Dieneces escreveu:Caro , Orestes .Discordo respeitosamente do amigo , no atacado e no varejo. A política externa de Lula de enfrentamento aos EUA e de despeito aos países "desenvolvidos" é um caminho perigoso e que logo nos dará dissabores desnecessários . E isso por Lula não querer deixar desamparados seus companheiros do Foro de São Paulo , notadamente Chávez . Falar que Lula chamou alguém de Hipócrita é dizer que o roto falou do esfarrapado , logo ele que condenou as eleições de honduras e baba para as NÃO-ELEIÇÕES cubanas , que vibra com as eleições no mínimo suspeitas iranianas e diz que os protestos da oposição no Irã são "choro de torcedor". Lula é um boquirroto que não está sabendo acompanhar com dignidade o avanço brasileiro no concerto das nações , esse amadrinhamento de Ahmadinejad é lapidar no escárnio aos europeus e norte-americanos que estão sendo peitados seguidamente pelo programa nuclear iraniano . Lula disse , embora a maioria aqui do DB , quer desconhecer/tangenciar , que EUA , Rússia , não tem moral para barrar o programa nuclear iraniano , diz que "para se ter moral para dizer para os outros (Irã) NÃO TEREM é preciso não ter"....uma nítida admissão da possibilidade do Irã possuir o que EUA e Rússia (e Israel) JÁ TÊM . Trazendo a prepotência despótica de Lula para o nosso terreno familiar do FX2 , sua declaração de 7 DE SETEMBRO , ao arrepio do calhamaço de avaliações da FAB , PASSANDO POR CIMA de tudo e de todos , criando embaraço para todos ,mais reforça a posição no mínimo descuidadamente petulante do supremo mandatário brasileiro . A vida segue , todavia . O Irã não terá permissão para possuir armas nucleares . A utopia bolivariana começa a fazer água na medida que avança no sentido de aplicar princípios de governança de cunho cubano-soviético na economia venezuelana . E tem ainda a ridícula investida de Lula no avanço de sua RealPolitik em direção ao Norte , albergando em conluio com Chávez o ex-presidente Zelaya , na embaixada brasileira de Tegucigalpa , buscando com isso um levante popular que o reinstalasse no governo . Erro primário de Lula .Bastava consultar o Itamaraty para saber que Zelaya não tinha apoio popular , do congresso , do ministério público , da suprema corte , das forças armadas...de nadie . Pelos últimos informes Zelaya deve procurar asilo no exterior....fala-se do Brasil...Quando Lula movimenta sua diplomacia sindical de botequim , o Barão de Rio Branco se revira no túmulo . Saudações Não-Lineares .
Grande Tio Dieneces,
a discordância é a típica comprovação da verdadeira amizade, só verdadeiros amigos se sentem a vontade e com liberdade para contrapor.
Em meu post anterior disse que não entraria no mérito de julgar as ações e atitudes do presidente Lula, ou seja, o recado seria de outra natureza. Porém, entendo, as ações e atitudes de nosso presidente não me parecem frutos de improvisos, ao contrário, só coadunam com a tese de um projeto grandioso e muito bem articulado. Tudo isso está sendo muito bem articulado, onde o que estamos vendo são frutos de algo previamente planejado no passado recente.
Um país pequeno (não necessariamente em extensão) não surtiria efeito algum em se rebelar contra gigantes só porque ficou "putinho" com algo. Isto seria seria pagar mico, seria estúpido, seria um suicídio, inclusive político. Para agir assim é preciso ter condições para tal, tem que ter consciência do poder ir além, medir consequências e acima de tudo ter a completa convicção que será ouvido por quem é de direito. Falar para plateia inexistente é o mesmo que ficar calado.
Veja bem, o Chavez recebeu o presidente iraniano também, na mesma época, ficando, inclusive, mais tempo na Venezuela. Pergunto: qual a repercussão disso no mundo? Respondo: nenhuma! Em qual país, tirando o Brasil em virtude de fortes ideologias localizadas, dão ouvido ao que é dito pelo líder boliviano? E por aí vai...
Meu recado anterior (linearidade da forma-pensamento) é justamente sobre isso, ou seja, não se precipitar no julgamento sobre aquilo que não se consegue compreender. O grande Tio amigo se limita a julgar as ações isoladas do presidente Lula, mormente motivado por ideologias outras do que pelo conjunto da obra. Não há mal nisso, mas sempre questiono formas-pensamento desta natureza quando tento vislumbrar como seria os julgamentos se os discursos e retóricas dos líderes coincidissem com as nossas. Por exemplo (apenas isso), se o Lula demonstrasse total apoio político ao Gripen NG (ao invés do Rafale), qual seria a opinião do nobre Tio nestas horas? Como seria a posição do amigo Santiago se o presidente no 7 de setembro último "escorregasse" vazando a ideia que seu escolhido político fosse o F/A-18 SH? (Tomei dois nomes que tenho como amigo para usar em meus exemplos, usei e abusei da liberdade, não faria com qualquer outro, espero que compreendam).
O Tio parece não ter percebido a verdadeira razão de ser sobre os acontecimentos. Veja, o Brasil comanda a intervenção da ONU no Haiti, interferiu fortemente nas questões de Honduras, "buscou" o Ahmadinejad lá no confuso Irã para ser bem recebido no Brasil, tem dado fortes recados para alguns países da AS, tem assumido posições duras em questões internacionais e como se isto fosse pouco, resolveu usar a nobre Angela Merkel como menina de recado para o Obama.
De duas, uma: ou o Brasil pretende entrar em conflito armado contra uma potência militar ou o Brasil apenas demarca de uma vez por todas o seu real espaço no cenário mundial. A compreensão disso, como de costume, ocorre décadas mais tarde, porém é possível antecipá-la através do uso de olhos críticos sobre o que o presente revela, sempre assumindo que os feitos (hoje) são consequências da forma-pensamento do passado recente. Se não for assim, então deve-se assumir o improviso. Suponho que há improviso (e não sabedoria) em tudo isto, então devemos afirmar que o Brasil não está apto a conquistar o espaço sonhado. Se não está apto, pronto, então não temos que reclamar de nada, apenas abaixar a cabeça (e talvez alguns complementem: as calças também).
A prova que existe sabedoria (e não improviso) reside no fato que nenhuma potência teria neste momento condições críveis para peitar um país como o Brasil. Primeiro pela pindaíba econômica (suas "crises" interna), segundo que moralmente não conseguiriam justificar qualquer intervenção, terceiro que não têm condições políticas, sociais e econômicas para aglutinar esforços e apoios. Veja que o Brasil se encontra diametralmente oposto a tudo isso, portanto, existe momento oportuno para estes tipos de ações e abordagens. E só se aproveita de momentos oportunos quando se há planejamento antecipado, ou seja, se constrói os fatos e momentos. Isto é sabedoria, portanto não é improviso.
E é bom que se diga que tudo isto não é motivado por questões ideológicas (como muitos aqui equivocadamente acreditam), mas por oportunidades construídas, até porque as ações e fatos (ocorridos) são claramente pensamentos de Direitas e este governo é claramente progressistas (portanto, não de Direita). Assim sendo, vejo apenas um movimento antagônico a tudo que é feito pelo presidente Lula, não por ideologias, mas por falta dela, ou como diz minha mãe, por "picardia" mesmo. Associar os acontecimentos protagonizados pelo presidente Lula a qualquer tipo de ideologia é no mínimo um erro crasso, pois tudo (feito por ele) contraria os mais singelos fundamentos das mesmas.
A verdade é que existem dois grupos nítidos que criticam as ações do presidente Lula: aqueles que são contra ele (Lula) porque torcem por um caça diferente do "preferido político" (Rafale); aqueles que torcem por um caça que não seja o Rafale e que se sentem obrigados a ser contra o Lula. O terceiro grupo é constituído por aqueles que não atrelam o Rafale com o Lula (e vice-versa), apenas torcem pelo país. Isto tanto é verdade que os pertencentes os dois primeiros grupos sempre fazem questão de dizer que a FAB deveria ser a única a escolher o caça (inclusive sugerindo que não se siga o que está disposto nas leias), ou seja, tentam a todo custo demonstrar que a FAB não está ao lado do governo (e vice-versa) no processo do FX-2.
E como disse que não há ideologias nestes nobres amigos do fórum, visto haver enorme discrepâncias e contradições no que diz respeito aos fundamentos ideológicos (qualquer que seja), então digo que há apenas convicção pessoal, algo do tipo, "sou contra porque sou" (igualmente, "sou a favor porque sou"). Segundo o Aurélio, convicção: "persuasão íntima".
Grande abraço, meu tio, a sua benção!
Orestes