Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Ei, eu sou do nordeste. E há vários elementos que explicam pq São Paulo deu um salto em relação ao país. Por exemplo ter sido fortemente povoada por imigrantes de mais diversas culturas, o estranhamento conteve o personalismo reinante no Brasil e promoveu mais profissionalismo.
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
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- Sterrius
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Re: Missão de Paz no Haiti
Vale lembrar que o Haiti tb não é um país sortudo geograficamente. Tornados com efeitos destrutivos são comuns na região, inclusive as vezes eles vem ano após ano.
Não é facil vc construir uma casa e ter a mesma levada pelo vento (com tudo que vc tem). E como se isso ja nao fosse complicado a grandes chances de no ano que vem tudo se repetir.
Hoje até existe tecnologia para criar predios que aguentam tornados. Mas essa tecnologia ainda é relativamente recente. E enquanto num EUA ou Brasil da vida vc pode facilmente se mudar e escapar do problema, no Haiti esta opção não existe.
Por sinal o clima é um dos responsaveis pela pobreza de varios paises da america central, não so do haiti. (Veja que é apenas 1 dos problemas, não é o unico, nem mesmo o mais relevante, mas isso não tira sua parcela de responsabilidade nos problemas para desenvolver uma cidade e região).
Não é facil vc construir uma casa e ter a mesma levada pelo vento (com tudo que vc tem). E como se isso ja nao fosse complicado a grandes chances de no ano que vem tudo se repetir.
Hoje até existe tecnologia para criar predios que aguentam tornados. Mas essa tecnologia ainda é relativamente recente. E enquanto num EUA ou Brasil da vida vc pode facilmente se mudar e escapar do problema, no Haiti esta opção não existe.
Por sinal o clima é um dos responsaveis pela pobreza de varios paises da america central, não so do haiti. (Veja que é apenas 1 dos problemas, não é o unico, nem mesmo o mais relevante, mas isso não tira sua parcela de responsabilidade nos problemas para desenvolver uma cidade e região).
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Re: Missão de Paz no Haiti
Cada vez pioram mais seus argumentos... lamentável para alguém do Nordeste brasileiro... Por acaso tu é um Spenceriano? Só falta tu falar em determinismo biológico ...Vitor escreveu:Ei, eu sou do nordeste. E há vários elementos que explicam pq São Paulo deu um salto em relação ao país. Por exemplo ter sido fortemente povoada por imigrantes de mais diversas culturas, o estranhamento conteve o personalismo reinante no Brasil e promoveu mais profissionalismo.
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
Sabe o q faz diferença para a aptidão em qualquer coisa? EDUCAÇÃO...
Re: Missão de Paz no Haiti
Rapaz, eu acabei de dizer que receber imigrantes das mais diversas culturas e etnias fez bem a um lugar (Sampa), e vc vem me acusar de preconceito? É sempre fácil culpa os outros, os fenômenos da natureza por nossa miséria ou a miséria do Haiti. Mas isso não vai resolver nada.Nukualofa77 escreveu:Cada vez pioram mais seus argumentos... lamentável para alguém do Nordeste brasileiro... Por acaso tu é um Spenceriano? Só falta tu falar em determinismo biológico ...Vitor escreveu:Ei, eu sou do nordeste. E há vários elementos que explicam pq São Paulo deu um salto em relação ao país. Por exemplo ter sido fortemente povoada por imigrantes de mais diversas culturas, o estranhamento conteve o personalismo reinante no Brasil e promoveu mais profissionalismo.
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
Sabe o q faz diferença para a aptidão em qualquer coisa? EDUCAÇÃO...
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Re: Missão de Paz no Haiti
Olha, quando tu fala em mentalidade problemática, difícil de ser superada, me desculpe, mas essa justificativa está muito ultrapassada... É o mesmo argumento usado por muitos brasileiros do sul (sou gaúcho) para esteriotipar o nordeste...
Não é uma questão da naturalidade de uma "mentalidade problemática" (até parece q estou relendo Os Sertões de Euclides da Cunha), mas da ausência do Estado...
O "atraso" ou não de um país sempre tem o mesmo motivo: sua elite política... q não deu nenhuma prioridade a educação...
Não é uma questão da naturalidade de uma "mentalidade problemática" (até parece q estou relendo Os Sertões de Euclides da Cunha), mas da ausência do Estado...
O "atraso" ou não de um país sempre tem o mesmo motivo: sua elite política... q não deu nenhuma prioridade a educação...
Re: Missão de Paz no Haiti
Não é ausência de Estado. Várias comunidades isoladas prosperaram com quase nenhuma ajuda do estado, veja só as 13 Colônias Americanas, não foi fácil, os puritanos tiveram que ralar muito, mas conseguiram, enquanto o Brasil colônia foi mais sugado do que ajudado pelo estado português.
O Estado haitiano altamente corrupto vai ajudar em nada, já fez muito estrago até com seus Papas Docs da vida.
Concordo que a falta de prioridade na educação é fatal, mas até a falta de prioridade em educação é um traço cultural. Os asiáticos são fanáticos por educação, na China dão aula até dentro de caverna se for o jeito. Os haitianos já tem uma posição bem mais ambígua sobre o valor da educação, e isso faz parte da mentalidade deles. Claro que eles falam que adorariam ter boas escolas, ngm vai dizer o contrário. Mas será que eles realmente se esforçam para alcançar tal objetivo?
A elite política reflete bastante os valores da própria sociedade, nenhuma sociedade é simplesmente vítima dos seus políticos.
O Estado haitiano altamente corrupto vai ajudar em nada, já fez muito estrago até com seus Papas Docs da vida.
Concordo que a falta de prioridade na educação é fatal, mas até a falta de prioridade em educação é um traço cultural. Os asiáticos são fanáticos por educação, na China dão aula até dentro de caverna se for o jeito. Os haitianos já tem uma posição bem mais ambígua sobre o valor da educação, e isso faz parte da mentalidade deles. Claro que eles falam que adorariam ter boas escolas, ngm vai dizer o contrário. Mas será que eles realmente se esforçam para alcançar tal objetivo?
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- Sávio Ricardo
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Re: Missão de Paz no Haiti
Problemas no começo? A descolonização começou recentemente, só após a segunda guerra mundial. Até lá as potências européias e os EUA dominavam os países africanos e asiáticos. A base filosófica era que os nativos (negros e amarelos) não tinham capacidade de autodeterminar-se. Precisavam da inteligência superior do homem branco para tal. Se o Haiti desse certo desmistificaria toda a teoria racial com respeito aos negros. Em relação aos asiáticos a vitória do Japão na guerra contra a Russia apavorou a Europa, surgia o perigo amarelo.Vitor escreveu:Ei, eu sou do nordeste. E há vários elementos que explicam pq São Paulo deu um salto em relação ao país. Por exemplo ter sido fortemente povoada por imigrantes de mais diversas culturas, o estranhamento conteve o personalismo reinante no Brasil e promoveu mais profissionalismo.
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
Nenhum haitiano, negro, podia ir a Europa ou EUA e frequentar uma universidade. Militares haitianos não podiam ir as acadêmias militares em intercâmbio. Professores e cientistas não vinham ao Haiti fazer conferências. Até 1940 um embaixador negro que fosse do Haiti para os EUA não iria achar um hotel para ficar.
O isolamento conduz ao atraso. Soma-se a isto que a América Central era o quintal dos EUA. Cheio de repúblicas bananeiras apenas um pouco mais evoluidas que o Haiti. Não pense que a Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicaragua estão anos luz à frente do Haiti.
O Haiti é fruto de uma série de problemas, inclusive o tão falado ecológico, com o esgotamento total dos recursos naturais pelo desmatamento e exploração agrícola irracional. Mas tudo tem solução e o Haiti pode reviver.
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Missão de Paz no Haiti
eu sei que não é problema nosso, mas, o Brasil poderia ajudar socio-economicamente não?
"A religião católica contém a Verdade total revelada por Deus e não dizemos isso com arrogância nem para desafiar ninguém. Não podemos diminuir esta afirmação" Dom Hector Aguer
http://ridingaraid.blogspot.com.br/ meu blog
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Re: Missão de Paz no Haiti
E quais são os planos do Brasil? Ficar lá até os haitianos aprendem a tocar a vida sem por um Papa Doc 2 no poder? Ficar lá até que sirva aos propósitos de mendigar algum cargo da ONU?
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Re: Missão de Paz no Haiti
Descolonização das Américas já aconteceu faz uns 200 anos, e o Haiti fica por essas bandas...delmar escreveu:Problemas no começo? A descolonização começou recentemente, só após a segunda guerra mundial. Até lá as potências européias e os EUA dominavam os países africanos e asiáticos. A base filosófica era que os nativos (negros e amarelos) não tinham capacidade de autodeterminar-se. Precisavam da inteligência superior do homem branco para tal. Se o Haiti desse certo desmistificaria toda a teoria racial com respeito aos negros. Em relação aos asiáticos a vitória do Japão na guerra contra a Russia apavorou a Europa, surgia o perigo amarelo.Vitor escreveu:Ei, eu sou do nordeste. E há vários elementos que explicam pq São Paulo deu um salto em relação ao país. Por exemplo ter sido fortemente povoada por imigrantes de mais diversas culturas, o estranhamento conteve o personalismo reinante no Brasil e promoveu mais profissionalismo.
E não precisa ser protestante para ter sido influenciado pela ética de tal culto, nem precisa ser judeu para entender a importância dos juros.
O Haiti sofreu problemas no começo, mas que país da América Latina não? O que fez o Haiti ser pior que todo mundo? A culpa é só dos outros e os haitianos são vítimas passivas? Porque em 100 anos não deu para compensar o atraso?
Nenhum haitiano, negro, podia ir a Europa ou EUA e frequentar uma universidade. Militares haitianos não podiam ir as acadêmias militares em intercâmbio. Professores e cientistas não vinham ao Haiti fazer conferências. Até 1940 um embaixador negro que fosse do Haiti para os EUA não iria achar um hotel para ficar.
O isolamento conduz ao atraso. Soma-se a isto que a América Central era o quintal dos EUA. Cheio de repúblicas bananeiras apenas um pouco mais evoluidas que o Haiti. Não pense que a Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicaragua estão anos luz à frente do Haiti.
O Haiti é fruto de uma série de problemas, inclusive o tão falado ecológico, com o esgotamento total dos recursos naturais pelo desmatamento e exploração agrícola irracional. Mas tudo tem solução e o Haiti pode reviver.
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Os EUA nunca tiveram colônias na África ou Ásia, isso aí foi serviço dos europeus e japoneses (que na época eram extremamente racistas), a não ser que vc considere o Havaí uma colônia.
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Re: Missão de Paz no Haiti
As Filipinas, que ficam na Ásia, foram colônia americana de 1898 até o final da segunda guerra. Porto Rico era uma colônia americana no Caribe e, até hoje, está numa situação diferenciada em relação aos demais estados americanos. Na América do Sul as Guianas foram, até recentemente colonias e na América Central várias ilhas, além da chamada Honduras Britânicas, foram colonias.Os EUA nunca tiveram colônias na África ou Ásia,
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Re: Missão de Paz no Haiti
"Briefing" da Embaixadora Vera Machado sobre a participação do Brasil na missão de paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
18/06/2009 - 22h56
Homem morre em protesto no Haiti; general brasileiro nega responsabilidade
colaboração para a Folha Online
Uma pessoa morreu baleada nesta quinta-feira no centro da capital do Haiti durante um velório que se transformou em manifestação de seguidores do ex-presidente Jean Bertrand Aristide. Eles enfrentaram soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, mostraram imagens de TV. O general brasileiro Floriano Peixoto, comandante da missão, afirmou que o tiro fatal não partiu de suas tropas.
A porta-voz da Minustah, Sophie Boutaud de la Combe disse que as tropas brasileiras dispararam sete tiros de advertência para afastar a multidão, que agiu de forma agressiva, e que depois os soldados foram enviados de volta para a base. "Os capacetes azuis teriam sido atacados a pedradas por manifestantes provenientes de vários bairros da cidade", explicou.
Segundo a agência de notícias Associated Press, não há evidências sobre quem matou a vítima. A agência informou que não foram vistas armas entre os manifestantes.
O incidente aconteceu quando milhares de pessoas participavam dos funerais do padre Gérard Jean-Juste, ligado ao ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide. O religioso, famoso por seu trabalho entre os pobres no Haiti e em Miami, morreu há duas semanas na Flórida.
Segundo os manifestantes, o homem que morreu durante a manifestação foi "abatido por soldados brasileiros da Minustah", o que é negado pelo comandante brasileiro.
"Verdadeiramente, não atribuo esta possibilidade de que a tropa tenha atirado com munição real contra a população", disse o general brasileiro em Porto Príncipe, horas após o incidente. "Todos os [soldados] envolvidos garantiram que não deram tiros contra a multidão".
O general Floriano Peixoto lembrou que suas tropas no Haiti "têm soldados altamente capacitados" e acostumados a lidar com protestos, e carregam armas não letais para lidar com este tipo de situação. Segundo o ele, em muitos casos os protestos são infiltrados por "elementos de fora do contexto original" da manifestação e que têm "segundas intenções".
Jovens que se dispersaram em pequenos grupos após os tiros depositaram o corpo da vítima no palácio presidencial haitiano, enquanto outros grupos recorriam à violência nas ruas, atirando pedras contra carros estacionados nos arredores.
Nas últimas duas semanas, estudantes também se manifestam em Porto Príncipe para exigir aumento do salário mínimo no Haiti. Um veículo com inscrições da ONU foi incendiado nesta quarta-feira por manifestantes que reclamam a saída das forças internacionais.
Missão contestada
Um dos países mais pobres do mundo, o Haiti tem sua segurança garantida por tropas estrangeiras lideradas pelo Brasil que foram enviadas ao país em 2004, após o caos que se seguiu à deposição do presidente Jean Bertrand Aristide. A missão foi criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 30 de abril de 2004, por meio da resolução 1542.
Os seguidores de Aristide são contrários à presença da força da ONU.
Nesta quarta-feira, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado brasileiro, o haitiano Frantz Dupuche, membro da Papda (Plataforma Haitiana em Defesa de um Desenvolvimento Alternativo), disse que a atuação da missão de paz é "um fracasso".
Dupuche afirmou que uma delegação de trabalhadores haitianos, da qual faz parte, chegou ao Brasil nesta terça-feira (16) para denunciar excessos perpetrados pelos soldados das tropas da ONU. Ele disse que a violência civil não diminuiu após a intervenção das tropas,
O Brasil tem 1.200 soldados dos 7.000 da Minustah. Segundo o Ministério da Defesa do Brasil, o país gastou cerca de R$ 577 milhões durante os quatro anos de atuação no Haiti.
Com France Presse e Associated Press
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 3257.shtml
Homem morre em protesto no Haiti; general brasileiro nega responsabilidade
colaboração para a Folha Online
Uma pessoa morreu baleada nesta quinta-feira no centro da capital do Haiti durante um velório que se transformou em manifestação de seguidores do ex-presidente Jean Bertrand Aristide. Eles enfrentaram soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, mostraram imagens de TV. O general brasileiro Floriano Peixoto, comandante da missão, afirmou que o tiro fatal não partiu de suas tropas.
A porta-voz da Minustah, Sophie Boutaud de la Combe disse que as tropas brasileiras dispararam sete tiros de advertência para afastar a multidão, que agiu de forma agressiva, e que depois os soldados foram enviados de volta para a base. "Os capacetes azuis teriam sido atacados a pedradas por manifestantes provenientes de vários bairros da cidade", explicou.
Segundo a agência de notícias Associated Press, não há evidências sobre quem matou a vítima. A agência informou que não foram vistas armas entre os manifestantes.
O incidente aconteceu quando milhares de pessoas participavam dos funerais do padre Gérard Jean-Juste, ligado ao ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide. O religioso, famoso por seu trabalho entre os pobres no Haiti e em Miami, morreu há duas semanas na Flórida.
Segundo os manifestantes, o homem que morreu durante a manifestação foi "abatido por soldados brasileiros da Minustah", o que é negado pelo comandante brasileiro.
"Verdadeiramente, não atribuo esta possibilidade de que a tropa tenha atirado com munição real contra a população", disse o general brasileiro em Porto Príncipe, horas após o incidente. "Todos os [soldados] envolvidos garantiram que não deram tiros contra a multidão".
O general Floriano Peixoto lembrou que suas tropas no Haiti "têm soldados altamente capacitados" e acostumados a lidar com protestos, e carregam armas não letais para lidar com este tipo de situação. Segundo o ele, em muitos casos os protestos são infiltrados por "elementos de fora do contexto original" da manifestação e que têm "segundas intenções".
Jovens que se dispersaram em pequenos grupos após os tiros depositaram o corpo da vítima no palácio presidencial haitiano, enquanto outros grupos recorriam à violência nas ruas, atirando pedras contra carros estacionados nos arredores.
Nas últimas duas semanas, estudantes também se manifestam em Porto Príncipe para exigir aumento do salário mínimo no Haiti. Um veículo com inscrições da ONU foi incendiado nesta quarta-feira por manifestantes que reclamam a saída das forças internacionais.
Missão contestada
Um dos países mais pobres do mundo, o Haiti tem sua segurança garantida por tropas estrangeiras lideradas pelo Brasil que foram enviadas ao país em 2004, após o caos que se seguiu à deposição do presidente Jean Bertrand Aristide. A missão foi criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 30 de abril de 2004, por meio da resolução 1542.
Os seguidores de Aristide são contrários à presença da força da ONU.
Nesta quarta-feira, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado brasileiro, o haitiano Frantz Dupuche, membro da Papda (Plataforma Haitiana em Defesa de um Desenvolvimento Alternativo), disse que a atuação da missão de paz é "um fracasso".
Dupuche afirmou que uma delegação de trabalhadores haitianos, da qual faz parte, chegou ao Brasil nesta terça-feira (16) para denunciar excessos perpetrados pelos soldados das tropas da ONU. Ele disse que a violência civil não diminuiu após a intervenção das tropas,
O Brasil tem 1.200 soldados dos 7.000 da Minustah. Segundo o Ministério da Defesa do Brasil, o país gastou cerca de R$ 577 milhões durante os quatro anos de atuação no Haiti.
Com France Presse e Associated Press
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 3257.shtml