Só pra refrescar a memória, reparem nas palavras-chave:
Dia 7 de setembro, manhã, Comunicado Conjunto Brasil - França:
Comunicado Conjunto
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente Sarkozy decidiram fazer do Brasil e da França parceiros estratégicos também no domínio aeronáutico, onde ambos os países possuem vantagens importantes e complementares.
Neste contexto, o Presidente francês comunicou ao Presidente brasileiro a intenção da França de adquirir uma dezena de unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390, e manifestou a disposição dos industriais franceses de contribuir para o desenvolvimento do programa desta aeronave.
Por seu lado, levando em contra a amplitude das transferências de tecnologia propostas e das garantias oferecidas pela parte francesa, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a decisão da parte brasileira de entrar em negociações com o GIE Rafale para a aquisição de 36 aviões de combate.”
((Ambiente no FDB: alvoroço, primeiros gritos de vitória, euforia crescendo.))
Dia 7 de setembro, tarde, Nota OFICIAL do Ministério da Defesa:
Brasil e França anunciam parceria para aquisição mútua dos aviões Rafale (francês) e o KC-390 (brasileiro)
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, anunciaram hoje um novo patamar na cooperação dos dois países na área aeronáutica. A França comunicou sua intenção de contribui para o desenvolvimento do projeto do avião KC-390, um cargueiro a jato que a Embraer está desenvolvendo, com requisitos da Força Aérea Brasileira, para substituir os aviões a hélice, Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. A França poderá ainda adquirir dez unidades do novo avião. Já o Brasil, abriu negociações com os franceses para aquisição de 36 aviões de combate Rafale, como parte do projeto FX-2. Segundo o presidente Lula, até o fim da semana poderão ser divulgados mais detalhes das negociações.
O Comunicado Conjunto, informando os avanços nas negociações relativas ao Rafale e ao KC-390, foram a surpresa na declaração dos dois presidentes à Imprensa. Até então, a expectativa era de que fossem formalizados apenas os acordos relativos ao programa da construção do submarino a propulsão nuclear (com construção intermediária de quatro convencionais) e a construção de 50 helicópteros de transporte franceses EC-725, em Itajubá.
“É a consolidação de uma parceria estratégia de dois povos que tem muita coisa em comum”, disse o presidente Lula. Segundo ele, a parceria não é apenas comercial. “Nós queremos pensar juntos, criar juntos, construir juntos e, se possível, vender juntos”, afirmou.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que conduziu negociações com os franceses até a madrugada desta segunda-feira, disse que não é possível avançar nenhum detalhe no atual estágio das conversas.
((Ambiente no FDB: explosão de alegria, festa, agitação, recorde de usuários online, estouro de garrafas de champagne, comemorações.))
Dia 8 de setembro, tarde, Nota OFICIAL assinada pelo Ministro da Defesa:
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMUNICADO À IMPRENSA
(08/09/2009)
Programa FX-2
No dia 06 de setembro, o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, em encontro com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou o interesse do governo francês em aprofundar a parceria entre os dois países também no setor aeronáutico.
Afirmou que o Governo Francês assume, além de outros, o compromisso de fazer ofertar os aviões Rafale ao Brasil com preços competitivos, razoáveis e comparáveis com os pagos pelas Forças Armadas da França.
Informou, ainda, da disposição da França de adquirir aviões KC-390, em fase de projeto na Embraer.
Diante desse fato novo, o processo de seleção do Projeto FX-2, conduzido pelo Comando da Aeronáutica, ainda não encerrado, prosseguirá com negociações junto aos três participantes, onde serão aprofundadas e, eventualmente, redefinidas as propostas apresentadas.
Nelson A. Jobim
Ministro de Estado da Defesa
((Ambiente no FDB: perplexidade, incredulidade, revolta.))
Dia 9 de setembro, manhã, Nota OFICIAL editada pela Presidência da República:
Acordo com a França garante tecnologia para modernizar as Forças Armadas
Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Nº 885 - Brasília, 8 de Setembro de 2009
Brasil e França assinaram, nesta segunda-feira (7), um acordo militar no valor de cerca de R$ 24 bilhões, a serem pagos em 20 anos, para modernizar as Forças Armadas brasileiras. Os recursos serão investidos na compra de 50 helicópteros de transporte militar e cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear, para operações de longa duração. Além disso, está em negociação a compra de aviões de combate. A França manifestou interesse de comprar cerca de dez aviões de transporte militar KC-390, que serão fabricados no Brasil pela Embraer. É o maior acordo do gênero já assinado pelo governo brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial e tem significado histórico porque envolve transferência de tecnologia.
Essa opção de negociação resulta na geração de empregos para o Brasil e de oportunidades para que o País possa exportar equipamentos militares, juntamente com a França, para a África e a América Latina. De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil aposta em um projeto de defesa voltado para a construção da paz no continente, da confiança, da integração e da construção do desenvolvimento da região.
O acordo - Segundo o Ministério da Defesa, a França vai contribuir para o projeto do avião KC-390, um cargueiro a jato que a Embraer está desenvolvendo, sob encomenda da Força Aérea Brasileira (FAB), para substituir os aviões a hélice Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. A França poderá adquirir dez unidades do novo avião. O Brasil também abriu negociações com a companhia francesa GIE, para adquirir 36 aviões de combate Rafale, como parte do projeto FX-2, para equipar a FAB.
O Comunicado Conjunto, informando os avanços nas negociações relativas ao Rafale e ao KC-390, foi divulgado na segunda-feira pelo presidente Lula e pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. O programa prevê a construção do submarino a propulsão nuclear (com construção intermediária de quatro convencionais) e a construção de 50 helicópteros de transporte franceses EC-725. No ano que vem, começa a construção de um estaleiro e de uma base naval em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, onde os submarinos serão montados, com tecnologia francesa.
“É a consolidação de uma parceria estratégia de dois povos que têm muita coisa em comum”, disse o presidente Lula. Ele destaca que a parceria não é apenas comercial. “Nós queremos pensar juntos, criar juntos, construir juntos e, se possível, vender juntos”, afirmou, acrescentando que até o fim desta semana poderão ser divulgados mais detalhes das negociações.
Ainda de acordo com o presidente Lula, a iniciativa protege o Brasil contra uma possível ameaça às riquezas do pré-sal. “Fazer investimentos na área da defesa é a gente cuidar do nosso território e da nossa soberania com muito mais cuidado. Afinal de contas, deve sempre passar pela nossa cabeça a idéia de que o petróleo já foi motivo de muitas guerras, de muitos conflitos, e nós não queremos nem guerra e nem conflito”, destacou. Os 50 helicópteros de transporte militar serão produzidos pela Helibras, que tem entre os acionistas a francesa Eurocopter.
Fonte: Ministério da Defesa
((Ambiente no FDB: pancadaria, flames, uns vibrando, uns com receio.))
A primeira e a segunda nota anunciaram o vencedor. Todo mundo aqui concordou. Até os concorrentes entenderam assim. Aliás, poucos disseram que ainda estava em aberto, como o Bourne. Inclusive o PRick na resposta a ele, o chama de Rubinho e diz que era o anúncio do vencedor sim. O mesmo PRick faz a ressalva que não era o fim oficial do F-X, o que ninguém discordou. Quem duvida, sugiro voltar ao início do tópico para ler. Ninguém falou que o F-X tinha acabado. Ninguém falou que o contrato tinha sido assinado. Mas tudo mundo falou que estava decidido. As primeiras notas bancaram o Rafale. Isso está claro.
A nota seguinte do Ministro da Defesa é apontada como recuo. Diz que está em aberto e que pode até receber novas propostas. Não fala NADA de Rafale. Não fala sequer que o governo "abriu negociações". Há divisão de opiniões, mas em geral todos concordam que houve problemas. Usuários como o Marino avisando que ia dar problema e depois afirmando que jogaram no ventilador.
Depois, uma outra nota editada pela Presidência, confirma todos os termos antes da nota assinada por Jobim! Não fala NADA do Projeto F-X2 em aberto. E está criada de vez a confusão. Gente se atacando, até eu entrei em flames.
O que isso quer dizer? Que algo errado aconteceu. As reações demonstram isso.
O Rafale continua vencedor? ÓBVIO! A menos que aconteça uma catástrofe, já foi dito abertamente. O PRESIDENTE já decidiu! Ninguém questionou a decisão do Presidente! O que eu particularmente questionei foi essa nota dissonante do Jobim. Uns taxaram de erro, uns disseram que não era erro e que ela não desmente. Se a gente está tendo que entrar no campo da interpretação de texto, das aulinhas da Tia Maricota, é porque algo não está lá muito claro.
Eu não sei se é erro, se é jogo, se está certo ou errado. O que sei é que as notas não falaram a mesma lingua. O discurso não foi o mesmo. Se estivesse tudo bem, uma nota bastava. Mas 3 notas em 2 dias sobre o mesmo assunto? Não tem nada estranho?
Mas isso é só minha opinião. Ninguém é obrigado a concordar. Mas as notas estão aí pra quem quiser analisar.