Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Missão da CPLP avalia situação em Bissau
A missão da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa que vai avaliar a situação na Guiné já chegou ao país. A normalidade regressou à capital um dia depois das mortes do Presidente Nino Vieira e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
video: http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=20 ... cle=205980
A missão da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa que vai avaliar a situação na Guiné já chegou ao país. A normalidade regressou à capital um dia depois das mortes do Presidente Nino Vieira e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
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- cabeça de martelo
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- Bolovo
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Re: Missão de Paz no Haiti
Credo. Usaram o que pra matar o cara, um RPG?
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Missão de Paz no Haiti
cabeça de martelo escreveu:Os vestigios do assassinato:
http://i224.photobucket.com/albums/dd14 ... 361121.jpg
GRÁFICO!
Não bastava dar um tiro na cabeça? Fizeram o que? Botaram uma granada na boca do cara??
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
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Re: Missão de Paz no Haiti
Nossa. Sobrou alguma coisa de alguém?
PS: Acho que já podemos abrir um outro tópico sobre o assunto.
PS: Acho que já podemos abrir um outro tópico sobre o assunto.
Vinicius Pimenta
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- Glauber Prestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Feito. Os eventos do Haiti retornam ao ponto de destaque por aqui.
http://www.defesabrasil.com/forum/viewt ... 11&t=14937
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http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
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Re: Missão de Paz no Haiti
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Travels to Haiti
Wyclef Jean, Haitian Pop star, records a digital image of Secretary-General Ban Ki-moon on a blackberry aboard a plane en route to Haiti.
Location: New York, United States / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Travels to Haiti
Secretary-General Ban Ki-moon (right) speaks with Wyclef Jean, Haitian Pop star, aboard a plane en route to Haiti.
Location: New York, United States / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Meets former U.S. President
Secretary-General Ban Ki-moon (left) greets Bill Clinton, former United States President, aboard a plane en route to Haiti.
Location: New York, United States / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Visits Haiti to Focus Attention on Recovery Needs
Secretary-General Ban Ki-moon (left) shakes hands with Bill Clinton, former President of the United States, on the airplane to Haiti. Mr. Ban traveled with a group of potential investors, as well as humanitarian actors. The trip is designed to focus international attention on Haiti?s recovery and reconstruction needs.
Location: New York, United States / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Travels to Haiti
Bill Clinton (right), former United States President, speaks with Alain Le Roy, Under Secretary-General for Peacekeeping Operations, as Secretary-General Ban Ki-moon (second from left) looks on, aboard a plane en route to Haiti.
Location: New York, United States / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Visits School
Secretary-General Ban Ki-moon (centre), accompanied by Bill Clinton (third from left), former United States President, visit a school feeding programme.
Location: Cité Soleil, Haiti / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Visits Cité Soleil School
Secretary-General Ban Ki-moon (right), accompanied by Bill Clinton (third from left), former United States President; and Wyclef Jean (second from right), Haitian Pop star, visit a Cité Soleil school feeding programme.
Location: Port au Prince, Haiti / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Visits Cité Soleil School
Secretary-General Ban Ki-moon (right), accompanied by Bill Clinton (third from left), former United States President; and Wyclef Jean (second from right), Haitian Pop star, speaks to one of the students during a visit at a Cité Soleil school feeding programme.
Location: Port au Prince, Haiti / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Meets President of Haiti
René Garcia Préval (right), President of Haiti, welcomes Secretary-General Ban Ki-moon.
Location: Port au Prince, Haiti / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Meets Prime Minister of Haiti
Secretary-General Ban Ki-moon (left) shakes hands with Michèle Duvivier Pierre-Louis, Prime Minister of Haiti, as Bill Clinton, former United States President, looks on.
Location: Port au Prince, Haiti / Date: 09 March 2009
UN Photo/Eskinder Debebe
Secretary-General Meets President of Haiti
Secretary-General Ban Ki-moon (left) and Bill Clinton (right), former United States President, hold a meeting with René Garcia Préval (second from left), President of Haiti.
Location: Port au Prince, Haiti / Date: 09 March 2009
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Re: Missão de Paz no Haiti
A edição de T&D 116, trouxe o depoimento do Cel. EB Caludio Barroso Magno (Cdte da Força Jauru).
O surpeendente no texto apresentado na revista, foi a utilização do Brabat como elemento de imposição e não de manutenção da paz no Haiti.
Também tem relatos mais ricos sobre a aplicação da força no processo de pacificação de Cité Soleil.
Listou pontos interessantes das ações como:
Atividades das FE, FE PSY, Uso de Vant para recon etc...
Para mim, este foi o melhor texto sobre este conflito, que tive acesso até o momento.
Eu recomendo!!
O surpeendente no texto apresentado na revista, foi a utilização do Brabat como elemento de imposição e não de manutenção da paz no Haiti.
Também tem relatos mais ricos sobre a aplicação da força no processo de pacificação de Cité Soleil.
Listou pontos interessantes das ações como:
Atividades das FE, FE PSY, Uso de Vant para recon etc...
Para mim, este foi o melhor texto sobre este conflito, que tive acesso até o momento.
Eu recomendo!!
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: Missão de Paz no Haiti
Pelotão de Apucarana vai atuar no Haiti
Apucarana - O 30º Batalhão de Infantaria Motorizado (30º BIMtz), sediado em Apucarana, no Norte do estado, deverá ceder um pelotão de fuzileiros para compor, juntamente com outros soldados do Exército Brasileiro, a Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de 2010, no Haiti (América Central). A informação foi confirmada na sexta-feira pelo comandante da unidade, o tenente coronel José Roberto Soares Paes.
Segundo o oficial, a unidade deverá passar por um período de preparação de dez meses. O efetivo deve ser de aproximadamente 40 fuzileiros. A determinação partiu comando da 15ª Brigada Militar, com sede em Cascavel, e do Comando Militar da Região Sul. Os militares serão escolhidos através de requisitos indicados pelas Forças Armadas e convenções militares da própria ONU.
Força tem 1,2 mil homens
A força de paz da ONU no Haiti é integrada atualmente por um general, 15 oficiais do Estado-Maior e uma tropa de 1,2 mil militares. A participação brasileira em missões de paz só ocorre após o atendimento de algumas imposições, cuja principal é a aceitação, por parte dos países ou das facções envolvidas no conflito, da presença de observadores ou tropas estrangeiras em seu território.
A primeira participação do Exército Brasileiro ocorreu em 1947, quando observadores militares foram enviados para os Balcãs. Durante as décadas de 50 e 60, o Exército participou com efetivos maiores, integrando forças internacionais de paz da ONU no Oriente Médio e da OEA (Organização dos Estados Americanos) no Caribe. A mais longa missão foi no Oriente Médio, entre 1957 e 1967, com a participação de 600 homens.
A primeira ação será o adestramento específico dos militares, visando compor o contingente. O treinamento, de acordo com informações preliminares, deverá ser conduzido no 20º Batalhão de Infantaria Blindada, em Curitiba. “Essa expectativa já valoriza a unidade como destaque em todo o Brasil”, diz Soares Paes.
O oficial desta que, com a participação da unidade, os fuzileiros de Apucarana entrariam em um seleto grupo de militares que usam as “boinas azuis” e têm reconhecimento internacional por participações em missões de paz no exterior sob a tutela da ONU. “Isso eleva o moral dos nossos soldados e do nosso batalhão”, avalia o tenente coronel Soares Paes.
O comandante do 30º BIMtz explica que esse efetivo, para atuar na dura realidade do Haiti, país que vive há muitos anos um conflito civil, deve ser profissional. “Nestas condições não devem ser selecionados recrutas e sim os militares de maior experiência e que passarão por um adestramento específico, que inclui preparação psicológica e manipulação de novos equipamentos”, afirma.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Novo general brasileiro assume comando
Escolhido pelo Conselho de Segurança da ONU, por indicação do secretário-geral Ban Ki-moon, o general-de-brigada Floriano Peixoto Vieira Neto assumiu o Comando da Força Militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) em substituição a Carlos Alberto dos Santos Cruz. Floriano é o quinto brasileiro a comandar a MINUSTAH. Desde 2004, o Brasil tem ajudado, ao lado de outros países, na busca pela paz no Haiti. Em nota, o Itamaraty reiterou seu compromisso de solidariedade com o povo haitiano e com a estabilização da segurança interna.
Escolhido pelo Conselho de Segurança da ONU, por indicação do secretário-geral Ban Ki-moon, o general-de-brigada Floriano Peixoto Vieira Neto assumiu o Comando da Força Militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) em substituição a Carlos Alberto dos Santos Cruz. Floriano é o quinto brasileiro a comandar a MINUSTAH. Desde 2004, o Brasil tem ajudado, ao lado de outros países, na busca pela paz no Haiti. Em nota, o Itamaraty reiterou seu compromisso de solidariedade com o povo haitiano e com a estabilização da segurança interna.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Missão de Paz no Haiti
É por isso que há sucesso da missão brasileira no Haiti, estamos impondo a paz.Tupi escreveu:A edição de T&D 116, trouxe o depoimento do Cel. EB Caludio Barroso Magno (Cdte da Força Jauru).
O surpeendente no texto apresentado na revista, foi a utilização do Brabat como elemento de imposição e não de manutenção da paz no Haiti.
Também tem relatos mais ricos sobre a aplicação da força no processo de pacificação de Cité Soleil.
Listou pontos interessantes das ações como:
Atividades das FE, FE PSY, Uso de Vant para recon etc...
Para mim, este foi o melhor texto sobre este conflito, que tive acesso até o momento.
Eu recomendo!!
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Inforel:
Brasil: cinco anos de Haiti
Marcelo Rech, especial do Rio de Janeiro
No dia 1° de junho, o Brasil completa cinco anos de comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), uma das mais exitosas de que se tem notícia.
O envio de soldados ao Haiti sempre foi muito criticado, mas o comando da missão projetou o Brasil no cenário internacional e revelou o alto nível de profissionalismo e adestramento dos nossos militares.
Nestes cinco anos, a violência e a criminalidade no Haiti caíram a patamares inferiores aos registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, mas nenhum militar brasileiro acredita que o problema está solucionado.
Pelo contrário, há um longo caminho a ser percorrido. O Haiti ainda não pode ser considerado um Estado de fato, ainda que algumas de suas instituições funcionem e o presidente tenha sido eleito pelo voto direto.
O desenvolvimento sócio-econômico é peça-chave neste processo. Sem isso, o país se manterá como um dos mais pobres do mundo.
De fato, o Exército brasileiro abraçou uma decisão política consciente da sua importância e complexidade.
Foi dessa conscientização que nasceu há dois anos, o Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOpPaz) “Sérgio Vieira de Mello”, que objetiva preparar os militares do país para atuarem em missões de paz.
Esses militares passam por um ano de treinamento desde a mobilização até a desmobilização, quando retornam de um período de seis meses no exterior.
O CIOpPaz pretende transformar-se num centro de excelência para a América do Sul na preparação de recursos humanos, reconhecido pela ONU e pelo ministério da Defesa brasileiro.
Hoje, a presença do Brasil em forças de paz é quase uma exigência. É o reconhecimento da excelência conquistada.
Impor-se na cena internacional como um protagonista não é coisa simples, muito menos fácil.
O Brasil acumulou capital neste contexto também graças à postura dos seus militares e de suas Forças Armadas.
Pese as dificuldades orçamentárias e a obsolescência dos seus equipamentos, as FFAA brasileiras se destacam pelo brio dos seus homens e pelo sentimento uniforme pela pátria.
São valores que nem mesmo as escolas públicas cultivam, mas que fortalecem a nossa imagem no exterior e nos consolidam como um povo, antes de tudo, forte.
Daí que vale lembrar: em 12 de fevereiro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou pesquisa sobre o Índice de Confiança da sociedade nas instituições brasileiras.
Pelo menos 1.200 pessoas de 12 entidades diferentes, opinaram. As Forças Armadas ficaram em 1° lugar, na frente das escolas, Polícia Federal, ministério Público, presidente da República, Igreja católica e da Justiça.
Esse resultado não é obtido à toa.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais e Estratégias e Políticas de Defesa.
Brasil: cinco anos de Haiti
Marcelo Rech, especial do Rio de Janeiro
No dia 1° de junho, o Brasil completa cinco anos de comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), uma das mais exitosas de que se tem notícia.
O envio de soldados ao Haiti sempre foi muito criticado, mas o comando da missão projetou o Brasil no cenário internacional e revelou o alto nível de profissionalismo e adestramento dos nossos militares.
Nestes cinco anos, a violência e a criminalidade no Haiti caíram a patamares inferiores aos registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, mas nenhum militar brasileiro acredita que o problema está solucionado.
Pelo contrário, há um longo caminho a ser percorrido. O Haiti ainda não pode ser considerado um Estado de fato, ainda que algumas de suas instituições funcionem e o presidente tenha sido eleito pelo voto direto.
O desenvolvimento sócio-econômico é peça-chave neste processo. Sem isso, o país se manterá como um dos mais pobres do mundo.
De fato, o Exército brasileiro abraçou uma decisão política consciente da sua importância e complexidade.
Foi dessa conscientização que nasceu há dois anos, o Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOpPaz) “Sérgio Vieira de Mello”, que objetiva preparar os militares do país para atuarem em missões de paz.
Esses militares passam por um ano de treinamento desde a mobilização até a desmobilização, quando retornam de um período de seis meses no exterior.
O CIOpPaz pretende transformar-se num centro de excelência para a América do Sul na preparação de recursos humanos, reconhecido pela ONU e pelo ministério da Defesa brasileiro.
Hoje, a presença do Brasil em forças de paz é quase uma exigência. É o reconhecimento da excelência conquistada.
Impor-se na cena internacional como um protagonista não é coisa simples, muito menos fácil.
O Brasil acumulou capital neste contexto também graças à postura dos seus militares e de suas Forças Armadas.
Pese as dificuldades orçamentárias e a obsolescência dos seus equipamentos, as FFAA brasileiras se destacam pelo brio dos seus homens e pelo sentimento uniforme pela pátria.
São valores que nem mesmo as escolas públicas cultivam, mas que fortalecem a nossa imagem no exterior e nos consolidam como um povo, antes de tudo, forte.
Daí que vale lembrar: em 12 de fevereiro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou pesquisa sobre o Índice de Confiança da sociedade nas instituições brasileiras.
Pelo menos 1.200 pessoas de 12 entidades diferentes, opinaram. As Forças Armadas ficaram em 1° lugar, na frente das escolas, Polícia Federal, ministério Público, presidente da República, Igreja católica e da Justiça.
Esse resultado não é obtido à toa.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais e Estratégias e Políticas de Defesa.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Missão de Paz no Haiti
UMA CERTA CAPITÃO CARLA
Fernando M. Lopes
Há anos mantenho contato com oficiais do Exército, tanto por trabalho quanto por amizade, e eles me relatam as aventuras, alegrias e tristezas dos soldados e fuzileiros que compõem a missão de paz da ONU no Haiti. Bom, até os mais desavisados hão de lembrar do excelente trabalho das forças armadas brasileiras naquele miserável país caribenho, destroçado pela guerra civil. Quando as Nações Unidas se cansaram daquela zorra, enviaram as forças de paz em 2003. A população comemorou.
E continua comemorando. O Haiti ainda não saiu da miséria, mas ao menos escapou da guerra, dos assassinatos em massa, das torturas, das gangues armadas. Hoje, graças às forças de paz comandadas pelo Brasil desde 2004, aquele é um lugar melhor de se viver.
Nosso Exército pacificou as facções e reduziu a criminalidade; de quebra criou hospitais, escolas, fornecimento de água, infraestrutura, comunicações. Deu àquele povo sofrido um rumo, um norte, uma esperança. Trabalho de primeira; parabéns aos militares.
Infelizmente, isso é pouco divulgado. Ou simplesmente não o é. Coisa de nosso complexo de vira-latas, como diria Nélson Rodrigues.
Pior: Num País onde faltam heróis e sobram cafajestes, teimamos em ignorar os bons exemplos. Como sou mais teimoso ainda, vamos falar um pouco de dois desconhecidos: a capitão médica Carla Maria Clausi e o cabo Ricardo. Já ouviram falar deles? Certamente não, mas devem ter visto algo sobre o desabamento de uma escola na capital haitiana, Porto Príncipe, no dia 7 de novembro, no qual mais de 90 pessoas perderam a vida. Foi um horror; vários sobreviventes estavam sob toneladas de escombros, sem muita chance de salvamento, num lugar praticamente sem estrutura para atendimento de emergências. Que fazer pelos soterrados?
Em desespero, os haitianos se lembraram dos brasileiros; chamados, os militares enviaram imediatamente uma equipe médica completa, composta de soldados e fuzileiros navais. Foi a literal salvação de 4 crianças, de 6 a 7 anos de idade.
A capitão médica Carla e o soldado enfermeiro Ricardo se esgueiraram pelos escombros, ignorando o perigo de morte por esmagamento e, a muito custo, conseguiram salvar as crianças. As fotos, enviadas do Haiti por um amigo militar, são impressionantes. Mostram o grau de coragem dos dois heróis, que arriscaram suas vidas pelas das pobres crianças. Desafiaram a morte não por glória, dinheiro, fama ou medalhas. O agradecimento das famílias levou os bravos soldados às lágrimas.
Uns dirão que eles apenas cumpriram seu dever. Eu digo que foram além disso; demonstraram coragem, bondade, desprendimento, heroísmo. Mais do que reconhecimento, merecem todas as homenagens possíveis. Merecem ser lembrados.
Quando vejo tais exemplos de caráter, logo vêm à mente todas aquelas medalhas que os políticos se auto-concedem (ou trocam) sem o menor motivo. Penso na Medalha Santos-Dumont que Marisa, mulher de Lullla, recebeu em 11 de janeiro deste ano por “relevantes serviços” (gargalhadas) prestados à Força Aérea. Que vergonha. E dizer o quê de todas aquelas comendas que deputistas e senateiros recebem todos os anos, quando seus atos de “bravura extrema” se resumem a tomar uísque em seus enormes gabinetes acarpetados e refrigerados, rodeados de serviçais e puxa-sacos? O Brasil não tem jeito, mas alguns brasileiros têm. Principalmente a capitão médica Carla e o cabo Ricardo.
Acredito que Carla e Ricardo não vão receber nenhuma medalha, nenhuma homenagem de nosso governo. Ele está ocupado demais, pendurando faixas e adornos brilhantes em políticos gordos que se reúnem em Brasília para reclamar do calor; então, fica aqui nossa pequena homenagem a esses dois heróis que, se não forem mesmo reconhecidos como tal, ao menos servem para denunciar essa medonha inversão de valores (mais uma!) num País que trocou os fatos pela versão, a verdade pela ficção, o exemplo real pelo inventado.
Enquanto a capitão e o soldado arriscam a vida por quatro crianças pobres sem o menor reconhecimento das autoridades, a excelentíssima primeira-dama dá polimento em sua comenda, refletindo sobre seus relevantes serviços prestados, refestelada nos pufes do Palácio da Alvorada, aplaudida por um séquito de empregados. Alberto Santos-Dumont deve estar virando no túmulo.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa