.
Mas afinal quem acredita na sociedade civil, em uma dicussão sóbria sobre os limites das novas fronteiras que o Brasil toma por hora enfrentar, se não superamos, pateticamente, nossa limitação intelectual e reflexiva sobre nós mesmos, e nossos papéis, enquanto povo e sociedade, capaz de refazer-se pela auto-crítica e não pelas contínuas mágoas das mazelas que cultuamos historicamente?
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Re: Última Fronteira do Brasil
Bem, não é bem assim, rsrsrsr... observem que já existem requerimentos de pesquisa (que é a fase inicial de um processo minerário) para áreas marímas outorgados pelo DNPM.Marino escreveu:Os Estados Unidos, por exemplo, já autorizaram a exploração mineral em sua plataforma continental. No Brasil, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) já recebeu diversos pedidos, mas não se pronuncia porque não há ainda nada que regulamente essa exploração mineral no mar. Por enquanto, explora-se apenas o petróleo e o pré-sal, que nem está de todo assegurado para o Brasil.
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- Marino
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Re: Última Fronteira do Brasil
Globo:
PRÉ-SAL
Jazida do pré-sal pode se estender para além da área exclusiva do
país
Diretor da Petrobras diz que ainda não há estudos conclusivos
Gustavo Paul e Lino Rodrigues
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella,
admitiu ontem que a área do pré-sal pode se estender para além da zona econômica exclusiva brasileira,
que ultrapassa as 200 milhas do litoral. Em debate no Senado, Estrella afirmou que os dados sobre a
presença de petróleo nessa região ainda são pouco conhecidos e que ainda será preciso fazer estudos
técnicos mais apurados para determinar com precisão o limite da reserva.
— Os limites externos da área do pré-sal são, vamos dizer, interpretativos. Não existem dados
físicos e geológicos desta área ainda — afirmou.
Ele ressaltou que esse dado é importante, pois a área prevista para o pré-sal se estende até o
limite existente da área marítima brasileira, chamada de Zona Econômica Exclusiva. Por ter alto
interesse geopolítico, ele adianta que até o Comando da Marinha foi informado do fato. Ele não
mencionou o fato, mas a exploração no limite do pré-sal pode levar o país a ter de dividir a produção com
áreas internacionais.
— Essa área pode se estender.
A Marinha de Guerra brasileira já está a par deste assunto.
PRÉ-SAL
Jazida do pré-sal pode se estender para além da área exclusiva do
país
Diretor da Petrobras diz que ainda não há estudos conclusivos
Gustavo Paul e Lino Rodrigues
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella,
admitiu ontem que a área do pré-sal pode se estender para além da zona econômica exclusiva brasileira,
que ultrapassa as 200 milhas do litoral. Em debate no Senado, Estrella afirmou que os dados sobre a
presença de petróleo nessa região ainda são pouco conhecidos e que ainda será preciso fazer estudos
técnicos mais apurados para determinar com precisão o limite da reserva.
— Os limites externos da área do pré-sal são, vamos dizer, interpretativos. Não existem dados
físicos e geológicos desta área ainda — afirmou.
Ele ressaltou que esse dado é importante, pois a área prevista para o pré-sal se estende até o
limite existente da área marítima brasileira, chamada de Zona Econômica Exclusiva. Por ter alto
interesse geopolítico, ele adianta que até o Comando da Marinha foi informado do fato. Ele não
mencionou o fato, mas a exploração no limite do pré-sal pode levar o país a ter de dividir a produção com
áreas internacionais.
— Essa área pode se estender.
A Marinha de Guerra brasileira já está a par deste assunto.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Última Fronteira do Brasil
Mas a ONU não reconheceu provisóriamente parte da plataforma continental para além das 200 milhas?
cumprimentos.
Luis Filipe Silva
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CAMPANHA ANTI-FLOOD: OU POSTA KÔZA QUE PRESTE, QUE VÁ SOMAR, OU FICA SÓ LENDO. CHAT É NO MSN & QUETALES!!! by Túlio
Luis Filipe Silva
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- Marino
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Re: Última Fronteira do Brasil
Sim, faltando trechos em que a MB vai reapresentar estudos.
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- Vinicius Pimenta
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Re: Última Fronteira do Brasil
Comandante, agora com esse tal de pré-sal, coisa pequena, bobaginha de algumas dezenas de bilhões de barris de petróleo, não pode rolar uma pressãozinha básica nos bastidores para a ONU não aprovar o pedido brasileiro?
Vinicius Pimenta
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- Marino
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Re: Última Fronteira do Brasil
Vinicius Pimenta escreveu:Comandante, agora com esse tal de pré-sal, coisa pequena, bobaginha de algumas dezenas de bilhões de barris de petróleo, não pode rolar uma pressãozinha básica nos bastidores para a ONU não aprovar o pedido brasileiro?
Como, por pura coincidência, é claro, um mexicano rejeitar sistematicamente toda a argumentação do Brasil?
Nããããããoooooo, paranóia nossa.
Malucos esses DBistas.
Mais malucos ainda o pessoal da MB, que responde ao tal mexicano ponto por ponto, tirando o mesmo do sério.
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- FCarvalho
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Re: Última Fronteira do Brasil
Se não me falhe a memória, se tudo der certo vamos com a nossa ZEE até o limite das 350 milhas.
Mas, não por acaso, tem gente amiga e inocente de olho nessas 150 milhas a mais.
Claro, para colaborar, para ajudar, para pesquisar, para...
Mas, não por acaso, tem gente amiga e inocente de olho nessas 150 milhas a mais.
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Carpe Diem
- Naval
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Re: Última Fronteira do Brasil
Claro que há meu amigo.FCarvalho escreveu:Se não me falhe a memória, se tudo der certo vamos com a nossa ZEE até o limite das 350 milhas.
Mas, não por acaso, tem gente amiga e inocente de olho nessas 150 milhas a mais.
Claro, para colaborar, para ajudar, para pesquisar, para...
A própria ONU por assim dizer.
Trata-se da plataforma continental ampliada.
200milhas + 150milhas = por essas milhas a mais teremos que pagar royalties à própria ONU a fim de custear o fundo de preservação ao oceano.
Tá de bobeira?$$$$
Abraços.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
- Centurião
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Re: Última Fronteira do Brasil
A mando de quem, eu me pergunto? Será que elite governante do México gosta de fazer do país um laranja?Marino escreveu:Vinicius Pimenta escreveu:Comandante, agora com esse tal de pré-sal, coisa pequena, bobaginha de algumas dezenas de bilhões de barris de petróleo, não pode rolar uma pressãozinha básica nos bastidores para a ONU não aprovar o pedido brasileiro?
Como, por pura coincidência, é claro, um mexicano rejeitar sistematicamente toda a argumentação do Brasil?
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- Marino
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Re: Última Fronteira do Brasil
Busca ao tesouro
Brasil tenta incorporar cerca de 1 milhão de km² ao seu território marítimo, ampliando assim a área conhecida como Amazônia Azul COP-15 AGENDA DO MEIO AMBIENTE CÚPULA DE PAÍSES TENTA SUPERAR IMPASSES PARA CUMPRIMENTO DE METAS CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL, DE 8 A 15 DE DEZEMBRO, EM COPENHAGUE FALTAM 5 DIAS
Silvia Pacheco
Apesar de o país possuir uma imensa fronteira marítima e a maioria de sua população viver a menos de 200km do litoral, o potencial estratégico, econômico e ecológico oferecido pelo oceano ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Porém, o fundo do mar esconde uma riqueza imensa, alvo de atenção do governo e da Marinha do Brasil. É por isso que a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) trabalha para aumentar os limites do mar territorial brasileiro, ampliando assim uma região conhecida como Amazônia Azul.
O desafio é garantir soberania para fins de exploração, conservação e gestão dos recursos naturais em uma área maior do que a que cabe ao país atualmente. Na prática, isso significa estender a chamada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), ampliando-a de 3,5 milhões de quilômetros quadrados para aproximadamente 4,5 milhões. “O objetivo é fazer com que os pesquisadores comecem a dar mais atenção ao nosso potencial marítimo, pois estamos falando de uma fonte infinita de recursos vivos, de minérios e de petróleo”, explica o comandante Geraldo Juaçaba, integrante da CIRM.
Para isso, o país precisa do reconhecimento da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) das Nações Unidas, formada por 148 países, incluindo o próprio Brasil. A luta já dura alguns anos. Em 1989, a marinha, a comunidade científica brasileira e a Petrobras fizeram o Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (Leplac) pleiteando 963 mil quilômetros quadrados além da ZEE. A proposta foi apresentada à CLPC em 2004, que só reconheceu 771 mil quilômetros quadrados, deixando de fora 192 mil. Para garantir também essa parcela do oceano, o Brasil faz agora um novo levantamento. “Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), qualquer país pode pedir o direito de soberania absoluta até o limite de sua plataforma continental natural, o que é o nosso caso. Não vamos desistir disso”, afirma Juaçaba.
Para tanto, o deputado federal Rodrigo Rollemberg criou uma emenda no Congresso Nacional para a liberação de um crédito de R$ 167.400.000 para que a Marinha pudesse concluir os estudos da plataforma continental brasileira. “A intenção é reapresentar os estudos para a comissão da ONU e garantir o direito do Brasil sobre esses 960 mil quilômetros quadrados”, diz o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), autor da emenda. “A Amazônia Azul é um dos projetos mais estratégicos para o país. Se estamos descobrindo riquezas como o pré-sal, há 150 milhas, imagine o que não podemos achar nas 350 milhas pleiteadas”, salienta.
Segundo Danilo Koetz Calazans, oceanógrafo da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), a Amazônia Azul, comparada à Amazônia Verde, tem mais riquezas. “A floresta, sem dúvida, tem maior biodiversidade. Porém, a Amazônia Azul tem muito mais potencial do ponto de vista animal, farmacológico, energético, mineral e socioeconômico”, justifica.
Para definir o valor de um bioma é preciso analisar os recursos naturais que ele oferece. Os recursos marinhos são classificados em quatro categorias: minerais, de biodiversidade, energéticos e não extrativos. Começando pela exploração de minérios de valor industrial, a Amazônia Azul dispõe de cascalhos, areias e argilas, calcário, além de metais nobres, como ouro, platina, magnetita, cassiterita, óxidos de titânio entre outros. Entre os recusos energéticos, o petróleo e o gás natural são os principais, sendo a descoberta de óleo e gás na camada de pré-sal um dos exemplos mais recentes.
Já a biodiversidade da região ainda é pouco conhecida. De acordo com o especialista em ecologia bêntica e gerenciamento costeiro Alexander Turra, do Instituto de Oceonografia da Universidade de São Paulo (USP), há um imenso potencial biotecnológico submerso. “Várias áreas na costa não foram estudadas ainda. Acreditamos que ali exista uma grande chance de acharmos novas espécies que possam servir como potencial biotecnológico, principalmente na questão de fármacos”, avisa.
Preservação
Do ponto de vista ambiental, o papel do mar na fixação de carbono atmosférico e no controle do clima global é tão difícil de medir quanto o do bioma amazônico. “Entretanto, a Amazônia e todas as florestas tropicais do planeta sempre foram os principais alvos do movimento conservacionista internacional, com o mar geralmente em segundo plano, recebendo alguma atenção da mídia nas raras ocasiões em que ativistas abordam heroicamente navios pesqueiros asiáticos, verdadeiros piratas da biodiversidade marinha”, afirma o oceanógrafo Frederico Brandini em um de seus artigos.
Calazans também chama a atenção para o fato de haver poucos projetos na área marinha. “É um campo inesgotável para estudos tanto na área biológica, quanto geológica, física, química e oceonográfica. Poucos sabem, mas estamos preparando pessoal especializado para atuar na Amazônia Azul e assim aumentar a área de atuação e exploração oceânica”, informa.
Brasil tenta incorporar cerca de 1 milhão de km² ao seu território marítimo, ampliando assim a área conhecida como Amazônia Azul COP-15 AGENDA DO MEIO AMBIENTE CÚPULA DE PAÍSES TENTA SUPERAR IMPASSES PARA CUMPRIMENTO DE METAS CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL, DE 8 A 15 DE DEZEMBRO, EM COPENHAGUE FALTAM 5 DIAS
Silvia Pacheco
Apesar de o país possuir uma imensa fronteira marítima e a maioria de sua população viver a menos de 200km do litoral, o potencial estratégico, econômico e ecológico oferecido pelo oceano ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Porém, o fundo do mar esconde uma riqueza imensa, alvo de atenção do governo e da Marinha do Brasil. É por isso que a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) trabalha para aumentar os limites do mar territorial brasileiro, ampliando assim uma região conhecida como Amazônia Azul.
O desafio é garantir soberania para fins de exploração, conservação e gestão dos recursos naturais em uma área maior do que a que cabe ao país atualmente. Na prática, isso significa estender a chamada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), ampliando-a de 3,5 milhões de quilômetros quadrados para aproximadamente 4,5 milhões. “O objetivo é fazer com que os pesquisadores comecem a dar mais atenção ao nosso potencial marítimo, pois estamos falando de uma fonte infinita de recursos vivos, de minérios e de petróleo”, explica o comandante Geraldo Juaçaba, integrante da CIRM.
Para isso, o país precisa do reconhecimento da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) das Nações Unidas, formada por 148 países, incluindo o próprio Brasil. A luta já dura alguns anos. Em 1989, a marinha, a comunidade científica brasileira e a Petrobras fizeram o Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (Leplac) pleiteando 963 mil quilômetros quadrados além da ZEE. A proposta foi apresentada à CLPC em 2004, que só reconheceu 771 mil quilômetros quadrados, deixando de fora 192 mil. Para garantir também essa parcela do oceano, o Brasil faz agora um novo levantamento. “Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), qualquer país pode pedir o direito de soberania absoluta até o limite de sua plataforma continental natural, o que é o nosso caso. Não vamos desistir disso”, afirma Juaçaba.
Para tanto, o deputado federal Rodrigo Rollemberg criou uma emenda no Congresso Nacional para a liberação de um crédito de R$ 167.400.000 para que a Marinha pudesse concluir os estudos da plataforma continental brasileira. “A intenção é reapresentar os estudos para a comissão da ONU e garantir o direito do Brasil sobre esses 960 mil quilômetros quadrados”, diz o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), autor da emenda. “A Amazônia Azul é um dos projetos mais estratégicos para o país. Se estamos descobrindo riquezas como o pré-sal, há 150 milhas, imagine o que não podemos achar nas 350 milhas pleiteadas”, salienta.
Segundo Danilo Koetz Calazans, oceanógrafo da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), a Amazônia Azul, comparada à Amazônia Verde, tem mais riquezas. “A floresta, sem dúvida, tem maior biodiversidade. Porém, a Amazônia Azul tem muito mais potencial do ponto de vista animal, farmacológico, energético, mineral e socioeconômico”, justifica.
Para definir o valor de um bioma é preciso analisar os recursos naturais que ele oferece. Os recursos marinhos são classificados em quatro categorias: minerais, de biodiversidade, energéticos e não extrativos. Começando pela exploração de minérios de valor industrial, a Amazônia Azul dispõe de cascalhos, areias e argilas, calcário, além de metais nobres, como ouro, platina, magnetita, cassiterita, óxidos de titânio entre outros. Entre os recusos energéticos, o petróleo e o gás natural são os principais, sendo a descoberta de óleo e gás na camada de pré-sal um dos exemplos mais recentes.
Já a biodiversidade da região ainda é pouco conhecida. De acordo com o especialista em ecologia bêntica e gerenciamento costeiro Alexander Turra, do Instituto de Oceonografia da Universidade de São Paulo (USP), há um imenso potencial biotecnológico submerso. “Várias áreas na costa não foram estudadas ainda. Acreditamos que ali exista uma grande chance de acharmos novas espécies que possam servir como potencial biotecnológico, principalmente na questão de fármacos”, avisa.
Preservação
Do ponto de vista ambiental, o papel do mar na fixação de carbono atmosférico e no controle do clima global é tão difícil de medir quanto o do bioma amazônico. “Entretanto, a Amazônia e todas as florestas tropicais do planeta sempre foram os principais alvos do movimento conservacionista internacional, com o mar geralmente em segundo plano, recebendo alguma atenção da mídia nas raras ocasiões em que ativistas abordam heroicamente navios pesqueiros asiáticos, verdadeiros piratas da biodiversidade marinha”, afirma o oceanógrafo Frederico Brandini em um de seus artigos.
Calazans também chama a atenção para o fato de haver poucos projetos na área marinha. “É um campo inesgotável para estudos tanto na área biológica, quanto geológica, física, química e oceonográfica. Poucos sabem, mas estamos preparando pessoal especializado para atuar na Amazônia Azul e assim aumentar a área de atuação e exploração oceânica”, informa.
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Re: Última Fronteira do Brasil
É, fiquei sabendo... , mas vai ser assim daqui para a frente. Temos que nos preparar para em 2022 podermos comemorar o bicentenário da Marinha do Brasil com (pelo menos) um submarino Nuclear operacional.Marino escreveu:Vinicius Pimenta escreveu:Comandante, agora com esse tal de pré-sal, coisa pequena, bobaginha de algumas dezenas de bilhões de barris de petróleo, não pode rolar uma pressãozinha básica nos bastidores para a ONU não aprovar o pedido brasileiro?
Como, por pura coincidência, é claro, um mexicano rejeitar sistematicamente toda a argumentação do Brasil?
Nããããããoooooo, paranóia nossa.
Malucos esses DBistas.
Mais malucos ainda o pessoal da MB, que responde ao tal mexicano ponto por ponto, tirando o mesmo do sério.
No começo será assim, coisa light, depois as pressões serão de ordem militar mesmo. E quem estará na linha de frente será a MB.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Re: Última Fronteira do Brasil
(Aos poucos, o tema "Defesa" ganha espaço na mídia e a atenção dos jornalistas e veículos)
A importância de conhecer a "Amazônia Azul"
Atualizado em 04 de dezembro de 2009 às 21:44 | Publicado em 04 de dezembro de 2009 às 21:33
por Luiz Carlos Azenha
Faz alguns meses estive fazendo uma reportagem de televisão a bordo de um navio brasileiro no Rio de Janeiro. Não digo o nome para não criar qualquer constrangimento. Os oficiais da Marinha com os quais almocei elogiaram muito o governo Lula. Por três motivos:
1. A recuperação da indústria naval brasileira;
2. O investimento no submarino nuclear;
3. O reconhecimento da importância da "Amazônia azul".
Pedi que me explicassem do que se tratava e um dos oficiais me mandou vídeos e outras informações. É o conceito segundo o qual o mar territorial brasileiro guarda grandes riquezas inexploradas, a primeira das quais é o pré-sal. Mas não é só: a longo prazo, já se considera a possibilidade de fazer exploração de minérios no subsolo marítimo. E há toda a fauna e a flora aquáticas, que podem guardar segredos tão importantes quanto a Amazônia verde para a biotecnologia, por exemplo.
Por isso, argumentaram os oficiais, é importante que o Brasil cuide de sua costa. É importante que desenvolva a sua Marinha. E é importante que impeça que outras nações assumam o controle do Atlântico entre o Brasil e a África.
Interessa ao Brasil, portanto, desenvolver relações com todos os países da costa ocidental da África: trata-se de espaço geopolítico que dividimos com eles. É importante a relação do Brasil com a Namíbia e Angola. Temos interesses comuns: petróleo na plataforma continental e a regulamentação da pesca nas costas do Brasil e da África, para impedir a pesca predatória.
Faz todo o sentido e é por isso que sugiro aos professores leitores do blog que debatam este assunto com seus alunos e aos jornalistas que pensem na possibilidade de fazer essa pauta. É um tema riquíssimo e inovador.
Deixo com vocês, em PDF, um arquivo que me foi mandado por um oficial da Marinha.
https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/amazoniazul.pdf
E aqui o link da Marinha que tem dois livros didáticos, de História e Geografia, para serem baixados em PDF.
https://www.mar.mil.br/menu_v/amazonia_ ... a_azul.htm
A importância de conhecer a "Amazônia Azul"
Atualizado em 04 de dezembro de 2009 às 21:44 | Publicado em 04 de dezembro de 2009 às 21:33
por Luiz Carlos Azenha
Faz alguns meses estive fazendo uma reportagem de televisão a bordo de um navio brasileiro no Rio de Janeiro. Não digo o nome para não criar qualquer constrangimento. Os oficiais da Marinha com os quais almocei elogiaram muito o governo Lula. Por três motivos:
1. A recuperação da indústria naval brasileira;
2. O investimento no submarino nuclear;
3. O reconhecimento da importância da "Amazônia azul".
Pedi que me explicassem do que se tratava e um dos oficiais me mandou vídeos e outras informações. É o conceito segundo o qual o mar territorial brasileiro guarda grandes riquezas inexploradas, a primeira das quais é o pré-sal. Mas não é só: a longo prazo, já se considera a possibilidade de fazer exploração de minérios no subsolo marítimo. E há toda a fauna e a flora aquáticas, que podem guardar segredos tão importantes quanto a Amazônia verde para a biotecnologia, por exemplo.
Por isso, argumentaram os oficiais, é importante que o Brasil cuide de sua costa. É importante que desenvolva a sua Marinha. E é importante que impeça que outras nações assumam o controle do Atlântico entre o Brasil e a África.
Interessa ao Brasil, portanto, desenvolver relações com todos os países da costa ocidental da África: trata-se de espaço geopolítico que dividimos com eles. É importante a relação do Brasil com a Namíbia e Angola. Temos interesses comuns: petróleo na plataforma continental e a regulamentação da pesca nas costas do Brasil e da África, para impedir a pesca predatória.
Faz todo o sentido e é por isso que sugiro aos professores leitores do blog que debatam este assunto com seus alunos e aos jornalistas que pensem na possibilidade de fazer essa pauta. É um tema riquíssimo e inovador.
Deixo com vocês, em PDF, um arquivo que me foi mandado por um oficial da Marinha.
https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/amazoniazul.pdf
E aqui o link da Marinha que tem dois livros didáticos, de História e Geografia, para serem baixados em PDF.
https://www.mar.mil.br/menu_v/amazonia_ ... a_azul.htm
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Re: Última Fronteira do Brasil
Sim, normal, devem reconhecer sim este governo LULA, pois nunca na historia deste país... agora que o Fx2 está(queira Deus) acabando, vai faltar sò o EB pra a contentar.
Mas é interessante que a imprensa fale e chegue sempre tarde nas questões cruciais para o desenvolvimento nacional, como é esta Amazônia Azul.
Mas é interessante que a imprensa fale e chegue sempre tarde nas questões cruciais para o desenvolvimento nacional, como é esta Amazônia Azul.
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Re: Última Fronteira do Brasil
Olha aí, notícia importante. Mensagens não suficientemente cifradas espalhadas ao longo do texto:
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia ... 27957.html
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Brasil precisará de acerto com ONU para expandir exploração de petróleo
08/12 - 14:55 - Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro
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RIO DE JANEIRO - O governo brasileiro precisará definir limites de fronteiras marítimas com a Organização das Nações Unidas (ONU) para explorar petróleo em áreas ao Nordeste do País. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ao iG que algumas áreas exploratórias estão localizadas em regiões que são alvo de disputa internacional. No pré-sal, segundo ele, não há contestação. É considerado território nacional a distância de 200 milhas além da costa brasileira
* Queima de gás pela Petrobras quase iguala consumo do Rio
“Há contestação de algumas áreas fora do pré-sal. Por diferença de interpretação de limites, por parte de outros [países]. Então, em conseqüência disso, o Brasil não fechou ainda acordo internacional das novas áreas [de fronteiras]”, explicou Gabrielli.
Após a entrevista ao iG, nesta manhã, na sede da Petrobras, no Rio, Gabrielli seguiu para Brasília, para um encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O ministro é responsável pelas discussões sobre limites de fronteiras junto à ONU, mas Gabrielli nega que este seja o tema do encontro. O executivo se limitou a dizer que a reunião com Jobim vai tratar de questões de “logística, poluição, desenvolvimento tecnológico, infraestrutura” e assuntos “amplos, gerais e irrestritos”.
É importante ressaltar que, recentemente, o Ministério da Defesa manifestou intenção de contratar submarinos para proteger a produção de campos de petróleo.
Até a África
Gabrielli confirmou que pode haver grandes reservatórios de petróleo abaixo da camada pré-sal ao longo do oceano Atlântico, entre a costa brasileira e a africana. Mas ele explicou que, por causa da estrutura geológica dos oceanos, os reservatórios não são contínuos.
“A partir de determinadas profundidades não tem petróleo por causa da pressão. A pressão da água, em lâminas d’água muito profundas, não permite que tenha petróleo. [...] Isso [possibilidade de reservatórios no oceano Atlântico, longe da costa brasileira] depende da anatomia dentro do mar. As fossas entre os dois continentes são de quatro mil metros. Mas em alguns locais podem existir [reservatórios]”.
O geológo Márcio Mello, presidente da HRT Petróleo, também avalia que o petróleo pré-sal extrapola as fronteiras do Brasil. “Você acha que o petróleo do pré-sal acaba justamente onde termina a fronteira do Brasil?”, indaga. Onde há fissuras e a profundidade não é tão grande, segundo ele, há reservas, como indicam estudos baseados em satélites.
Gabrielli, contudo, sinaliza que não há necessidade de discutir ou pleitear a ampliação das fronteiras brasileiras em relação ao pré-sal, mesmo que ali haja petróleo. Dada a dimensão do que já está legitimamente nas mãos do Brasil, não haveria recursos para explorar as demais áreas.
“Nós temos tanta coisa ainda a fazer aqui ... São 149 mil quilômetros quadrados dos quais só 42 são concedidos. [O que foi licitado] É aquela picanha do pré-sal”, concluiu.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"