GEOPOLÍTICA

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Pasquale Catozzo
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Re: GEOPOLÍTICA

#916 Mensagem por Pasquale Catozzo » Dom Nov 08, 2009 10:20 am

Enlil escreveu:Sábado, 7 de novembro de 2009, 14:06

China aumentará ajuda à África apesar de crise financeira

MARIAM KAROUNY - REUTERS

SHARM EL-SHEIKH, EGITO - A China vai aumentar seu investimento e apoio a países africanos apesar dos efeitos da crise econômica global, concordando em elaborar acordos para serem assinados durante uma cúpula no Egito, no domingo.

O evento acontecerá em um momento em que o apetite chinês por matérias primas, especialmente petróleo e minérios, ajuda a estimular o crescimento na África.

O premiê chinês, Wen Jiabao, se reunirá com líderes africanos em um resort em Sharm El-Sheikh, Egito, chegando ao maior nível de contato entre ambos os lados desde quando o presidente chinês, Hu Jintao, prometeu em 2006 cerca de 5 bilhões de dólares em empréstimos para a África.

"Apesar de nossas próprias dificuldades devido ao impacto da crise financeira global, a China expressa comprometimento com uma assistência à Africa em escala maior", segundo esboço do plano de ação que deve ser acordado entre os dois lados, cuja cópia foi obtida pela Reuters.

"Nos próximos três anos, o lado chinês continuará a fornecer empréstimos para países africanos, que serão usados principalmente para apoiar projetos de infra-estrutura e de desenvolvimento social."

O comércio entre a China e a África saltou na última década, puxado pelas necessidades de recursos naturais da China e crescente demanda africana por produtos chineses baratos.

Em 2008, o comércio total somou 106,8 bilhões de dólares, alta de 45,1 por cento em relação a 2007. Em 2000, o fluxo foi de apenas 10,5 bilhões de dólares.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 2753,0.htm

Isso deveria ser terreno de jogo nosso também, deveriamos invertir mais na África e menos no merdosul, no qual já estamos perdendo também terreno pros chineses.




"Gutta cavat lapidem"
Bender

Re: GEOPOLÍTICA

#917 Mensagem por Bender » Dom Nov 08, 2009 11:22 am

Reportagem em caderno Especial do Financial Times,sobre o Brasil muito abrangente,talvez não fosse o caso de postar esse link aqui,mas nem no Gerais encontrei tópico que suportasse todos os assuntos tratados.

Vale a pena conferir mais uma vez,como o país é visto lá fora no momento que atravessa.

http://www.ft.com/reports/invest-brazil-2009

Sds.




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Re: GEOPOLÍTICA

#918 Mensagem por Enlil » Dom Nov 08, 2009 3:46 pm

Pasquale Catozzo escreveu:
Enlil escreveu:Sábado, 7 de novembro de 2009, 14:06

China aumentará ajuda à África apesar de crise financeira

MARIAM KAROUNY - REUTERS

SHARM EL-SHEIKH, EGITO - A China vai aumentar seu investimento e apoio a países africanos apesar dos efeitos da crise econômica global, concordando em elaborar acordos para serem assinados durante uma cúpula no Egito, no domingo.

O evento acontecerá em um momento em que o apetite chinês por matérias primas, especialmente petróleo e minérios, ajuda a estimular o crescimento na África.

O premiê chinês, Wen Jiabao, se reunirá com líderes africanos em um resort em Sharm El-Sheikh, Egito, chegando ao maior nível de contato entre ambos os lados desde quando o presidente chinês, Hu Jintao, prometeu em 2006 cerca de 5 bilhões de dólares em empréstimos para a África.

"Apesar de nossas próprias dificuldades devido ao impacto da crise financeira global, a China expressa comprometimento com uma assistência à Africa em escala maior", segundo esboço do plano de ação que deve ser acordado entre os dois lados, cuja cópia foi obtida pela Reuters.

"Nos próximos três anos, o lado chinês continuará a fornecer empréstimos para países africanos, que serão usados principalmente para apoiar projetos de infra-estrutura e de desenvolvimento social."

O comércio entre a China e a África saltou na última década, puxado pelas necessidades de recursos naturais da China e crescente demanda africana por produtos chineses baratos.

Em 2008, o comércio total somou 106,8 bilhões de dólares, alta de 45,1 por cento em relação a 2007. Em 2000, o fluxo foi de apenas 10,5 bilhões de dólares.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 2753,0.htm

Isso deveria ser terreno de jogo nosso também, deveriamos invertir mais na África e menos no merdosul, no qual já estamos perdendo também terreno pros chineses.
Integração regional é o primeiro dever de casa do Brasil. Simultaneamente estamos nos tornando grandes investidores na África. Os grandes investimentos chineses na África são para fornecimento de matérias-primas e petróleo, recursos q temos :wink:.




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Re: GEOPOLÍTICA

#919 Mensagem por Enlil » Dom Nov 08, 2009 3:49 pm

Atualizado em 8 de novembro, 2009 - 13:00 (Brasília) 15:00 GMT

China promete US$ 10 bi em empréstimos para a África

O governo da China vai emprestar US$ 10 bilhões (cerca de R$ 17 bi) para a África nos próximos três anos, prometeu neste domingo o primeiro-ministro chinês Weng Jiabao durante uma reunião de cúpula no Egito.


O líder chinês participa do encontro de dois dias sobre cooperação entre a China e a África em Sharm el-Sheik, com representantes de 50 países.

“Vamos ajudar a África a construir capacidade de financiamento”, disse Wen, que também apresentou planos para cancelar as dívidas dos países mais pobres do continente nos próximos três anos.

Vários chefes de Estado participam da cúpula, entre eles os presidentes do Sudão e do Zimbábue.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, abriu a quarta reunião de cúpula entre a China e o continente africano falando de “paz, segurança e crescimento” e “aumento da cooperação entre a China e a África”.

O premiê chinês disse ainda que a China está planejando criar programas ambientais para a África, incluindo 100 projetos de energia limpa.

No passado, o Ocidente acusou a China de explorar os recursos naturais da África – para abastecer sua crescente economia – fazendo “vista grossa” aos abusos contra os direitos humanos cometidos pelos governos de alguns países com quem mantém negócios.

Dias antes da cúpula, o jornal estatal chinês Global Times afirmou que “o Ocidente tem inveja porque a China e a África estão se aproximando”, citando um especialista sobre relações entre China e África, que teria dito que “os Europeus vêem a África como seu quintal”.

Na última cúpula de cooperação, três anos atrás em Pequim, a China prometeu US$ 6 bilhões (cerca de R$ 10 bi) em assistência para o continente e assinou acordos para remediar ou cancelar as dívidas de mais de 30 países chineses.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... a_ba.shtml




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Re: GEOPOLÍTICA

#920 Mensagem por douglas » Dom Nov 08, 2009 8:11 pm

08/11/2009 - 07h00
'Obama é o presidente da renovação ou será o Gorbachev americano?', pergunta demógrafo que previu o fim do comunismo
Haroldo Ceravolo Sereza
Do UOL Notícias
Em São PauloEm 1976, um demógrafo francês, após analisar dados sobre a população soviética, publicou seus estudos com um título ousado: "A Queda Final - Ensaio sobre a Decomposição da Esfera Soviética" ("La Chute Finale - Essai Sur La Décomposition de la Sphère Soviétique").


Antes que Ronald Reagan chegasse ao governo dos Estados Unidos, antes que a Igreja Católica escolhesse um papa polonês e muito antes que as palavras "Glasnost" e "Perestroika" fossem popularizadas no Ocidente pelo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev, Emmanuel Todd previu que problemas estruturais estavam minando de forma definitiva o poder do PC.

Um dos dados que mais chamaram a atenção de Todd foi a supressão, nas estatísticas oficiais, de dados relacionados à mortalidade infantil. Isso indicava que elas deviam estar subindo. Essa e outras informações oficiais indicavam que o planejamento econômico centralizado no modelo stalinista estava em crise.

Treze anos depois, as previsões começaram a se confirmar.


Especial: 20 anos da queda do muro

O demógrafo Emmanuel Todd, que previu, nos anos 1970, a derrocada do sistema soviético

Leia também: Trabant, orgulho da Alemanha Oriental, une Berlim
http://noticias.uol.com.br/especiais/mu ... 84u21.jhtm
"A Rússia saiu de forma muito elegante do comunismo, sem muito sofrimento, sem grande derramamento de sangue, quase nenhum. A história real é cheia de paradoxos, não é a história dos sistemas ou das ideias puras. A verdade é que quem venceu o nazismo foram os russos. O grande paradoxo da história é que o sistema stalinista contribuiu largamente para salvar a humanidade", disse Todd, em entrevista ao UOL Notícias.

Na combinação de estatística e geopolítica, Todd foi além. Passou a defender que também o sistema imperial norte-americano vivia uma crise, e o mundo, depois da bipolaridade da Guerra Fria e da tendência unipolar dos anos 1990, conheceria o poder multipolar. É a tese central do seu livro "Depois do Império: a Decomposição do Sistema Americano" (Record, 2003).

Sobre o governo norte-americano de Barack Obama, ele faz uma ligação com a crise do sistema soviético: "Será que Obama é o presidente da renovação ou será o Gorbachev americano? Quando vemos a massa de problemas não resolvidos, volta do desemprego, guerra do Afeganistão... Há, no entanto, uma última força para os EUA. É que o mundo tem medo do vazio."


Especial: 20 anos da queda do muro

Vinte anos após a queda do muro, comunistas governam 7 países e 20% da população mundial
Em fotos, a história do muro
Bisneto critica uso de música de Wagner em festa
Mais no especial
Para Todd, as estruturas familiares ajudam a explicar porque o sistema soviético ruiu enquanto o Partido Comunista chinês sobreviveu, apesar de até hoje a China manter fortes traços da organização stalinista.

"Se pensarmos que na China há 1,3 bilhão de pessoas hoje, e que na Rússia há 140 milhões, vamos perceber que, do ponto de vista populacional, a maior parte do comunismo sobreviveu", diz ele. Na sua opinião, o sistema familiar chinês, mais autoritário que o russo, ajudou o PC chinês a ter condições de comandar uma aproximação controlada com a economia capitalista.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

LOUCURAS COMPLEMENTARES
"O sistema ultraliberal é uma espécie de loucura complementar do comunismo. O comunismo é a ideia maluca de que a coletividade é tudo, e o ultraliberalismo é a ideia maluca de que o indivíduo é tudo. Numa sociedade normal, é preciso considerar que há o indivíduo e a coletividade."

SISTEMA REGULADOR
"A União Soviética se tornou uma espécie de sistema regulador do capitalismo. Isso quer dizer que, na época do comunismo, a classe dirigente do mundo ocidental era obrigada a levar em conta os interesses da sua população, dos operários. A queda do comunismo colocou os países ocidentais numa situação de desequilíbrio, numa corrida desesperada pelo dinheiro."


A história de ex-pedreiro que ficou rico vendendo pedaços do muro a turistas
Pessoas que viveram na Berlim dividida contam suas histórias
Pedaços do muro de Berlim pelo mundo
Lados de Berlim são iguais hoje, diz membro da embaixada
GLOBALIZAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO
"O sistema político e as organizações econômicas são a superfície das coisas. Quando as pessoas pensam na globalização, elas pensam em comércio mundial, livre comércio e, eventualmente, difusão de valores políticos. Para mim, a globalização é outra coisa, é a elevação do nível educativo em todo o planeta. Na época do capitalismo e do comunismo triunfantes, na primeira metade do século 20, a Europa, os Estados Unidos e o Japão eram alfabetizados. O que se passou após a Segunda Guerra Mundial foi um enorme desenvolvimento, com a aceleração da alfabetização das populações. Mas nas novas gerações, mais da metade das pessoas sabe ler, mais que isso em certos casos. Em 2030, a totalidade do planeta será alfabetizada.

E é a alfabetização que 'ativa' as populações. Ativa nos planos ideológico, político e, sobretudo, no plano econômico. O conjunto do planeta está se desenvolvendo, por isso há a emergência de países como a China. A China é importante porque ela desequilibra as economias ocidentais, mas agora há o Brasil, a Índia, os novos grandes atores. E, ligada a essa decolagem, há a elevação do nível educativo, em populações que estão ainda em crescimento. Portanto, a ideia de um mundo unipolar, a ideia de que os Estados Unidos, com seus 300, 310 milhões de habitantes, vão controlar um planeta alfabetizado com 6 bilhões de habitantes é absurda."



O muro de 155 km de extensão dividia Berlim em duas partes

Veja imagem ampliada no álbum
CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES
"Eu escrevi um livro para rebater essa tese (a do choque de civilizações, de Samuel Huntington), chamado "Le Rendez-Vous des civilizations" (O Encontro das Civilizações), com meu amigo Youssef Courbage, um demógrafo especializado no mundo muçulmano. Não penso que haverá um choque de civilizações. Acho, ao contrário, que tendemos para uma convergência razoável, o que não significa, claro, a uniformidade.

O choque de civilizações, entre o mundo cristão e o muçulmano, é uma bobagem, uma idiotice. Eu acho que os antagonismos vêm do fato não apenas de que os países estão em momentos diferentes de desenvolvimento econômico, mas que não estão no mesmo momento histórico. Se você compara cada país em relação aos outros países, você tem uma espécie de 'tempo real' histórico. A China, agora, por exemplo, está completamente alfabetizada, exceto pelos mais velhos. Está agora em termos de alfabetização onde estava a Europa Ocidental no final do século 19. O crescimento chinês, a violência das relações sociais na China, o nacionalismo, tudo o que encontrávamos na Europa do século 19. Há um conflito, em princípio, mas é um conflito que nasce de uma distância histórica."


A queda segundo Gorbachev
A História desembestou. Em 9 de novembro, foi o Muro que se abriu, e depois, foi um turbilhão incontrolável. A História transbordou.

Leia mais
RÚSSIA HOJE
"A Rússia continua sendo um ator muito importante. Um dos pecados do Ocidente é tratar mal a Rússia após o fim do comunismo. Os russos saíram com muita elegância de uma situação imperial, saíram de uma república popular, deixaram sair de um regime federativo as repúblicas balcânicas, passaram para um regime que não é uma democracia perfeita, há um controle da informação etc., mas, se comparamos o estado de liberdade da Rússia hoje com a da época do comunismo, é claro que avançaram numa boa direção.

A sensação que eu tenho é que os EUA queriam explodir a Rússia, e os jornalistas ocidentais hoje criticam mais a Rússia do que na época em que ela era totalitária. Um jornal com o "Le Monde", por exemplo, quando eu trabalhava nas páginas de cultura, nos anos 1970, era bastante polido com a Rússia. Quando fazíamos um artigo desagradável em relação ao comunismo, éramos interpelados pela direção. Agora que o comunismo acabou e que há eleições na Rússia, o mundo não para de insultá-la."

AMÉRICA À BEIRA DA LOUCURA
No período recente, nos vivemos uma situação estranha também. É para mim muito claro que, na época de [George W.] Bush, a América (Estados Unidos) ficou à beira da loucura. E isso começou a acontecer quando ela acreditou que a Rússia tinha afundado completamente, por volta de 1996, 1997, ainda na segunda administração de Bill Clinton.

Para quem se preocupa com a relação de forças, não tanto com a natureza do sistema político, há uma potência que permite o equilíbrio da potência nuclear estratégica norte-americana, que é a Rússia. Enquanto existir a Rússia, a América não pode fazer só que o lhe importa. A Rússia continua a ser o único país que pode fazer face ao poder nuclear norte-americano, portanto nós não saímos do equilíbrio anterior. Se a Rússia tivesse afundado completamente, não haveria uma outra potência de equilíbrio."

EUA IMPOTENTES, RÚSSIA MAIS FRACA?
"Eu tenho um livro, 'Depois do Império', em que eu profetizo o declínio dos Estados Unidos. E tem um capítulo sobre um retorno da Rússia. No momento, estamos tomando consciência de que a América não domina o mundo. Primeiro, tomamos consciência disto no Iraque e no Afeganistão. Mas acho que o ponto de virada dessa percepção ocorreu quando a Rússia invadiu a Geórgia e os Estados Unidos foram incapazes de reagir. O que foi impressionante foi a impotência completa dos Estados Unidos, que não conseguiu apoiar um aliado.

A Rússia se mostrou muito importante em todo esse período intermediário. Mas, para o futuro, sua fraqueza demográfica é tal - taxa de mortalidade alta, taxa de nascimento baixa, perda de centena de milhares de habitantes por ano - que ela pode deixar de ser uma potência importante."

IRAQUE
"A situação está estabilizada porque os Estados Unidos fizeram vários acordos com diferentes grupos e não controlam mais nada. De fato, o que vai se passar no Iraque quando os americanos se retirarem nós não sabemos. O que restará da Guerra do Iraque para os Estados Unidos é que ela foi uma verdadeira abominação humana. Uma guerra de agressão. Quando contabilizarmos todos os mortos que ela provocou por nada, bloqueando o desenvolvimento normal do Iraque...

Cada país conhece um certo número de 'más-ações' em sua história. Para a França, foi a Guerra da Argélia. Para os Estados Unidos, a bomba atômica de Hiroshima, o Iraque..."

AFEGANISTÃO
"O Afeganistão será a guerra que eles irão perder. É uma guerra perdida, uma catástrofe que se desenvolve. A grande questão para os historiadores será entender por que os dois grandes impérios, o império soviético e o império americano, decidiram morrer militarmente no Afeganistão.

Há algo de surpreendente. Não sou crente, mas se tivesse alguma crença, eu veria nas duas guerras do Afeganistão uma espécie de maldição divina. Uma região do mundo totalmente desprovida de interesse: é um problema para os metafísicos, para os moralistas, não para os especialistas em geopolítica."


A queda segundo Angela Merkel
O muro já começa
a fazer parte da história,
não mais como uma
lembrança viva na mente dos alemães; a reunificação é uma realidade

Leia mais
UNIÃO EUROPEIA
"O papel da União Europeia, hoje, é nulo. Os dirigentes europeus não têm papel nenhum. Eu trabalho no Instituto Nacional de Estudos Demográficos, sou portanto muito sensível às questões da população. Por muito tempo, foi dito que o envelhecimento da população europeia, resultado da baixa taxa de fecundidade, era um problema. Quem elegeu Nicolas Sarkozy (presidente francês) foram os velhos. Eles são cada vez mais numerosos, e deixam que a globalização e o livre-mercado provoquem um empobrecimento da juventude.

Há, claro, outros fatores para a Europa, mas eu sou cada vez mais sensível à questão do envelhecimento da população deste continente. Nas últimas eleições europeias, a direita venceu, e isso é resultado do envelhecimento. Não ocorre, claro, com todo mundo, mas há uma tendência de os mais velhos votarem na direita, é uma regularidade das análises eleitorais."

EUROPA, SUBPOTÊNCIA
"A Europa hoje é o principal massa industrial do planeta. Não são os Estados Unidos, está longe de ser a China. O centro de gravidade industrial do mundo é a Europa, com seu coração na Alemanha. Europa é, do ponto objetivo, no entanto, uma subpotência.

Nós estamos em um momento de hesitação, porque as pessoas acham que a crise mundial terminou. Não acredito. O que aconteceu foi que os Estados Unidos e a Europa conseguiram relançar a economia chinesa. A crise não terminou e nesse momento, talvez os europeus percebam que têm os instrumentos para comandar o mundo. O caso da Europa, no entanto, é impressionante, porque é o caso de uma potência objetiva e de uma subpotência subjetiva."

OBAMA
"Para mim, a questão que resta é se a dinâmica dos clãs norte-americanos, a fraqueza do dólar, as dificuldades para se livrar da atual conjuntura... Será que Obama é o presidente da renovação ou Obama será o Gorbachev americano? Quando vemos a massa de problemas não resolvidos, volta do desemprego, guerra do Afeganistão... Há, no entanto, uma última força para os Estados Unidos. É que o mundo tem medo do vazio. O sistema de dominação ou de liderança não existe somente porque há relações de força, ele existe também porque as pessoas aprovam a ideia de uma necessidade de liderança."




Uma analise para ser discutida.




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Re: GEOPOLÍTICA

#921 Mensagem por Enlil » Seg Nov 09, 2009 12:56 pm

Ssegunda-feira, 9 de novembro de 2009, 08:43

EUA decidem abrir 3ª base na Romênia e irritam russos

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Às vésperas das comemorações dos 20 anos da queda do Muro de Berlim, uma decisão sem muito alarde deixou o governo russo irritado: os Estados Unidos decidiram abrir sua terceira e maior base militar na Romênia. O local escolhido é Constanta, porto estratégico no Mar Negro. Com obras avaliadas em mais de US$ 50 milhões, serão 78 edifícios, escolas e cinema. Tudo a poucos quilômetros das bases russas na região.

Duas décadas após a queda de regimes comunistas no Leste Europeu e do fim da Guerra Fria, o avanço norte-americano na região ainda não terminou. É o que Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, sugere como "a ampliação do Ocidente" pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para ele, a adesão dos países do Leste Europeu à aliança atlântica era inevitável.

Essa adesão está servindo aos interesses de Washington, que hoje ocupa áreas por onde as tropas soviéticas mantinham importantes bases. A estratégia norte-americana é levar ao leste parte de suas tropas que estavam por décadas na Europa Ocidental. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 3357,0.htm

>

E tem gente q ainda acha q o maior problema para a segurança da Europa é a Rússia...




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Re: GEOPOLÍTICA

#922 Mensagem por Marino » Sex Nov 13, 2009 12:13 pm

VALOR ECONÔMICO – 13/11/09
Com Brasil em alta, Argentina repensa sua posição global



O prestígio cada vez maior do Brasil nos assuntos internacionais - realçado pela vitória da candidatura do Rio para sede da Olimpíada de 2016 - está fazendo a vizinha Argentina refletir sobre sua posição menos proeminente no cenário mundial.



Em colunas de opinião, blogs e artigos de pesquisa, os argentinos estão enfrentando, a contragosto, a ideia de que estão ficando para trás do eterno rival, agora que a linha centrista e pragmática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva supera o populismo nacionalista da presidente argentina, Cristina Kirchner.



Enquanto o Brasil ganhou a distinção de sediar tanto a Olimpíada de 2016 quanto a Copa do Mundo de 2014, a Argentina está emaranhada em uma série de disputas diplomáticas com seus vizinhos do Cone Sul, e também com os Estados Unidos. E, enquanto no ano passado o Brasil ganhou em Wall Street o cobiçado grau de investimento, a classificação de risco da dívida da Argentina é igual à do Paquistão. Lula, que tem um índice de aprovação de 81%, é um estadista internacional com boas relações com o presidente dos EUA, Barack Obama. Cristina Kirchner, com índice de aprovação de 23%, tem relativamente poucos aliados no exterior, além de Hugo Chávez, o homem forte da Venezuela.



Horacio Pozzo, economista do site financeiro Latinforme.com, escreveu recentemente: "Em uma foto, Lula aparece com a mão nas costas de Cristina, como quem diz: "Venha por este caminho, está dando muito certo para nós". Mas, escreve Pozzo, "a Argentina continua sem saber em qual direção avançar (...) e continua perdendo mercados internacionais, que estão sendo capturados pela economia brasileira".



O Brasil tem três vezes a área geográfica e quase cinco vezes a população da Argentina. Mas desde 1890 até 1940, em meio a uma fase de prosperidade agrícola nos pampas, a produção econômica argentina superou a brasileira.



Desde meados século passado, porém, a economia argentina vem sofrendo um notável declínio em relação ao resto da região, caindo na "insignificância no contexto internacional", como lamentou um recente artigo do Instituto para o Desenvolvimento Social Argentino, centro de estudos de Buenos Aires. Segundo esse artigo, na maior parte dos últimos 60 anos a Argentina foi prejudicada por um pensamento econômico estatizador e voltado para dentro, do tipo adotado por Cristina Kirchner.



As diferenças entre a política argentina e a brasileira decerto se tornaram mais pronunciadas desde 2001, quando a Argentina declarou a maior moratória da história na sua dívida soberana. O país passou por uma terrível contração econômica em 2002, mas teve forte recuperação com a alta mundial das commodities, com seis anos de crescimento médio de 8%.



Em 2002, o Brasil estava à beira da moratória, mas continuou a pagar sua dívida e agora se tornou um país credor líquido. Mas, desde 2003, a taxa de crescimento brasileira é cerca de metade da argentina. Ainda assim, a estabilidade do clima econômico e político do Brasil tornou o país muito mais preferido ao vizinho, tanto pelos investidores estrangeiros como pelos ministros de Relações Exteriores.



Um punhado de analistas argentinos crê que as virtudes do Brasil estão sendo exageradas. Um dos blogueiros argentinos mais influentes, Lucas Llach, escreveu recentemente um artigo intitulado "Não somos o Brasil: por sorte". Ele notou que a Argentina tem um déficit fiscal menor e um recente crescimento do PIB per capita mais vigoroso que o do Brasil, sem falar em um quinto do número de homicídios. Segundo Llach, a capacidade de marketing de Lula deixou o Brasil na moda entre os mercados emergentes - tal como foi a Argentina há dez anos, pouco antes do colapso de sua economia.



Llach, que nunca poupou críticas a Cristina Kirchner, recebeu mais de 800 comentários relativos ao seu artigo sobre o Brasil, muitos deles afirmando que ele está redondamente enganado.



Na base dos sucessos brasileiros está uma classe política que tem o prestígio de estrelas de cinema e um plantel de figuras políticas muito superior ao da Argentina. Para compreender por quê, é preciso voltar a cerca de 30 anos atrás, à época em que os dois países eram governados por militares. No Brasil, a ditadura foi muito menos implacável, matando cerca de 400 pessoas, em comparação com pelo menos 10 mil, ou talvez muito mais, na Argentina. Tanto Lula como seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, foram perseguidos pelo governo militar, mas conseguiram sair vivos da fase da ditadura.



Na Argentina, muitos jovens politicamente ativos na década de 70, que poderiam ter se tornado líderes com estatura semelhante, não sobreviveram à ditadura. "Não podemos esperar ter uma classe governante de pessoas de 50 a 60 anos quando 30 anos atrás aqueles jovens intelectualmente inquietos podiam sofrer perseguição, morte ou exílio", escreveu Javier González Fraga, executivo e ex-presidente do Banco Central, em artigo de opinião para um jornal.



González Fraga diz que a Argentina deveria parar de se preocupar com o sucesso do Brasil e começar a pegar carona nesses êxitos. Se o Brasil está destinado a ser os EUA da América do Sul, então a Argentina deve se tornar mais semelhante ao Canadá, e não ao México, escreveu ele.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA

#923 Mensagem por Marino » Sex Nov 13, 2009 12:15 pm

VALOR ECONÔMICO – 13/11/09
Presidentes do Brasil e Argentina vão negociar fim de barreiras comerciais



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá só na semana que vem as propostas de seus ministérios para encerrar os atritos com a Argentina provocados pelas barreiras comerciais levantadas pelos dois países. Se optar pelas preferências do Ministério do Desenvolvimento, levará ao encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a exigência de um cronograma e medidas imediatas para eliminar obstáculos burocráticos criados para exportação de produtos brasileiros, como móveis.



Cristina Kirchner já indicou que considera violações do acordo do Mercosul as exigências de licença prévia a cerca de 35 produtos argentinos impostas pelo Brasil desde o mês passado. Laminados de madeira são um dos itens dessa lista de produtos com dificuldades de entrar no mercado brasileiro, e um exemplo de como as exigências brasileiras são uma retaliação aos entraves impostos pelos argentinos ás vendas brasileiras.



Desde o início do ano, os fabricantes de móveis do Brasil são obrigados a pedir vistos no consulado da Argentina para vender suas mercadorias no país vizinho, o que aumenta os custos e dificulta as operações de pequenos e médios comerciantes do Brasil. Os insistentes pedidos de Brasília para a eliminação dessa exigência ficaram sem resposta, e, por isso, laminados de madeira, usados pela indústria moveleira, foram submetidos a licenças prévias por parte do governo brasileiro, atrasando a entrada no Brasil.



Nesta segunda-feira, as equipes dos ministérios do Desenvolvimento e das Relações Exteriores se reunirão em Brasília para decidir que propostas levarão a Lula, para o encontro com Cristina. No começo da semana, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-se no Rio com o ministro de Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, com quem discutiu a elaboração de uma proposta comum, a ser apreciada pelos presidentes. Até ontem, porém, o governo brasileiro não havia chegado a uma decisão sobre o que apresentar aos argentinos.



O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, é favorável a um tratamento severo em relação aos argentinos, com o argumento de que o sistema de controle das licenças prévias no país vizinho, não informatizado, dificilmente permitirá liberação rápida das licenças aos brasileiros, o que gera insatisfação no setor privado e alimenta pressões no Brasil para medidas semelhantes de contenção de concorrentes argentinos. Os produtores de maçã, por exemplo, conseguiram incluir o produto entre os 35 listados pelo governo para submissão a licenças prévias, o que retém embarques na fronteira.



Amorim tem um problema adicional. Um de seus principais negociadores, o embaixador Ênio Cordeiro, está designado para a embaixada do Brasil em Buenos Aires, o que o deixa em situação delicada. Hábil negociador, um dos principais responsáveis pelo acordo que aliviou os atritos entre Brasil e Paraguai com as exigências paraguaias sobre a energia de Itaipu, Cordeiro terá seu trabalho prejudicado se provocar forte atrito com as autoridades argentina antes mesmo de ocupar seu posto na capital argentina.



Os argentinos já receberam queixa dos brasileiros sobre os efeitos políticos das barreiras contra as mercadorias do Brasil. Afetados por restrições do vizinho, setores industriais pedem proteção contra a concorrência argentina. A inclusão das autopeças na lista dos 35 produtos, por exemplo, é reação à administração lenta das liberações de exportações brasileiras do setor ao sócio no Mercosul. Essa medida, segundo avaliam analistas do governo brasileiro, pode trazer danos à estratégia argentina de industrialização, já que, na incerteza sobre o fornecimento de peças, a indústria automotiva pode preferir deslocar maior parte da produção ao Brasil, mercado maior da região.



O Itamaraty, embora disposto a aumentar o tom na discussão, insiste na necessidade de maior compreensão para as dificuldades políticas do governo Kirchner, com baixa popularidade e difícil relacionamento com o setor privado. O Ministério do Desenvolvimento vem argumentando que, se são permitidas licenças prévias no comércio entre os dois sócios, essa permissão deve valer para todos. Lula, irritado com as queixas frequentes dos empresários em seu gabinete, resolveu arbitrar em favor do endurecimento no trato com os argentinos.
Apesar da forte repercussão política nas complicações entre os dois lados, com repercussão em setores industriais de grande visibilidade, o impacto real das barreiras brasileiras é pequeno - na semana passada contabilizavam-se cerca de U$ 50 milhões em licenças de importação para produtos argentinos retidas nos gabinetes de Brasília, menos de 1% das importações brasileiras daquele país previstas para este ano.




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Re: GEOPOLÍTICA

#924 Mensagem por DELTA22 » Sex Nov 13, 2009 1:08 pm

Comandante, grifaste a frase correta. Segue algumas observações (bem humoradas) da mesma:
Marino escreveu:O Itamaraty, embora disposto a aumentar o tom na discussão, insiste na necessidade de maior compreensão para as dificuldades políticas do governo Kirchner, com baixa popularidade e difícil relacionamento com o setor privado. [ [036] ] O Ministério do Desenvolvimento vem argumentando que, se são permitidas licenças prévias no comércio entre os dois sócios, essa permissão deve valer para todos. [ Imagem ] Lula, irritado com as queixas frequentes dos empresários em seu gabinete, resolveu arbitrar em favor do endurecimento no trato com os argentinos. [ Imagem ]
Será, por obra divina, que estamos tomando vergonha na cara ??? 8-]

[]'s.




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Re: GEOPOLÍTICA

#925 Mensagem por FOXTROT » Sáb Nov 14, 2009 2:35 pm

terra.com.br

Síria não está disposta a negociar diretamente com Israel

O presidente sírio, Bashar al-Assad, ignorou nesta sexta-feira a oferta de negociação direta feita pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, porque falta "um parceiro israelense disposto a avançar".
Depois de se reunir em Paris com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, Assad garantiu à imprensa que "o processo de negociação não pode voltar a começar com uma única parte".

"A Síria quer a paz. Existe um mediador, que é a Turquia, e que está disposta a retomar a mediação. Existe também um apoio francês e europeu ao processo. O que nos falta é um parceiro israelense que queira avançar e conseguir um resultado", afirmou o presidente sírio.

Assad ressaltou que, se a oferta de diálogo que Netanyahu fez chegar ao presidente francês é "séria", o primeiro-ministro israelense poderia enviar uma equipe de analistas à Turquia, e a Síria faria o mesmo.

Israel e Síria voltaram a dialogar em 2008 por meio da Turquia.

As conversas foram interrompidas pela ofensiva israelense à Faixa de Gaza iniciada em dezembro do ano passado e concluída em janeiro de 2009.

Para negociar, a Síria exige de Israel a restituição das Colinas de Golã, ocupadas em 1967 e anexadas em 1981, enquanto os israelenses não parecem dispostos a aceitar condições prévias para retomar as conversas.

"A Síria tem direitos e não cederá jamais sobre eles", afirmou Assad, depois de se reunir com Sarkozy no Palácio do Eliseu.

Por outro lado, o presidente sírio pediu aos Estados Unidos para que se envolvam no Oriente Médio, já que, em sua opinião, "o ponto fraco é o ''padrinho'' americano".

"O que o presidente (americano, Barack) Obama expressou sobre a paz é bom. Concordamos com ele sobre os princípios, mas qual é o plano de ação?", perguntou Assad, ao lamentar que, após meses de encontros entre ambos os países, ainda não há suficiente "confiança entre Síria e EUA".

Assad também criticou a postura europeia que, nos últimos anos, "virou completamente para o lado dos EUA em detrimento da Síria".




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Re: GEOPOLÍTICA

#926 Mensagem por André Santos » Dom Nov 15, 2009 1:10 pm

Capa da revista The Economist desta semana:

http://www.economist.com/displayStory.c ... _commented


Pra quem sofre da sindrôme do vira-latas




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Re: GEOPOLÍTICA

#927 Mensagem por soultrain » Seg Nov 16, 2009 8:25 pm

A GEOPOLÍTICA DO LÍTIO

O Japão, embora não disponha de riquezas minerais, é um dos países mais poderosos do mundo, enquanto a Bolívia é rica em recursos naturais, mas um país desigual, explorado e pobre. Não urge discutir se é mais um exemplo de ironia da natureza ou de má administração das benesses com que alguns rincões do planeta são presenteados, porém incapazes de recompensar as mesmas terras de onde surgem.

A experiência da América Latina em mineração, com raras exceções, é de uma troca iníqua ou incapaz de materializar-se em retorno como políticas sociais à população, ainda que não só os Estados sejam responsáveis por política nesta área.

É cada vez maior a atenção internacional depositada na crosta salina ou reservatório de Uyuni, de 10 mil km², 180 km de comprimento e 80 km de largura no sudoeste do departamento de Potosi, Bolívia, que é uma das regiões com maior riqueza mineral no planeta. Esta área, que está 3.670 metros acima do nível do mar, possui jazidas de chumbo, prata, zinco, bismuto e resguarda os maiores projetos de mineração da América do Sul.

A informação mais notória, contudo, é de que a “pérola dos Andes” contém as reservas de lítio mais importantes do mundo, além de boro, magnésio, potássio e sal comum. Estima-se uma reserva em Uyuni de 9 milhões de toneladas de lítio, que é considerado o insumo do futuro em tecnologia. Alguns chamam-no de “petróleo do novo século” em referência ao papel deste recurso energético na centúria passada.

Não é à toa que virou moda prognosticar o uso massivo de carros elétricos, que supostamente provocariam menor agressão ao meio ambiente, e cresceu o uso de lítio em baterias de produtos eletrônicos com os que estamos habituados. O lítio é bastante empregado em computadores e telefones celulares, indústria aeronáutica e aeroespacial, e até como agente terapêutico em psiquiatria. É o mais leve dos metais dispostos na tabela periódica.

E como o lítio participa de um tabuleiro de geopolítica? A conhecida divisão internacional do trabalho entra em jogo novamente. Conquanto quisessem os bolivianos assegurar a exploração nacional das jazidas de Uyuni, empresas privadas asiáticas e européias já estão de olho num potencial que poucos são capazes de transformar num produto de alto valor agregado. Restam à Bolívia poucas saídas entre vender o lítio ou deixá-lo soterrado sem rendimento algum.

Porções territoriais de Argentina, Bolívia e Chile na região andina possuem 70% das reservas mundiais de lítio, o que não é nada dispensável em face do aumento do preço desta matéria-prima estes últimos anos. Pergunto por que o Japão, um país tão pequeno, formado praticamente por quatro ilhas no continente asiático, e dependente da importação de recursos naturais para suas indústrias de ponta está tão à frente das nossas “dádivas”, “pérolas” e “preciosidades” latino-americanas?

Hugo Chávez ameaça mover tropas à fronteira da Venezuela com a Colômbia com o objetivo de defesa de uma suposta possibilidade de guerra em resposta ao acordo de uso de sete bases militares deste país pelos Estados Unidos. Enquanto isso, recebi um correio eletrônico de um pesquisador brasileiro cujo acesso foi negado numa reserva indígena em Roraima a menos que dissesse que era estadunidense ou europeu. Falar de política já é ligeiramente amargo, mas a geopolítica nos faz ter que engolir situações intragáveis.



Bruno Peron Loureiro é mestre em Estudos Latino-americanos.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: GEOPOLÍTICA

#928 Mensagem por Penguin » Seg Nov 16, 2009 9:51 pm

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Re: GEOPOLÍTICA

#929 Mensagem por Penguin » Ter Nov 17, 2009 1:20 pm

17/11

Petrobrás acena com sua saída do Irã às vésperas da visita de Ahmadinejad
Alvo de pressão americana, estatal já devolve concessões; diretor da empresa nega viés político em decisão

Nicola Pamplona, RIO

A Petrobrás estuda encerrar as atividades no Irã, após a perfuração de dois poços em busca de petróleo no país. Segundo o diretor da área internacional, Jorge Zelada, a empresa já iniciou o processo de devolução das concessões e caminha para fechar sua representação iraniana. Na semana que vem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é esperado no Brasil para encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde 2004, quando chegou ao Irã, a Petrobrás tem sofrido pressões, sobretudo de investidores americanos, para deixar o país. Em 2007, o governador da Flórida, Charlie Crist, cancelou reunião com a estatal, durante visita ao Brasil, alegando que "não faz negócios com companhias que patrocinam o terror". A Flórida proibira, naquele ano, que fundos de pensão do Estado investissem em empresas com operações no Irã e no Sudão.

Em entrevista após palestra na conferência Brazil Global Energy, no Rio, Zelada garantiu que a Petrobrás não está cedendo às pressões. "A decisão é estritamente técnica", disse. "Para que ficar lá se não tem produção que pague o investimento?"

A estatal chegou a encontrar óleo em suas concessões no Irã, mas declarou que os poços são "subcomerciais" - não têm volume suficiente para bancar o investimento. Com 137 bilhões de barris em reservas, o Irã é a segunda maior potência petrolífera mundial, só perdendo para a Arábia Saudita.

CONDIÇÃO POLÍTICA

Com problemas econômicos, Teerã busca parceiros internacionais que possam desenvolver projetos de produção. Depois da posse de Barack Obama, o governo iraniano acreditou que haveria uma aceleração dos investimentos - segundo os iranianos, reduzidos durante a gestão George Bush.

"Esperamos que as novas condições abram novas possibilidades para a Petrobrás", afirmou, em março, o ministro de Petróleo do Irã, Gholam Nozari, entre reuniões em Genebra. A estatal tem duas concessões no mar de Tusan, no Golfo Pérsico. Zelada disse que o futuro da representação no Irã será decidido em breve.

Na palestra, o executivo adiantou que o foco da estatal no exterior está sendo reavaliado, no sentido de respeitar maior complementaridade com atividades no Brasil. A área de exploração e produção, que hoje responde por 78% do orçamento, deve perder peso relativo para segmentos de abastecimento e gás natural. O objetivo é evitar projetos concorrentes com o pré-sal brasileiro.

No caso do abastecimento, a empresa busca mercados para o petróleo que será extraído no pré-sal. Parte será refinada no Brasil, mas é possível que a Petrobrás venha a buscar nova capacidade de refino no exterior para a colocação do óleo. A empresa realiza um estudo para investimentos na refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que já deve contemplar essa nova visão.




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Re: GEOPOLÍTICA

#930 Mensagem por Sterrius » Ter Nov 17, 2009 2:07 pm

Que a empresa faça o que achar melhor para sí, para o brasil e seus trabalhadores! Simples assim!




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