Palpiteiro escreveu:Caro Flávio,
Inicialmente, modestamente sugiro que devamos conhecer mais a respeito da vida e do pensamento desse militar. Trata-se de um patriota. E suas opiniões devem ser levadas a sério como a de um profissional que esteve por quase 50 anos no Exército.
Deixemos ideologias de lado.
A chave para entender a sua (dele) argumentação é a frase "calcado em falsas premissas". Ou seja, as premissas que, segundo entendi, levaram à confecção da END.
Quem já teve a oportunidade de ler ou de assistir à uma palestra do nosso MD sabe a que estou me referindo.
Cito:
"Jobim iniciou a contextualização mostrando a relação entre os militares e o poder civil desde o tempo do Império e mostrou que, após o movimento de 1964, o general Humberto Castello Branco iniciou o processo de afastamento dos militares das atividades políticas. Internamente, esse processo deu-se com a limitação do exercício do generalato a um máximo de 12 anos; externamente, com a transferência automática para a reserva dos militares que passassem a ocupar cargos eletivos.
Esse processo aprofundou-se com a Constituição de 1989, que condicionou a atuação das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem à requisição por parte de um dos Poderes Constituídos - Executivo, Legislativo ou Judiciário. Jobim observou, no entanto, que os meios políticos civis procuraram manter distanciamento das questões militares, nesse período de redemocratização.
Mesmo após 1999, quando foi criado o Ministério da Defesa para, entre outras atribuições, dirigir as três Forças, essa dicotomia entre civis e militares continuou, com consequências negativas para as Forças Armadas. Como as políticas de Defesa eram vistas como políticas setoriais restritas aos militares, não havia empenho das lideranças políticas em superar os obstáculos para viabilizá-las, avaliou o ministro. “Políticas setoriais não comprometem a sociedade nem o Parlamento; seriam meros programas militares, e não da agenda nacional”, argumentou Jobim."
A observação do general é a de que essas não deveriam ser as verdadeiras premissas de uma palestra sobre a END.
Eu particularmente discordo do general. Acredito que essa introdução, apesar de ser provocativa para quem foi protagonista em outros tempos, não foi incorreta. Trata-se de um fato. O general foi infeliz ao citar isso, prejudicando o objetivo maior do seu artigo.
Mas o que importa do texto do general é a sua análise sobre o conteúdo da END. E é sobre isso que, acredito, a sua opinião deveria ser melhor analisada pelos que gostam de discutir assuntos ligados à defesa nacional.
Palpiteiro
Inicialmente peço desculpas ao Marino e ao Vinícius por insistir nesse tema em um tópico não apropriado, mas como fui citado gostaria de responder ao forista Palpiteiro neste mesmo tópico, para que aqui fique registrada minha resposta.
Boa noite Palpiteiro,
Caro forista, em momento algum questionei os serviços prestados por esse senhor ao nosso País, como também em momento algum questionei ser ele um patriota ou não. O que questionei, sendo ele General ou não, foi o pensamento expressado naquele texto: retrógrado, raivoso, intenpestivo, inadequado e, a meu ver, prenhe de uma ideologia que já deveria ter sido sepultada a muito tempo.
Acho que esse senhor tem todo o direito de ter suas opiniões sobre o tema, mas eu também tenho o direito de não concordar em absolutamente nada do que disse, e isso sem por a prova seu patriotismo, ou a sua boa intenção, ou seja combati e combaterei sempre a idéia, não o homem.
Resumindo, na minha opinião ele foi extremamente infeliz, tanto na forma quanto no conteúdo de sua análise sobre a END, ou talvez a forma de pensar desse General tenha apenas ficado velha, ultrapassada, e isso pode acontecer a qualquer um, sendo militar ou não.
Caro Palpiteiro, se estamos todos nós nesse fórum é por gostarmos do tema. Nos interessamos e nos preocupamos com os caminhos e descaminhos de nossa Forças Armadas, e deixamos aqui nossas opiniões e anseios, como também buscamos a cada dia aprender mais sobre esse tema, que a meu ver não pode e nem deve ser exclusivo a nenhum nicho específico.
Não sei se você é militar, eu não sou. Sou um civil. Mas sou também um cidadão brasileiro e um patriota, e patriotismo e cidadania existem mesmo fora dos círculos militares.
Sou também um admirador dos soldados de nossa Pátria , entre outras pela dedicação que demonstram em um ambiente totalmente desfavorável. Eles se superam a cada dia, nas três Forças, Forças Armadas essas que respeito e admiro, mesmo sem nunca ter vestido uma farda.
Talvez você não tenha tido o trabalho de ler meus posts nesses quase dois anos que participo com muito orgulho do DB (nem sei se valeria a pena). Apesar de nem de longe ser especialista no assunto, tento ser equilibrado e ponderado, principalmente nas críticas e se possível, farto nos elogios aos foristas que se dão ao trabalho de transferir a todos nós seus conhecimentos. Se você os tivesse lido comprovaria o que eu digo.
Por fim me vem a cabeça um dito popular: 'Uma palavra sensata deve ser ouvida mesmo vinda de um papagaio" e por minha conta te dido que uma palavra insensata, como a desse General, deve ser esquecida e sepultada. Essa é a minha opinião.
Um grande e fraternal abraço,