GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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WalterGaudério
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Re: GEOPOLÍTICA

#481 Mensagem por WalterGaudério » Qua Mar 25, 2009 11:16 am

ciclope escreveu:Acredito que quando ele se referiu á artilharia ele se referia á artilharia rebocada.
Também acho que esse tipo de artilharia cairá quase em desuso a não ser por forças de rápido desdobramento como os pára-quedistas e fuzileiros navais. Serão substituídos pela autopropulsada nas demais unidades.
É quanto a guerra tradicional, ele se referia as táticas ainda usadas pelo nosso exército desde a 2 guerra!
No Iraque os americanos levaram aquela quantidade toda de tanques só prá mostrar ao público que tinha pois quase não foram usados em combate direto contra unidade do mesmo tipo. Todas as unidades do exercito iraquiano foram arrasados pela aviação.
Esse e um dos muitos fatores pelos quais eles avançaram tão rápido!
:wink:

Artilharia em desuso. Bem, o nosso estrategista certamente tem a resposta de como realizzar apoio de fogo com aviação qdo. esta não conseguir decolar com mau tempo, ou qdo. em função deste mesmo mau tempo suas armas mágicas de precisão não puderem ser lançadas em função dos parâmetros de segurança mínimos não serem atingidos...

Dar palpite em questões militares é até desejável, porém especialistas de gabinete podem escrever textos assim.

No geral não gostei não. Apesar de respeitar o C D D, não sei o que deu na cabeça dele. Parece um texto de Wishfull Thinking, . Para dissuadir os EUA, nós precisaríamos de um parque industrial de alta tecnologia e capacidade de inovação. Só que para isso é nescessário tb recursos humanos preparados nos mesmos níveis de excelência que os de Cingapura, mas como fazer isso no país(como foi bem lembrado) que não consegue distribuir água potável para uma parcela significativa da população, cujo congresso tem diretoria de garagem, diretoria de prostíbulo etc. E ainda no país que não fez uma reforma universitária, mas que quer criar cotas raciais, em detrimento da única cota que deveria existir, que é a cota da meritocracia.


Falta muito Brasilsão...




Editado pela última vez por WalterGaudério em Sex Mar 27, 2009 8:45 pm, em um total de 1 vez.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

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Re: GEOPOLÍTICA

#482 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Mar 25, 2009 10:27 pm

Concordo com o ciclone e com o Clermont. O texto no geral me pareceu ruim. Se perdeu em vários aspectos e foi incoerente em outros. Penso que há textos (muito) melhores do C. D. D.




Vinicius Pimenta

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Re: GEOPOLÍTICA

#483 Mensagem por HIGGINS » Sex Abr 03, 2009 10:43 pm

Artilharia é a forma MAIS BARATA de se bombardear um inimigo. :wink:




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Re: GEOPOLÍTICA

#484 Mensagem por jauro » Qua Abr 08, 2009 5:35 pm

No Exército, a prioridade são as forças especiais espalhadas pelas fronteiras do país.

Não há nenhuma Força Especial na fronteira a mais próxima está em Manaus.
Isso implicará em repensar o emprego da extensa avenida de unidades e escolas militares que funcionam de Deodoro à Realengo, no Rio, até como forma de ajustar seu custo de administração.
Isso o que? Colocar FE na fronteira fará repensar o uso de escolas militares em Realengo e Deodoro. Que dedução absurda!
No futuro, a cavalaria e a artilharia deverão ser substituídas por brigadas.

É muita maionese e muito filme de guerra dos piores. Coisa sem sentido tático, estratégico e pior, semântico. Não diz coisa com coisa.
Força Panzer é coisa do passado. Na guerra regular moderna, a aviação cumpre esse papel.
Sim, na última guerra que tivemos com forças blindadas, ele viu isso! :lol: :lol: :lol:




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Re: GEOPOLÍTICA

#485 Mensagem por jauro » Qua Abr 08, 2009 5:46 pm

De maneira geral ele(CDD) foi bem no atacado, mas cometeu erros grosseiros no varejo(miudinho).




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Re: GEOPOLÍTICA

#486 Mensagem por Oziris » Qui Abr 09, 2009 10:03 am

Look to Brasilia, Not Beijing
The rising challenge to China's great power aspirations



Threats to the global liberal order are usually identified with illiberal states. That's why China, with its repressive domestic regime and its see-no-evil (unless related to the United States) foreign policy attracts so much attention these days.

But a more compelling challenge to the current world order may be emerging from an unlikely trio of countries that boast both impeccable democratic credentials and serious global throw weight. They are India, Brazil and South Africa and their little-noticed experiment in foreign policy coordination since 2003 to promote subtle but potentially far-reaching changes to the international system has the potential to leave fears of a rising China in the dustbin of history.

The quasi-alliance of these three powers has serious implications for the international system, and its major underwriter, the U.S., depending on how the challenge is handled. But an equally important, and quite unintended implication, is the sabotage of China's great power ambitions. By robbing China of its claims to represent developing countries, this new cooperative trio could sideline China from the major debates in international affairs. That may be good news for domestic reform in China, which has long been stunted by the country's great power ambitions.

The origins of the India-Brazil-South Africa Dialogue Forum (IBSA) lie in South Africa's quest for a new allies more consonant with its interests and ideas following the end of apartheid in 1994. The immediate impetus came from Brazilian president Luiz Inácio Lula da Silva, who floated a formal cooperation scheme in early 2003. In June of that year, the foreign ministers of the three countries inaugurated the group in Brasilia, calling for a strengthening of international institutions to address the concerns of developing countries in areas like poverty, the environment and technology. Since then, according to Sarah-Lea John de Sousa of Madrid's FRIDE think tank, the trio has been gaining support as "spokesmen for developing countries at the global level."

IBSA announced its presence by convincing a group of 21 developing countries to block agreement at the World Trade Organization's Cancún summit that year over the issue of rich country agricultural subsidies. It also successfully lobbied for changes to WTO rules covering the production of generic versions of AIDS, malaria and tuberculosis drugs. Yet it quickly moved beyond trade to take stands on issues of international security and institutional reforms. In addition to trade, energy and development projects, IBSA has staked out joint positions on everything from U.N. Security Council reform to the International Criminal Court's prosecution of Sudanese President Omar Hassan Al-Bashir. They have also papered over differences on humanitarian intervention, human rights and nuclear nonproliferation to speak with a common voice. "Though conceived as a dialogue forum, IBSA is rapidly moving into becoming a strategic partnership," wrote Arvind Gupta of India's Institute for Defense Studies and Analyses in a September 2008 report.

China reluctantly joined the Cancún coalition. But since then it has remained on the outside of IBSA, looking in. For three main reasons, it is likely to stay there.

First, China is a U.N. Security Council permanent member which sets it on a collision course with the IBSA aspirations to expand that body to reflect the views of the world's poor countries. Brazil and India are explicit in wanting permanent seats while South Africa, which is barred by its African Union obligations from seeking a permanent seat, nonetheless sought and won a nonpermanent seat for the first time in 2007. China, torn between its rhetoric calling for the democratization of international affairs and the reality that it would be a loser from this process, has decided to steer the self-interested course, to the detriment of its claims to represent the world's vast unwashed.

China is also on the wrong side of IBSA in terms of its views of globalization. The Brasilia Declaration warned that "large parts of the world have not benefited from globalization" and demanded changes to keep more economic and regulatory power in the hands of states. Yet Beijing's leaders see themselves as beneficiaries of globalization and are loathe to embrace left-wing tantrums against "neoliberalism." Critiques of the market are a touchy subject in China, where a neo-Maoist movement is using them to attack the ruling regime. Still, China could soften its views on U.N. Security Council reform and globalization in the interests of developing country solidarity (and its interests in leading that movement).

The third reason it stands outside IBSA is one that it cannot change: It is not a democracy. IBSA members note that they are "vibrant democracies" and Daniel Flemes of Hamburg-based German Institute for Global and Area Studies noted in a 2007 paper that "IBSA's common identity is based on values such as democracy, personal freedoms and human rights." Human rights, civil society, social empowerment and "gender mainstreaming" are central to their moral capital.

Indian newspapers have reported that Iran and Egypt expressed interest in joining the group but were rebuffed, possibly because IBSA leaders are aware how much their group's international legitimacy depends upon its democratic credentials. The most logical candidate for admission, if the group expands, is Indonesia, another poor, populous and democratic country. Coupled with a Japan that is renewing its role in international affairs, this would also rob China of claims to represent Asia.

Democracy is not just about IBSA's membership requirements; it bears on the very purposes of IBSA. IBSA is not a security alliance -- Brazil and South Africa, after all, are harsh critics of India's nuclear program. What it is, rather, is an alliance that seeks to use democratic ideals to effectively reshape the U.N. and other international institutions to serve poor countries better. In a strange way, IBSA is a community of democracies from hell -- a group of countries with impeccable democratic credentials who are using that common identity to challenge rather than advance U.S. interests. International relations scholars call this "soft balancing" because rather than confronting the U.S., they are simply trying to restrain and reorient it. The reason this may work is that, as democracies, these countries have the moral stature in the international system to achieve those goals. Indian and Brazilian diplomats in particular, already among the world's best, can advance the IBSA agenda because they share common ideals.

Where does that leave China? Probably wondering why yet another century mooted to be its century has passed it by. That may be good news for domestic reformers in China who can point to democracy as a precondition for international respectability. IBSA leaders are due to meet again in Brazil in October. Those tracking shifts in world affairs should cancel their trips to Beijing and make arrangements to be in Brazil.

Mr. Gilley is assistant professor of political science in the Mark O. Hatfield School of Government at Portland State University and co-editor with Larry Diamond of "Political Change in China: Comparisons With Taiwan" (Lynne Rienner, 2008).

[]'s




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Re: GEOPOLÍTICA

#487 Mensagem por Sterrius » Qui Abr 09, 2009 2:13 pm

Nada mal a materia. È bom ver que a aliança com a india e africa do sul tem dado resultados. 8-]




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Marino
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Re: GEOPOLÍTICA

#488 Mensagem por Marino » Qua Abr 15, 2009 4:32 pm

15/04/2009
A corrida para comprar terras cultiváveis no exterior

Marie-Béatrice Baudet e Laetitia Clavreul
Não passa um dia sem que novos hectares sejam negociados. Os classificados de terras agrícolas à venda agora aparecem na imprensa financeira internacional. E não faltam clientes. Jean-Yves Carfantan, autor de "Choc alimentaire mondial, ce qui nous attend demain" [Impacto alimentar mundial, o que nos espera amanhã] (Albin Michel, 2009), constata: "No fim de 2008, cinco países se distinguiam pelo montante de suas aquisições de terras aráveis no exterior: a China, a Coreia do Sul, os Emirados Árabes Unidos, o Japão e a Arábia Saudita. Juntos, eles dispõem hoje de mais de 7,6 milhões de hectares para cultivar fora de território nacional, ou seja, o equivalente a 5,6 vezes a superfície agrícola útil da Bélgica". O fenômeno de aquisição de terras certamente não é novo, remontando às primeiras colonizações. Mas, para muitos observadores, economistas, e ONGs, ele se acelera.

A disparada no preço das matérias agrícolas de 2007 e 2008, a exemplo do que aconteceu nos anos 1970, fez com que muitos investidores privados se voltassem para as propriedades agrárias. A queda nos preços não os espantou. Como observa a Grain - uma ONG internacional que procura promover a biodiversidade agrícola - , em um relatório publicado em outubro de 2008 e intitulado "Apropriação das terras agrícolas", "com a atual crise financeira, todos os tipos de agentes dos setores financeiro e agroalimentar - fundos de pensão, fundos especulativos, etc. - abandonaram os mercados de derivados e consideram que as terras agrícolas se tornaram um novo ativo estratégico".

Eles não são os únicos. Muitos Estados fazem a mesma análise, não para encontrar fontes de lucro, mas por razões de segurança alimentar. "O objetivo é claramente o de prevenir consequências de uma estagnação de produção interna provocada, entre outras coisas, por uma urbanização crescente e pela diminuição dos recursos hídricos", explica Carfantan.

As terras cultiváveis são cada vez mais raras no Oriente Médio, por exemplo. Então as monarquias petroleiras investem, há três anos, na criação de anexos extraterritoriais. O Qatar dispõe de terras na Indonésia; o Bahrein, nas Filipinas; o Kuwait, na Birmânia; e assim por diante.

"Deslocalização agrícola"
Não é nenhuma surpresa que o governo chinês tenha feito da política de aquisição de terras no exterior uma de suas prioridades: o país representa 40% da população ativa agrícola mundial, mas só possui 9% das terras cultiváveis do planeta, lembra Carfantan. Quanto ao Japão e à Coreia do Sul, eles já importam 60% de seus alimentos do exterior.

A prospecção dos dirigentes políticos dos países em desenvolvimento se intensifica. No fim de 2008, Muammar Kadafi, o chefe de Estado líbio, foi à Ucrânia para propor a troca de petróleo e de gás por terras férteis (em aluguel). O acordo está para ser concluído. Na quinta-feira (16), uma delegação jordaniana irá ao Sudão para reforçar um pouco mais sua presença agrícola iniciada já há seis anos. Mas o movimento também envolve a Europa. Segundo a publicação "La France Agricole", 15% da superfície total da Romênia, ou seja, mais de 15 milhões de hectares, estariam nas mãos de proprietários originários de outros países europeus.

Essa estratégia de "deslocalização agrícola" tem consequências. O que será das populações locais diretamente ameaçadas por essa comercialização da terra da qual vivem? O planeta conta hoje com 2,8 bilhões de camponeses (em uma população total de 6,7 bilhões de habitantes) e os três quartos de pessoas que passam fome vivem no campo. Muitas vezes os registros de propriedades são inexistentes. Como se faz e como será feita a indenização daqueles que exploram e vivem da terra, se eles não possuem títulos de propriedade?

"As organizações de produtores nos alertam cada vez mais sobre a questão da concentração de terras e sobre os conflitos entre os pequenos camponeses e o agrobusiness, que produz para exportação", explica Benjamin Peyrot des Gachons, da ONG Peuples Solidaires [Povos Solidários], que decidiu organizar o Fórum Internacional sobre o Acesso à Terra (em Montreuil, dias 18 e 19 de abril) para comemorar o Dia Mundial das Lutas Camponesas do dia 17 de abril. Participarão do evento agricultores da Índia, do Equador, do Brasil, de Burkina Faso e das Filipinas.

A ONG milita pelo desenvolvimento do direito de uso - as terras continuam pertencendo ao Estado -, e não por aquele do direito de propriedade, apoiado pelo Banco Mundial. Ainda que a atribuição de títulos de propriedade possa permitir a coexistência da agricultura familiar e a presença de investidores estrangeiros, a Peuples Solidaires "acredita que os camponeses não terão os meios de adquirir terras". E mesmo que recebam esses títulos, "eles logo serão obrigados a vender, em caso de dificuldades". Segundo a ONG, o direito de propriedade privilegiaria então os grandes exploradores, estrangeiros ou não.

Outra dificuldade provocada por essa corrida às terras cultiváveis: a coabitação entre países investidores e a população local. "Veja o que aconteceu em Madagascar após o anúncio do aluguel de 1,3 milhão de hectares para o grupo sul-coreano Daewoo", lembra Carfantan. "Foi um caos. Acho que as tensões serão inevitáveis onde quer que seja, fazendo dos enclaves agrícolas estrangeiros verdadeiras fortalezas sitiadas". A menos que sejam organizadas divisões das colheitas e transferência de tecnologias, com planejamento a longo prazo.

Um milhão de camponeses chineses na África em 2010
Em 2006, Pequim assinou acordos de cooperação agrícola com vários Estados africanos que permitiram a instalação de 14 fazendas experimentais no Zâmbia, no Zimbábue, em Uganda e na Tanzânia.

"Estima-se que até 2010, 1 milhão de camponeses chineses poderão estar instalados nessas terras", explica o economista e consultor agrícola no Brasil Jean-Yves Carfantan. Os candidatos à expatriação se encontram entre os camponeses atingidos pela atual crise.

Objetivo oficial: ajudar os países receptores a aumentarem sua produção com as tecnologias chinesas: "As variedades híbridas de arroz criadas por Pequim permitem melhorar em 60% os rendimentos, em relação à média mundial", constata Carfantan. Mas, segundo ele, fica claro que uma boa parte das colheitas será exportada para a China, para garantir o abastecimento do mercado".

Tradução: Lana Lim




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Re: GEOPOLÍTICA

#489 Mensagem por cvn73 » Qua Abr 22, 2009 9:49 am

2/04/2009 - 08h24
Lula está construindo um gigante regional único, diz revista "Newsweek"

da BBC
O Brasil vem se transformando na última década em uma potência regional única, ao se tornar uma sólida democracia de livre mercado, uma rara ilha de estabilidade em uma região conturbada e governada pelo Estado de direito ao invés dos caprichos dos autocratas. A afirmação é feita em artigo publicado na última edição internacional da revista americana "Newsweek".

"Contando com a cobertura da proteção de segurança americana, e um hemisfério sem nenhum inimigo crível, o Brasil tem ficado livre para utilizar sua vasta vantagem econômica de seu tamanho dentro da América do Sul para auxiliar, influenciar ou cooptar vizinhos, ao mesmo tempo conseguindo conter seu rival regional problemático, a Venezuela", afirma o artigo.

Segundo a revista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "preside uma superpotência astuta como nenhum outro gigante emergente".

O artigo foi publicado menos de um mês após Lula ter aparecido na capa da "Newsweek", com uma entrevista exclusiva à revista após seu encontro com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

Poderio militar

A "Newsweek" observa em seu último artigo que enquanto outros países emergentes e mesmo os Estados Unidos contam com seu poderio militar como forma de afirmação, o Brasil "expressou suas ambições internacionais sem agitar um sabre".

A revista fala ainda que quando há algum conflito na região, o Brasil envia "diplomatas e advogados para as zonas quentes ao invés de flotilhas ou tanques".

O artigo também comenta que o Brasil tem se tornado uma voz mais assertiva para os países emergentes nos temas internacionais, contestando por exemplo os subsídios agrícolas dos países ricos.

"Nenhum governo foi tão determinado como o de Lula em estender o alcance internacional do Brasil. Apesar de ter começado sua carreira política na esquerda, Lula surpreendeu os investidores nacionais e estrangeiros ao preservar as políticas amigáveis ao mercado de Fernando Henrique Cardoso internamente, para a frustração dos militantes de seu Partido dos Trabalhadores. Para a esquerda, ele ofereceu uma política externa vitaminada", diz a "Newsweek".

Influência americana

A revista diz que os esforços brasileiros advêm da estratégia "não declarada" de se contrapor à influência dos EUA e de dissipar as expectativas de que exerça um papel de representante de Washington', mas que nem por isso o país embarcou na "revolução bolivariana".

"Pelo contrário, Lula tem controlado a região ao cooptar os vizinhos com comércio, transformando todo o continente em um mercado cativo para os bens brasileiros", diz o artigo. "No fim das contas, o poder do Brasil vem não de armas, mas de seu imenso estoque de recursos, incluindo petróleo e gás, metais, soja e carne."

A revista afirma que isso também tem servido para conter a Venezuela e que a provável aprovação próxima da entrada do país de Hugo Chávez ao Mercosul não é "um endosso aos desejos imperiais de Chávez, mas uma forma de contê-lo por meio das obrigações do bloco comercial, como o respeito à democracia e a proteção à propriedade".

"Isso pode ser política de risco. Mas as apostas estão nos brasileiros. Sem um manual para se tornar uma potência global, o Brasil de Lula parece estar escrevendo o seu próprio manual", conclui a "Newsweek".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 4320.shtml




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Re: GEOPOLÍTICA

#490 Mensagem por Marino » Qua Abr 22, 2009 10:27 am

"Contando com a cobertura da proteção de segurança americana"
Quem eu tenho que mandar se f....?




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Re: GEOPOLÍTICA

#491 Mensagem por jauro » Qua Abr 22, 2009 12:12 pm

Marino escreveu:"Contando com a cobertura da proteção de segurança americana"
Quem eu tenho que mandar se f....?
Toda a mídia do referido país protetor. E todo o governo do país protegido, por permitir e desfrutar de comentários inverídicos. [004]




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Re: GEOPOLÍTICA

#492 Mensagem por rafafoz » Qua Abr 22, 2009 2:00 pm

É melhor mandar a BBC primeiro antes da Newsweek, por que pode haver erros de traduções ou compreensões. :D

Mais de qualquer jeito manda os 2.




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Re: GEOPOLÍTICA

#493 Mensagem por WalterGaudério » Qua Abr 22, 2009 2:50 pm

jauro escreveu:
Marino escreveu:"Contando com a cobertura da proteção de segurança americana"
Quem eu tenho que mandar se f....?
Toda a mídia do referido país protetor. E todo o governo do país protegido, por permitir e desfrutar de comentários inverídicos. [004]
Não tem jeito, por mais que o Brasil se projete na Mídia por motivos até bons, a visão do pessoal do norte ainda daria conta de que há macacos no meio das ruas, como há vacas em Nova Dehli.

mas essa dedução de proteção americana ao Brasil...?

matou a pau!!

Alguma nota do Itanmaraty desmentindo?

Algum arroubo do Chveco nos chamando de cachorros do Império?




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Re: GEOPOLÍTICA

#494 Mensagem por LeandroGCard » Qua Abr 22, 2009 3:59 pm

Walterciclone escreveu:
jauro escreveu: Toda a mídia do referido país protetor. E todo o governo do país protegido, por permitir e desfrutar de comentários inverídicos. [004]
Não tem jeito, por mais que o Brasil se projete na Mídia por motivos até bons, a visão do pessoal do norte ainda daria conta de que há macacos no meio das ruas, como há vacas em Nova Dehli.

mas essa dedução de proteção americana ao Brasil...?

matou a pau!!

Alguma nota do Itanmaraty desmentindo?

Algum arroubo do Chveco nos chamando de cachorros do Império?
Pessoal, muita calma nesta hora.

Sempre que algum analista geopolítico estrangeiro faz uma análise sobre a importância (ou falta de importância) de um determinado país no mundo, a capacidade militar deste país é um dos parâmetros-chave desta avaliação. Na visão corrente em todo o mundo (aparentemente com a exceção do próprio Brasil), para ser considerado verdadeiramente importante um país não pode apenas ter indústria, terras, recursos, população e economia dignas de nota, ele deve ter também a capacidade de proteger tudo isso e ainda apoiar suas próprias posições no cenário internacional, mesmo que os argumentos de seus possíveis opositores sejam baseados na força.

E olhando por este lado a posição do Brasil apresenta um panorama no mínimo estranho, ele é uma potência em termos de tamanho, recursos, e potencial econômico, mas com uma capacidade militar que em muitas áreas pode ser qualificada como estando abaixo da de seus vizinhos muito menores e com menos recursos. Em princípio o Brasil não pode ser uma força de estabilização na América do Sul, pois não tem (e aparentemente nem pretende ter) a capacidade de dissuadir os países vizinhos de partir para soluções radicais, como iniciar ações militares (regulares ou não) contra o próprio Brasil ou outro país vizinho, por quaisquer motivos que sejam alegados.

Como então o Brasil pode pretender ser um ator de importância mundial, se não pode assumir a responsabilidade de garantir a estabilidade nem mesmo em sua própria região? A resposta é que esta responsabilidade é assumida pelo “Grande Irmão do Norte”, que garante com seu potencial militar de abrangência mundial que apenas em caso extremo algum governo da região partiria para a solução militar na disputa com um de seus vizinhos, incluindo-se aí o próprio Brasil. Daí a afirmação de que nosso país conta com a “cobertura da proteção de segurança americana”, não para sua própria defesa territorial, mas sim para a garantia de estabilidade da região onde o país se encontra. Só contando com isso o Brasil pode pretender voltar sua atenção para as grandes questões mundiais sem ter que se preocupar em antes “garantir o seu perímetro”, uma condição que com certeza chama atenção de qualquer analista que avalie a nossa posição à partir de uma perspectiva alinhada com a realidade do resto do planeta.

Compreende-se que colocado da forma como foi a afirmação pode “mexer com os brios” de qualquer cidadão brasileiro que tenha um mínimo de orgulho de seu país, mas até prova em contrário ela está correta , e em princípio não cabe aos analistas estrangeiros se preocupar com as nossas suscetibilidades. A tarefa de mudar esta realidade e imagem internacional de nosso país cabe a nós mesmos, através de ações, e não a eles através de textos e comentários. Se queremos que o mundo nos considere fortes e independentes, só temos uma opção: Nos tornar realmente fortes e independentes.

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Re: GEOPOLÍTICA

#495 Mensagem por Tupi » Qua Abr 22, 2009 5:12 pm

LeandroGCard escreveu: ...Se queremos que o mundo nos considere fortes e independentes, só temos uma opção: Nos tornar realmente fortes e independentes.

Leandro G. Card
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Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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