rcolistete escreveu:orestespf escreveu:
Alexandre, é sério, sem "média", não foi porque concordou/citou com parte do que disse, ok?
X 1000!!!
Inté!!!
Orestes
Parabéns ao Orestes e Fontoura.
Acrescento ainda que a data de recebimento dos 1os caças do FX-2, 2014-15, casa perfeitamente com a previsão do Gripen NG, sendo que Rafale F3 e F/A-18E/F poderiam ser entregues bem antes (2012, por aí). Ou seja, a presença do Gripen NG na short-list parece refletir um desejo já longo da FAB de ao menos analisar detalhadamente a proposta do Gripen NG no FX-2 (só com RFI e RFP é que a FAB pode ter acesso a muitos detalhes dos caças concorrentes, preços, contra-partidas, etc).
Concordo com a teoria do Orestes, de 3 tipos de ofertas de caças. Acrescento que, na minha opinião, a FAB também ponderou as consequências políticas favoráveis (alinhamento, conselho de segurança da ONU, financiamento, etc) de ter um caça dos EUA e outro da França. O Su-35BM teria consequências políticas desfavoráveis, por exemplo, podendo acender alerta nos EUA de uma América do Sul com muita influência russa (via fornecimento de armamento russo p/ Venezuela, Brasil, etc).
Pois se fosse só por argumentos técnicos de desempenho, por exemplo, faria muito mais sentido ter na short-list Eurofighter T3, Rafale F3+ e Su-35BM, isso ficando nos caças de 4a geração recente.
Abraços,
Roberto
Agradeço em meu nome e do do Orestes, Roberto!
Penso como você. O fato de o prazo de entrega previsto para os primeiros F-X2 ter sido levado a 2014-2015, demonstra que a FAB deve ter demonstrado grande interesse no Gripen, já no F-X1. Claro que ela deve ter levantado alguns "senões" que foram recebidos pela Saab e devidamente incorporados ao projeto de uma variante que atendesse aos requisitos da FAB e, provavelmente, de outras forças aéreas pelo mundo.
Não colocaria a coisa de forma tão maniqueísta como aquela nota publicada outro dia colocava (brigadeiros caçadores preferem o Super Hornet, outros preferem o Rafale e os engenheiros preferem o Gripen NG). Mas esse raciocínio, se analisados sob a ótica da avaliação das propostas pode ser resumido dessa forma.
Cada caça tem suas vantagens e desvantagens, como devemos, é claro, esperar.
O Super Hornet tem o eficiente apoio logístico americano e suas vantajosas condições de financiamento. Superados os eventuais óbices de ter que se superar os pedidos de liberação de vários itens de interesse da FAB, muitas vezes numa base de caso a caso, a proposta tem suas vantagens.
Por mais que o PRick esperneie, a proposta sueca é válida e tem muitas vantagens. O caça é muito bom e tem autonomia/raio de combate similar ao do Rafale, por mais que o PRick diga que não. A persistência de combate é similar ao dos dois demais concorrentes em missões ar-ar. Apenas a carga bélica é um pouco menor (6ton x 8 ton). Mas isso não é um fator, digamos, "no go". O fato de ser o único monomotor (portanto, mais barato e mais simples de manter e voar) também é vantagem. O fato de não ter uma versão naval é, para mim, a grande desvantagem do caça sueco. Sobre questões de riscos do programa, eu digo que, se o Brasil compra o Gripen NG, os riscos diminuem exponencialmente, pois outros países poderão mudar de posicionamento em relação a esse mesmo item. Isso, por sua vez, também diminuiria os riscos para o Brasil. Além disso, muitos aqui advogam que o Brasil mergulhe num programa de caças próprio. Isso não é um risco ainda maior e mais caro? Qual a garantia de que venderíamos nosso futuro caça para outros países? Teríamos um caça nosso, mas muito mais caro, tipo o que o Rafale é para a França?
Por fim, o Rafale F3. Um avião fantástico, sem dúvida. O PRick vai ficar puto lendo isso, vai dizer que isso não é argumento técnico, mas o Rafale é um caça muito caro. Isso quer dizer que sou contra sua aquisição? Absolutamente, não. Assim como afirmo que o tal risco do Gripen NG pode ser aceito pela FAB e pelo Brasil, se o conjunto da proposta sueca for considerado o melhor, afirmo o mesmo em relação ao Rafale.
Mas, além do preço, tem ainda o risco de que estaremos, se o escolhermos o Rafale, pondo todos os nossos ovos na mesma cesta (submarinos convencionais, submarinos nucleares, FREMM, EC725 e caças). Será uma boa decisão político-militar? Não sei.
Essa decisão, por outro lado, tornaria a França, sem dúvida alguma, nosso aliado preferencial no campo político-militar, no concerto das nações. Poderiam vir deste tipo de alinhamento político-militar algumas vantagens, muito além do apoioda França à nossa pretensão por uma cadeira permanente no CS da ONU. Por exemplo, na questão do sub nuclear, quem poderia garantir que, com nossos engenheiros sabendo fazer as perguntas certas, não teríamos as respostas certas para muitas outras questões envolvendo o sub? Assim, a transferência de tecnologia poderia ser bem mais efetiva do que apenas a transferência de know-how para a construção de um casco que sirva para um submarino nuclear. Pode envolver outras áreas deste mesmo submarino, quem sabe... Com certeza, com contratos tão vultosos, os franceses estariam bem mais "receptivos" a colaborar mais conosco...
Isso posto, creio que a eliminação dos demais concorrentes não levou em conta somente critérios técnicos ou suas fichas técnicas. Questões logísticas e de filosofia operacional podem ter se revelado insolúveis, no caso do Su35, por exemplo, levando a FAB a achar melhor eliminá-lo. O Typhoon, além do fator preço, ainda estava muito incipiente como caça multimissão, sendo mais focado na área ar-ar. E tem ainda a questão de ser um consórcio, envolvendo vários fabricantes, de vários países, o que pode tornar a questão logística mais complicada do que com o Rafale, por exemplo. O F-16, creio que foi pelo fato de que este caça, embora excelente, é o que está mais desenvolvido e, portanto, sem horizonte evolutivo muito grande. Neste caso, americano por americano, melhor o F/A-18E/F, que ainda tem uma versão naval...
Acho que a coisa é por aí... À medida que o círculo vai se fechando, vamos ter que manter nossas mentes mais abertas e receptivas ao modelo que será escolhido pela FAB. Sei que, daqui a um ano, estaremos comemorando páginas e mais páginas de posts no DB, analisando as consequências da escolha da FAB, seja ela Gripen NG, Super Hornet ou Rafale.
O ponto em que todos concordaremos é que, sem dúvida, a FAB não será mais a mesma. Será uma força aérea digna do nome e adequada ao nosso país.