Caro Czarccc,
Vamos por partes.
czarccc escreveu:
Sim Wesley, concordo com você e com a FAB. O derby era a melhor escolha. Mas você concorda que esses argumentos que você apresentou, que provavelmente nortearam a decisão da FAB/GF, com os quais concordo, não são exatamente critérios objetivos.
O Derby era a melhor escolha e única opção para a FAB. Naquele momento a Força Aérea não poderia arriscar seus parcos recursos numa solução exótica e com resultados duvidosos. Quanto aos critérios serem ou não objetivos, para mim o são. Ela tinha uma opção cujo resultado era garantido, uma empresa que já tinha feito a modernização dos F-5 de Cingapura, a troca de informações entre a Rafael e a Elbit seria facilitada por se tratarem de duas empresas israelenses, custo final de modernização e integração menores, etc. Não existe objetividade nesses critérios?
czarccc escreveu:São base para uma escolha, são lógicos, mas não se sustentariam sob as regras de licitação.
Por que abrir uma licitação sabendo que o custo de integração de outro BVR seria computado, elevando ainda mais o preço final? Qual a razão de se fazer isso?
czarccc escreveu:Estou te dizendo, os russos levariam.
Não é tão fácil assim. Você está apenas considerando o custo dos mísseis. Mas e o custo de integração? No final esse barato iria sair caro e sem garantias quanto ao resultado final. A Elbit poderia até pagar a multa contratual por não cumprir sua parte. Mas qual seria o preço a ser pago por nós? Teríamos que iniciar um novo processo, escolher outra empresa, aguardar mais alguns anos, iniciar tardiamente na doutrina BVR, etc.
czarccc escreveu:Em outras palavras, foi uma decisão política/técnica, como ocorre em todo mundo nesses casos. Não foi licitação e nem deveria ter sido.
Discordo, foi uma decisão unicamente técnica. Se você acha que tinha fatores políticos, gostaria que os citasse para podermos nos situar.
czarccc escreveu:Repito, porque o geverno russo não envia RFI e RFP para a Boeing e a LM quando quer comprar um caça ou armamentos? Porque não abre uma licitação? Porque o Mig-29 e o Su-33 não concorreram, em licitação, com o Super Hornet para equipar a US Navy? Respondo, porque em qualquer lugar do mundo esse tipo de compra é feito sob critérios relativamente subjetivos, que envolvem questões geopolíticas, técnicas, de capacidade industrial, etc.
Desculpe, mas seu exemplo é pra lá de equivocado e em nada se compara ao tema em debate. Lembre-se que esses dois países que você citou já possuem industrias consolidadas e capacitadas em diversas áreas a suprir suas respectivas necessidades. O que não é o caso do Brasil. Nossa industria, em alguns setores, ainda é incipiente, por isso nosso maior interesse na ToT. Como não temos uma “Boeing” e muito menos um "MiG-29", abrimos uma concorrência para comprarmos o melhor pacote.
Quando se tem uma empresa que pode suprir as necessidades, pode-se usar argumentações relativamente subjetivas no intuito de privilegiar o parque industrial do país e fortalecer seu poderio militar. Assim foi feito com a Embraer para o desenvolvimento do KC-390.
czarccc escreveu:Se alguém considera "imoral" esse tipo de conduta, só há países imorais no mundo. Além disso igualmente é imoral a compra dos Derbys, Litening III, Skyshield, além de diversas compras militares feitas sob o argumento legal do inciso IX do artigo 24 da lei 8.666.
Não foi imoral, foi uma decisão técnica. Qual o custo final que teríamos que assumir ao optarmos por outros equipamentos/armamentos?
Abraços,
Wesley