Missão de Paz no Haiti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Missão de Paz no Haiti

#1186 Mensagem por FCarvalho » Ter Out 13, 2009 10:52 pm

Enlil escreveu:08/10/2009 - 17h30

Minustah: um novo paradigma nas operações de paz

Marcelo Rech, de Porto Príncipe

O embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, afirmou nesta quinta-feira que a missão de estabilização do Haiti representa um novo paradigma nas operações de paz sob a égide das Nações Unidas.

De acordo com o diplomata, a forma como o Brasil conduz a missão é exemplo para toda a comunidade internacional. Segundo Kipman, a saída das tropas deve ser gradual a partir do segundo semestre de 2011.
Nada mais lógico. Só a sociedade brasileira que ainda não sabe disso.

No cargo desde fevereiro de 2008, Igor Kipman já foi o encarregado de negócios da representação brasileira no Haiti em 1995.

Trata-se, portanto, de um profundo conhecedor da realidade do país. Ele também serviu na República Dominicana.

Para o embaixador, o Haiti evolui de forma muito lenta, mas positiva. Além disso, ao contrário do ano passado, o país não enfrentou nenhum furacão em 2009.

Em 2008, quatro furacões deixaram cerca de 800 mil haitianos desabrigados.

Igor Kipman minimizou as críticas feitas por representantes de ONGs, inclusive e principalmente brasileiras, de que as mudanças no Haiti são vagarosas.

“A cultura local impõe esse ritmo. Não adianta tentar fazer as coisas mais rapidamente”, afirmou.

Na avaliação do diplomata, a realidade haitiana passa pela geração de empregos, 100 mil pelo menos a cada ano.
Pois é, quem vai criar 100 mil empregos por ano. O EB ou o PT?

“Todo o esforço será inútil sem empregos. 80% da população está desempregada e estamos trabalhando para atrair investimentos privados no Haiti, do Brasil, dos Estados Unidos, Canadá e Europa”, destacou.

Exemplo

O embaixador do Brasil no Haiti ressaltou que a ONU já entendeu que para surtir algum efeito, as missões de paz não podem se concentrar apenas na vertente militar.
Demorou, ein :?

É preciso fortalecer as instituições dos países para que eles voltem a ter vida própria.
Coisa mais óbvia que a ONU sabia, mas nunca teve cacife pra bancar.

Sobre os gastos do governo brasileiro com as tropas no Haiti, Igor Kipman destacou que o retorno em termos de projeção internacional é extraordinário, sem contar os benefícios diretos para as Forças Armadas.
Alguem duvida que o EB continua a bancar essa empreitada por mera questão de oportunidade de aquisição de novos equipamentos?


Na sua avaliação, são ganhos intangíveis, por isso suscitam críticas muitas vezes injustas.
Os ganhos são do governo, politica exterior ainda não virou assunto de botequim no Brasil.

De acordo com dados do ministério da Defesa, ONU e Minustah, o Brasil gastou cerca de R$ 577 milhões com as tropas no Haiti até o mês de fevereiro deste ano. Desse total, a ONU reembolsou apenas R$ 276 milhões.
Como sempre, repetindo lá fora nossas medíocres experiências de gestão do erário público.

Ainda segundo as mesmas fontes, os recursos destinados a Minustah chegam aos US$ 601, 5 milhões.

Atualmente, a missão tem 7.060 militares de 12 países, 2000 mil policiais de 49 nações, 900 funcionários civis, sendo 230 voluntários, de 69 países, e emprega 1.500 haitianos.

http://www.inforel.org/




PS: se não abrirmos o olho, vamos acabar transformando nossa politica de defesa nacional, em politica de assistencia social militar. Hospital de campanha sim, fuzil não, Ambulância de campanha sim, canhões não, tratores sim, tanques não... afinal somos todos politicamente corretos...




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1187 Mensagem por Enlil » Sex Out 16, 2009 6:17 am

Batalhão brasileiro é exemplo internacional
14/10/2009 - 15h02
Marcelo Rech, de Porto Príncipe


No dia 28 de janeiro, o coronel Ajax Porto Pinheiro, 53, 36 anos de serviço, assume o comando do batalhão brasileiro no Haiti com a Força Leste, o 12º contingente, integrada por cerca de 1.300 militares do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ele herdará um Haiti ainda extremamente pobre e carente de tudo, mas relativamente estável e seguro.

Durante uma semana, ele e o futuro Estado-Maior do Batalhão Haiti (BRABATT), percorreram diversos pontos da capital haitiana numa missão de reconhecimento.

Nesta terça-feira, 13, enquanto o Conselho de Segurança da ONU decidia prorrogar por mais um ano a missão no Haiti, ele e os futuros comandantes das tropas brasileiras estudavam como melhorar o desempenho no Haiti.

O treinamento e a instrução para aqueles que desembarcam na missão em três meses, poderá ser reorientado de acordo com a realidade atual do país.

De acordo com o coronel Ajax, que já serviu em missões de Paz na América Central, a estabilidade haitiana é bem frágil.

“O Haiti é como uma mina terrestre pronta para detonar. Desarmar essa mina não é atribuição da Minustah, mas responsabilidade dos países doadores”, afirmou.

Ele revelou que os militares da Força Leste foram os que tiveram a melhor avaliação física dentre todos os contingentes enviados ao Haiti e que apesar da sensação de segurança no país, a preparação é para o pior cenário.

Até janeiro, a tropa já terá disparado 190 mil tiros como parte do treinamento técnico.

“O que está dando certo no Haiti tem a ver com a cultura do soldado brasileiro. Ele sabe a hora de atirar e de chorar. Isso o Exército não precisa ensinar”, destacou.

Missões de Paz

Com 35 anos de serviço, o coronel Barnardes, 52, atual comandante do BRABATT já participou de três missões de paz. Esteve em Angola, em 1992, Haiti, 2004 e Haiti 2009.

Já destinado para o Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, ele afirma orgulhoso que o trabalho realizado pelas tropas do Brasil são reconhecidas internacionalmente.

“Todo mundo quer conhecer Cité Soleil e Bel Air e saber como pacificamos dois dos bairros mais violentos do Haiti e onde só se entrava com blindados. Hoje, as pessoas podem circular, há transporte e o trânsito funciona com alguma racionalidade”, destaca.

Para Bernardes, a importância política conferida pelo governo brasileiro à missão é perfeitamente compreendida pelos soldados. “O Canadá quer ter um pelotão trabalhando com o BRABATT”, revelou.

Na sua avaliação, os dois primeiros contingentes brasileiros não tinham o perfeito conhecimento sobre a realidade haitiana, os principais atores internos e o trabalho a ser realizado.

“A missão da ONU está no Haiti para assegurar a estabilidade e o diálogo, fundamentais para que haja o necessário desenvolvimento. Hoje, a vertente militar já é secundária e as prioridades são as conquistas sociais para o país”, afirmou.

Sobre um possível relaxamento dos soldados brasileiros diante de uma situação controlada, o coronel Bernardes é enfático: “O que foi conquistado deve ser mantido. Não podemos andar para trás. Os soldados não podem baixar a guarda”.

Ele entende também que não é momento das tropas deixarem o Haiti, pois a Polícia Nacional Haitiana (PNH), não está preparada para garantir os resultados alcançados.

Diante da possibilidade de o Brasil ser chamado a participar de outras missões de paz na Somália, Congo ou Sudão, ele assegura que “o Exército está preparado para assumir essas responsabilidades. Outras missões agregariam valor incalculável às Forças Armadas do país e a experiência do Haiti é fantástica”.

http://www.inforel.org/




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1188 Mensagem por FCarvalho » Sex Out 16, 2009 10:18 am

Diante da possibilidade de o Brasil ser chamado a participar de outras missões de paz na Somália, Congo ou Sudão, ele assegura que “o Exército está preparado para assumir essas responsabilidades. Outras missões agregariam valor incalculável às Forças Armadas do país e a experiência do Haiti é fantástica”.

http://www.inforel.org/[/quote]



SOMÁLIA = O DIABO SAIU DE FÉRIAS E DEIXOU A PORTA ABERTA, E PEDIRAM PRA NÓS TOMARMOS CONTA DA CASA :x

CONGO = É DIA DE FESTA NO INFERNO E QUEREM QUE NÓS SOMOS SEJAMOS OS CONVIDADOS DE HONRA :evil:


SUDÃO = O DIABO ESTÁ DANDO UMA FESTA E QUEREM QUE A GENTE ENTRE DE PENETRA :?


Esclarecimento: missão de manutenção da paz é uma coisa, missão de imposição da paz é outra. Nestes lugares não há espaço para uma coisa ou outra. É um abatedouro.

O que o governo vai dizer quando os sacos pretos começarem a voltar às dezenas? Desculpa aí a gente, foi mal. Mas como esses militares são burros, eles é que nos enganaram dizendo que davam conta do recado... ái a gente acreditou né... Mas tudo bem, vamos sair rapidinho de que algo pior... quer dizer antes das próximas eleições...




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1189 Mensagem por Túlio » Sex Out 16, 2009 11:56 am

No caso da Somália, eles já tem experiência em abater BlackHawks com RPG-7: VAMOS COMPRAR E MANDAR APENAS LITTLE BIRDS, DESSES ELES NÃO ABATERAM NENHUM!!! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1190 Mensagem por Moccelin » Sáb Out 17, 2009 3:58 pm

Sem contar que a opinião pública brasileira não tem o perfil de aguentar o contrário também, que é suas tropas matando Somalis/Congoleses/Sudaneses aos montes! Não se pode matar nem um bandido famoso que á metem o pau, imagina o enviado especial da rede bobo falando: Militares brasileiros atacam grupo de locais, matam n... e por aí vai...




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1191 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Out 19, 2009 4:35 pm

O início da MINUSTAH foi de imposição de paz. No início morriam mais de 40 pessoas nas operações. Não tivemos baixas em combate e não foi brincadeira o início.

Nesses outros países a intensidade seria pior, até pelo tipo de armamento utilizado pelos insurgentes, provavelmente haveriam baixas em combate, mas não vejo falta de preparo. Ninguém vai chegar e mandar pra lá sem mais nem menos. Há os treinamentos específicos aqui, a compra de equipamentos necessários. Os primeiros contingentes sofreriam mais. Depois a coisa se encaminharia, como foi no Haiti.

Do ponto de vista humano, é legal ajudar esses países, pois são milhões que vivem essa catástrofe humana de conflitos. Agora, do ponto de vista prático, não sei quais seriam os benefícios práticos para nossa política externa. Para as Forças Armadas talvez houvesse a possibilidade de compra de material, além da experiência de combate.

Na sociedade, se já há resistência em mandar 1200 soldados para o Haiti, que dirá enviar 3 ou 5 mil para a África...




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1192 Mensagem por FCarvalho » Ter Out 20, 2009 8:38 pm

Vinicius Pimenta escreveu:O início da MINUSTAH foi de imposição de paz. No início morriam mais de 40 pessoas nas operações. Não tivemos baixas em combate e não foi brincadeira o início.

Nesses outros países a intensidade seria pior, até pelo tipo de armamento utilizado pelos insurgentes, provavelmente haveriam baixas em combate, mas não vejo falta de preparo. Ninguém vai chegar e mandar pra lá sem mais nem menos. Há os treinamentos específicos aqui, a compra de equipamentos necessários. Os primeiros contingentes sofreriam mais. Depois a coisa se encaminharia, como foi no Haiti.

Do ponto de vista humano, é legal ajudar esses países, pois são milhões que vivem essa catástrofe humana de conflitos. Agora, do ponto de vista prático, não sei quais seriam os benefícios práticos para nossa política externa. Para as Forças Armadas talvez houvesse a possibilidade de compra de material, além da experiência de combate.

Na sociedade, se já há resistência em mandar 1200 soldados para o Haiti, que dirá enviar 3 ou 5 mil para a África...


Algumas considerações,

nossas tropas atualmente não possuem material mecanizado em qualidade e qtde suficiente para podermos operar com um nivel satisfatório de segurança na Africa, mormente nos paises citados; tropas motorizadas são alvo fácil e bastante atraentes para os grupos contendores;
sou de opinião de que pudessemos investir em uma familia de blindados leves baseados na familia AV-VBL e/ou Guará da Avibrás a fim de constituir um referencial de mecanização para ser utilizado por nossas forças de paz. Melhor seria do que desfalcar as já enfraquecidas unidades de cav mecanizadas que temos;


nossas tropas são treinadas para operar dentro de um sistema de oparações de paz, mas pouco ou quase nada se treina em materia de combate, que é o que efetivamente ocorre naqueles paises; e é o que se tornaria a regra geral para as força lá estacionadas. Quanto tempo levaríamos para renovar a infantaria e o material perdido? E quanto tempo e quantas perdas o governo disporía-se politicamente a suportar? Quantos sacos pretos podemos engolir?


o padrão do EB para missões de paz é a de utilizar como núcleo de força um batalhão de infantaria; o EB poderia dispor de 3 blts de infantaria ao mesmo para compor tropas em três paises diferentes e sua respectiva logistica? o orçamento do MD não suporta este tipo de demanda. Não pelo menos hoje em dia, talvez no futuro...

enfim, não estamos, digo, a sociedade em geral para encarar soldados bresileiros em combate, morrendo e matando "pobres e indigentes" africanos...

Afinal de contas, para refletirmos, para quê e porque investirmos em Forças de Paz em paises onde a paz não é bem vinda, nem tão pouco é objetivo comum aos contendores?


abraços




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1193 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Out 21, 2009 12:10 am

FCarvalho escreveu:Algumas considerações,

nossas tropas atualmente não possuem material mecanizado em qualidade e qtde suficiente para podermos operar com um nivel satisfatório de segurança na Africa, mormente nos paises citados; tropas motorizadas são alvo fácil e bastante atraentes para os grupos contendores;
sou de opinião de que pudessemos investir em uma familia de blindados leves baseados na familia AV-VBL e/ou Guará da Avibrás a fim de constituir um referencial de mecanização para ser utilizado por nossas forças de paz. Melhor seria do que desfalcar as já enfraquecidas unidades de cav mecanizadas que temos;


nossas tropas são treinadas para operar dentro de um sistema de oparações de paz, mas pouco ou quase nada se treina em materia de combate, que é o que efetivamente ocorre naqueles paises; e é o que se tornaria a regra geral para as força lá estacionadas. Quanto tempo levaríamos para renovar a infantaria e o material perdido? E quanto tempo e quantas perdas o governo disporía-se politicamente a suportar? Quantos sacos pretos podemos engolir?


o padrão do EB para missões de paz é a de utilizar como núcleo de força um batalhão de infantaria; o EB poderia dispor de 3 blts de infantaria ao mesmo para compor tropas em três paises diferentes e sua respectiva logistica? o orçamento do MD não suporta este tipo de demanda. Não pelo menos hoje em dia, talvez no futuro...

enfim, não estamos, digo, a sociedade em geral para encarar soldados bresileiros em combate, morrendo e matando "pobres e indigentes" africanos...

Afinal de contas, para refletirmos, para quê e porque investirmos em Forças de Paz em paises onde a paz não é bem vinda, nem tão pouco é objetivo comum aos contendores?


abraços
Em relação aos veículos, também acho que a da atual frota carece de qualidade e talvez apenas os Mowag Piranha dos FN estariam em condições qualitativas (mas não em quantidade) de enfrentar um ambiente de conflito de maior intensidade. Acho, porém, que se a necessidade for de compor as tropas com blindados 4x4, é viável adquirir quantidades minimamente razoáveis em um prazo não extremamente longo. Como eu falei, não dá pra pensar em mandar as tropas amanhã, seria necessário um tempo de preparo maior.

A relação com as perdas talvez seja mesmo nosso ponto fraco. Acredito que mesmo nós teríamos dificuldades de aceitar perdas brasileiras. Francamente (e correndo o risco de ser mal interpretado) não vejo o mesmo problema por parte de nossa sociedade em relação a morte dos "inimigos" e até de civis. É claro que, assim como no Haiti, haverá aquela panfletagem ideológica exigindo "a retirada das tropas imperialistas a mando de Washington que estão massacrando o pobre povo africano".

Não é viável manter contingentes significativos em três países. Sinceramente, na minha opinião, deveríamos escolher um só. São mais de 200 países na ONU, nós não podemos fazer tudo.

Acredito que a única chance de emplacarmos uma missão do tipo é estabelecendo um planejamento correto e sabendo que há apoio da população (de lá) e possibilidade real de mudarmos definitivamente a realidade local. É claro que se o panorama não é o de possibilidade de mudança, não faz sentido nenhum enviar tropas para onde quer que seja.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1194 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 21, 2009 12:09 pm

Vinicius, aqui vai um reles estudo que eu fiz a muito tempo quanto a composição de homens e material para um eventual btl de força de paz, seja na manutenção ou na imposição.

Tropas Btl Infantaria: 1.120

Fuzis Assalto: 5,56 mm – 992
Fuzil Precisão: 7,62 mm – 24
12,7 mm – 16


ALAC: 60
Carl Gustav: 48
Morteiros: 60mm: 36
81mm: 18 (mec/manual)
120mm: 06 (mec)

Carabinas: 80
Escopetas: 112
Metralhadoras de Apoio: Minimi / MAG – 144 / 48
FN Herstal (.50) – 64

Lança-Granadas: Fuzil – 128
Apoio – 32 (40mm)

Mísseis AC : Lançadores : 36 ( Categoria Eryx )
Mísseis : 144

Misseis MSupAr de Ombro: Lançadores: 16
Mísseis: 64

Parece meio fora de foco, e realmente é mesmo, mas creio que seria o mínimo pra nos metermos em uma área quente como a África. Não coloquei material de comunicações porque não os conheço, nem material de apoio individual pelo mesmo motivo.

Amanhã vou ver se posto um outro estudo que fiz já há tempos com os AVIBRÁS como material base do btl de força de paz. Pelo que me lembro agora, não seria tanta coisa assim que em três meses não pudessemos planejar e produzir.

Abraços
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Editado pela última vez por FCarvalho em Qua Out 21, 2009 12:34 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Missão de Paz no Haiti

#1195 Mensagem por Túlio » Qua Out 21, 2009 12:29 pm

FCarvalho escreveu:Vinicius, aqui vai um reles estudo que eu fiz a muito tempo quanto a composição de homens e material para um eventual btl de força de paz, seja na manutenção ou na imposição.

Tropas Btl Infantaria: 1.120

Fuzis Assalto: 5,56 mm – 992 ALAC: 60
Fuzil Precisão: 7,62 mm – 24 Carl Gustav: 48
12,7 mm – 16 Morteiros: 60mm: 36
81mm: 18 (mec/manual)
120mm: 06 (mec)
Carabinas: 80
Escopetas: 112
Metralhadoras de Apoio: Minimi / MAG – 144 / 48
FN Herstal (.50) – 64

Lança-Granadas: Fuzil – 128
Apoio – 32 (40mm)

Mísseis AC : Lançadores : 36 ( Categoria Eryx )
Mísseis : 144

Misseis MSupAr de Ombro: Lançadores: 16
Mísseis: 64

Parece meio fora de foco, e realmente é mesmo, mas creio que seria o mínimo pra nos metermos em uma área quente como a África. Não coloquei material de comunicações porque não os conheço, nem material de apoio individual pelo mesmo motivo.

Amanhã vou ver se posto um outro estudo que fiz já há tempos com os AVIBRÁS como material base do btl de força de paz. Pelo que me lembro agora, não seria tanta coisa assim que em três meses não pudessemos planejar e produzir.

Abraços
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É legal como ponto de partida mas há kôzaz difíceis de entender:

:arrow: Mais .50 do que MAG?

:arrow: MANPADS?????????????????????????????????????????

:arrow: Morteiros?




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1196 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Out 21, 2009 1:25 pm

FCarvalho, assim como o Túlio, eu também achei números interessantes, mas também faço essa ressalva em relação a alguns materiais. Entendo que talvez esses números se refiram a vários cenários.

No caso das missões na África, não creio que fossem necessários MANPADS, morteiros ou mísseis anti-carro. Até levaria lança-rojões porque eles são bem versáteis, mas nada além disso. Não me parece que os guerrilheiros tenham aeronaves. E não sei se morteiros fazem parte do que se espera de uma missão de paz, mesmo que de imposição.

Qualquer coisa acima de .50 já ultrapassou "imposição de paz" e já é intervenção militar, ou seja, guerra convencional de pelo menos média intensidade. Um cenário como este exigiria muito mais do que o engajamento de um batalhão de infantaria. Se estivéssemos indo a um lugar que houvesse necessidade de armamentos tão pesados, no mínimo seria aconselhável o envio de cavalaria e apoio aéreo com helicópteros e até asa fixa.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1197 Mensagem por Túlio » Qua Out 21, 2009 1:54 pm

Os mísseis AC até poderiam ter alguma utilidade se em versões com ogivas de fragmentação/termobáricas contra insurgentes entrincheirados em prédios, embora eu não veja nada que eles possam fazer em situações assim tão a mais que um RPG ou LG, para os quais tabém há as citadas ogivas das quais, aliás, NÃO dispomos. Míssil AC eu só usaria na hipótese de a insurgência ter casamatas reforçadas e com pesada cobertura de fogo defensivo, como os Ingleses usaram nas Malvinas contra os Argentinos.

Morteiros têm o péssimo hábito de serem tão menos precisos quão menor o calibre e tão mais amplamente letais quanto maior o calibre: ambas as situações nos colocariam cedo ou tarde nas manchetes como responsáveis pelas famigeradas 'baixas colaterais' de civis, notadamente mulheres e crianças.

As ESPINGARDAS (ao menos nesta quantidade) me parecem mais lógicas se falarmos em luta de selva/rua/CQB mas totalmente descontextualizadas se estivermos envolvidos em lutas de montanha ou distâncias maiores que uns 25m (e olhe lá). Mas se for este o tipo de combate (curtíssima distância) até os lança-granadas estariam meio que fora de contexto, sendo usados em ocasiões especialíssimas, bem como os RPGs. Ponto cinqüenta na rua? A ONU nos come vivos, uma cidade com casas de madeira seria inteiramente cruzada por uma rajada, deixando um rastro de corpos destroçados de civis e um prato cheio para a imprensa internacional nos crucificar.

Ademais, sem blindados e helis de ataque estaríamos mortos nas áreas citadas, e não estou falando apenas de Mowags e muito menos de Esquilos com MAG e SBAT... :wink:




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1198 Mensagem por Glauber Prestes » Qua Out 21, 2009 9:46 pm

Vinicius Pimenta escreveu:FCarvalho, assim como o Túlio, eu também achei números interessantes, mas também faço essa ressalva em relação a alguns materiais. Entendo que talvez esses números se refiram a vários cenários.
Pois é. No Haiti por exemplo, na fase de imposição de paz, o número de fuzis "de precisão", era um tanto maior. Esse seria um equipamento genérico?
No caso das missões na África, não creio que fossem necessários MANPADS, morteiros ou mísseis anti-carro. Até levaria lança-rojões porque eles são bem versáteis, mas nada além disso. Não me parece que os guerrilheiros tenham aeronaves. E não sei se morteiros fazem parte do que se espera de uma missão de paz, mesmo que de imposição.

Qualquer coisa acima de .50 já ultrapassou "imposição de paz" e já é intervenção militar, ou seja, guerra convencional de pelo menos média intensidade. Um cenário como este exigiria muito mais do que o engajamento de um batalhão de infantaria. Se estivéssemos indo a um lugar que houvesse necessidade de armamentos tão pesados, no mínimo seria aconselhável o envio de cavalaria e apoio aéreo com helicópteros e até asa fixa.
A Jordânia por exemplo, entrou no Haiti pensando que era uma intervenção, e seu exército levou um arsenal altamente poderoso. Por vezes, não obteve autorização para engajar os milicianos de maneira ofensiva, dado que os efeitos colaterais poderiam ser desastrosos, limitando apenas a operar de maneira defensiva.
Outros países por outro lado (como o Brasil e o Uruguai), fizeram um estudo da situação, e chegaram à conclusão de que o calibre 7,62 era o máximo de potência a ser utilizada. Então (pode reparar), reparos sobre veículos, e nos Postos de Observação e de Controle, onde o poder de fogo é maior, é só MAG que voa.




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: Missão de Paz no Haiti

#1199 Mensagem por suntsé » Qui Out 22, 2009 12:13 am

Para se meter na africa o Brasil teria que ter um Exercito de ponta...uma força bem preparada e muito bem equipada.....

Enfim...eu acredito mque para se meter lá o Brasil teria que ser uma potencia militar ou ter uma força militar muito forte e profissionalizada.

Vamos lembrar que os Estados Unidos perderam muitas tropas na Somalia, e tiveram que se retirar devido a enorme pressão da opinião publica Norte Americana.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1200 Mensagem por Glauber Prestes » Qui Out 22, 2009 10:32 am

suntsé escreveu:Para se meter na africa o Brasil teria que ter um Exercito de ponta...uma força bem preparada e muito bem equipada.....

Enfim...eu acredito mque para se meter lá o Brasil teria que ser uma potencia militar ou ter uma força militar muito forte e profissionalizada.

Vamos lembrar que os Estados Unidos perderam muitas tropas na Somalia, e tiveram que se retirar devido a enorme pressão da opinião publica Norte Americana.
Se o Brasil fosse se meter no Sudão ou na Somália sozinho, eu concordaria. Mas para uma missão de imposição da paz clássica da ONU, com mais de 10 países diretamente envolvidos, e sem nenhum país querendo repetir uma Irene, não creio em falha.




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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