Quem tem o poder é quem compra os minérios ou seja lá que matéria prima for e os transforma em algo util com elevado valor agregado. Para isso é necessário conhecimento, tecnologia, inovação, estrutura industrial, etc... Assim, pode forçar negociações vantajosas por meio e patrocinadas por grandes empresas interessadas que pode ocorrer de várias formas a principal é lobby. Além do que conta com a vantagem de normalmente esse tipo de país ter um Estado e nação fracos, ou melhor, "bananeiros".
O grosso do comércio internaiconal em termos monetários e de valor agregado se dá com produtos industrializados e mesmo matérias-primas, são exploradas por grandes transnacional instaladas no país. Além do mais outro ramo interessantíssimo para qualquer país que quer se posicionar bem na economia mundial é ter grandes empresas que tenham condições de competir não só com exportações, mas comprando empresa e realizando investimentos no exterior. Na Brasil, o BNDES dá atenção a isso a alguns anos, financiando e investigando empresas brasileiras a serem multinacionais e competitivas.
Por exemplo, no agronegócio o Brasil tem duas gigantes: a JBS e a Brasil Foods. Ambas não são produtoras de commodities alimentícias, mas sim de produtos alimentícios industrializados que não deixa de ser indústria. Dessa forma, estão mais o menos no mesmo ramo da Nestlé, Kraft Foods e Tyson Foods.
A JBS virou a maior produtoras, ou beneficiadora, de carne bovina no mundo. A sua estratégia foi tão acertada que comprou um monte de empresas no exterior e expandiu as suas operações para todo o cone-sul, Austrália e entrou tão forte nos EUA que entrou em conflito com os órgãos de proteção de concorrência norte-americana. A estratégia não foi exportar carne, mas comprar as empresas locais e mandar ver. Entre as empresas locais comprou as operações da norte-americana Swift que inventou o conceito de frigorífico e distribuição de carne modernos.
A Brasil Foods nasceu da fusão entre Sadia e Perdigão. Está disputando não só o mercado externo, mas começa a competir com outras gigantes do setor a compra de empresas em outros país. A batalha atual é a compra de uma grande empresa argentina. Aliás, a Sadia tinha um programa de treinne internaiconal, estava e está preparando um pessoal do leste europeu e Rússia para se expandir para aqueles lados.
Outros exemplos são a Gerdau que comprou siderúrgicas nos EUA para se livrar dos lobies protecionistas e que teve que ensinar os norte-americanos a fazer aço. Isso seria sulreal se essa estória fosse contada a 30 anos.
A Randon que é uma empresa de implemento que virou uma gigante do setor automobilístico está virando uma multinacional e um das maiores do mundo. Tem plantas industriais na Argentina, China e EUA. Além de se associar a grandes do setor e investir em tecnologia para manter seus produtos consonância com o que é feito no mundo.
Não estou falando que exportar matérias-primas seja desprezível. Na verdade é até legal para gerar divisas, implementar o comércio e investimento, beneficiar grupos, gerar impostos, etc... Mas não se pode atribuir um grande poder em produzi-los. O que realmente faz diferença é a estrutura industrial, tecnologia, ter grandes empresas competitivas e "compradoras" no cenários internacional, estrutura matura de nação e Estado. O que reflete maior estabilidade, poder de negociação e inserção no cenário global.
Também não vejo problema em ter grandes transnacionais atuando no país e ocorra a importação. Desde que tenha as contrapartidas que citei no parágrafo anterior e que o país como um todo seja beneficiado.
Percebem que não citei nenhuma empresa ex-estatal nos exemplos. Todas as citadas são empresas privadas e cresceram como privadas.
Qual seria o mais seguro bloco economico ao Brasil?
Moderador: Conselho de Moderação
Re: Qual seria o mais seguro bloco economico ao Brasil?
Eu diria que são empresas "privadas". A Brasil Foods só existe por conta de dinheiro público (e a Perdigão só existia por conta de dinheiro público) e a JBS só expandiu por conta de dinheiro público. Não sei da história da Gerdau.Bourne escreveu:Percebem que não citei nenhuma empresa ex-estatal nos exemplos. Todas as citadas são empresas privadas e cresceram como privadas.
Mas na linha de uma coluna do Vinicius Torres Freire na FSP alguns meses se você pega os maiores grupos industriais brasileiros você terá predominantemente empresas estatais (Petrobras), empresas ex-estatais (CVRD, Arcelor, Usiminas, CSN, Braskem, Embraer etc.), empresas nacionais fortemente beneficiadas por aportes de recursos públicos (JBS, Brasil Foods) e multinacionais também fortemente beneficiadas por isenções fiscais (GM, Ford, Fiat, Volks etc.) ou por investimentos públicos muito fortes (ADM, Bunge, Cargill etc. só existem por conta dos investimentos públicos na agricultura tropical).
Em suma, a idéia que o capitalismo brasileiro produziu grandes empresas que cresceram de forma independente do estado é falsa.
Abs
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Re: Qual seria o mais seguro bloco economico ao Brasil?
Grande Arthur,
Que bom que voltaste, tu que estás nas cercanias do olho do furacão !!!
Estamos no aguardo dos teus aportes, velho.
Abração. alexandre lemos aka pafuncio (aqui no DB, o pessoal entrou numas de refitar os nicknames. O Bolovo agora é "Garoto Vinagre", por exemplo).
Que bom que voltaste, tu que estás nas cercanias do olho do furacão !!!
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"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Re: Qual seria o mais seguro bloco economico ao Brasil?
Obrigado pelas boas vindas!
Abraço!
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pafuncio escreveu:Grande Arthur,
Que bom que voltaste, tu que estás nas cercanias do olho do furacão !!!
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