A 4ª Frota e o Brasil
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- soultrain
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Atualizado em 4 de agosto, 2009 - 20:15 (Brasília) 23:15 GMT
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América Latina
Bases dos EUA na América Latina lembram Guerra Fria, diz assessor de Lula
Fabrícia Peixoto
Da BBC Brasil em Brasília
Marco Aurélio Garcia após encontro com Jim Jones Foto: José Cruz/ABr
Garcia disse aos jornalistas que EUA reconhecem falta de esclarecimento
Em visita ao Brasil, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, ouviu do governo brasileiro que a existência de bases militares americanas na Colômbia “não contribui para a distensão” das relações na região e que parecem “resquícios da Guerra Fria”.
“Expressei nossa percepção de que bases estrangeiras na região parece um pouco como resquício da Guerra Fria”, disse o assessor de assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, logo após encontro com o general americano.
O acordo militar entre EUA e Colômbia, que ainda está em fase de negociação, poderá transformar o país latino-americano no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
Ainda segundo o relato de Garcia sobre a conversa, Jones teria reconhecido que faltou um “esclarecimento prévio” sobre os objetivos da nova parceria militar com a Colômbia.
“Houve um reconhecimento de que o assunto foi mal encaminhado e que talvez tivesse sido mais oportuno do governo americano, e aí podemos incluir o colombiano, um esclarecimento prévio que pudesse dissipar todas as dúvidas”, disse Garcia.
Jones teria dito ao assessor brasileiro que o objetivo do acordo militar com a Colômbia é “humanitário” e de combate ao narcotráfico.
A discussão sobre o acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia deve continuar à noite, durante jantar na Embaixada americana. Ainda nesta terça-feira, Jones se encontra com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. A agenda continua nesta quarta-feira, com o chanceler Celso Amorim.
Cordial
Garcia descreveu a conversa como “cordial” e afirmou que a equipe do presidente Barack Obama deixou uma “excelente impressão”.
“Dissemos o seguinte: não desperdicem esta opinião favorável que existe no continente em relação ao governo Obama”, disse o assessor do Palácio do Planalto.
Durante a conversa, Garcia também teria dito a Jones que “a Guerra Fria acabou” e que a região “está passando por um processo de revolução democrática pacífica muito grande”.
“Chamei atenção para o fato de que não se tratava de nenhuma posição ideológica de nossa parte”, acrescentou Garcia.
Garcia disse ainda que existe, da parte dos Estados Unidos, uma “preocupação” em relação aos países amigos, “de saber a opinião”.
O assunto também será discutido com o lado colombiano. Nesta quinta-feira, o presidente Álvaro Uribe chega ao Brasil para conversar pessoalmente com o presidente Lula sobre diversos assuntos, entre eles o acordo militar com os Estados Unidos.
“O Uribe teve a sensibilidade para se dar conta de que o clima na região não está bom”, disse Garcia. Segundo o assessor brasileiro, a vista do presidente colombiano é “um gesto de humildade positivo”.
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América Latina
Bases dos EUA na América Latina lembram Guerra Fria, diz assessor de Lula
Fabrícia Peixoto
Da BBC Brasil em Brasília
Marco Aurélio Garcia após encontro com Jim Jones Foto: José Cruz/ABr
Garcia disse aos jornalistas que EUA reconhecem falta de esclarecimento
Em visita ao Brasil, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, ouviu do governo brasileiro que a existência de bases militares americanas na Colômbia “não contribui para a distensão” das relações na região e que parecem “resquícios da Guerra Fria”.
“Expressei nossa percepção de que bases estrangeiras na região parece um pouco como resquício da Guerra Fria”, disse o assessor de assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, logo após encontro com o general americano.
O acordo militar entre EUA e Colômbia, que ainda está em fase de negociação, poderá transformar o país latino-americano no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
Ainda segundo o relato de Garcia sobre a conversa, Jones teria reconhecido que faltou um “esclarecimento prévio” sobre os objetivos da nova parceria militar com a Colômbia.
“Houve um reconhecimento de que o assunto foi mal encaminhado e que talvez tivesse sido mais oportuno do governo americano, e aí podemos incluir o colombiano, um esclarecimento prévio que pudesse dissipar todas as dúvidas”, disse Garcia.
Jones teria dito ao assessor brasileiro que o objetivo do acordo militar com a Colômbia é “humanitário” e de combate ao narcotráfico.
A discussão sobre o acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia deve continuar à noite, durante jantar na Embaixada americana. Ainda nesta terça-feira, Jones se encontra com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. A agenda continua nesta quarta-feira, com o chanceler Celso Amorim.
Cordial
Garcia descreveu a conversa como “cordial” e afirmou que a equipe do presidente Barack Obama deixou uma “excelente impressão”.
“Dissemos o seguinte: não desperdicem esta opinião favorável que existe no continente em relação ao governo Obama”, disse o assessor do Palácio do Planalto.
Durante a conversa, Garcia também teria dito a Jones que “a Guerra Fria acabou” e que a região “está passando por um processo de revolução democrática pacífica muito grande”.
“Chamei atenção para o fato de que não se tratava de nenhuma posição ideológica de nossa parte”, acrescentou Garcia.
Garcia disse ainda que existe, da parte dos Estados Unidos, uma “preocupação” em relação aos países amigos, “de saber a opinião”.
O assunto também será discutido com o lado colombiano. Nesta quinta-feira, o presidente Álvaro Uribe chega ao Brasil para conversar pessoalmente com o presidente Lula sobre diversos assuntos, entre eles o acordo militar com os Estados Unidos.
“O Uribe teve a sensibilidade para se dar conta de que o clima na região não está bom”, disse Garcia. Segundo o assessor brasileiro, a vista do presidente colombiano é “um gesto de humildade positivo”.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
Re: A 4ª Frota e o Brasil
Cabo Verde: uma nova base para a IV Frota?
Visita de Hillary Clinton a Cabo Verde é um reconhecimento da democracia e segurança
“Quem quer de facto defender as suas fronteiras longe de casa tem interesse em Cabo Verde"
Da Redação, com agência Inofrpress - Via Africa 21 (Blog do Vinna)
O analista político e escritor cabo-verdiano, António Ludgero Correia, considera que a visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton a Cabo Verde, é um reconhecimento por parte dos Estados Unidos de que há democracia no arquipélago, mas também, segurança do Aeroporto Internacional do Sal.
Lugdero Correia, que falava em entrevista à Inforpress, está contudo convicto de que essa decisão não contempla a vertente boa governação do país, “porque se assim fosse Hillary Clinton não passaria ainda por Angola”, sublinha.
De acordo com esse analista, a política externa dos Estados Unidos não é feita ao acaso e essa digressão à África significa uma importância capital e, para Cabo Verde, poderá traduzir-se no novo prolongamento do projecto AGOA, que apontou de resto, como sendo um dos assuntos a figurar na agenda da secretária de Estado por ocasião da sua visita ao arquipélago.
“Cabo Verde não beneficiou muito da AGOA, porque de facto a promoção das exportações não foi bem cuidada a nível interno. Não basta que os EUA nos abram as portas para as nossas exportações, temos que ser capazes de produzir com qualidade e a preços concorrenciais para entrar no mercado dos EUA”, refere.
Ludgero Correia enaltece, entretanto, a importância do projecto AGOA e considera que seria mais importante ainda para Cabo Verde se esta visita trouxer o “know-how”.
“Mas, para isso Cabo Verde teria de fazer o “trabalho de casa” aproveitando o factor adesão à Organização Mundial do Comércio que representa uma ajuda fundamental”, adverte.
Segundo Correia, ajustava ainda à agenda de Hillary Clinton em Cabo Verde, mais duas questões: NATO, e um novo pacote Millennium Challenge Account, porquanto, o ainda em exercício já está a esgotar, razão por que, segundo disse, acredita que se possa começar a lançar algumas pedras para um próximo pacote, o MCA III.
“De facto se houvesse uma transferência de tecnologias de Norte a Sul para que a nossa exportação pudesse ser de qualidade, se houvesse uma abertura para a nossa colaboração com a NATO sem que trouxesse “dores de cabeça”, e se houvesse a possibilidade de começar a traçar as linhas para um próximo pacote do MCA seria fantástico”, enfatizou.
Entretanto, Ludgero Correia apontou ainda as condições geoestratégicas de Cabo Verde como sendo fundamentais para os interesses e a política externa dos Estados Unidos, designadamente na hipotética utilização do arquipélago como uma “zona tampão” da NATO, onde Cabo Verde seria uma espécie de uma porta-aviões estacionado no Atlântico, que serve de fronteira entre a América e o Sul da África e o outro lado do mundo.
“Quem quer de facto defender as suas fronteiras longe de casa tem interesse em Cabo Verde e a operação da NATO em S. Vicente, mostrou um pouco quais são os “apetites” da NATO e leia-se também dos Estados Unidos”, reforça.
Conforme Correia, Cabo Verde tem muita coisa a dar, se servir de facto de ponto de reabastecimento ou, se se quiser ainda, como um ponto de defesa avançado na África do Sul.
No meio deste cenário, Ludgero Correia alerta no entanto que o governo de Cabo Verde precisa ter muito cuidado com o que pedir em troca e até que nível abranger, na medida em que, “esses interesses quebram a neutralidade que se espera de Cabo Verde num eventual conflito planetário”, disse.
“A partir do momento em que Cabo Verde por exemplo entrar para NATO, não poderá ficar alheio a alguns conflitos que possam acontecer. Ao mesmo tempo, sendo membro do grupo dos países não alinhados, se entrar na NATO ou se ceder o espaço para a base da NATO, Cabo Verde deixará de ser neutral e isso é uma contrapartida muito grande, pelo que deve calcular muito bem esse risco”, adverte.
Quem vê falando sobre a economia acha que o Cabo Verde é um dos grandes players mundiais...
Visita de Hillary Clinton a Cabo Verde é um reconhecimento da democracia e segurança
“Quem quer de facto defender as suas fronteiras longe de casa tem interesse em Cabo Verde"
Da Redação, com agência Inofrpress - Via Africa 21 (Blog do Vinna)
O analista político e escritor cabo-verdiano, António Ludgero Correia, considera que a visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton a Cabo Verde, é um reconhecimento por parte dos Estados Unidos de que há democracia no arquipélago, mas também, segurança do Aeroporto Internacional do Sal.
Lugdero Correia, que falava em entrevista à Inforpress, está contudo convicto de que essa decisão não contempla a vertente boa governação do país, “porque se assim fosse Hillary Clinton não passaria ainda por Angola”, sublinha.
De acordo com esse analista, a política externa dos Estados Unidos não é feita ao acaso e essa digressão à África significa uma importância capital e, para Cabo Verde, poderá traduzir-se no novo prolongamento do projecto AGOA, que apontou de resto, como sendo um dos assuntos a figurar na agenda da secretária de Estado por ocasião da sua visita ao arquipélago.
“Cabo Verde não beneficiou muito da AGOA, porque de facto a promoção das exportações não foi bem cuidada a nível interno. Não basta que os EUA nos abram as portas para as nossas exportações, temos que ser capazes de produzir com qualidade e a preços concorrenciais para entrar no mercado dos EUA”, refere.
Ludgero Correia enaltece, entretanto, a importância do projecto AGOA e considera que seria mais importante ainda para Cabo Verde se esta visita trouxer o “know-how”.
“Mas, para isso Cabo Verde teria de fazer o “trabalho de casa” aproveitando o factor adesão à Organização Mundial do Comércio que representa uma ajuda fundamental”, adverte.
Segundo Correia, ajustava ainda à agenda de Hillary Clinton em Cabo Verde, mais duas questões: NATO, e um novo pacote Millennium Challenge Account, porquanto, o ainda em exercício já está a esgotar, razão por que, segundo disse, acredita que se possa começar a lançar algumas pedras para um próximo pacote, o MCA III.
“De facto se houvesse uma transferência de tecnologias de Norte a Sul para que a nossa exportação pudesse ser de qualidade, se houvesse uma abertura para a nossa colaboração com a NATO sem que trouxesse “dores de cabeça”, e se houvesse a possibilidade de começar a traçar as linhas para um próximo pacote do MCA seria fantástico”, enfatizou.
Entretanto, Ludgero Correia apontou ainda as condições geoestratégicas de Cabo Verde como sendo fundamentais para os interesses e a política externa dos Estados Unidos, designadamente na hipotética utilização do arquipélago como uma “zona tampão” da NATO, onde Cabo Verde seria uma espécie de uma porta-aviões estacionado no Atlântico, que serve de fronteira entre a América e o Sul da África e o outro lado do mundo.
“Quem quer de facto defender as suas fronteiras longe de casa tem interesse em Cabo Verde e a operação da NATO em S. Vicente, mostrou um pouco quais são os “apetites” da NATO e leia-se também dos Estados Unidos”, reforça.
Conforme Correia, Cabo Verde tem muita coisa a dar, se servir de facto de ponto de reabastecimento ou, se se quiser ainda, como um ponto de defesa avançado na África do Sul.
No meio deste cenário, Ludgero Correia alerta no entanto que o governo de Cabo Verde precisa ter muito cuidado com o que pedir em troca e até que nível abranger, na medida em que, “esses interesses quebram a neutralidade que se espera de Cabo Verde num eventual conflito planetário”, disse.
“A partir do momento em que Cabo Verde por exemplo entrar para NATO, não poderá ficar alheio a alguns conflitos que possam acontecer. Ao mesmo tempo, sendo membro do grupo dos países não alinhados, se entrar na NATO ou se ceder o espaço para a base da NATO, Cabo Verde deixará de ser neutral e isso é uma contrapartida muito grande, pelo que deve calcular muito bem esse risco”, adverte.
Quem vê falando sobre a economia acha que o Cabo Verde é um dos grandes players mundiais...
- soultrain
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
São Tomé.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
soultrain escreveu:São Tomé.
http://diplo.uol.com.br/2006-10,a1416ÁFRICA
São Tomé e Príncipe: o azar do petróleo
Micro-pais de 140 mil habitantes no Golfo da Guiné, o arquipélago de língua portuguesa descobriu, na virada do século, que está sobre um manto de óleo. Tragédias da mentalidade colonial: em vez de grande oportunidade, o achado atiça desigualdades, golpes e divisões
Jean-Christophe Servant
O vinho branco, um chardonay Chamonix, vem de suas próprias vinícolas sul-africanas e é bebido facilmente no calor equatorial de São Tomé e Príncipe. Ainda assim, Chris Hellinger é amargo: "Aqui há somente corrupção e concorrência entre os dirigentes políticos. A razão é o petróleo". Hellinger sabe o que diz. Na liderança da Island Oil Exploration, uma empresa registrada nas Bahamas, esse homem de passado conturbado [1] foi um dos primeiros a procurar óleo em vão no arquipélago, um dos menores países da África (140 mil habitantes em duas ilhas, que juntas têm o tamanho de Andorra e são vizinhas ao Gabão). Era o final dos anos 1980. Independente desde 12 de julho de 1975 e dirigida pelo presidente Pinto da Costa, a antiga colônia portuguesa deixava o marxismo para abrir-se ao multipartidarismo por ocasião de uma conferência nacional histórica, a primeira do continente africano.
As pesquisas realizadas nas profundezas das águas territoriais do norte do arquipélago, no limite das reservas de carbono da Nigéria, deram frutos na virada do século: com reservas estimadas de 11 bilhões de barris de óleo bruto, o país pode tornar-se uma espécie de Brunei do golfo da Guiné e produzir perto de 80 mil barris por dia. Mas a custo de quanta crise política, corrupção e concessões geopolíticas?
O petróleo está deteriorando o ambiente político no país. Desde a eleição do presidente Fradique de Menezes em 2001, São Tomé e Príncipe não parou de mergulhar na instabilidade. Houve uma tentativa de golpe em julho de 2003, quando este empresário do cacau, posto no poder por seu predecessor Miguel Trovoada, foi provisoriamente destituído. Seguiram-se as crises, tendo como pano de fundo as lutas por poder, quase sempre virulentas, entre o chefe de Estado e a coalizão governamental dirigida pelo ex-partido único, o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD). Lá também, todas as oportunidades se desfazem ao cheiro do ouro negro. Mais precisamente, naquilo que envolve a concessão de exploração de petróleo a companhias estrangeiras, no âmbito da Zona de Desenvolvimento Conjunto – JDZ, em inglês – gerenciada depois de 2001 em conjunto pelo arquipélago e seu poderoso vizinho nigeriano [2].
Durante a última crise, onde explodiu pela primeira vez a cólera da população, como ilustra a primeira manifestação de estudantes organizada em trinta anos de independência, Fradique perdeu seu quinto governo. Em 2 de junho de 2005, o primeiro ministro Damião Vaz d’Almeida pediu sua demissão ao chefe de Estado. O partido julgou fraudulento o procedimento de atribuição de milhares de quilômetros quadrados à companhias estrangeiras sem exames técnicos prévios. Nessa nova página da tragicomédia de São Tomé, acirradas discussões começam antes mesmo de o petróleo jorrar. O Estado iria receber 113,2 milhões de dólares pelas concessões — isto é, três vezes mais que seu PIB (Produto Interno Bruto), até então dependente da renda da cultura de cacau.
percebem agora porque é que ao fim de 200 anos os EUA descobriram África?
Triste sina ter nascido português
- alexmabastos
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Perceberam o porquê o Brasil é uma grande aposta?P44 escreveu:soultrain escreveu:São Tomé.http://diplo.uol.com.br/2006-10,a1416ÁFRICA
São Tomé e Príncipe: o azar do petróleo
Micro-pais de 140 mil habitantes no Golfo da Guiné, o arquipélago de língua portuguesa descobriu, na virada do século, que está sobre um manto de óleo. Tragédias da mentalidade colonial: em vez de grande oportunidade, o achado atiça desigualdades, golpes e divisões
Jean-Christophe Servant
O vinho branco, um chardonay Chamonix, vem de suas próprias vinícolas sul-africanas e é bebido facilmente no calor equatorial de São Tomé e Príncipe. Ainda assim, Chris Hellinger é amargo: "Aqui há somente corrupção e concorrência entre os dirigentes políticos. A razão é o petróleo". Hellinger sabe o que diz. Na liderança da Island Oil Exploration, uma empresa registrada nas Bahamas, esse homem de passado conturbado [1] foi um dos primeiros a procurar óleo em vão no arquipélago, um dos menores países da África (140 mil habitantes em duas ilhas, que juntas têm o tamanho de Andorra e são vizinhas ao Gabão). Era o final dos anos 1980. Independente desde 12 de julho de 1975 e dirigida pelo presidente Pinto da Costa, a antiga colônia portuguesa deixava o marxismo para abrir-se ao multipartidarismo por ocasião de uma conferência nacional histórica, a primeira do continente africano.
As pesquisas realizadas nas profundezas das águas territoriais do norte do arquipélago, no limite das reservas de carbono da Nigéria, deram frutos na virada do século: com reservas estimadas de 11 bilhões de barris de óleo bruto, o país pode tornar-se uma espécie de Brunei do golfo da Guiné e produzir perto de 80 mil barris por dia. Mas a custo de quanta crise política, corrupção e concessões geopolíticas?
O petróleo está deteriorando o ambiente político no país. Desde a eleição do presidente Fradique de Menezes em 2001, São Tomé e Príncipe não parou de mergulhar na instabilidade. Houve uma tentativa de golpe em julho de 2003, quando este empresário do cacau, posto no poder por seu predecessor Miguel Trovoada, foi provisoriamente destituído. Seguiram-se as crises, tendo como pano de fundo as lutas por poder, quase sempre virulentas, entre o chefe de Estado e a coalizão governamental dirigida pelo ex-partido único, o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD). Lá também, todas as oportunidades se desfazem ao cheiro do ouro negro. Mais precisamente, naquilo que envolve a concessão de exploração de petróleo a companhias estrangeiras, no âmbito da Zona de Desenvolvimento Conjunto – JDZ, em inglês – gerenciada depois de 2001 em conjunto pelo arquipélago e seu poderoso vizinho nigeriano [2].
Durante a última crise, onde explodiu pela primeira vez a cólera da população, como ilustra a primeira manifestação de estudantes organizada em trinta anos de independência, Fradique perdeu seu quinto governo. Em 2 de junho de 2005, o primeiro ministro Damião Vaz d’Almeida pediu sua demissão ao chefe de Estado. O partido julgou fraudulento o procedimento de atribuição de milhares de quilômetros quadrados à companhias estrangeiras sem exames técnicos prévios. Nessa nova página da tragicomédia de São Tomé, acirradas discussões começam antes mesmo de o petróleo jorrar. O Estado iria receber 113,2 milhões de dólares pelas concessões — isto é, três vezes mais que seu PIB (Produto Interno Bruto), até então dependente da renda da cultura de cacau.
percebem agora porque é que ao fim de 200 anos os EUA descobriram África?
Aqui existem loucos, mas bem menos loucos que na África e Oriente Médio.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
O Globo:
EUA tentam espantar dúvidas sobre IV Frota
Responsável pela força naval americana na costa latina, contra-almirante Guillory diz priorizar combate ao narcotráfico
VICTOR G. Guillory: Marinha americana quer ter capacidade para impor controle local do mar com ou sem concordância dos países da região
José Meirelles Passos
Quando a IV Frota Naval dos Estados Unidos, desativada em 1950, foi restabelecida subitamente em meados do ano passado, com a missão de monitorar o litoral de toda a América Latina, vários países da região - em especial Brasil, Argentina, Bolívia e Venezuela - manifestaram desconfiança e suspeitas. Agora, 14 meses mais tarde, voltou a surgir com mais frequência entre os brasileiros - em especial devido ao início da exploração de gigantescas reservas de petróleo descobertas no fundo do oceano - o receio de que, em algum momento, aquela força poderia ser utilizada pelos EUA para se apossar dessa riqueza.
Tal cenário seria um absurdo, segundo o contra-almirante Victor G. Guillory, 54 anos, que há três meses assumiu a chefia das Forças Navais do Comando Sul e também o comando da IV Frota Naval:
- Embora eu creia que já tenhamos explicado isso várias vezes, acho que essa suspeita jamais será completamente afastada através de uma reunião ou de uma entrevista. Vai demorar um pouco. E, como o novo comandante, estou preparado para dedicar todo o tempo necessário para desfazer as suspeitas toda vez que me perguntarem a respeito - disse Guillory em entrevista exclusiva ao GLOBO sexta-feira passada, ao fim de uma visita de cinco dias ao Brasil.
Na patente, diretor de guerra de superfície
O problema é que a própria ficha profissional de Guillory reforça as teses conspiratórias. Antes de assumir a frota, ele trabalhou três anos em Washington como diretor de guerra de superfície, da Marinha, com a responsabilidade de cuidar das necessidades para combates navais e recursos materiais para todos os navios de guerra e sistemas de combate dos EUA.
- Eu continuo sendo um oficial de guerra de superfície, mas estou muito grato aos meus superiores pelo fato de terem me nomeado para esse novo trabalho que inclui missões humanitárias, e considerar o que temos em comum com nossos parceiros na região, além de melhorar a parceria com os países com os quais enfrentamos ameaças em comum - disse o contra-almirante.
De acordo com a Estratégia Cooperativa para a Força Naval do Século XXI, dos EUA, a sua Marinha enfrenta "muitos desafios na capacidade de exercitar o controle dos mares. Talvez nenhum deles seja tão significativo quanto o crescente número de nações operando submarinos, tanto convencionais quanto a propulsão nuclear", diz um trecho. Mais adiante ela registra um alerta significativo: "Nós devemos ter a capacidade de impor controle local do mar onde quer que seja necessário, idealmente com a concordância de amigos e aliados, mas por nossa própria conta, se formos obrigados a isso."
No entanto, no espírito de afastar suspeitas e desconfianças, Guillory insistiu em repetir um conceito utilizado pela chefia das forças navais do Comando Sul, baseado na Flórida, desde a reativação da IV Frota, 14 meses atrás:
- Eu não tenho navio algum designado permanentemente a nós. E tampouco disponho de aviões ou submarinos permanentes. Conto apenas com um grupo de aproximadamente 140 homens e mulheres.
Tal situação, no entanto, engloba um segundo conceito: o de que a IV Frota pode, a qualquer momento, requisitar quaisquer tipos de embarcações que achar necessárias para uma determinada missão - reconheceu Guillory, ponderando a seguir:
- Eu posso obter os navios adequados (a uma determinada situação). Para outras frotas talvez seja mais apropriado o uso de um porta-aviões. Mas acredito que os tipos de desafios que enfrentamos juntos aqui na região demandem outro tipo de embarcações - disse ele, citando como exemplo os navios-hospitais que têm atendido à população mais pobre na América Central, e embarcações de pequeno porte que têm sido utilizadas para conter o tráfico de cocaína através do Caribe.
O narcotráfico, segundo Guillory, é hoje a maior preocupação da Marinha americana na região. Por isso, durante a sua viagem ao Brasil - o único país até agora visitado por ele - conversou com os oficiais locais sobre a necessidade de os países da região abraçarem o conceito de "consciência de domínio marítimo" que, segundo Guillory, se tornou uma alta prioridade para os EUA.
Visita às instalações da Marinha brasileira
Semana que vem em Newport, estado de Rhode Island, haverá um simpósio específico sobre isso. O almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha do Brasil, estará presente, segundo Guillory:
- Vamos tratar de ampliar a nossa capacidade de monitorar o tráfego de navios em nossa região, atentos à atividades suspeitas. Notar, por exemplo, embarcações pescando em áreas onde não há peixes; ou transitando onde normalmente não é rota de embarcações. Captando, enfim, sinais de navios realizando operações ilícitas - disse ele.
Guillory contou ter vindo ao Brasil por recomendação de vários de seus superiores, que lhe disseram que além de oferecer uma visão clara sobre a Marinha nacional, o governo brasileiro lhe ofereceria perspectivas sobre a região.
- Apreciamos nossa tremenda comunicação com a Marinha brasileira, que foi generosa em nos dar a oportunidade de visitar as suas instalações - disse ele, acrescentando, de forma a mostrar que não existem desconfianças, que também teve acesso aos planos de defesa do Brasil.
EUA tentam espantar dúvidas sobre IV Frota
Responsável pela força naval americana na costa latina, contra-almirante Guillory diz priorizar combate ao narcotráfico
VICTOR G. Guillory: Marinha americana quer ter capacidade para impor controle local do mar com ou sem concordância dos países da região
José Meirelles Passos
Quando a IV Frota Naval dos Estados Unidos, desativada em 1950, foi restabelecida subitamente em meados do ano passado, com a missão de monitorar o litoral de toda a América Latina, vários países da região - em especial Brasil, Argentina, Bolívia e Venezuela - manifestaram desconfiança e suspeitas. Agora, 14 meses mais tarde, voltou a surgir com mais frequência entre os brasileiros - em especial devido ao início da exploração de gigantescas reservas de petróleo descobertas no fundo do oceano - o receio de que, em algum momento, aquela força poderia ser utilizada pelos EUA para se apossar dessa riqueza.
Tal cenário seria um absurdo, segundo o contra-almirante Victor G. Guillory, 54 anos, que há três meses assumiu a chefia das Forças Navais do Comando Sul e também o comando da IV Frota Naval:
- Embora eu creia que já tenhamos explicado isso várias vezes, acho que essa suspeita jamais será completamente afastada através de uma reunião ou de uma entrevista. Vai demorar um pouco. E, como o novo comandante, estou preparado para dedicar todo o tempo necessário para desfazer as suspeitas toda vez que me perguntarem a respeito - disse Guillory em entrevista exclusiva ao GLOBO sexta-feira passada, ao fim de uma visita de cinco dias ao Brasil.
Na patente, diretor de guerra de superfície
O problema é que a própria ficha profissional de Guillory reforça as teses conspiratórias. Antes de assumir a frota, ele trabalhou três anos em Washington como diretor de guerra de superfície, da Marinha, com a responsabilidade de cuidar das necessidades para combates navais e recursos materiais para todos os navios de guerra e sistemas de combate dos EUA.
- Eu continuo sendo um oficial de guerra de superfície, mas estou muito grato aos meus superiores pelo fato de terem me nomeado para esse novo trabalho que inclui missões humanitárias, e considerar o que temos em comum com nossos parceiros na região, além de melhorar a parceria com os países com os quais enfrentamos ameaças em comum - disse o contra-almirante.
De acordo com a Estratégia Cooperativa para a Força Naval do Século XXI, dos EUA, a sua Marinha enfrenta "muitos desafios na capacidade de exercitar o controle dos mares. Talvez nenhum deles seja tão significativo quanto o crescente número de nações operando submarinos, tanto convencionais quanto a propulsão nuclear", diz um trecho. Mais adiante ela registra um alerta significativo: "Nós devemos ter a capacidade de impor controle local do mar onde quer que seja necessário, idealmente com a concordância de amigos e aliados, mas por nossa própria conta, se formos obrigados a isso."
No entanto, no espírito de afastar suspeitas e desconfianças, Guillory insistiu em repetir um conceito utilizado pela chefia das forças navais do Comando Sul, baseado na Flórida, desde a reativação da IV Frota, 14 meses atrás:
- Eu não tenho navio algum designado permanentemente a nós. E tampouco disponho de aviões ou submarinos permanentes. Conto apenas com um grupo de aproximadamente 140 homens e mulheres.
Tal situação, no entanto, engloba um segundo conceito: o de que a IV Frota pode, a qualquer momento, requisitar quaisquer tipos de embarcações que achar necessárias para uma determinada missão - reconheceu Guillory, ponderando a seguir:
- Eu posso obter os navios adequados (a uma determinada situação). Para outras frotas talvez seja mais apropriado o uso de um porta-aviões. Mas acredito que os tipos de desafios que enfrentamos juntos aqui na região demandem outro tipo de embarcações - disse ele, citando como exemplo os navios-hospitais que têm atendido à população mais pobre na América Central, e embarcações de pequeno porte que têm sido utilizadas para conter o tráfico de cocaína através do Caribe.
O narcotráfico, segundo Guillory, é hoje a maior preocupação da Marinha americana na região. Por isso, durante a sua viagem ao Brasil - o único país até agora visitado por ele - conversou com os oficiais locais sobre a necessidade de os países da região abraçarem o conceito de "consciência de domínio marítimo" que, segundo Guillory, se tornou uma alta prioridade para os EUA.
Visita às instalações da Marinha brasileira
Semana que vem em Newport, estado de Rhode Island, haverá um simpósio específico sobre isso. O almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha do Brasil, estará presente, segundo Guillory:
- Vamos tratar de ampliar a nossa capacidade de monitorar o tráfego de navios em nossa região, atentos à atividades suspeitas. Notar, por exemplo, embarcações pescando em áreas onde não há peixes; ou transitando onde normalmente não é rota de embarcações. Captando, enfim, sinais de navios realizando operações ilícitas - disse ele.
Guillory contou ter vindo ao Brasil por recomendação de vários de seus superiores, que lhe disseram que além de oferecer uma visão clara sobre a Marinha nacional, o governo brasileiro lhe ofereceria perspectivas sobre a região.
- Apreciamos nossa tremenda comunicação com a Marinha brasileira, que foi generosa em nos dar a oportunidade de visitar as suas instalações - disse ele, acrescentando, de forma a mostrar que não existem desconfianças, que também teve acesso aos planos de defesa do Brasil.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
É engraçado de se ver como o cara solta a língua e manda ver: "Nós devemos ter a capacidade de impor controle local do mar onde quer que seja necessário" ai se dá conta e tenta amenizar "ah, temos apenas 140 pessoas blablabla missões humanitárias... blablabla".
Marino, esse "conceito de consciência de domínio marítimo" seria o quê?
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Chame de "consciência situacional", para pegar emprestado um termo que os pilotos usam, e aplicá-lo no mar.Quiron escreveu:É engraçado de se ver como o cara solta a língua e manda ver: "Nós devemos ter a capacidade de impor controle local do mar onde quer que seja necessário" ai se dá conta e tenta amenizar "ah, temos apenas 140 pessoas blablabla missões humanitárias... blablabla".
Marino, esse "conceito de consciência de domínio marítimo" seria o quê?
Veja o que ele diz em outro parágrafo:
"Vamos tratar de ampliar a nossa capacidade de monitorar o tráfego de navios em nossa região, atentos à atividades suspeitas. Notar, por exemplo, embarcações pescando em áreas onde não há peixes; ou transitando onde normalmente não é rota de embarcações. Captando, enfim, sinais de navios realizando operações ilícita."
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Obrigado pela resposta, Marino.
Imaginei que fosse algo parecido, mas dado o cargo do sujeito fiquei em dúvida se não seria algo maior e de maior importância. Isso me parece papo de quem vê a MB apenas como uma polícia dos mares.
Imaginei que fosse algo parecido, mas dado o cargo do sujeito fiquei em dúvida se não seria algo maior e de maior importância. Isso me parece papo de quem vê a MB apenas como uma polícia dos mares.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
- Embora eu creia que já tenhamos explicado isso várias vezes, acho que essa suspeita jamais será completamente afastada através de uma reunião ou de uma entrevista. Vai demorar um pouco. E, como o novo comandante, estou preparado para dedicar todo o tempo necessário para desfazer as suspeitas toda vez que me perguntarem a respeito - disse Guillory em entrevista exclusiva ao GLOBO sexta-feira passada, ao fim de uma visita de cinco dias ao Brasil.
Bem...enganar o inimigo é a pedra fundamental para conseguir um ataque a surpresa!!!
Mesmo que eles não tenham necessidade de um ataque deste tipo, pois quando entrarem em nosso território, vão atacar o que de nossas forças armadas
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
E ainda tem gente q acha q quem defende nenhuma dependência de tecnologia militar essencialmente estratégica com os EUA é americanofóbico, anti-americano, "esquerdista"...Marino escreveu:Chame de "consciência situacional", para pegar emprestado um termo que os pilotos usam, e aplicá-lo no mar.Quiron escreveu:É engraçado de se ver como o cara solta a língua e manda ver: "Nós devemos ter a capacidade de impor controle local do mar onde quer que seja necessário" ai se dá conta e tenta amenizar "ah, temos apenas 140 pessoas blablabla missões humanitárias... blablabla".
Marino, esse "conceito de consciência de domínio marítimo" seria o quê?
Veja o que ele diz em outro parágrafo:
"Vamos tratar de ampliar a nossa capacidade de monitorar o tráfego de navios em nossa região, atentos à atividades suspeitas. Notar, por exemplo, embarcações pescando em áreas onde não há peixes; ou transitando onde normalmente não é rota de embarcações. Captando, enfim, sinais de navios realizando operações ilícita."
Podemos ser "amigos", mas sem nenhum rabo preso...
Para mim essa é a questão mais fundamental em relação a posição dos EUA para com o Brasil: uma possível, mesmo q "indiretamente", ação da US Navy/USAF dissuasiva no Atlântico Sul... Ninguém no mundo além deles poderia fazer isso... Muito mais grave e potencialmente dissuasório do q as bases colombianas...
E isso não é um projeto americano de "ontem", eles já estão abancados no Golfo da Guiné com radares e aeronaves de longo alcance... Essa política deve-se não somente a questões energéticas mas também ao crescente aumento da presença e influência chinesa e brasileira nos países africanos.
A nova política para a África ficou claramente evidenciada com a criação do AFRICOM por Bush. Bem como o posicionamento de países africanos membros da SADC (organização q engloba países do sul África) ao recusar bases dos EUA...
Enfim, o jogo é real e o tabuleiro do Atlântico Sul está em franca dinâmica...
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Parece que estou vendo... No iraque criaram um títere (sadam), provocaram uma guerra com o irã, forçaram uma invasão iraquiana do Kuwait e mentiram, para justificar a invasão. Hoje toda a produção de petróleo iraquiana está nas mãos dos EUA.
A novela tem mais um capítulo só que os protagonistas seremos nós brasileiros: eles apoiarão a "eleição" de uma terrorista, para presidente (a D.R. pq a mídia vive a elogiando), provocarão uma guerra entre Venezuela e Colômbia em que envolverão Equador, Bolívia e nós é claro. Alem do mais dirão que não temos capacidade de manter a amazônia incólume, que produzimos a boa parte do CO2 e aquecimento global e que acima de tudo temos nuke!! Aos olhos do mundo alienado são mais do que boas justificativas para uma invasão do iraque, isto é, do nosso país...
O petróleo do pré-sal e do pós sal e dos demais campos e jazidas é nosso, não é da Petrobrás nem de ninguem, é meu e é teu. Portanto devemos tomar iniciativas imediatas...
A novela tem mais um capítulo só que os protagonistas seremos nós brasileiros: eles apoiarão a "eleição" de uma terrorista, para presidente (a D.R. pq a mídia vive a elogiando), provocarão uma guerra entre Venezuela e Colômbia em que envolverão Equador, Bolívia e nós é claro. Alem do mais dirão que não temos capacidade de manter a amazônia incólume, que produzimos a boa parte do CO2 e aquecimento global e que acima de tudo temos nuke!! Aos olhos do mundo alienado são mais do que boas justificativas para uma invasão do iraque, isto é, do nosso país...
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co ivi oguereco iara (esta terra tem dono)
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
A IV Frota em ação: um porta-aviões chamado Haiti
Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... ado-haiti/
Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... ado-haiti/
Raul Zibechi
A reação dos Estados Unidos de militarizar a parte haitiana da ilha logo após o devastador terremoto de 12 de janeiro deve ser considerada dentro do contexto gerado a partir da crise financeira e da chegada de Barack Obama à presidência. As tendências de fundo já estavam presentes, mas a crise acelerou-as de um modo que lhes deu maior visibilidade. Trata-se da primeira intervenção de envergadura da IV Frota, restabelecida há pouco tempo.
Com a crise haitiana, a militarização das relações entre os EUA e a América Latina avança mais um passo, como parte da militarização de toda política externa de Washington. Deste modo, a superpotência em declínio tenta retardar o processo que a converterá em uma de outras seis ou sete potências no mundo. A intervenção é tão escancarada que o jornal oficial chinês Diário do Povo (de 21 de janeiro) pergunta se os EUA pretendem incorporar o Haiti como um Estado mais da União.
O jornal chinês cita uma análise da revista Time, onde se assegura que “o Haiti se converteu no 51° estado dos EUA ou, pelo menos, seu quintal”. Com efeito, em apenas uma semana o Pentágono mobilizou para a ilha um porta-aviões, 33 aviões de socorro e numerosos navios de guerra, além de 11 mil soldados. A Minustah, missão da ONU para a estabilização do Haiti, tem apenas 7 mil soldados. Segundo a Folha de São Paulo (20 de janeiro), os EUA substituíram o Brasil de seu lugar de direção da intervenção militar na ilha, já que, em poucas semanas, terá “doze vezes mais militares que o Brasil no Haiti”, chegando a 16 mil homens.
O mesmo Diário do Povo, em um artigo sobre o “efeito estadunidense” no Caribe, assegura que a intervenção militar deste país no Haiti terá influência em sua estratégia no Caribe e na América Latina, onde mantém uma importante confrontação com Cuba e Venezuela. Essa região é, para o jornal chinês, “a porta de entrada de seu quintal”, que os EUA buscam “controlar muito de perto” para “continuar ampliando seu raio de influência sobre o sul”.
Tudo isso não é muito novo. O importante é que se inscreve em uma escalada que iniciou com o golpe militar em Honduras e com os acordos com a Colômbia para a utilização de sete bases neste país. Se, a isso, somamos o uso das quatro bases que o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, cedeu a Washington em outubro, e as já existentes em Aruba e Curaçao (ilhas próximas a Venezuela pertencentes a Holanda), temos um total de 13 bases rodeando o processo bolivariano. Agora, além disso, consegue posicionar um enorme porta-aviões no meio do Caribe.
Segundo Ignácio Ramonet, no Le Monde Diplomatique de janeiro, “tudo anuncia uma agressão iminente”. Esse não parece ser o cenário mais provável, ainda que se possa concluir duas coisas: os EUA optaram pelo militarismo para mitigar seu declínio e necessitam do petróleo da Colômbia, Equador e, sobretudo, da Venezuela para afiançar sua situação hegemônica ou, pelo menos, diminuir a velocidade deste declínio. No entanto, as coisas não são tão simples.
Para o jornal francês, “a chave está em Caracas”. Sim e não. Sim porque, com efeito, 15% das importações de petróleo dos EUA provém da Colômbia, Venezuela e Equador, mesmo índice da quantidade importada do Oriente Médio. Além disso, a Venezuela caminha para converter-se na maior reserva de petróleo do planeta, assim que se confirmarem as reservas do Orinoco descobertas recentemente. Segundo o Serviço Geológico dos EUA, seriam o dobro das da Arábia Saudita. Tudo isso seria suficiente para que Washington desejasse, como deseja, tirar Hugo Chávez do poder.
Ao meu modo de ver, o problema central para a hegemonia estadunidense no seu “quintal” é o Brasil. O petróleo é uma riqueza importante. Mas é preciso extraí-lo e transportá-lo, o que demanda investimentos, ou seja, estabilidade política. O Brasil já é uma potência global, é o segundo dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), ficando atrás em importância apenas da China. Dos dez maiores bancos do mundo, três são brasileiros (e cinco chineses). Nenhum destes dez bancos é dos EUA ou da Inglaterra. O Brasil tem a sexta reserva de urânio do mundo (com apenas 25% de seu território investigado) e estará entre as cinco maiores reservas de petróleo quando for concluída a prospecção da bacia de Santos. As multinacionais brasileiras figuram entre as maiores do mundo. A Vale do Rio Doce é a segunda mineradora e a primeira em mineração de ferro; a Petrobras é a quarta empresa petrolífera do mundo e a quinta empresa global por seu valor de mercado; a Embraer é a terceira empresa aeronáutica, atrás apenas da Boeing e da Airbus; o JBS Friboi é o primeiro frigorífico de carne de gado bovino do mundo; a Braskem é a oitava petroquímica do planeta. E poderíamos seguir com a lista.
Ao contrário da China, o Brasil é autosuficiente em matéria de energia e será um grande exportador. Sua maior vulnerabilidade, a militar, está em vias de ser superada graças à associação estratégica com a França. Na década que se inicia, o Brasil fabricará aviões caça de última geração, helicópteros de combate e submarinos graças à transferência de tecnologia pela França. Até 2020, se não antes, será a quinta economia do planeta. E tudo isso ocorre debaixo do nariz dos EUA.
O Brasil já controla boa parte do Produto Interno Bruto da Bolívia, Paraguai e Uruguai, tem uma presença muito firme na Argentina, da qual é um sócio estratégico, assim como no Equador e no Peru, que facilitam a saída para o Pacífico. Aí está o osso mais duro para a IV Frota. O Pentágono desenhou para o Brasil a mesma estratégia que aplica a China: gerar conflitos em suas fronteiras para impedir a expansão de sua influência: Coréia do Norte, Afeganistão, Paquistão, além da desestabilização da província de Xinjiang, de maioria muçulmana.
Na América do Sul, um rosário de instalações militares do Comando Sul rodeia o Brasil pela região andina e o sul. A pinça se fecha com o conflito Colômbia-Venezuela e Colômbia-Equador. Agora contará com o porta-aviões haitiano, deslocando desta ilha a importante presença brasileira à frente da Minustah. É uma estratégia de ferro, friamente calculada e rapidamente executada.
O problema que as nações e os povos da região enfrentam é que as catástrofes naturais serão uma moeda de troca corrente nas próximas décadas. Isso é apenas o começo. A IV Frota será o braço militar mais experimentado e melhor preparado para intervenções “humanitárias” em situações de emergência. O Haiti não será a exceção, mas sim o primeiro capítulo de uma nova série pautada pelo posicionamento militar dos EUA em toda a região. Dito de outro modo: nós, latino-americanos, corremos sério perigo e já é hora de nos darmos conta disso.
Tradução: Katarina Peixoto
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Antes era... "não teremos PA pelas bandas da Flórida" ...
Agora...
"Talvez"...
http://hamptonroads.com/2010/12/navy-se ... s?cid=ltst
[]s
CB_Lima
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CB_Lima = Carlos Lima