NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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orestespf
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#1996 Mensagem por orestespf » Ter Ago 25, 2009 10:53 am

amx2000 escreveu:A volta do militarismo


Marcos nobre


NÃO FOSSE por Janio de Freitas e José Meirelles Passos, nem sequer haveria discussão pública sobre a aquisição de submarinos da França ao preço de 6,8 bilhões. Apesar da oscilação das explicações e da visível má vontade do Ministério da Defesa em prestar contas da decisão, o fato é que as justificativas apareceram.

Essa é uma discussão que precisa ir ainda mais longe. Porque uma escalada militarista está em curso.

Não é casual que o contrato com a França vá ser assinado no próximo dia 7 de setembro. Não é casual que o Brasil aposte no fortalecimento da Unasul e, principalmente, em uma estratégia comum de defesa dos países sul-americanos.

Existe hoje uma ampla aliança de antiamericanismo e nacionalismo como talvez só se tenha visto nos idos de 1960. Tudo indica que as Forças Armadas conseguiram fincar no coração do sistema político a sua duradoura convicção: a da necessidade de dar ao Brasil um poderio bélico que lhe garanta uma incontestável posição de hegemonia militar na América do Sul.

Sempre quiseram uma indústria bélica nacional forte, embora não tenham conseguido isso nem em 20 anos de ditadura militar. Os desenvolvimentistas fecham com a ideia. O Itamaraty quer de qualquer maneira um assento no Conselho de Segurança da ONU.

A contrapartida institucional interna desse projeto está na nova Estratégia Nacional de Defesa, em exame no Congresso. Segundo a proposta, Marinha e Aeronáutica passarão a ter, em casos específicos, poderes de polícia. Mais significativo ainda, cria-se no Ministério da Defesa uma nova secretaria dedicada exclusivamente à compra de armamentos.

Nesse projeto de longo prazo, os recursos das jazidas de petróleo acabarão servindo para aumentar de maneira espetacular o orçamento militar. O próprio Lula já disse que parte do fundo que virá do pré-sal deve ir para a Marinha.

Se essa velha aliança tiver continuidade nos próximos governos, os problemas não vão ser poucos.

Em relação ao passado, esse acordão vai brindar o aniversário de 30 anos da Lei de Anistia com o enterro definitivo das atrocidades da ditadura militar, de que a encenação patética da busca de corpos de guerrilheiros no Araguaia é apenas o começo.

No presente, ela significa, por exemplo, a infâmia de o Brasil se recusar a assinar o tratado contra bombas de fragmentação.

No futuro, teremos uma América Latina pobre e instável diante de uma corrida armamentista sem precedentes, que irá consumir recursos preciosos que deveriam ser destinados a combater suas desigualdades.


Que fdp [017]
Não devemos nos preocupar com certas reações, já eram esperadas. Existe um grupo que associa compra de defesa com militarismo, um erro crasso, mas intencionalmente abordado pelas "viúvas da ditadura" que insistem em confundir sistema de defesa com militarismo.

O texto deixa claro a campanha pró-EUA, ao dizer que se "existe hoje uma ampla aliança de antiamericanismo e nacionalismo". Vejam, comprar da França, para este pequeno grupo, implica em ser anti-americano. Imaginem se fosse da Rússia!!!

Vejam esta frase: "Tudo indica que as Forças Armadas conseguiram fincar no coração do sistema político a sua duradoura convicção..." Os caras são tão neuróticos que estão suspeitando (pra mim, afirmando) que os militares tiveram a petulância (opinião deles, claro) de influenciar até o sistema político. Agindo assim, ou seja, politizando o tema mais do que o necessário, tentam colocar o cidadão comum entre a escolha do "estado civil por direito" e o militarismo, esquecendo-se que o militar é cidadão comum também, porém uma mão de obra especializada. Na verdade estão colocando os políticos contra a parede para se manisfestarem publicamente que são anti-militarismo, algo que poderia gerar uma guerra interna, isto é um vespeiro puro!

A frase "Marinha e Aeronáutica passarão a ter, em casos específicos, poderes de polícia" sugerem que estas Forças, além do EB, poderiam ir para as ruas e fazerem o que foi feito nos anos 60-70, pura ameaça, visto que não foi capaz de explicar os detalhes e as intenções, sem falar das contradições em não ter sido assim até agora (basta ver o que as FFAA fazem no Haiti e na prática, sem poder).

Outra má intencionada: "Mais significativo ainda, cria-se no Ministério da Defesa uma nova secretaria dedicada exclusivamente à compra de armamentos." Isto está correto, mas a expressão "mais significativo ainda" é que distorce o fato. Este é um dos pontos que incomodou bastante os militares, visto que as compras ficariam sob responsabilidade de um órgão "civil", logo, distante ideal do tal militarismo apregoado pelo autor da matéria. Mas ele quer confundir e não explicar...

Veja outra ameaça: "Se essa velha aliança tiver continuidade nos próximos governos, os problemas não vão ser poucos." Destila veneno sem explicar os potenciais problemas, não citou um ao menos. E quando fala em "próximos governos" simplesmente deixa claro sua posição política, totalmente contrária ao atual Governo. Aqui o autor se revela e deixa claro que está fazendo política, mas intencionalmente anti-governo; associem as declarações recentes do ex-presidente FHC sobre a compra dos subs e as intenções deste autor, não é preciso saber ler para entender.

E por fim, mas esta: "No futuro, teremos uma América Latina pobre e instável diante de uma corrida armamentista sem precedentes..." É a primeira vez que vejo um jornalista especializado em vidência, ou tem bola de cristal, ou joga cartas, tarô, etc. Como fazer uma previsão tão descabida sem sequer apresentar um argumento razoável? Alguém em sã consciência consegue imaginar a Argentina, Uruguai, Paraguai, com a economia que têm, fazendo uma corrida armamentista nas próximas 2-3 décadas? O Chile está próximo do que pretende chegar, não vai passar muito disso. A Venezuela até poderia ir além, acho que comprará mais coisas sim, mas economicamente não está bem, no máximo vai "arrumar" suas FFAA, longe de ser uma corrida armamentista (mesmo que o Chávez afirme o contrário em suas retóricas).

É isto, senhores, há a boa imprensa e há a má imprensa, cada um que faça sua leitura, assim como os políticos que sabem muito bem ler e compreender que matérias assim tem mais cunho político do que técnico. Não se surpreendam se alguns políticos, notadamente oriundos do PSDB e DEM, usarem esta matéria como pano de fundo em suas investidas, até mesmo nos próximos dias.

Observem também que dois assuntos sensíveis virão à tona daqui por diante:

1) a questão nuclear, onde vão tentar associar o sub nuclear a um artefato nuclear;

2) a questão de compras da França, que seria o "símbolo" do antiamericanismo assumido pelo Brasil.

O que muita gente ainda não compreendeu é que estas "investidas" vão vindo de fora do País, as notícias deste "porte" populam as mídias internas, mas a origem, o foco, vem de fora. Não estou dizendo que dos EUA, entendam e acreditem, estou dizendo que de fora. Observem também que não tem-se uma nota oficial dos alemães sobre o valor dos subs, as matérias estão falando que os subs alemães eram mais baratos, mas a origem não me parece ser dos alemães, estes não se pronunciaram, os factoides parecem ter outra origem. Observem também que este assunto do custo dos submarinos já não tem apelo dos custos dos alemães, parece que não colou, aí entraram nos custos referentes ao sub nuclear, já apelidado de artefato nuclear (o primeiro exige urânio enriquecido a 5-10%, já o segundo mais de 90%, o que é muito difícil e caro de se conseguir).

Isto que está sendo feito não é política, é politicagem, tudo porque, caso este governo consiga eleger seu sucessor, fica claro (na mente dos incomodados) que este projeto de construção de um sistema novo de defesa para o Brasil seja levado adiante, um caminho sem volta. E isto incomodaria a quem? Ao povo brasileiro que não...




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#1997 Mensagem por Wolfgang » Ter Ago 25, 2009 11:06 am

Orestes, a questão ao anti-americanismo aí foi colocada só para disfarçar o esquerdismo bolivariano desse jornalista. Eu conheços os textos dele, infelizmente.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#1998 Mensagem por orestespf » Ter Ago 25, 2009 11:10 am

Wolfgang escreveu:Orestes, a questão ao anti-americanismo aí foi colocada só para disfarçar o esquerdismo bolivariano desse jornalista. Eu conheços os textos dele, infelizmente.
Sim, está correto, Fábio, só que ele quis dizer que tal movimento anti-americanismo está contaminando o Brasil, muito particularmente o Governo. Isto pode ser percebido no texto, quando tenta associar a forma que o Governo lida com as questões envolvendo a Bolívia e a Venezuela. O cara está fazendo politicagem, só isso, e com retórica do PSBD, que tem clara posição contrária a adotada pelo atual governo (tempos atrás o FHC pronunciou sobre isso, na época da confusão com a Bolívia).


Abração,

Orestes




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#1999 Mensagem por Sávio Ricardo » Ter Ago 25, 2009 11:40 am

orestespf escreveu:não é preciso saber ler para entender.
Este é o meu medo... a maioria não sabe ler.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2000 Mensagem por Marino » Ter Ago 25, 2009 11:56 am

De novo esse pasquim conhecido como FSP.
O Orestes já dissecou o artigo, não tenho mais nada a acrescentar.
Incrível como mente, como distorce, como leva um leitor que não conhece o tema a chegar a conclusões falaciosas.
Agora entendo o pq da campanha de revogação da lei de imprensa, que obrigaria a publicação de um desmentido no mesmo espaço usado com a inverdade.
Verdade? coisa de milico, da ditadura! Como aceitar algo assim, a tal de verdade?




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2001 Mensagem por Bender » Ter Ago 25, 2009 12:16 pm

Marino escreveu:De novo esse pasquim conhecido como FSP.
O Orestes já dissecou o artigo, [009] não tenho mais nada a acrescentar.
Incrível como mente, como distorce, como leva um leitor que não conhece o tema a chegar a conclusões falaciosas.
Agora entendo o pq da campanha de revogação da lei de imprensa, que obrigaria a publicação de um desmentido no mesmo espaço usado com a inverdade.
Verdade? coisa de milico, da ditadura! Como aceitar algo assim, a tal de verdade?
Sds.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2002 Mensagem por Wolfgang » Ter Ago 25, 2009 12:18 pm

Marino escreveu:De novo esse pasquim conhecido como FSP.
O Orestes já dissecou o artigo, não tenho mais nada a acrescentar.
Incrível como mente, como distorce, como leva um leitor que não conhece o tema a chegar a conclusões falaciosas.
Agora entendo o pq da campanha de revogação da lei de imprensa, que obrigaria a publicação de um desmentido no mesmo espaço usado com a inverdade.
Verdade? coisa de milico, da ditadura! Como aceitar algo assim, a tal de verdade?

Isso parece veiculação de artigo de outro jornalista do FSP por meio desse senhor...




Bender

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2003 Mensagem por Bender » Ter Ago 25, 2009 12:21 pm

Sávio Ricardo escreveu:
Bender escreveu:Pois é,a classe média emergente e a elite cabeça feita pela Veja,isto é,ESP e FSP,são os chamados adoradores da globalização e da calça Diesel,são internacionalistas,admiram a educação e "civilização" rica ocidental,todos são "ambientalóides",e esses ultimos estão divididos ideologicamente e socialmente,mas suas palavras são as mesmas,já ouvi dessas bocas,que a Amazônia devia ser administrada e protegida pelos EUA,pois nossos governos são corruptos e incompetentes para "tomar conta" desse "patrimônio da humanidade".

Mas o problema não se encontra só ai,o problema é geral e não está só na esquerda,na direita,nos barbudinhos ou nos depiladinhos,nos pobrinhos ou nos riquinhos,o problema está em uma falta total de "espirito de nação",da falta daquela visão: "do meu país",não só se achar brasileiro quando torce pela seleção,falta falar "pátria" com orgulho e sabendo o que a palavra significa,e gente assim alienada a esses valôres,que vão fazer falta até para que o país se torne grande,em todos os sentidos,existem em todas as camadas sociais,e infelizmente estão numericamente crescendo,graças aos argumentos "internacionalistas" citados antes,que são propagados aos quatro ventos.

Eu não tenho dúvidas que interessa a muitos "entes" desse mundo, que sejamos uma nação assim, cada vez menos "apegada" ao nosso território e a interesses próprios,a estes interessa que sejamos "partidários" dos "nobres" interesses de preservação dos bens "globais" da humanidade,balela que eles pregam incessantemente


Sds
Bender... Não poderia dizer palavras melhores que as suas...

Falou Tudo e mais um pouco...

Se pelo menos 30% da população brasileira tivesse o espirito de nação que nós aqui no DB temos ja estaria de bom tamanho... Temos muitas divergências entre membros aqui no DB mas se percebe que todos estão querendo o melhor para o Brasil e não são como a grande infeliz maioria da população brasileira... Ja vi e ouvi muitas coisas igual essas que vc falou Bender, mas oque nos resta é apenas defender oque nós achamos melhor p/ nossa nação...
Seu comentário,completa o meu lembrando do DB!,por isso dou valôr a esse espaço,e também a todos que que por suas convicções pensam diferente de mim. :wink:

Continuemos a insistir,nosso objetivo é o mesmo :mrgreen:

Sds.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2004 Mensagem por orestespf » Ter Ago 25, 2009 1:26 pm

O que muitos resistem em tentar aceitar (nem chego ao "entender") é que desta vez o Brasil não está se reaparelhando militarmente apenas, não se trata de compras ou até recuperação dos meios e equipamentos das FFAA brasileiras, trata-se de um grande política de Estado, onde o reaparelhamento (a compra em si) é apenas uma da várias consequências do processo. Aceitar isso é dificílimo para alguns, entender e compreender é tarefa ingrata.

Vários amigos e colegas do fórum alegam que comprar de mais um fornecedor é o caminho "natural" para diminuir a dependência. Mas vejam bem, "comprar", só que está não é a palavra chave do momento. E o caminho oposto (um único fornecedor) é justamente aquele que permite melhores negociações, tanto de preços/custos como nas questões de manutenção/logística. E por permitir melhores negociações é que diminui dramaticamente a dependência externa. É isto que está sendo "combatido" por aí... Isto é que "agride" que vê de fora...

E os submarinos, onde entram nesta estória?

O desenho político e geo-político que está esboçado, revela que o Brasil precisa estar capacitado militarmente para defender não apenas suas fronteiras, mas também o território como um todo (parece igual, mas não é). Revela também que o sonhado assento permanente no CS demonstra, por vias diplomáticas, a clara intenção de projeção de poder. Tal esboço mostra que o envolvimento do setor industrial é a garantia para a "sobrevivência" e autonomia em termos tecnológicos e funcionais (equipamento apto ao uso).

Só que tamanha ousadia implica em ações igualmente grandes, entre elas, equipamentos no estado da arte e doutrinas modernas, sem falar da necessidade de mobilização (algo não aparente, mas já em prática, basta ver que o assunto defesa é abordado pelas autoridades de forma clara, ou seja, politizou-se o assunto defesa, está já está incluída na agenda política e industrial do País, mas falta muito, falta o envolvimento natural --- não forçado --- do cidadão comum).

E os submarinos?

Para ser grande é necessário total independência, ser autêntico, original. Assim sendo, as FFAA não devem apenas possuir equipamentos de ponta, é preciso ter domínio sobre eles. Domínio não deve ser lido como saber usar, também não deve ser interpretado como controle total sobre sua fabricação. O sentido vago de "domínio", conceito, deve ser pensado como sendo a grande extensão sobre o controle do equipamento, desde a origem até o uso em si, como se fosse, em linguagem de engenharia de produção, controle sobre todas as etapas produtivas (e não apenas a entrada e saída).

Somente quem tem tais coisas e que precisam desesperadamente mantê-las é que poderia se "dar ao luxo" de igualmente ousar e travar parcerias com alguém que precisa de tudo isso. Havendo confiança mútua, tais parcerias se consolidam através de acordos tais que permitem diminuir custos, tanto no desenvolvimento quanto na compra final lá na ponta, como também de natureza geo-política para assuntos de âmbito internacional, que exige alinhamento de pensamentos, conduta e ações. A prática não pode ser consequência de compras e acordos; A prática desejada é que deve nortear os acordos e compras de forma tal que a essência da mesma não seja distorcida por interesses terceiros. Por incrível que pareça, a aparente inversão é a lógica correta.

E os submarinos, pows???

A ousadia brasileira não se restringe a comprar caças modernos, submarinos, escoltas, hélis, carros de combate, etc. Mas a mesma tem um ápice, um símbolo que muitos aqui ainda não perceberam: a dissuasão promovida pela construção do submarino nuclear. Este submarino é o símbolo máximo de tudo o que está acontecendo. Este símbolo demonstra claramente a capacidade que se deseja para o Brasil, que vem através da confirmação prática do domínio nuclear, que vem através da disposição de possuir tecnologias muito sensíveis e que espelha em vários outros equipamentos (caças, hélis, escoltas, etc.) o tamanho e envergadura do que se pretende.

Só que ter um submarino nuclear não é uma tarefa fácil... Este não depende apenas do domínio do ciclo de enriquecimento de urânio, não depende apenas da construção do reator, não depende apenas em se ter domínio da construção do casco. Existem algumas saídas: abandonar esta ideia; investir pesadas somas em desenvolvimento solitário; tentar parcerias com outro "ousado". Optou-se pela terceira!

É razoável esperar que o "ousado" exija algumas condições, condições estas que se revelem como confiança e não apenas um tratamento diferenciado em apenas um item e que atenderia aos interesses de apenas um dos lados envolvidos. Se um país quer e o outro precisa desesperadamente de ampliar espaços e manter o que conquisto, então é necessário confiança completa e "maior envolvimento". Este "maior envolvimento" se manifesta concretamente em múltiplas parcerias com o mesmo, ou seja, dou-lhe tudo o que deseja e muito mais, porém exijo comprometimento total. Aquele que deseja percebe rapidamente que sua ousadia pode ser superada e muito, mas conclui também que o custo pra tudo isso fica muito reduzido (diante da "visão inicial") e os prazos para se alcançar rapidamente o esperado se contraem exponencialmente.

Não importa qual seja este país, poderia ser qualquer um, mas o que se revelou interessante pra tudo isso que o Brasil ousa sonhar foi a França (insisto, poderia ter sido qualquer outro, mas não foi). Se tudo este esboço se concretiza, o Brasil se transformará em curto espaço de tempo em uma potência militar (não super-potência) e não potência regional, que "alguns" insistem em nos manter assim (esta fase já foi queimada, exige-se mais agora). A França não tem condições algumas de manter sua política de usar praticamente seus próprios equipamentos, é preciso dividir a conta com outro país, desde que confiável.

Se este esboço se consolida, bem, o Brasil passa ao restrito grupo de que poder real e que reivindicaria imediatamente seu espaço no cenário internacional (não apenas uma cadeira permanente no CS). Mas não é fácil de se aceitar que um anão gigante possa chegar tão rápido ao grupo dos "grandes" (e não falo de economia aqui...).

É razoável supor que opiniões divergentes, atingidas pelo rolo compressor que se deseja, gerem forças contrárias à tais ações. Romper este movimento com trajetória bem delineada implica em se derrubar o "símbolo" maior que é almejado: o submarino nuclear! Associar os submarinos convencionais como ponta de lança do submarino nuclear foi uma cartada, mas que tem se mostrado infrutífera, precisaram apelar para os ambientalistas, em um tentativa desesperada para convencer a ignorante população sobre os riscos que tal equipamento poderia trazer. Outra tentativa que tende a morrer na praia...

Outra linha de frente vem justamente nos caças. Estes são símbolos do poder militar, assim quase todos os vêem (mas não símbolo do que se pretende para o Brasil). "Tirar" os caças das mãos francesas significa inviabilizar o tal acordo, ou ainda, a tal confiança completa e mútua. Assim sendo, conseguindo-se tal coisa, o símbolo do poder militar faria ruir o símbolo do poder desejado pelo Brasil. A ruptura em um dos pontos sensíveis implicaria em quebra de confiança, que acarretaria o tombo definitivo do símbolo maior que descreve claramente o "espaço" que o Brasil pretende ocupar.

Neste instante não sobram espaços para questionamentos do tipo "quanto ficará tudo isso?". Tal "ousadia" não pode ser interpretada na forma de custos, mas sim de investimentos. Um país só é grande por completo quando se tem riquezas e condições plenas para mantê-las seguras. Neste caso, o "preço" em dinheiro não conta, o "preço" tem outro enfoque, aquele que agrega outros valores à Nação, que passar a ter outro nível de importância, logo mais "cara", portanto, podendo ser chamada de "grande" (de fato).

O que estamos vendo por aí, principalmente na mídia nacional, é uma forte investida para combater tudo isso, coisas que estão vindo de fora, não por um país em particular, mas por uma série de "incomodados" que estão assustadíssimos com tudo isso. A mídia, por questões políticas, ideológicas e até mesmo por questões relacionadas à sucessão presidencial, se mostra apta a contrapor, servindo de alavanca para tais forças que desesperadamente tentar impedir que o movimento existente sobre claras trajetórias pré-definidas sejam abortados a todo custo. E como se não bastasse, até nós entusiastas já estamos sendo rotulados, como falso nacionalistas, aqueles que defendem o militarismo, muito provavelmente por ter desconhecido o período de regime militar no País (o que é falso, em geral, mas...). Estas vozes estão sendo questionadas e até ridicularizadas, onde estamos sendo tratados de entreguistas de última hora, sem falar que estamos aí sendo apontados como os responsáveis pelo antiamericanismo. O assunto ficou sério, atinge muita gente, inclusive nós entusiastas. Melhor ser claro em formas conscientes de expressar do que se ver rotulado por incompetentes que exigem ser chamados de brasileiros.


Orestes




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2005 Mensagem por Corsário01 » Ter Ago 25, 2009 2:20 pm

Enquanto isso, eles bem podiam olhar o belo trabalho que a Alide faz, não?
Quem sabe não aprenderiam algo :?: :lol: :lol: :lol: :lol:




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2006 Mensagem por WalterGaudério » Ter Ago 25, 2009 3:40 pm

Wolfgang escreveu:
Marino escreveu:De novo esse pasquim conhecido como FSP.
O Orestes já dissecou o artigo, não tenho mais nada a acrescentar.
Incrível como mente, como distorce, como leva um leitor que não conhece o tema a chegar a conclusões falaciosas.
Agora entendo o pq da campanha de revogação da lei de imprensa, que obrigaria a publicação de um desmentido no mesmo espaço usado com a inverdade.
Verdade? coisa de milico, da ditadura! Como aceitar algo assim, a tal de verdade?

Isso parece veiculação de artigo de outro jornalista do FSP por meio desse senhor...

Como é que pode existir quita-coluna desse nível,? Parece que o elemento faz questão de ler as coisas ao contrário só para agredir as Forças Armadas. No fim das contas as consequências negativas vem para a nação como um todo.

Deve ser algum tremendo pucha-saco desse jânio de freitas(letra minúscula mesmo).




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2007 Mensagem por Tchelo » Ter Ago 25, 2009 4:19 pm

Orestes...belíssimo post...parabéns!




Bender

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2008 Mensagem por Bender » Ter Ago 25, 2009 4:33 pm

orestespf escreveu:O que muitos resistem em tentar aceitar (nem chego ao "entender") é que desta vez o Brasil não está se reaparelhando militarmente apenas, não se trata de compras ou até recuperação dos meios e equipamentos das FFAA brasileiras, trata-se de um grande política de Estado, onde o reaparelhamento (a compra em si) é apenas uma da várias consequências do processo. Aceitar isso é dificílimo para alguns, entender e compreender é tarefa ingrata. [009]

Vários amigos e colegas do fórum alegam que comprar de mais um fornecedor é o caminho "natural" para diminuir a dependência. Mas vejam bem, "comprar", só que está não é a palavra chave do momento. E o caminho oposto (um único fornecedor) é justamente aquele que permite melhores negociações, tanto de preços/custos como nas questões de manutenção/logística. E por permitir melhores negociações é que diminui dramaticamente a dependência externa. É isto que está sendo "combatido" por aí... Isto é que "agride" que vê de fora...

E os submarinos, onde entram nesta estória?

O desenho político e geo-político que está esboçado, revela que o Brasil precisa estar capacitado militarmente para defender não apenas suas fronteiras, mas também o território como um todo (parece igual, mas não é). Revela também que o sonhado assento permanente no CS demonstra, por vias diplomáticas, a clara intenção de projeção de poder. Tal esboço mostra que o envolvimento do setor industrial é a garantia para a "sobrevivência" e autonomia em termos tecnológicos e funcionais (equipamento apto ao uso).

Só que tamanha ousadia implica em ações igualmente grandes, entre elas, equipamentos no estado da arte e doutrinas modernas, sem falar da necessidade de mobilização (algo não aparente, mas já em prática, basta ver que o assunto defesa é abordado pelas autoridades de forma clara, ou seja, politizou-se o assunto defesa, está já está incluída na agenda política e industrial do País, mas falta muito, falta o envolvimento natural --- não forçado --- do cidadão comum).

E os submarinos?

Para ser grande é necessário total independência, ser autêntico, original. Assim sendo, as FFAA não devem apenas possuir equipamentos de ponta, é preciso ter domínio sobre eles. Domínio não deve ser lido como saber usar, também não deve ser interpretado como controle total sobre sua fabricação. O sentido vago de "domínio", conceito, deve ser pensado como sendo a grande extensão sobre o controle do equipamento, desde a origem até o uso em si, como se fosse, em linguagem de engenharia de produção, controle sobre todas as etapas produtivas (e não apenas a entrada e saída).

Somente quem tem tais coisas e que precisam desesperadamente mantê-las é que poderia se "dar ao luxo" de igualmente ousar e travar parcerias com alguém que precisa de tudo isso. Havendo confiança mútua, tais parcerias se consolidam através de acordos tais que permitem diminuir custos, tanto no desenvolvimento quanto na compra final lá na ponta, como também de natureza geo-política para assuntos de âmbito internacional, que exige alinhamento de pensamentos, conduta e ações. A prática não pode ser consequência de compras e acordos; A prática desejada é que deve nortear os acordos e compras de forma tal que a essência da mesma não seja distorcida por interesses terceiros. Por incrível que pareça, a aparente inversão é a lógica correta.

E os submarinos, pows???

A ousadia brasileira não se restringe a comprar caças modernos, submarinos, escoltas, hélis, carros de combate, etc. Mas a mesma tem um ápice, um símbolo que muitos aqui ainda não perceberam: a dissuasão promovida pela construção do submarino nuclear. Este submarino é o símbolo máximo de tudo o que está acontecendo. (E consequentemente deverá continuar a ser malhado,e alérto a todos:"Até após a assinatura dos contratos"!) Este símbolo demonstra claramente a capacidade que se deseja para o Brasil, que vem através da confirmação prática do domínio nuclear, que vem através da disposição de possuir tecnologias muito sensíveis e que espelha em vários outros equipamentos (caças, hélis, escoltas, etc.) o tamanho e envergadura do que se pretende.

Só que ter um submarino nuclear não é uma tarefa fácil... Este não depende apenas do domínio do ciclo de enriquecimento de urânio, não depende apenas da construção do reator, não depende apenas em se ter domínio da construção do casco. Existem algumas saídas: abandonar esta ideia; investir pesadas somas em desenvolvimento solitário; tentar parcerias com outro "ousado". Optou-se pela terceira!

É razoável esperar que o "ousado" exija algumas condições, condições estas que se revelem como confiança e não apenas um tratamento diferenciado em apenas um item e que atenderia aos interesses de apenas um dos lados envolvidos. Se um país quer e o outro precisa desesperadamente de ampliar espaços e manter o que conquisto, então é necessário confiança completa e "maior envolvimento". Este "maior envolvimento" se manifesta concretamente em múltiplas parcerias com o mesmo, ou seja, dou-lhe tudo o que deseja e muito mais, porém exijo comprometimento total. Aquele que deseja percebe rapidamente que sua ousadia pode ser superada e muito, mas conclui também que o custo pra tudo isso fica muito reduzido (diante da "visão inicial") e os prazos para se alcançar rapidamente o esperado se contraem exponencialmente.

Não importa qual seja este país, poderia ser qualquer um, mas o que se revelou interessante pra tudo isso que o Brasil ousa sonhar foi a França (insisto, poderia ter sido qualquer outro, mas não foi). Se tudo este esboço se concretiza, o Brasil se transformará em curto espaço de tempo em uma potência militar (não super-potência) e não potência regional, que "alguns" insistem em nos manter assim (esta fase já foi queimada, exige-se mais agora). A França não tem condições algumas de manter sua política de usar praticamente seus próprios equipamentos, é preciso dividir a conta com outro país, desde que confiável.

Se este esboço se consolida, bem, o Brasil passa ao restrito grupo de que poder real e que reivindicaria imediatamente seu espaço no cenário internacional (não apenas uma cadeira permanente no CS). Mas não é fácil de se aceitar que um anão gigante possa chegar tão rápido ao grupo dos "grandes" (e não falo de economia aqui...).

É razoável supor que opiniões divergentes, atingidas pelo rolo compressor que se deseja, gerem forças contrárias à tais ações. Romper este movimento com trajetória bem delineada implica em se derrubar o "símbolo" maior que é almejado: o submarino nuclear! Associar os submarinos convencionais como ponta de lança do submarino nuclear foi uma cartada, mas que tem se mostrado infrutífera, precisaram apelar para os ambientalistas, em um tentativa desesperada para convencer a ignorante população sobre os riscos que tal equipamento poderia trazer. Outra tentativa que tende a morrer na praia...(não se iludam!,não será a ultima cartada!)

Outra linha de frente vem justamente nos caças. Estes são símbolos do poder militar, assim quase todos os vêem (mas não símbolo do que se pretende para o Brasil). "Tirar" os caças das mãos francesas significa inviabilizar o tal acordo, ou ainda, a tal confiança completa e mútua. Assim sendo, conseguindo-se tal coisa, o símbolo do poder militar faria ruir o símbolo do poder desejado pelo Brasil. (nunca olheia essa associação de idéias por esse ângulo :| Mea culpa!Voce está absolutamente certo!) A ruptura em um dos pontos sensíveis implicaria em quebra de confiança, que acarretaria o tombo definitivo do símbolo maior que descreve claramente o "espaço" que o Brasil pretende ocupar.

Neste instante não sobram espaços para questionamentos do tipo "quanto ficará tudo isso?". Tal "ousadia" não pode ser interpretada na forma de custos, mas sim de investimentos. Um país só é grande por completo quando se tem riquezas e condições plenas para mantê-las seguras. Neste caso, o "preço" em dinheiro não conta, o "preço" tem outro enfoque, aquele que agrega outros valores à Nação, que passar a ter outro nível de importância, logo mais "cara", portanto, podendo ser chamada de "grande" (de fato).

O que estamos vendo por aí, principalmente na mídia nacional, é uma forte investida para combater tudo isso, coisas que estão vindo de fora, não por um país em particular, mas por uma série de "incomodados" que estão assustadíssimos com tudo isso. :wink: A mídia, por questões políticas, ideológicas e até mesmo por questões relacionadas à sucessão presidencial, se mostra apta a contrapor, servindo de alavanca para tais forças que desesperadamente tentar impedir que o movimento existente sobre claras trajetórias pré-definidas sejam abortados a todo custo. E como se não bastasse, até nós entusiastas já estamos sendo rotulados, como falso nacionalistas, aqueles que defendem o militarismo, muito provavelmente por ter desconhecido o período de regime militar no País (o que é falso, em geral, mas...). Estas vozes estão sendo questionadas e até ridicularizadas, onde estamos sendo tratados de entreguistas de última hora, sem falar que estamos aí sendo apontados como os responsáveis pelo antiamericanismo. O assunto ficou sério, atinge muita gente, inclusive nós entusiastas. Melhor ser claro em formas conscientes de expressar do que se ver rotulado por incompetentes que exigem ser chamados de brasileiros.


Orestes
Professor, quero dizer sem pucha-saquismo,pois sabes que não sou baba ovo, :mrgreen: que tua visão mais uma vez extrapola os morros mais próximos,e se expande em direção as colinas mais longinquas,visão sem sombras ou nuvens que lhe atrapalhem o horizonte,saiba que engrandeces este nosso espaço,com tua sabedoria e porquê não dizer também pontaria sempre certeira.

É um prazer e uma honra, poder lêr tuas exposições de idéias,e compartilhar esse espaço com você!

Abração,do amigo! [009]




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Sávio Ricardo
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2009 Mensagem por Sávio Ricardo » Ter Ago 25, 2009 4:40 pm

Puxa - Saco

hauhauahauh








To brincando....




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Bender

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2010 Mensagem por Bender » Ter Ago 25, 2009 5:24 pm

Sávio Ricardo escreveu:Puxa - Saco

hauhauahauh








To brincando....
Radiografia do Orestes :mrgreen:

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Até eu sai :shock: :shock: :shock: :mrgreen:

Sds




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