JAS-39 Gripen
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Re: JAS-39 Gripen
Só um ponto Orestes, creio que as ofertas nasceram diferentes e bem diferentes, hoje elas são muito parecidas, senão praticamente idênticas, porque as próprias empresas concorrentes, e o processo de fato, obrigou que a convergência fosse feita. E mesmo que durante o processo, tenham havido indícios classicos de que as ofertas estavam descambando para a famosa prateleira, creio hoje que as ofertas são de fato muito boas.
Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Gaitero,gaitero escreveu: Vou tentar colocar o que eu vejo do Gripen.
Primeiramente, eu o apoiei porque acreditava que sua oferta seria a melhor para o Brasil, e foi exatamente por este motivo que eu me aprofundei nisto e vi que a oferta não seria tão boa quanto se pensa.
Devemos observar o ponto fundamental do gripen. Que seria exclusivamente a transferência de tecnologia. Haja vista que já provamos por a + b que ele, mesmo individualmente custando menos, seria a opção mais cara para a FAB manter. A equação seria mais gripens, mais bases, versus, menos rafales, menos bases.
Quando traçamos estratégias de tecnologias a ser transferidas, temos que ter em mente que a indústria nacional brasileira já não engatinha mais, e por este motivo é preciso saber exatamente o que nos é oferecido, haja vista que algumas tecnologias já são rotineiras dentro das nossas empresas, poderiam ser incluídas neste pacote de 50%.
Como bem sabemos toda a tecnologia sensível do caça seria importada, ou seja, não renderia dividendos tecnológicos ao Brasil. Montar por montas, desenvolver por desenvolver, nossas industrias, a exemplo da Embraer já o fazem sem problemas rotineiramente, vide o sucesso de seus aviões comerciais. Não seria difícil a estas, desenvolver a mesma tecnologia que nos foi oferecida, pelo contrário, acredito hoje que faríamos um projeto até melhor.
Por este motivo, o Gripen não nos transferiria nada que nossas indústrias já não sabem fazer. E isto significa que não iríamos crescer, pior, iríamos depender de tecnologia importada, para fabricar um caça nacional, seria um retrocesso frente ao AM-X, que hoje deverá ter 80% de tecnologia nacional.
Essa idéia de que seriam necessárias mais bases caso a escolha recaísse sobre o Gripen ainda não foi provada. Na verdade, o tema apenas foi colocado aqui no DB para discussão. Então, especulação não é fato. Fato mesmo é o interesse da FAB em adquirir algo próximo de 120 unidades independente de quem seja o vencedor.
Sobre os 50% oferecidos para a nossa eventual participação no Gripen NG, até que alguém apresente a proposta feita, falar que no meio desse pacote PODE não ter tecnologias que sejam do nosso interesse ou que algumas PODERIAM ser rotineiras dentro das nossas empresas não tem o menor fundamento, seria o mesmo que discutir o sexo dos anjos.
Acho que não ficou bem claro o que coloquei anteriormente, eu não quero o Brasil sendo apenas um receptor de tecnologias. Até porque muitas dessas tecnologias são restritas e não nos seriam repassadas. Pode acontecer também de determinada tecnologia oferecida não poder ser absorvida nesse primeiro momento. Mas determinado fabricante poderia dizer: eu ofereci 100%, se você não tem como absorver o problema já não é mais meu. O que fazer diante disso? Simples, ser parceiro no desenvolvimento, dividir responsabilidades. Nós só vamos APRENDER de fato quando sentarmos de frente uma bancada e passarmos a desenvolver. O resto é pura ilusão.
Fazendo uma analogia simples. Aonde um aluno aprende mais, copiando ou fazendo os trabalhos que são propostos pelos professores?
Sobre importar tecnologia, devemos ter em mente que não temos capacidade de sermos auto-suficientes ainda e nem sei se teremos um dia, pois hoje somente três países conseguem tal proeza. Não vejo nada demais em buscar no mercado internacional aquilo que nossa indústria não pode oferecer ou então algo que será comprado em poucas unidades, a exemplo do radar de abertura sintética utilizado no R-99B. Podemos e devemos buscar uma maior nacionalização, principalmente daquelas tecnologias ditas sensíveis, mas não vamos nos iludir com 100%.
Abraços,
Wesley
"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Orestes,
Permita-me discordar frontalmente da sua análise.
O ponto em que acho que persiste um engano no seu raciocínio, é o de acreditar que existe competência técnica, operacional e mesmo política no MD (prédio-sede) para analisar aspectos ligados à defesa nacional, e ao setor aeroespacial em particular, sem utilizar a Aeronáutica.
Isso porque, lembro-lhe, a Aeronáutica faz parte do MD.
Qual o melhor e mais capaz setor do MD para analisar e avaliar propostas relacionadas à aquisição de aeronaves de caça?
Nas seus bem elaborados posts, tenho notado essa falha de avaliação, ao buscar separar a FAB do MD.
Sem a FAB, qual o setor do MD (prédio-sede) conseguiria assessorar o ministro da defesa?
Por isso insisto: O setor do governo e do MD que fará o relatório final indicando qual o melhor produto para ser o F-X é a Aeronáutica.
A não ser que quando cita o MD esteja se referindo somente ao ministro Nelson Jobim.
E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Um abraço,
Palpiteiro
Permita-me discordar frontalmente da sua análise.
O ponto em que acho que persiste um engano no seu raciocínio, é o de acreditar que existe competência técnica, operacional e mesmo política no MD (prédio-sede) para analisar aspectos ligados à defesa nacional, e ao setor aeroespacial em particular, sem utilizar a Aeronáutica.
Isso porque, lembro-lhe, a Aeronáutica faz parte do MD.
Qual o melhor e mais capaz setor do MD para analisar e avaliar propostas relacionadas à aquisição de aeronaves de caça?
Nas seus bem elaborados posts, tenho notado essa falha de avaliação, ao buscar separar a FAB do MD.
Sem a FAB, qual o setor do MD (prédio-sede) conseguiria assessorar o ministro da defesa?
Por isso insisto: O setor do governo e do MD que fará o relatório final indicando qual o melhor produto para ser o F-X é a Aeronáutica.
A não ser que quando cita o MD esteja se referindo somente ao ministro Nelson Jobim.
E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Um abraço,
Palpiteiro
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Palpiteiro,Palpiteiro escreveu:Caro Orestes,
Permita-me discordar frontalmente da sua análise.
O ponto em que acho que persiste um engano no seu raciocínio, é o de acreditar que existe competência técnica, operacional e mesmo política no MD (prédio-sede) para analisar aspectos ligados à defesa nacional, e ao setor aeroespacial em particular, sem utilizar a Aeronáutica.
Isso porque, lembro-lhe, a Aeronáutica faz parte do MD.
Qual o melhor e mais capaz setor do MD para analisar e avaliar propostas relacionadas à aquisição de aeronaves de caça?
Nas seus bem elaborados posts, tenho notado essa falha de avaliação, ao buscar separar a FAB do MD.
Sem a FAB, qual o setor do MD (prédio-sede) conseguiria assessorar o ministro da defesa?
Por isso insisto: O setor do governo e do MD que fará o relatório final indicando qual o melhor produto para ser o F-X é a Aeronáutica.
A não ser que quando cita o MD esteja se referindo somente ao ministro Nelson Jobim.
E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Um abraço,
Palpiteiro
já lhe disse, sinta-se a vontade para discordar, isto é edificante!
A desarmonia existente entre nossos pontos de vista é bem simples de se compreender, você acredita (ou deseja) uma coisa e eu outra diametralmente oposta. Não entro no mérito de analisar o assessoramento técnico no MD, se existe ou não (mas insisto, existe sim, só que realizado por militares das três Forças) não importa, o que discuto é algo que precede sua preocupação, que são os efeitos práticos que transborda aos olhos alheios.
A FAB ter seu planejamento e condução, é uma coisa, já o que se revela a olhos nus, é outra coisa. Não por inépcia da Força, mas por ser assim que o MD está conduzindo o processo, gostemos ou não disso. Estou dizendo com todas as letras que a escolha da FAB não terá importância alguma na decisão final, no fundo torço e muito para que a indicação da mesma coincida com o modelo a ser comprado. Insisto em meu ponto de vista, a FAB não perde nada com isso, não tem hierarquia alguma quebrada e que tudo isso é assim no mundo inteiro.
Sobre a FAB fazer parte do MD, errado, se me permite usar um termo tão forte. A FAB é subordinada ao MD e não faz parte do mesmo. Exemplifico de outra forma, as universidades federais estão subordinadas ao MEC, mas não faz parte do mesmo, apenas segue suas orientações e políticas internas para o setor. Assim sendo, as políticas para o setor são feitas no âmbito do Ministério da Defesa e não pelas três Forças, que são apenas executoras, a parte operacional. Este é o ponto de discórdia entre vários militares (e jamais as Forças Armadas Brasileiras) e o que está sendo implementado no Ministério da Defesa; durante anos e anos não era assim, agora o senhor ministro Nelson Jobin resolveu mudar o cenário, fazer da Defesa brasileira o que já é feito em vários países, notadamente os mais desenvolvidos, por isso os reclames.
Sobre o relatório da FAB, claro, ele virá, mas não vejo nenhuma importância nesta altura do campeonato, estou dizendo que não influenciará em nada a decisão, a menos que haja sérios problemas com um dos candidatos, o que descarto veementemente, por ser contraditório ao extremos (pois foi a própria FAB que disse que os três deveriam fazer parte da short list).
É bom que se diga que o processo de solicitação, análise, seleção, classificação foi feita pela FAB, mas é bom ser lembrado também que não se explica de outra maneira a presença de caças tão distintos, de categoria tão díspares, de preços mais variados, etc. fez parte do mesmo desde o início, e que ainda não acabou, pois a própria short list possui três representantes notadamente de categorias distintas. Insisto em minha teoria, visto que a mesma até isto explica (satisfatoriamente) e que se comprovada (duvido muito) deixa claro que a condução foi de natureza política desde o princípio, deixando muito claro que tal procedimento é digno de elogio, neste caso, à FAB.
Sobre o perfil de nosso ministro da Defesa, bem, não me parece de bom tom julgar de tal forma, em meu entendimento um ministro da Defesa não precisa ser um especialista no assunto, muito menos carece de ser militar. O perfil desejado para um ministro da Defesa é alguém que vista a camisa, que promova o debate em âmbito nacional, que leve o assunto para a agenda política do País, que promova investimentos no setor industrial em particular, que introduza mudanças expressivas na forma-pensamento-ação, que vá às bases e conheça as duras realidades, que promova compras de equipamentos militares de forma efetiva e não na base do cala-boca, que consiga aglutinar governistas e oposicionistas dentro do tema Defesa, que amplie os campos de ação e lute por melhores recursos, sem perder de vista as questões dos soldos e salários, que não teme se expor e conduzir de frente o processo, mesmo sendo apedrejado, etc. Pergunto: o senhor ministro Nelson Jobim se enquadra em alguns destes critérios? Isto pra mim já é o bastante.
Grande abraço, amigo Palpiteiro!
Orestes
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Re: JAS-39 Gripen
Concordo plenamente!gaitero escreveu:Só um ponto Orestes, creio que as ofertas nasceram diferentes e bem diferentes, hoje elas são muito parecidas, senão praticamente idênticas, porque as próprias empresas concorrentes, e o processo de fato, obrigou que a convergência fosse feita. E mesmo que durante o processo, tenham havido indícios classicos de que as ofertas estavam descambando para a famosa prateleira, creio hoje que as ofertas são de fato muito boas.
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Re: JAS-39 Gripen
Prezado Robertorcolistete escreveu:Parabéns ao Orestes e Fontoura.orestespf escreveu: Alexandre, é sério, sem "média", não foi porque concordou/citou com parte do que disse, ok?
X 1000!!!
Inté!!!
Orestes
Acrescento ainda que a data de recebimento dos 1os caças do FX-2, 2014-15, casa perfeitamente com a previsão do Gripen NG, sendo que Rafale F3 e F/A-18E/F poderiam ser entregues bem antes (2012, por aí). Ou seja, a presença do Gripen NG na short-list parece refletir um desejo já longo da FAB de ao menos analisar detalhadamente a proposta do Gripen NG no FX-2 (só com RFI e RFP é que a FAB pode ter acesso a muitos detalhes dos caças concorrentes, preços, contra-partidas, etc).
Concordo com a teoria do Orestes, de 3 tipos de ofertas de caças. Acrescento que, na minha opinião, a FAB também ponderou as consequências políticas favoráveis (alinhamento, conselho de segurança da ONU, financiamento, etc) de ter um caça dos EUA e outro da França. O Su-35BM teria consequências políticas desfavoráveis, por exemplo, podendo acender alerta nos EUA de uma América do Sul com muita influência russa (via fornecimento de armamento russo p/ Venezuela, Brasil, etc).
Pois se fosse só por argumentos técnicos de desempenho, por exemplo, faria muito mais sentido ter na short-list Eurofighter T3, Rafale F3+ e Su-35BM, isso ficando nos caças de 4a geração recente.
Abraços,
Roberto
A seleção da short list pode ter sido baseada apenas em critérios técnicos mesmo, mas muito mais abrangentes que apenas o desempenho de vôo. Iso explicaria a eliminação de caças como o Typhoon e o Su-35 fora da ótica política.
Trecho do recente esclarecedor post de Palpiteiro no Rafale News:
[]sEste RFI é complexo e solicita informações sobre absolutamente tudo, desde as características técnicas e logísticas, até preços e transferência de tecnologia e offsets;
- Com base nas respostas, o EMAER toma conhecimento do que realmente existe no mercado, e quais novas tecnologias/sistemas estão em fase de desenvolvimento naquelas indústrias;
- Também com base nas respostas ao RFI, a FAB faz uma "short list", onde são escolhidas as empresas/produtos que mais aderem aos seus requisitos. É uma escolha absolutamente técnica;
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: JAS-39 Gripen
Jacques, pra mim não disse nada, apenas desconversou, mas respeito ambas as opiniões. O nome disso é maquiagem, não de nosso amigo Palpiteiro, mas a do "âmbito geral". Uma coisa é ser, a outra é tentar parecer que é, se é que me entende.
Forte abraço,
Orestes
Forte abraço,
Orestes
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Orestes,
Temos realmente um problema quase insolúvel para estabelecermos uma discussão a respeito desse assunto.
Penso que se resume, principalmente, à divergência dos nossos conceitos do que seja, atualmente, o Ministério da Defesa, no que diz respeito a sua estrutura e capacidade de realizar certas atividades.
Deixo claro de que a minha opinião a respeito da atual capacidade do MD não representa, em absoluto, que exista um desejo pessoal para que assim permaneça, ou de que sou contra aquela instituição.
Para que não seja esse o ponto a ser discutido, deixo claro que sou 110% à existência do MD e acredito que foi uma das boas medidas tomadas pelo governo Fernando Henrique em relação aos assuntos de defesa.
Isso posto, deixo também claro que tenho restrições ao nosso atual modelo de gestão da nossa estrutura militar, e cito como exemplo, que considero contraprodutiva a existência de "Comandantes de Força", preferindo que tivesse sido adotado o modelo consagrado de "Chefes de Estado-Maior". Mas isso é assunto para outro local.
Retornando ao tema central da nossa saudável discussão, nâo vejo como não considerar fundamental e imprescindível tomar como base para a decisão do nosso futuro caça o trabalho realizado pela FAB.
Isso porque nos vários posts que leio a respeito de "decisão do MD", "decisão do governo" e "decisão política", nunca foi "fulanizada" essa entidade.
E aí é que me pergunto, e não sei a resposta, quem? Ou qual a equipe?
E repito a questão do post anterior, sem desmerecer a figura do nosso atual ministro Nelson Jobim, quando você cita decisão do MD por acaso está se referindo a uma decisão pessoal dele?
Um abraço,
Palpiteiro
Temos realmente um problema quase insolúvel para estabelecermos uma discussão a respeito desse assunto.
Penso que se resume, principalmente, à divergência dos nossos conceitos do que seja, atualmente, o Ministério da Defesa, no que diz respeito a sua estrutura e capacidade de realizar certas atividades.
Deixo claro de que a minha opinião a respeito da atual capacidade do MD não representa, em absoluto, que exista um desejo pessoal para que assim permaneça, ou de que sou contra aquela instituição.
Para que não seja esse o ponto a ser discutido, deixo claro que sou 110% à existência do MD e acredito que foi uma das boas medidas tomadas pelo governo Fernando Henrique em relação aos assuntos de defesa.
Isso posto, deixo também claro que tenho restrições ao nosso atual modelo de gestão da nossa estrutura militar, e cito como exemplo, que considero contraprodutiva a existência de "Comandantes de Força", preferindo que tivesse sido adotado o modelo consagrado de "Chefes de Estado-Maior". Mas isso é assunto para outro local.
Retornando ao tema central da nossa saudável discussão, nâo vejo como não considerar fundamental e imprescindível tomar como base para a decisão do nosso futuro caça o trabalho realizado pela FAB.
Isso porque nos vários posts que leio a respeito de "decisão do MD", "decisão do governo" e "decisão política", nunca foi "fulanizada" essa entidade.
E aí é que me pergunto, e não sei a resposta, quem? Ou qual a equipe?
E repito a questão do post anterior, sem desmerecer a figura do nosso atual ministro Nelson Jobim, quando você cita decisão do MD por acaso está se referindo a uma decisão pessoal dele?
Um abraço,
Palpiteiro
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Re: JAS-39 Gripen
Amigo Palpiteiro, sempre me honro em debater com alguém de alto saber, e isto não se traduz em sarcasmo, é a mais pura e singela verdade, pois não é preciso nenhum esforço para saber o quanto você conhece sobre o assunto e que fala de forma digna, respeitosa, com convicção e segurança sobre o tema. Assim sendo, se me permite a ousadia, pergunto-lhe: nos conhecemos do EMAER ou do interior do MD? Pode ser via MP, visto que tal assunto não me parece ser tratável em aberto.Palpiteiro escreveu:Caro Orestes,
Temos realmente um problema quase insolúvel para estabelecermos uma discussão a respeito desse assunto.
Penso que se resume, principalmente, à divergência dos nossos conceitos do que seja, atualmente, o Ministério da Defesa, no que diz respeito a sua estrutura e capacidade de realizar certas atividades.
Deixo claro de que a minha opinião a respeito da atual capacidade do MD não representa, em absoluto, que exista um desejo pessoal para que assim permaneça, ou de que sou contra aquela instituição.
Para que não seja esse o ponto a ser discutido, deixo claro que sou 110% à existência do MD e acredito que foi uma das boas medidas tomadas pelo governo Fernando Henrique em relação aos assuntos de defesa.
Isso posto, deixo também claro que tenho restrições ao nosso atual modelo de gestão da nossa estrutura militar, e cito como exemplo, que considero contraprodutiva a existência de "Comandantes de Força", preferindo que tivesse sido adotado o modelo consagrado de "Chefes de Estado-Maior". Mas isso é assunto para outro local.
Retornando ao tema central da nossa saudável discussão, nâo vejo como não considerar fundamental e imprescindível tomar como base para a decisão do nosso futuro caça o trabalho realizado pela FAB.
Isso porque nos vários posts que leio a respeito de "decisão do MD", "decisão do governo" e "decisão política", nunca foi "fulanizada" essa entidade.
E aí é que me pergunto, e não sei a resposta, quem? Ou qual a equipe?
E repito a questão do post anterior, sem desmerecer a figura do nosso atual ministro Nelson Jobim, quando você cita decisão do MD por acaso está se referindo a uma decisão pessoal dele?
Um abraço,
Palpiteiro
Sobre nossa divergente opinião, não se preocupe, falo como um ignorante no assunto, apenas um entusiasta, jamais contrapondo um conhecedor do mesmo. Porém lhe peço que me mostre os equívocos, até porque faço questão de mudar de opinião e fazer forte e incisiva defesa do que aprenderei (insisto, não há hipocrisia alguma de minha parte aqui, mesmo parecendo ser assim).
O problema é que, lamentavelmente, sou um teórico, minha formação acadêmica me denuncia de cara, mesmo me empenhando para não ser assim. E neste meu mundo virtual, não consigo vislumbrar nada que me diga que estou errado em minha tese, mas isto pode ser apenas uma limitação intelectual, algo que me impede de alcançar visualmente novos horizontes, ou ainda, meu teto pode ser muito baixo...
Podemos travar este debate através de outras vias? Agindo assim, provavelmente, cometerei menos erros, influenciarei menos, não induzirei terceiros a erros. Quer tentar?
Sobre a expressão MD, bem, é Ministério da Defesa, quando me refiro ao nobre e respeitável ministro Nelson Jobim, faço questão de dizer seu nome abertamente, no máximo usando a singela, mas não ofensiva, abreviatura "NJ". Assim sendo, minhas "propriedades" admitidas se referem a Instituição chamada Ministério da Defesa, o Órgão maior responsável pelas Forças Armadas Brasileiras, que, agindo corretamente ou não, dá um novo passo rumo ao que nunca tivemos neste País. E sobre isso, não me resta dúvida, todo o elogio se concentra ao nome do ilustríssimo senhor ministro Nelson Jobim, que, a trancos e barrancos está mudando os rumos do que é vulgarmente conhecido por Defesa neste País. Alguém precisava iniciar o processo de "modernização" e este aconteceu e está acontecendo com as mãos deste nobre senhor, visto que muitos apenas fizeram ecos nas retóricas do Poder apenas para se manter no comando de uma Pasta enfraquecida e desprestigiada. Ignorar tais fatos, por menores que sejam, é desestimular o avanço que se conquista a duras penas e com altíssimo preço.
Sobre nossas divergências, diga-se de passagem, muitíssimo pontuais, só servem para que nossos colegas e amigos DBistas formem suas próprias opiniões. E no mundo onde se faz necessário o sigilo, espera-se a priori que os questionamentos, conspiratórios ou não, surjam, até porque o mais importante é que esteja sempre em voga o assunto maior, que se resume a se pensar e agir Defesa. Assim sendo, me contrapor é sempre bem-vindo, principalmente por parte daqueles que estão nos lendo, visto que devemos permitir que cada um forme sua opinião, certa ou equivocada, do que realmente acontece na prática, no mundo real. Até porque todos, inclusive eu, estão à busca de respostas para aquilo que o silêncio omitiu.
Forte abraço,
Orestes
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Re: JAS-39 Gripen
Orestes e Palpiteiro
Tomo a liberdade de entrar no meio da discussão de vocês, que como sempre, é recheada de qualidade, respeito e cordialidade.
Tenho dois pontos a opinar.
Palpiteiro, pelo visto, você tem conhecimento do que se passa. O RFI conteve algumas informações repetidas, uma vez que muitas delas já se sabiam de antemão. Quando os brasileiros foram para Moscou, não foram para ver o Su-35 dar rasantes. Foram para ver que se o quesito transferência de tecnologia seria colocado no papel. Isso foi negado.
Com o RFI, a mesma informação foi contida. Assim foi descartado de vez o caça russo, já que tal quesito é vital para a concorrência. Aos poucos, os quesitos foram preenchidos, e aqueles com maiores assertivas concluídas, foram postos no short list.
Ocorre que passada essa fase, a coisa torna-se puramente política. Quem dá a palavra final é o Presidente. Vamos recordar que a Dassault financiou parte da campanha petista do Molusco, assim como a do tucano Serra (para os que apreciam teorias conspiratórias, já digo de antemão que tal financiamento foi legal, tanto é que os dois apareceram na Tv defendendo o M2000BR). A predileção dos franceses não é de agora, já é de muito tempo.
Se tivéssemos F-22, F-35 como requisito de 5° geração, não tenha dúvida que o rafaleco estaria no rol. Seria aquela velha máxima “não precisamos de tudo isso”. Agora, só com caças de 4° geração, o que se prega é “vamos ter o melhor”.
Palpiteiro disse:
Caros, estamos falando do Ministério da Defesa.
Eu ouvi em MP3 todas as palestras e apresentações que ele fez sobre o tema Transferência de Tecnologia. Ele repete essa expressão N vezes. Mas em nenhum momento, repito, em nenhum momento ele diz qual a definição. Porque não ele sabe o que é isso. Basta ver a completa falta de noção do que faz quando aceitou a possibilidade de rever as propostas russas. Isso foi um disparate de envergonhar um processo todo!!! E dizem que tudo é sério e as mil maravilhas.
Neste ponto, Orestes, você diz:
Aí pergunto: qual seria o perfil de um Ministro que deve tratar um tema específico, que no caso, é o de Defesa? A resposta é simples. Alguém que conheça o tema. Não necessariamente militar.
A coisa melhora quando a pessoa que ocupa o cargo já tem politicagem com quem o indicou. Vocês jamais viram o Jobim fazendo qualquer crítica aos franceses.
Assim sendo, agora, não existe nada técnico. Essa decisão, já tomada, foi puramente política.
Por favor, voltem ao diálogo, minhas escusas por esta breve participação.
Abraços
Alfredo
Tomo a liberdade de entrar no meio da discussão de vocês, que como sempre, é recheada de qualidade, respeito e cordialidade.
Tenho dois pontos a opinar.
Palpiteiro, pelo visto, você tem conhecimento do que se passa. O RFI conteve algumas informações repetidas, uma vez que muitas delas já se sabiam de antemão. Quando os brasileiros foram para Moscou, não foram para ver o Su-35 dar rasantes. Foram para ver que se o quesito transferência de tecnologia seria colocado no papel. Isso foi negado.
Com o RFI, a mesma informação foi contida. Assim foi descartado de vez o caça russo, já que tal quesito é vital para a concorrência. Aos poucos, os quesitos foram preenchidos, e aqueles com maiores assertivas concluídas, foram postos no short list.
Ocorre que passada essa fase, a coisa torna-se puramente política. Quem dá a palavra final é o Presidente. Vamos recordar que a Dassault financiou parte da campanha petista do Molusco, assim como a do tucano Serra (para os que apreciam teorias conspiratórias, já digo de antemão que tal financiamento foi legal, tanto é que os dois apareceram na Tv defendendo o M2000BR). A predileção dos franceses não é de agora, já é de muito tempo.
Se tivéssemos F-22, F-35 como requisito de 5° geração, não tenha dúvida que o rafaleco estaria no rol. Seria aquela velha máxima “não precisamos de tudo isso”. Agora, só com caças de 4° geração, o que se prega é “vamos ter o melhor”.
Palpiteiro disse:
Essa é a triste realidade do nosso Ministro. Para este cargo, seja qual for, o que se busca é alguém que tenha conhecimento no assunto. É alguém que saiba o que irá tratar. Como pode um advogado sem conhecimento algum sobre o tema militar, do nada, partir para essa? Em sua atuação como Magistrado (exemplar, por sinal) nunca tratou o tema e nem teria como. Foi indicado ao atual cargo por pura politicagem.E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Caros, estamos falando do Ministério da Defesa.
Eu ouvi em MP3 todas as palestras e apresentações que ele fez sobre o tema Transferência de Tecnologia. Ele repete essa expressão N vezes. Mas em nenhum momento, repito, em nenhum momento ele diz qual a definição. Porque não ele sabe o que é isso. Basta ver a completa falta de noção do que faz quando aceitou a possibilidade de rever as propostas russas. Isso foi um disparate de envergonhar um processo todo!!! E dizem que tudo é sério e as mil maravilhas.
Neste ponto, Orestes, você diz:
Essa é justamente a figura do político. Isso qualquer um faz. Podemos colocar nessa definição pessoas como Lula, Maluf, Sarney, Marta Suplicy, Genoíno, Fidélix, Renan Calheiros, etc.O perfil desejado para um ministro da Defesa é alguém que vista a camisa, que promova o debate em âmbito nacional, que leve o assunto para a agenda política do País, que promova investimentos no setor industrial em particular, que introduza mudanças expressivas na forma-pensamento-ação, que vá às bases e conheça as duras realidades, que promova compras de equipamentos militares de forma efetiva e não na base do cala-boca, que consiga aglutinar governistas e oposicionistas dentro do tema Defesa, que amplie os campos de ação e lute por melhores recursos, sem perder de vista as questões dos soldos e salários, que não teme se expor e conduzir de frente o processo, mesmo sendo apedrejado, etc.
Aí pergunto: qual seria o perfil de um Ministro que deve tratar um tema específico, que no caso, é o de Defesa? A resposta é simples. Alguém que conheça o tema. Não necessariamente militar.
A coisa melhora quando a pessoa que ocupa o cargo já tem politicagem com quem o indicou. Vocês jamais viram o Jobim fazendo qualquer crítica aos franceses.
Assim sendo, agora, não existe nada técnico. Essa decisão, já tomada, foi puramente política.
Por favor, voltem ao diálogo, minhas escusas por esta breve participação.
Abraços
Alfredo
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Orestes,
Sem "rasgação de sedas", agradeço a sua gentil resposta.
Infelizmente não o conheço pessoalmente, nunca mas de há muito percebi suas interessantes e inteligentes intervenções, sempre com um estilo, que mesmo que tentasse esconder, denunciaria (no bom sentido) sua formação acadêmica.
Percebi, também, o respeito e prestígio que adquiriu com os participantes desse fórum. E a minha experiência indica que tal reconhecimento é muito difícil de se conseguir em uma comunidade tão heterogênea como essa.
Será um prazer dialogar e aprender contigo.
Um abraço,
Palpiteiro
Sem "rasgação de sedas", agradeço a sua gentil resposta.
Infelizmente não o conheço pessoalmente, nunca mas de há muito percebi suas interessantes e inteligentes intervenções, sempre com um estilo, que mesmo que tentasse esconder, denunciaria (no bom sentido) sua formação acadêmica.
Percebi, também, o respeito e prestígio que adquiriu com os participantes desse fórum. E a minha experiência indica que tal reconhecimento é muito difícil de se conseguir em uma comunidade tão heterogênea como essa.
Será um prazer dialogar e aprender contigo.
Um abraço,
Palpiteiro
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Re: JAS-39 Gripen
Caro Alfredo,
Na minha opinião, o perfil ideal para o cargo de ministro da defesa é a de um político, com pouco, médio ou muito conhecimento dos assuntos de defesa (mas que tenha consciência disso!), que tenha um perfil de liderança (militares gostam de ser liderados, não mandados), que tenha um excelente trânsito junto ao congresso, que tenha prestígio junto ao presidente da república e que prestigie os comandantes das forças e as próprias forças.
E que não seja o dono da verdade!
Seria pedir muito?
Palpiteiro
Na minha opinião, o perfil ideal para o cargo de ministro da defesa é a de um político, com pouco, médio ou muito conhecimento dos assuntos de defesa (mas que tenha consciência disso!), que tenha um perfil de liderança (militares gostam de ser liderados, não mandados), que tenha um excelente trânsito junto ao congresso, que tenha prestígio junto ao presidente da república e que prestigie os comandantes das forças e as próprias forças.
E que não seja o dono da verdade!
Seria pedir muito?
Palpiteiro
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Re: JAS-39 Gripen
FIGHTERCOM escreveu: Caro Gaitero,
Essa idéia de que seriam necessárias mais bases caso a escolha recaísse sobre o Gripen ainda não foi provada. Na verdade, o tema apenas foi colocado aqui no DB para discussão. Então, especulação não é fato. Fato mesmo é o interesse da FAB em adquirir algo próximo de 120 unidades independente de quem seja o vencedor.
Sobre os 50% oferecidos para a nossa eventual participação no Gripen NG, até que alguém apresente a proposta feita, falar que no meio desse pacote PODE não ter tecnologias que sejam do nosso interesse ou que algumas PODERIAM ser rotineiras dentro das nossas empresas não tem o menor fundamento, seria o mesmo que discutir o sexo dos anjos.
Acho que não ficou bem claro o que coloquei anteriormente, eu não quero o Brasil sendo apenas um receptor de tecnologias. Até porque muitas dessas tecnologias são restritas e não nos seriam repassadas. Pode acontecer também de determinada tecnologia oferecida não poder ser absorvida nesse primeiro momento. Mas determinado fabricante poderia dizer: eu ofereci 100%, se você não tem como absorver o problema já não é mais meu. O que fazer diante disso? Simples, ser parceiro no desenvolvimento, dividir responsabilidades. Nós só vamos APRENDER de fato quando sentarmos de frente uma bancada e passarmos a desenvolver. O resto é pura ilusão.
Fazendo uma analogia simples. Aonde um aluno aprende mais, copiando ou fazendo os trabalhos que são propostos pelos professores?
Sobre importar tecnologia, devemos ter em mente que não temos capacidade de sermos auto-suficientes ainda e nem sei se teremos um dia, pois hoje somente três países conseguem tal proeza. Não vejo nada demais em buscar no mercado internacional aquilo que nossa indústria não pode oferecer ou então algo que será comprado em poucas unidades, a exemplo do radar de abertura sintética utilizado no R-99B. Podemos e devemos buscar uma maior nacionalização, principalmente daquelas tecnologias ditas sensíveis, mas não vamos nos iludir com 100%.
Abraços,
Wesley
Concordo plenamente!!E esse é o "X" da questão!!!Em que níveis estamos para assimilar um algo sem trabalhar e ter uma co-responsabilidade??...Repassar tecnologia sem trabalhar na adequação e no projeto de fato vai funcionar??.....Dependendo da complexidade e do nivel de componentes e áres de pesquisas e desenvolvimentos, serão necessários trabalhos conjuntos e um comprometimento e vontade de ambas as partes....
Jesus Cristo meu Senhor -"O Leão da tribo de Judah"!!!
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Re: JAS-39 Gripen
Seguiu uma tal de MP...Palpiteiro escreveu:Caro Orestes,
Sem "rasgação de sedas", agradeço a sua gentil resposta.
Infelizmente não o conheço pessoalmente, nunca mas de há muito percebi suas interessantes e inteligentes intervenções, sempre com um estilo, que mesmo que tentasse esconder, denunciaria (no bom sentido) sua formação acadêmica.
Percebi, também, o respeito e prestígio que adquiriu com os participantes desse fórum. E a minha experiência indica que tal reconhecimento é muito difícil de se conseguir em uma comunidade tão heterogênea como essa.
Será um prazer dialogar e aprender contigo.
Um abraço,
Palpiteiro
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Re: JAS-39 Gripen
Amigo Alfredo,Alfredo762 escreveu:Orestes e Palpiteiro
Tomo a liberdade de entrar no meio da discussão de vocês, que como sempre, é recheada de qualidade, respeito e cordialidade.
Tenho dois pontos a opinar.
Palpiteiro, pelo visto, você tem conhecimento do que se passa. O RFI conteve algumas informações repetidas, uma vez que muitas delas já se sabiam de antemão. Quando os brasileiros foram para Moscou, não foram para ver o Su-35 dar rasantes. Foram para ver que se o quesito transferência de tecnologia seria colocado no papel. Isso foi negado.
Com o RFI, a mesma informação foi contida. Assim foi descartado de vez o caça russo, já que tal quesito é vital para a concorrência. Aos poucos, os quesitos foram preenchidos, e aqueles com maiores assertivas concluídas, foram postos no short list.
Ocorre que passada essa fase, a coisa torna-se puramente política. Quem dá a palavra final é o Presidente. Vamos recordar que a Dassault financiou parte da campanha petista do Molusco, assim como a do tucano Serra (para os que apreciam teorias conspiratórias, já digo de antemão que tal financiamento foi legal, tanto é que os dois apareceram na Tv defendendo o M2000BR). A predileção dos franceses não é de agora, já é de muito tempo.
Se tivéssemos F-22, F-35 como requisito de 5° geração, não tenha dúvida que o rafaleco estaria no rol. Seria aquela velha máxima “não precisamos de tudo isso”. Agora, só com caças de 4° geração, o que se prega é “vamos ter o melhor”.
Palpiteiro disse:
Essa é a triste realidade do nosso Ministro. Para este cargo, seja qual for, o que se busca é alguém que tenha conhecimento no assunto. É alguém que saiba o que irá tratar. Como pode um advogado sem conhecimento algum sobre o tema militar, do nada, partir para essa? Em sua atuação como Magistrado (exemplar, por sinal) nunca tratou o tema e nem teria como. Foi indicado ao atual cargo por pura politicagem.E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Caros, estamos falando do Ministério da Defesa.
Eu ouvi em MP3 todas as palestras e apresentações que ele fez sobre o tema Transferência de Tecnologia. Ele repete essa expressão N vezes. Mas em nenhum momento, repito, em nenhum momento ele diz qual a definição. Porque não ele sabe o que é isso. Basta ver a completa falta de noção do que faz quando aceitou a possibilidade de rever as propostas russas. Isso foi um disparate de envergonhar um processo todo!!! E dizem que tudo é sério e as mil maravilhas.
Neste ponto, Orestes, você diz:
Essa é justamente a figura do político. Isso qualquer um faz. Podemos colocar nessa definição pessoas como Lula, Maluf, Sarney, Marta Suplicy, Genoíno, Fidélix, Renan Calheiros, etc.O perfil desejado para um ministro da Defesa é alguém que vista a camisa, que promova o debate em âmbito nacional, que leve o assunto para a agenda política do País, que promova investimentos no setor industrial em particular, que introduza mudanças expressivas na forma-pensamento-ação, que vá às bases e conheça as duras realidades, que promova compras de equipamentos militares de forma efetiva e não na base do cala-boca, que consiga aglutinar governistas e oposicionistas dentro do tema Defesa, que amplie os campos de ação e lute por melhores recursos, sem perder de vista as questões dos soldos e salários, que não teme se expor e conduzir de frente o processo, mesmo sendo apedrejado, etc.
Aí pergunto: qual seria o perfil de um Ministro que deve tratar um tema específico, que no caso, é o de Defesa? A resposta é simples. Alguém que conheça o tema. Não necessariamente militar.
A coisa melhora quando a pessoa que ocupa o cargo já tem politicagem com quem o indicou. Vocês jamais viram o Jobim fazendo qualquer crítica aos franceses.
Assim sendo, agora, não existe nada técnico. Essa decisão, já tomada, foi puramente política.
Por favor, voltem ao diálogo, minhas escusas por esta breve participação.
Abraços
Alfredo
concordância total!