Tudo como dantes no quartel de Abrantes
O estádio da Luz recebeu uma das maiores enchentes dos últimos tempos, mais de 57 mil espectadores, e o técnico do Benfica realçou...
Há dez anos, uma dupla de ataque demolidora fazia furor em Buenos Aires. Ainda jovens, Aimar e Saviola traduziam em (muitos) golos o futebol do River Plate. Uma década depois, os dois voltam a encontrar-se na Luz, agora com o estatuto maior que a veterania lhes empresta. Na Argentina, chamam “Milionários” ao River, em contraste com o Boca Juniors, o clube rival da cidade conotado com a classe mais pobre. Em Lisboa, é o Benfica que arrisca a ficar com a alcunha de “milionário” ou, pelo menos, de novo-rico.
Pelo segundo ano seguido, os “encarnados” voltaram a gastar como ninguém no Verão: 23 milhões de euros. Mais do que FC Porto (15,1) e muito mais que Sporting (3,6).
Javi García foi o último a ser apresentado no palco improvisado no relvado do estádio. Perto de 60 mil pessoas aplaudiram o espanhol com a camisola 24 contratado ao Real Madrid. Procedente da formação dos “blancos”, o médio de 22 anos foi dos mais ovacionados, juntamente com Saviola, a estrela da companhia: os dois jogaram a temporada passada no Bernabéu. Doze milhões de euros depois (7 do espanhol e 5 do argentino), os dois trocaram a capital de Espanha pela de Portugal.
Praticamente metade do bolo que o Benfica de Rui Costa apostou para reforçar o plantel esta época, num total de 23 milhões (sem contar com os 700 mil euros pela desvinculação de Jesus ao Sp. Braga e os 3 milhões que custou a rescisão com a equipa técnica de Quique Flores). O mais caro desta equipa parece ser o mais discreto: Ramires e os seus 7,5 milhões fazem do brasileiro do Cruzeiro a jóia da coroa. O grande ausente, mas muito falado, foi Weldon: o avançado acabado de contratar (ver caixa).
Um golo não chegou
Simão foi tão bem recebido na Luz (recebeu uma das maiores ovações e uma lembrança de Filipe Vieira no relvado, depois de ter entrado acompanhado de Reyes) que teve direito ainda a uma prenda chamada Sepsi. Jesus deu a titularidade ao romeno e o português do Atlético agradeceu. O golo (e não só) dos “colchoneros” saiu daí, das facilidades do defesa e da assistência de Simão para Raúl García. Bem cedo. O outro golo saiu dos pés de Forlán, num penálti a castigar falta de Miguel Vítor sobre Kun Aguero.
Mas se o Atlético apresentava as suas estrelas (Simão, Forlán, Kun), o Benfica ostentava jóias. Saviola mostrou-se e assistiu Cardozo: o golo foi tão festejado como as trocas de bola entre Saviola, Aimar e Di María…
Com 30 jogadores no plantel, Jesus terá de dispensar à volta de seis. Mas o jogo, sem limites de substituições mas a ser realizadas em quatro momentos, foi levado a sério e as experiências ficaram para mais tarde. Claro que Sepsi não voltou do intervalo — entrou Shaffer.
Mas não tardou a dança de trocas e a meia hora do fim o corrupio teve início: até houve tempo para Ramires, ele que chegou há dois dias. García foi o único dos reforços a não jogar. O 4x4x2 de Jesus manteve-se, só mudaram as caras. Começou com Cardozo e Saviola na frente, servidos por Aimar e Di María. Acabou com Nuno Gomes ao lado de Mantorras (o mais aplaudido) e Fábio Coentrão e Ramires no meio-campo. Na defesa, Miguel Vítor jogou os 90 minutos. O resultado, esse, foi a primeira derrota de Jesus em cinco partidas desde que chegou ao Benfica, embora o técnico tenha dito no final que este foi o “melhor jogo” da sua equipa.
Ficha de jogo
Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.
Assistência 57.462 espectadores
Benfica Quim (Moretto, 46’, Moreira, 77’); Maxi (Urreta, 85’), M. Vítor, D. Luiz (Roderick, 55’), Sepsi (Shaffer, 46’); R. Amorim (Yebda, 55’), C. Martins (F. Coentrão, 64’), Di María (Patric, 77’), Aimar (Ramires, 59’); Saviola (N. Gomes, 64’), Cardozo (Mantorras, 77’).
Atl. Madrid Asenjo; Heitinga (Valera, 66’), Pablo, Ujfalusi, A. López; P. Assunção, R. García (Cléber, 46’), Reyes (M. Rodríguez, 46’); Simão (Cabrera, 75’), Forlán (Jurado, 55’) e Aguero (Pongolle, 55’).
Árbitro Hugo Miguel, de Lisboa. Amarelos —
Golos 0-1, por Raúl García, aos 11’; 1-1, por Cardozo, aos 20’; 1-2, por Forlán, aos 45’ (g.p.)
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