Israel protesta contra visita ao Brasil
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Honestamente, não recordo de uma única ocasião em que o Brasil tenha protestado quando um País fosse ser visitado pelo Presidente de outro...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Não, era outro país da África, tenho quase certeza q Uganda, Madagáscar foi uma idéia q surgiu no início da Segunda Guerra no alto comando da SS. Alguém sugeriu a idéia de pegar a ilha, então colônia francesa, e enviar todos os judeus para lá. Enfim, optaram pela "solução final"...P44 escreveu:acho que era Madagáscara criação de um Estado judeu na Palestina, como assim queria o Movimento Sionista Internacional, por questões sobretudo religiosas (foi proposto pela ONU sua criação até na África, Uganda se não me engano)
- soultrain
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Tentaram "comprar" os Açores, para criar o estado de Israel lá.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
- soultrain
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Novo Livro
Salazar vetou Israel nos Açores
A hipótese da criação de um «lar judaico» no arquipélago atlântico é uma das muitas histórias recuperadas no livro de José Freire Antunes Judeus em Portugal
Se Salazar não tivesse cortado a ideia pela raiz num breve despacho de 14 palavras manuscritas e praticamente ilegíveis garatujado em Fevereiro de 1946, o Estado de Israel poderia localizar-se hoje numa ilha dos Açores, provavelmente São Miguel. Mas não só: o planalto de Angola esteve igualmente, de 1910 a 1940, na mira de instâncias hebraicas internacionais como local possível de instalação de um jewish home , ou foyer juif (lar judaico), como então se dizia. O reconhecimento pela Assembleia Geral da ONU, em 1947, do direito à existência de um Estado hebreu na Palestina – que seria proclamado em Maio do ano seguinte – veio, de qualquer forma, colocar um ponto final nestas questões, concretizando simultaneamente uma promessa britânica velha de mais de 20 anos e posteriormente suspensa face à complicada problemática da coexistência na «Terra Prometida» da população muçulmana autóctone (os palestinianos) e dos judeus recém-chegados. Mas no final da década de 40 o mundo tinha ainda bem fresco na memória todo o horror do Holocausto, esse pavoroso extermínio de 6 milhões de homens, mulheres e crianças nos campos da morte da Alemanha nazi, e é natural que a comunidade internacional tenha dito «sim» à velha reivindicação sionista da ressurreição do bíblico e algo mítico Estado de David e Salomão exactamente no mesmo lugar onde este terá existido cerca de mil anos antes de Cristo.
Estas e muitas outras histórias são contadas no livro Judeus em Portugal , coordenado por José Freire Antunes e basicamente composto por 50 testemunhos de figuras da vida portuguesa directamente ligados ao tema, um dos quais do Presidente da República, Jorge Sampaio, um agnóstico assumido aparentado com a família hebraica Bensaúde, a quem chama «os meus judeus de estimação». A título de exemplo, entre os autores de depoimentos figuram Alberto Arons de Carvalho, Álvaro Cassuto, Inácio Steinhardt e Joshua Ruah. O método da «história oral» fora já utilizado pelo coordenador nos dois volumes de A Guerra de África, 1961-74 .
Conversações secretas
Em Fevereiro de 1946, o rabino Solomon Schonfeld, dirigente judaico em Londres, pediu uma audiência ao embaixador português junto do governo do rei Jorge VI e do primeiro-ministro trabalhista Clement Atlee, que era então o duque de Palmela, e entregou-lhe um documento escrito de que constava o projecto de instalação de uma importante colónia judaica numa ilha (ou parte de uma ilha) dos Açores. Passados alguns dias, Palmela escreveu a Salazar dando conta do que se passara e opinando: «Durante a conversa que tive com o dr. Schonfeld, limitei-me a escutar a sua exposição e a comentar que, pessoalmente, julgava, por vários motivos, a sua proposta impraticável, mas não deixaria no entanto de a submeter à apreciação das competentes autoridades portuguesas.» As «competentes autoridades» eram, obviamente, o ditador, que na própria berma da carta recebida despachou as tais 14 palavras: «Os Açores estão sobrepovoados. Bastaria este facto para não poder ter seguimento a pretensão.» Resposta idêntica, dera-a já meia dúzia de anos antes, em Junho de 1940, quando o embaixador britânico, Walford Selby, lhe solicitara um visto colectivo para 2 mil ingleses saírem de França, que acabara de capitular perante a avalancha nazi: «Os hotéis e pensões estão superlotados.» Este mesmo Selby defendia que Portugal devia ser ocupado por duas ou três divisões britânicas, não só a fim de impedir o país de cair para o lado alemão, mas também, com toda a probabilidade, de poder servir de futura base de operações militares contra o Eixo – à semelhança do que sucedera 130 anos antes, por altura das Guerras Napoleónicas.
Por seu lado, a ideia da instalação de uma importante colónia hebraica em Angola – iniciativa do israelita W. Terló – remontava já a 1910. Nos anos 30, o Presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, mostrara-se favorável a essa solução, perante o mutismo de Salazar. Acontece que por essa altura o executivo britânico do conservador Neville Chamberlain e a chancelaria alemã (leia-se Adolf Hitler) negociavam entre si e no maior segredo a partilha das colónias portuguesas de Angola e Moçambique. Claro que com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial, no início de Setembro de 1939, e a substituição de Chamberlain por Winston Churchill em Whitehall, em meados de Maio de 1940, nenhuma partilha desse tipo poderia em caso algum ir por diante. Quanto à hipotética colónia hebraica no planalto angolano, teria sido o próprio Churchill a afastar a ideia, exercendo junto de Salazar todo o peso da sua influência. Tal é, pelo menos, a versão do judeu Albert Oulman, que, depois de ter combatido nas trincheiras da I Guerra Mundial como oficial de Artilharia do exército francês, foi agente do MI-6 britânico em Lisboa e por esse motivo chegou a ser preso pela PVDE, antecessora da PIDE.
Porto de abrigo
As hipóteses açoriana e angolana de sedes de importantes colónias judaicas inserem-se numa certa – ainda que relativa – relação de cumplicidade entre Portugal e os judeus. Com efeito, ainda que a comunidade israelita no nosso país não ultrapasse um milhar de pessoas (maioritariamente instaladas em Lisboa, Cascais, Algarve e Belmonte), a faixa ocidental ibérica foi durante o século XX geralmente vista como um porto de abrigo seguro para judeus e outros refugiados. Neste aspecto particular, e pese embora a ditadura salazarista, Portugal desempenhou com alguma dignidade o papel de país neutral durante a Segunda Guerra, permitindo que multidões em debandada perante o avanço da máquina de guerra nazi na Europa aqui se recolhessem temporariamente e embarcassem para a almejada América. A importância de Lisboa como porta para a liberdade ficou indelevelmente plasmada no filme de culto Casablanca , de Michael Curtiz, mas também em outras obras de importância secundária, de que o romance Uma Noite em Lisboa , de Eric Maria Remarque, constitui um mero exemplo.
Muitos desses refugiados acabariam por se radicar em Portugal, com especial destaque para elementos empreendedores como o judeu de ascendência romena Martin Sain, fundador da empresa petrolífera SACOR. E se era manifesto o receio de Salazar em deixar transparecer maior simpatia para alguma das partes em confronto no maior conflito armado de todos os tempos (Hitler era seu parente ideológico, mas a Inglaterra era o velho e mais «conveniente» aliado), a iniciativa de alguns diplomatas corajosos actuando à revelia do ditador concedendo vistos a refugiados judeus haveria de dar frutos, salvando muita gente das câmaras de gás. Neste particular, não foi caso único Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus em 1940, ao tempo da débâcle dos exércitos franceses perante o ímpeto da Blitzkrieg nazi: também a acção, menos conhecida, de Carlos Sampayo Garrido e Alberto Teixeira Branquinho na legação de Budapeste foi enaltecida nas Nações Unidas em Abril do ano passado. Por outro lado, num relatório anterior à Guerra, o diplomata Eduardo Rodrigues de Carvalho sugeria a Salazar a protecção pelo Estado dos judeus portugueses, incluindo os numerosos inscritos nos consulados, com especial destaque para o da cidade grega de Salónica.
A bem dizer, o «namoro» luso-judaico remonta a 1821, ano em que foi extinta a tenebrosa Inquisição instituída 325 anos antes, em 1496, e em que as portas do País se abriram à livre entrada de praticantes de outras religiões que não a católica. No entanto, a sinagoga Shaaré Tikvá (Portas da Esperança), de Lisboa, apenas seria inaugurada em 1904, e mesmo assim – por imposição da Carta Constitucional – sem fachada para a rua, escondida atrás de um muro no topo da Rua Alexandre Herculano, junto do Largo do Rato.
Schellenberg e o duque
Nos anos tenebrosos da Guerra e do Holocausto, um conhecido protagonista da finança como Ricardo Espírito Santo ajudou desinteressadamente um considerável número de refugiados, muitos dos quais judeus. Coleccionador de arte, praticante de esgrima e campeão de golfe, o banqueiro, com os seus laços e fatos assertoados príncipe de gales, era no entanto uma figura suficientemente ambígua para ser tido na conta de agente alemão. Com humor, os agentes dos serviços de informações exteriores britânicos MI-6 chamavam-lhe Holy Ghost («Espírito Santo», à letra), e o próprio embaixador alemão em Madrid, Von Stoher (em Lisboa existia apenas uma legação de Berlim, instalada no actual edifício da Provedoria de Justiça, à Lapa) enviou em Julho de 1940 um telegrama ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Hitler, Von Ribbentrop, onde confidenciava: «Pus-me logo em contacto com o nosso confidente, e anfitrião do duque, o banqueiro Ricardo Espírito Santo Silva.»
A que duque se referia o representante de Hitler junto de Franco? Pura e simplesmente, ao ex-rei britânico Eduardo VIII, duque de Windsor, que quatro anos antes abdicara do trono a favor de seu irmão Jorge, alegadamente para poder casar-se com a americana divorciada Wallis Simpson, mas de quem eram bem conhecidas as ligações afectivas com a ideologia e a política do Führer – simpatias estas aliás partilhadas, senão mesmo fomentadas, por Mrs. Simpson. Eduardo, que se encontrava em França por altura do dilúvio de fogo resultante da investida conjugada dos Panzer de Guderian e da Luftwaffe de Goering, foi acollhido por Espírio Santo, que o instalou numa das suas moradias da Boca do Inferno, em Cascais. Fora nomeado governador das Bahamas, mas veio à tona a aversão que tinha por Winston Churchill, primeiro-ministro na sequência da ofensiva alemã a ocidente – sentimento aliás retribuído por um dos políticos que mais se movimentaram para que se consumasse a abdicação do soberano de tendências fascizantes.
Por tudo isto, era natural que Hitler visse no tio da actual Rainha Isabel II o rei-fantoche ideal de uma Grã-Bretanha integrada na «nova ordem europeia», e por isso ordenou aos serviços secretos do SD, chefiados Walter Schellenberg, o seu rapto durante a estada em Portugal. Schellemberg, porém, falhou, e o duque pôde embarcar para as Bahamas no navio Excalibur .
Muitos – muitíssimos – episódios como estes são recordados, senão revelados, em Judeus em Portugal . Os testemunhos são acompanhados de abundantes informações avulsas, sequenciadas sob a forma de «caixas» de texto sem outro critério que não seja o de sistematizar ou aprofundar determinados pontos referidos nos depoimentos individuais. Profusamente ilustrado, o livro inaugura a série «Histórias de Vida», e é um lançamento da Edeline Multimédia, uma editora baseada em Versalhes, França.
Luís Almeida Martins / VISÃO nº 487 4 Jul. 2002
Salazar vetou Israel nos Açores
A hipótese da criação de um «lar judaico» no arquipélago atlântico é uma das muitas histórias recuperadas no livro de José Freire Antunes Judeus em Portugal
Se Salazar não tivesse cortado a ideia pela raiz num breve despacho de 14 palavras manuscritas e praticamente ilegíveis garatujado em Fevereiro de 1946, o Estado de Israel poderia localizar-se hoje numa ilha dos Açores, provavelmente São Miguel. Mas não só: o planalto de Angola esteve igualmente, de 1910 a 1940, na mira de instâncias hebraicas internacionais como local possível de instalação de um jewish home , ou foyer juif (lar judaico), como então se dizia. O reconhecimento pela Assembleia Geral da ONU, em 1947, do direito à existência de um Estado hebreu na Palestina – que seria proclamado em Maio do ano seguinte – veio, de qualquer forma, colocar um ponto final nestas questões, concretizando simultaneamente uma promessa britânica velha de mais de 20 anos e posteriormente suspensa face à complicada problemática da coexistência na «Terra Prometida» da população muçulmana autóctone (os palestinianos) e dos judeus recém-chegados. Mas no final da década de 40 o mundo tinha ainda bem fresco na memória todo o horror do Holocausto, esse pavoroso extermínio de 6 milhões de homens, mulheres e crianças nos campos da morte da Alemanha nazi, e é natural que a comunidade internacional tenha dito «sim» à velha reivindicação sionista da ressurreição do bíblico e algo mítico Estado de David e Salomão exactamente no mesmo lugar onde este terá existido cerca de mil anos antes de Cristo.
Estas e muitas outras histórias são contadas no livro Judeus em Portugal , coordenado por José Freire Antunes e basicamente composto por 50 testemunhos de figuras da vida portuguesa directamente ligados ao tema, um dos quais do Presidente da República, Jorge Sampaio, um agnóstico assumido aparentado com a família hebraica Bensaúde, a quem chama «os meus judeus de estimação». A título de exemplo, entre os autores de depoimentos figuram Alberto Arons de Carvalho, Álvaro Cassuto, Inácio Steinhardt e Joshua Ruah. O método da «história oral» fora já utilizado pelo coordenador nos dois volumes de A Guerra de África, 1961-74 .
Conversações secretas
Em Fevereiro de 1946, o rabino Solomon Schonfeld, dirigente judaico em Londres, pediu uma audiência ao embaixador português junto do governo do rei Jorge VI e do primeiro-ministro trabalhista Clement Atlee, que era então o duque de Palmela, e entregou-lhe um documento escrito de que constava o projecto de instalação de uma importante colónia judaica numa ilha (ou parte de uma ilha) dos Açores. Passados alguns dias, Palmela escreveu a Salazar dando conta do que se passara e opinando: «Durante a conversa que tive com o dr. Schonfeld, limitei-me a escutar a sua exposição e a comentar que, pessoalmente, julgava, por vários motivos, a sua proposta impraticável, mas não deixaria no entanto de a submeter à apreciação das competentes autoridades portuguesas.» As «competentes autoridades» eram, obviamente, o ditador, que na própria berma da carta recebida despachou as tais 14 palavras: «Os Açores estão sobrepovoados. Bastaria este facto para não poder ter seguimento a pretensão.» Resposta idêntica, dera-a já meia dúzia de anos antes, em Junho de 1940, quando o embaixador britânico, Walford Selby, lhe solicitara um visto colectivo para 2 mil ingleses saírem de França, que acabara de capitular perante a avalancha nazi: «Os hotéis e pensões estão superlotados.» Este mesmo Selby defendia que Portugal devia ser ocupado por duas ou três divisões britânicas, não só a fim de impedir o país de cair para o lado alemão, mas também, com toda a probabilidade, de poder servir de futura base de operações militares contra o Eixo – à semelhança do que sucedera 130 anos antes, por altura das Guerras Napoleónicas.
Por seu lado, a ideia da instalação de uma importante colónia hebraica em Angola – iniciativa do israelita W. Terló – remontava já a 1910. Nos anos 30, o Presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, mostrara-se favorável a essa solução, perante o mutismo de Salazar. Acontece que por essa altura o executivo britânico do conservador Neville Chamberlain e a chancelaria alemã (leia-se Adolf Hitler) negociavam entre si e no maior segredo a partilha das colónias portuguesas de Angola e Moçambique. Claro que com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial, no início de Setembro de 1939, e a substituição de Chamberlain por Winston Churchill em Whitehall, em meados de Maio de 1940, nenhuma partilha desse tipo poderia em caso algum ir por diante. Quanto à hipotética colónia hebraica no planalto angolano, teria sido o próprio Churchill a afastar a ideia, exercendo junto de Salazar todo o peso da sua influência. Tal é, pelo menos, a versão do judeu Albert Oulman, que, depois de ter combatido nas trincheiras da I Guerra Mundial como oficial de Artilharia do exército francês, foi agente do MI-6 britânico em Lisboa e por esse motivo chegou a ser preso pela PVDE, antecessora da PIDE.
Porto de abrigo
As hipóteses açoriana e angolana de sedes de importantes colónias judaicas inserem-se numa certa – ainda que relativa – relação de cumplicidade entre Portugal e os judeus. Com efeito, ainda que a comunidade israelita no nosso país não ultrapasse um milhar de pessoas (maioritariamente instaladas em Lisboa, Cascais, Algarve e Belmonte), a faixa ocidental ibérica foi durante o século XX geralmente vista como um porto de abrigo seguro para judeus e outros refugiados. Neste aspecto particular, e pese embora a ditadura salazarista, Portugal desempenhou com alguma dignidade o papel de país neutral durante a Segunda Guerra, permitindo que multidões em debandada perante o avanço da máquina de guerra nazi na Europa aqui se recolhessem temporariamente e embarcassem para a almejada América. A importância de Lisboa como porta para a liberdade ficou indelevelmente plasmada no filme de culto Casablanca , de Michael Curtiz, mas também em outras obras de importância secundária, de que o romance Uma Noite em Lisboa , de Eric Maria Remarque, constitui um mero exemplo.
Muitos desses refugiados acabariam por se radicar em Portugal, com especial destaque para elementos empreendedores como o judeu de ascendência romena Martin Sain, fundador da empresa petrolífera SACOR. E se era manifesto o receio de Salazar em deixar transparecer maior simpatia para alguma das partes em confronto no maior conflito armado de todos os tempos (Hitler era seu parente ideológico, mas a Inglaterra era o velho e mais «conveniente» aliado), a iniciativa de alguns diplomatas corajosos actuando à revelia do ditador concedendo vistos a refugiados judeus haveria de dar frutos, salvando muita gente das câmaras de gás. Neste particular, não foi caso único Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus em 1940, ao tempo da débâcle dos exércitos franceses perante o ímpeto da Blitzkrieg nazi: também a acção, menos conhecida, de Carlos Sampayo Garrido e Alberto Teixeira Branquinho na legação de Budapeste foi enaltecida nas Nações Unidas em Abril do ano passado. Por outro lado, num relatório anterior à Guerra, o diplomata Eduardo Rodrigues de Carvalho sugeria a Salazar a protecção pelo Estado dos judeus portugueses, incluindo os numerosos inscritos nos consulados, com especial destaque para o da cidade grega de Salónica.
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Schellenberg e o duque
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A que duque se referia o representante de Hitler junto de Franco? Pura e simplesmente, ao ex-rei britânico Eduardo VIII, duque de Windsor, que quatro anos antes abdicara do trono a favor de seu irmão Jorge, alegadamente para poder casar-se com a americana divorciada Wallis Simpson, mas de quem eram bem conhecidas as ligações afectivas com a ideologia e a política do Führer – simpatias estas aliás partilhadas, senão mesmo fomentadas, por Mrs. Simpson. Eduardo, que se encontrava em França por altura do dilúvio de fogo resultante da investida conjugada dos Panzer de Guderian e da Luftwaffe de Goering, foi acollhido por Espírio Santo, que o instalou numa das suas moradias da Boca do Inferno, em Cascais. Fora nomeado governador das Bahamas, mas veio à tona a aversão que tinha por Winston Churchill, primeiro-ministro na sequência da ofensiva alemã a ocidente – sentimento aliás retribuído por um dos políticos que mais se movimentaram para que se consumasse a abdicação do soberano de tendências fascizantes.
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Muitos – muitíssimos – episódios como estes são recordados, senão revelados, em Judeus em Portugal . Os testemunhos são acompanhados de abundantes informações avulsas, sequenciadas sob a forma de «caixas» de texto sem outro critério que não seja o de sistematizar ou aprofundar determinados pontos referidos nos depoimentos individuais. Profusamente ilustrado, o livro inaugura a série «Histórias de Vida», e é um lançamento da Edeline Multimédia, uma editora baseada em Versalhes, França.
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Caso você não tenha notado, o Brasil não costuma se intrometer em assuntos alheios.cabeça de martelo escreveu:Um protesto é mesmo isso, é apenas uma forma de um governo dizer a outro que não concorda com algo que outro governo fez/fará. Mas como o Brasil é um país independente, pode ou não responder de uma forma positiva ao governo em questão (na verdade só responde se quiser).FOXTROT escreveu:Qual a opinião dos colegas sobre este protesto? Somos um país soberano, livres para mantermos relações diplomáticas e comerciais com quem quisermos, ou devemos nos submeter à vontade de outros povos?
Em minha opinião, O estado Israelense deve respeitar a soberania das nações com que possui relações diplomáticas, não se metendo na política externa dos outros países.
Ou será que o governo Brasileiro nunca apresentou um protesto formal a outro governo? Se não...é de estranhar.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Se Portugal tivesse aceitado a ideia do Estado Israelense em uma de suas ilhas, quanto sangue derramado não teria sido evitado?
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Claro. Agora é tudo culpa de Portugal. Esses tugas...FOXTROT escreveu:Se Portugal tivesse aceitado a ideia do Estado Israelense em uma de suas ilhas, quanto sangue derramado não teria sido evitado?
Quer acabar com o sangue por lá? Criem aquele bendito Estado Palestino. Nem precisa voltar no tempo. Muito melhor.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Só a criação do Estado Palestino não resolverá o problema, é preciso que o Estado Sionsta devolva as terras ocupadas (todas)...Bolovo escreveu:Claro. Agora é tudo culpa de Portugal. Esses tugas...FOXTROT escreveu:Se Portugal tivesse aceitado a ideia do Estado Israelense em uma de suas ilhas, quanto sangue derramado não teria sido evitado?
Quer acabar com o sangue por lá? Criem aquele bendito Estado Palestino. Nem precisa voltar no tempo. Muito melhor.
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Esqueçam. Não há solução para aquele pessoal...
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Do jeito q as coisas andam, e sem nenhuma perspectiva de melhora, talvez a única solução a curto prazo fosse uma guerra nuclear entre Israel e o Irã q os aniquilaria de uma tacada ao invés de continuarem a se matar homeopaticamente...
Obviamente q não estou defendendo isso, apenas não vejo esperança a curto e médio prazo de alguma solução apaziguadora... De fato é óbvio q o radicalismo continua sendo alimentado (e com vitaminas e sais minerais) de lado a lado... a matança continuará...
Colonização, holocausto, genocídio palestino, Líbano, Irã, Iraque... 1 século de guerra. O pior é q ninguém tem muita moral para falar deles; mesmo a atual pacífica europa ocidental precisou de duas guerras mundiais para resolver suas picuinhas...
O fanatismo permeia de tal modo os corações e mente de radicais árabes e israselenses q acho q nem um holocausto atômico arrefeceria os ímpetos beligerantes no Oriente Médio... pelos próximos 50 anos eles disputariam a ferro e fogo cada centímetro quadrado de pedra e areia radioativa...
Obviamente q não estou defendendo isso, apenas não vejo esperança a curto e médio prazo de alguma solução apaziguadora... De fato é óbvio q o radicalismo continua sendo alimentado (e com vitaminas e sais minerais) de lado a lado... a matança continuará...
Colonização, holocausto, genocídio palestino, Líbano, Irã, Iraque... 1 século de guerra. O pior é q ninguém tem muita moral para falar deles; mesmo a atual pacífica europa ocidental precisou de duas guerras mundiais para resolver suas picuinhas...
O fanatismo permeia de tal modo os corações e mente de radicais árabes e israselenses q acho q nem um holocausto atômico arrefeceria os ímpetos beligerantes no Oriente Médio... pelos próximos 50 anos eles disputariam a ferro e fogo cada centímetro quadrado de pedra e areia radioativa...
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Galera.
Eu acho o povo judeu muito estranho. Talvez eu tenha uma percepção errada devido a alguns casos que fiquei ciente, Gostaria de que algum judeu daqui do fórum mudasse minha opinião, pois até agora, na minha cabeça a religião judaica é sinônimo de cidadania. Vou explicar melhor. Em todos os lugares do mundo há judeus, como há brasileiros, portugueses, americanos, etc. O que eu quero dizer é que não existe simbiose com os paises em que eles habitam. Há alguns anos atrás eu, por acaso, comecei a trocar mensagens pelo Skaype com uma rapaziada de São Paulo,todos tres judeus. O que mais me chamou a atenção foi que eles, embora nascidos no Brasil, não tinham qualquer sentimento em relação ao Brasil, país em que seus pais adotaram ao fugir da Europa em guerra e onde tinham feito suas vidas. Pude notar até certo desprezo por esta terra em alguns comentários pois não se consideravam brasileiros mas tão única e exclusivamente judeus. Os mais exaltados, inclusive, manifestavam sinais claros de ansiedade de completar logo a idade para irem a Israel servir ao Estado Judaico e matar palestinos. Havia também um serio problema de relacionamento entre eles (Judeus) e os outros estudantes da mesma idade. Não havia amizade entre eles e os outros alunos, apenas trocas de diálogos monossilábicos.
Não tem jeito. Eles são criados para odiarem os palestinos e acho que isto é bíblico. Me parece que há uma profecia que diz que o dia em que o ódio entre os povos do oriente acabar, o fim estará próximo.
Gostaria que algum israelense dissesse alguma coisa pois fico triste em saber que somos um povo super sociável mas não conseguimos penetrar em seu âmago e tirarmos de seus corações este ódio insano que não leva a ganho nenhum a não ser mais desgraça para todos. Fui
Eu acho o povo judeu muito estranho. Talvez eu tenha uma percepção errada devido a alguns casos que fiquei ciente, Gostaria de que algum judeu daqui do fórum mudasse minha opinião, pois até agora, na minha cabeça a religião judaica é sinônimo de cidadania. Vou explicar melhor. Em todos os lugares do mundo há judeus, como há brasileiros, portugueses, americanos, etc. O que eu quero dizer é que não existe simbiose com os paises em que eles habitam. Há alguns anos atrás eu, por acaso, comecei a trocar mensagens pelo Skaype com uma rapaziada de São Paulo,todos tres judeus. O que mais me chamou a atenção foi que eles, embora nascidos no Brasil, não tinham qualquer sentimento em relação ao Brasil, país em que seus pais adotaram ao fugir da Europa em guerra e onde tinham feito suas vidas. Pude notar até certo desprezo por esta terra em alguns comentários pois não se consideravam brasileiros mas tão única e exclusivamente judeus. Os mais exaltados, inclusive, manifestavam sinais claros de ansiedade de completar logo a idade para irem a Israel servir ao Estado Judaico e matar palestinos. Havia também um serio problema de relacionamento entre eles (Judeus) e os outros estudantes da mesma idade. Não havia amizade entre eles e os outros alunos, apenas trocas de diálogos monossilábicos.
Não tem jeito. Eles são criados para odiarem os palestinos e acho que isto é bíblico. Me parece que há uma profecia que diz que o dia em que o ódio entre os povos do oriente acabar, o fim estará próximo.
Gostaria que algum israelense dissesse alguma coisa pois fico triste em saber que somos um povo super sociável mas não conseguimos penetrar em seu âmago e tirarmos de seus corações este ódio insano que não leva a ganho nenhum a não ser mais desgraça para todos. Fui
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
terra.com.br
Presidente do Irã cancela viagem ao Brasil
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou uma viagem que faria à América Latina, inclusive ao Brasil. A informação é da agência de notícias islâmicas Irna, que diz que Ahmadinejad deixará Teerã, capital do Irã, rumo a Damasco na terça-feira.
O presidente iraniano visitaria Brasil, Venezuela e Equador, diz a Irna, que não citou o motivo do cancelamento da visita. Segundo a agência, o iraniano vai a Damasco discutir "assuntos de interesse mútuo" e o "desenvolvimento regional" com o dirigente sírio Bashar al-Assad.
Procurados pelo Terra, o gabinete da Presidência da República, o Ministério das Relações Exteriores e a embaixada iraniana afirmaram desconhecer a informação. Segundo a embaixada, os diplomatas continuavam, no início da tarde, os preparativos para a visita do presidente.
Presidente do Irã cancela viagem ao Brasil
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou uma viagem que faria à América Latina, inclusive ao Brasil. A informação é da agência de notícias islâmicas Irna, que diz que Ahmadinejad deixará Teerã, capital do Irã, rumo a Damasco na terça-feira.
O presidente iraniano visitaria Brasil, Venezuela e Equador, diz a Irna, que não citou o motivo do cancelamento da visita. Segundo a agência, o iraniano vai a Damasco discutir "assuntos de interesse mútuo" e o "desenvolvimento regional" com o dirigente sírio Bashar al-Assad.
Procurados pelo Terra, o gabinete da Presidência da República, o Ministério das Relações Exteriores e a embaixada iraniana afirmaram desconhecer a informação. Segundo a embaixada, os diplomatas continuavam, no início da tarde, os preparativos para a visita do presidente.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Presidente iraniano cancela viagem ao Brasil
Publicada em 04/05/2009 às 13h30m
O Globo
TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou nesta segunda-feira a viagem que faria nos próximos dias ao Brasil, Venezuela e Equador, informou a agência de notícias local Irna. Os motivos não foram divulgados e o Itamaraty ainda não confirma a informação. Por essa razão, ainda não se sabe se a entrevista coletiva prevista para esta segunda-feira, às 16h, no Itamaraty, com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretario-geral de Assuntos Políticos, realmente acontecerá. Jaguaribe falaria sobre a agenda de trabalho a ser tratada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad.
No domingo, centenas de pessoas protestaram no Rio de Janeiro e em São Paulo contra a visita do líder . A chegada do mandatário ao Brasil, primeira escala de sua viagem pela América Latina, estava prevista para esta quarta-feira. No país, conforme havia informado o chanceler Manouchehr Mottaki, o Irã buscaria aprofundar a estrutura para uma relação baseada no respeito mútuo de interesses.
( Vídeo: Diplomatas deixam reunião durante discurso de Ahmadinejad )
Ahmadinejad viajaria acompanhado de uma delegação composta por 110 pessoas e seu principal objetivo na Venezuela e Equador seria verificar acordos de cooperação nas áreas energética e econômica firmados com os governos locais.
Já a visita que o presidente fará amanhã à Síria, onde se reunirá com seu homólogo Bashar al-Assad, não foi alterada.
Nesta manhã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi, havia confirmado a viagem, explicando que o governo buscava "relações ativas com os países da América Latina nos setores de cultura, economia e política".
Na ocasião, Qashqavi, criticou as declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que havia considerado "inquietantes" os vínculos de Teerã e da China com a região latino-americana.
- Eu não acho que no mundo de hoje, um mundo multipolar no qual estamos competindo pela atenção e relacionamento com, pelo menos, russos, chineses e iranianos, seja do nosso interesse virar as costas para países do nosso hemisfério - comentou Hillary na última sexta-feira.
A visita do presidente iraniano ao Brasil também havia gerado tensões, já que Ahmadinejad negou a existência do holocausto durante a na Conferência sobre Racismo da Organização das Nações Unidas (ONU) no último dia 20.
Na ocasião, o governo brasileiro criticou em nota oficial o discurso do mandatário, mas não retirou o convite da visita ao país, fato que fez com que Israel convocasse para consultas o embaixador do Brasil em Teerã, Pedro Motta.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorin, respondeu dizendo que o país desejava iniciar com o Irã "um diálogo franco, sem reservas e com liberdade para exprimir as suas divergências". As informações são da Ansa
Publicada em 04/05/2009 às 13h30m
O Globo
TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou nesta segunda-feira a viagem que faria nos próximos dias ao Brasil, Venezuela e Equador, informou a agência de notícias local Irna. Os motivos não foram divulgados e o Itamaraty ainda não confirma a informação. Por essa razão, ainda não se sabe se a entrevista coletiva prevista para esta segunda-feira, às 16h, no Itamaraty, com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretario-geral de Assuntos Políticos, realmente acontecerá. Jaguaribe falaria sobre a agenda de trabalho a ser tratada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad.
No domingo, centenas de pessoas protestaram no Rio de Janeiro e em São Paulo contra a visita do líder . A chegada do mandatário ao Brasil, primeira escala de sua viagem pela América Latina, estava prevista para esta quarta-feira. No país, conforme havia informado o chanceler Manouchehr Mottaki, o Irã buscaria aprofundar a estrutura para uma relação baseada no respeito mútuo de interesses.
( Vídeo: Diplomatas deixam reunião durante discurso de Ahmadinejad )
Ahmadinejad viajaria acompanhado de uma delegação composta por 110 pessoas e seu principal objetivo na Venezuela e Equador seria verificar acordos de cooperação nas áreas energética e econômica firmados com os governos locais.
Já a visita que o presidente fará amanhã à Síria, onde se reunirá com seu homólogo Bashar al-Assad, não foi alterada.
Nesta manhã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi, havia confirmado a viagem, explicando que o governo buscava "relações ativas com os países da América Latina nos setores de cultura, economia e política".
Na ocasião, Qashqavi, criticou as declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que havia considerado "inquietantes" os vínculos de Teerã e da China com a região latino-americana.
- Eu não acho que no mundo de hoje, um mundo multipolar no qual estamos competindo pela atenção e relacionamento com, pelo menos, russos, chineses e iranianos, seja do nosso interesse virar as costas para países do nosso hemisfério - comentou Hillary na última sexta-feira.
A visita do presidente iraniano ao Brasil também havia gerado tensões, já que Ahmadinejad negou a existência do holocausto durante a na Conferência sobre Racismo da Organização das Nações Unidas (ONU) no último dia 20.
Na ocasião, o governo brasileiro criticou em nota oficial o discurso do mandatário, mas não retirou o convite da visita ao país, fato que fez com que Israel convocasse para consultas o embaixador do Brasil em Teerã, Pedro Motta.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorin, respondeu dizendo que o país desejava iniciar com o Irã "um diálogo franco, sem reservas e com liberdade para exprimir as suas divergências". As informações são da Ansa
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Israel protesta contra visita ao Brasil
Penso que algo muito importante poderá ocorrer no Médio Oriente, afinal Chaves e Correa são aliados do Ahmadinejad, no Brasil interesses comerciais e, com certeza o adiamento não se deve ao fracassado protesto ocorrido no Rio, assim, uma visita à Síria de ultima hora, pode indicar uma nova situação na explosiva região.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.