Túlio escreveu:E Delta e czarccc, vou repetir: a cada vez que eu via o Brigadeiro se lamuriando '...e outra vez os ianques nos boicotaram...' eu pensava: "tá, mas por quê não tentaram comprar dos Russos, dos Franceses, dos Suecos, dos Chineses, dos Japoneses, de Israel, sei lá..."
Vou tentar ser mais claro nesse post. Estamos aqui na hora de comprar um determinado equipamento. O que fazemos. Pesquisamos as opções. Dentre as opções, sempre há a americana. Tá na hora de decidir. Uma voz baixa se levanta e diz. Os americanos têm esse histórico, já fizeram isso, isso e aquilo. Já boicotaram isso e aquilo. Os americanos montam seu circo das maravilhas, prometem mundos e fundos, colocam toda a máquina do lobby pra funcionar, ganham na lábia e na distorção dos fatos adeptos em todos os seguimentos da sociedade e com a pitada certa de pressão (ou outros métodos mais espúrios, vide SIVAM) convensem as autoridades e aquela voz baixa se perde no ar. Aí sabe o que se sucede? O Brasil compra deles de novo. Dá início a todo um projeto no qual aquele equipamqnto é fundamental aí chega na horade juntar tudo eles simplesmente dizem: Não, não vou mais te entregar. Típico roteiro das compras de artigos de tecnologia e militares brasileiras. Aí o senhores me perguntam? Porque não comprar de outro? Sabe porque senhores, porque não há padrão universal de interface, características de operação, não há uma fôrma universal. O equipamento do outro fornecedor simplesmente não serve a todo projeto que foi desenvolvido baseado no equipamento americano. O dinheiro investido vai pro lixo, nada que faça diferença em meio ao nosso "abundante" orçamento de P&D. Pra comprar do outro fornecedor é preciso desenvolver outro projeto do zero. Em raros casos é possível adaptar o equipamento de outro fornecedor no projeto já desenvolvido, mas sempre envolve grandes atrasos e elevação de custos. Aí vc, chefe do programa, vai mendigar migalhas para os deputados, que com desprezo vão te dizer, já não te liberei tudo que era previsto para terminar o projeto? Não é qualquer um que tem esse previlégio não. Não há mais my friend, tenho que alimentar meus filhos, tenho que fazer minha "boquinha", tenho que fazer uma ponte no meio do nada, tenho que fazer superávit primário, etc. Pronto, projeto morto e dependência garantida. E sabe o mais engraçado de tudo? O grande público e as autoridades não ficam sabendo de nada e no próximo projeto, repetindo o mesmo procedimento acima, lá estaremos nós comprando deles de novo, perpetuando nossa dependência, andando aos trancos e barrancos a passos de tartaruga. Porque não descartá-los como fornecedores e comprar de outro fornecedor qualquer de cara? Comece a ler o post de novo...
E assim vai...
É como vc disse Tulio. É só eles decretarem embargo total que a FAB vai pro chão e a EMBRAER fale em dois tempos. Te agrada essa situação? Gostaria dela perpetuada?
Esses processos de aquisição recentes são os únicos que estão fugindo desse roteiro acima em séculos. Porque, até aqui, esse governo não tem se curvado subserviente ao lobby como antes era praxe. Os senhores poderiam questionar: Mas não poderiam agir da mesma forma Rússia, China, França, etc. Obviamente que sim. Mas estes não detem o histórico maldito dos nossos atuais fornecedores majoritários. Ainda têm o benefício da dúvida. Quando ficar claro que aquele que nos boicota perdo o cliente por pelo menos meio século, essa situação há de mudar, porque afinal de contas dinheiro todos querem!