Alfredo762 escreveu:Mas Fontoura
Se saísse tão caro quanto o rafaleco, onde montaremos, porque não então o NG, que seria construído aqui?
O que preferem pelo mesmo preço? Um caça com real tecnologia e construído aqui ou um caça montado aqui?
Eu prefiro o construído ao invés de montado. Nesse ponto, a Saab sai na liderança.
Alfredo
Alfredo, por mais que eu goste do Gripen NG e da proposta sueca, tenho que reconhecer que a fila andou e a Saab ficou para trás. Veja bem: acredito no Gripen NG como alternativa. Muito mais do que muitos aqui diziam acreditar no PAK-FA. Esse, ainda não me convenci até hoje que sairá do papel. Posso até morder a língua no futuro, admito, mas os prognósticos não me fazem acreditar que isso irá acontecer. Até quero que o caça de quinta geração russo saia do papel. Não quero ver a indústria aeroespacial russa fracassando num programa dessa importância.
Acredito que a Suécia, por mais que alguns digam que não, pode garantir nos fornecer exatamente o que diz que pode. Tudo bem, o Brasil não poderia exportar o caça por si só, sem autorização americana. Mas nesse ponto, a proposta sueca é muito mais "pé no chão" do que a francesa, que diz que poderíamos exportar Rafale feito aqui para a América do Sul. Para quem? Para a Argentina, que ficaria muito feliz se vendêssemos para ela a preço de banana (com permissão da França) os nossos Mirage 2000B/C? Para a Bolívia? Para o Chapolim, ops, Chavez?
No caso da proposta sueca para o Gripen NG, o Brasil seria parceiro e fabricaria partes do caça que seriam usadas em todos os Gripen NG. Nos nossos e nos de qualquer país que viesse a encomendá-lo. Para isso, seríamos fornecedores e ganharíamos indiretamente com cada unidade vendida. Isso foi o que os suecos fizeram com a África do Sul, que fabrica e até mesmo desenvolveu vários componentes do Gripen C/D.
Então, como eu disse antes. A fila andou e a Saab perdeu a oportunidade de apresentar uma proposta forte antes que o Sarkozy viesse e o Lula se encantasse e soltasse a língua. Agora, Inês é morta. A FAB vai escolher e acolher o Rafale de bom grado. Ainda mais se o governo conseguir baixar o preço de aquisição/operação a níveis razoáveis.
E, se a Dassault for realmente inteligente, vai aceitar os termos brasileiros e pode até levar um prejuízo com essa venda, para ganhar lá na frente, arrancando o couro dos futuros clientes. Com o Brasil escolhendo o Rafale, estará quebrada a maldição de que o "Rafale é bom, mas não vende". O caça francês poderá, digamos, "desencantar" e sair conquistando novas vendas.
Como o próprio PRick reconheceu, o Gripen NG pode ter custado alguma coisa à Saab, mas não a levará à bancarrota se não decolar, pois o Gripen Demo é um demonstardor de tecnologia e quase tudo o que está sendo desenvolvido para ele poderá ser aproveitado nos futuros aperfeiçoamentos da frota de Gripen C/D da Svenska Flyg Vapnet. Então, o investimento feito não se perderá totalmente.
Em minha opinião, a situação de Dassault em relação ao Rafale era bem mais grave, pois a Dassault, ao contrário da Embraer, depende mais das vendas militares do que das vendas no mercado civil (embora tenha uma boa presença no mercado corporativo, com a linha Falcon). O fracasso continuado do Rafale em vendas internacionais, se não conseguisse emplacar essa venda no Brasil, poderia levar a empresa a uma situação muito difícil, embora não acredite que iria à falência.
Então, se vamos de Rafale, ótimo!
Como eu disse antes, deveríamos parar com esse negócio de ficar desqualificando Gripen NG por ter motor americano e outras bobagens que só afetam o Gripen, mas que incrivelmente não afetam o resto da frota da FAB que usa motor americano.
Vamos discutir o que realmente poderá nos afetar com a operação do Rafale pela FAB, como listei em outra mensagem.
É isso aí...