SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#106 Mensagem por cvn73 » Dom Abr 13, 2008 4:51 pm

Clermont escreveu:FOI A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL UMA “BOA GUERRA”?

Por Patrick J. Buchanan – 4 de abril de 2008.

”Sim, ela foi uma boa guerra,” escreve Richard Cohen em sua coluna contestando a tese do pacifista Nicholson Baker em seu novo livro, ”Human Smoke”, de que a Segunda Guerra Mundial provocou mais mal do que bem.

O instigante trabalho de Baker, que utiliza notícias da imprensa e citações de líderes dos Aliados e do Eixo enquanto mergulhavam no grande cataclismo, é um diário virtual dos dias que levaram à Segunda Guerra Mundial.

Chamou a atenção deste escritor o fato de Baker utilizar alguns dos mesmos episódios, fontes e citações que utilizei em meu próprio livro, publicado em maio, “Churchill, Hitler and The Unnecessary War”.

Em alguns pontos, Cohen está em terreno sólido. Há coisas dignas pelas quais lutar: Deus e o país, família e liberdade. Mártires sempre tem inspirados os homens. Resistência, mesmo até a morte, pode ser exigida de um homem.

Mas, quando alguém declara uma guerra que produziu Hiroshima e o Holocausto, uma “boa guerra”, isso levanta uma questão: boa para quem?

A Grã-Bretanha declarou guerra em 3 de setembro de 1939, para preservar a Polônia. Por seis anos, a Polônia foi ocupada pelos exércitos nazistas e comunistas e pelos assassinos das SS e do NKVD. No fim da guerra, os mortos poloneses eram estimados em seis milhões. Um terço da Polônia tinha sido arrancado por Stalin, e os nazistas tinham utilizado o país para seus infames campos de Treblinka e Auschwitz.

Quinze mil oficiais poloneses tinham sido massacrados em locais tais como Katyn. O Exército Metropolitano que havia se levantado em Varsóvia, ao chamado do Exército Vermelho, em 1944 tinha sido aniquilado, enquanto o Exército Vermelho assistia do outro lado do Vístula. Quando os britânicos celebravam o dia da Vitória na Europa, em maio de 1945, a Polônia iniciava 44 anos de tirania sob os sátrapas de Stalin, Khrushchev e Brezhnev.

A Segunda Guerra Mundial foi uma “boa guerra” para os poloneses?

Foi uma boa guerra para a Lituânia, a Letônia e a Estônia, avassaladas pelo exército de Stalin, em junho de 1940, cujo povo viu seus líderes assassinados ou deportados para o Gulag para nunca mais retornarem? Foi uma boa guerra para os finlandeses que perderam a Carélia e milhares de homens valentes, mortos na Guerra de Inverno?

Foi uma boa guerra para os húngaros, tchecos, iugoslavos, romenos e albaneses, que terminaram por trás da Cortina de Ferro? Na Hungria, era difícil encontrar uma mulher ou garota de mais de 10 anos que não tivesse sido currada pelos “libertadores” do Exército Vermelho. Foi uma boa guerra para os treze milhões de civis alemães vítimas de limpeza étnica na Europa Central e os dois milhões que morreram no êxodo?

Foi uma boa guerra para os franceses, que se renderam após seis semanas de luta em 1940 e tiveram de ser libertados pelos americanos e britânicos após quatro anos de colaboração de Vichy?

E como a guerra terá sido boa para os britânicos?

Eles foram à guerra pela Polônia, mas Winston Churchill a abandonou para Stalin. Derrotados na Noruega, França, Grécia, Creta e no Deserto Ocidental, eles resistiram até que a América viesse e se juntasse na libertação da Europa Ocidental.

Ainda assim, no fim da guerra, em 1945, a Grã-Bretanha estava dessangrada e na bancarrota, e a grande causa da vida de Churchill, preservar seu amado império, estava perdida. Por causa da “boa guerra”, a Bretanha, nunca mais iria ser Grande, de novo.

E foram os métodos utilizados pelos Aliados, o bombardeio terrorista de cidades japonesas e alemãs, matando centenas de milhares de mulheres e crianças, talvez milhões, as marcas de uma “boa guerra”?

Cohen sustenta que o mal do Holocausto a torna uma “boa guerra.” Mas a destruição dos judeus da Europa foi uma conseqüência desta guerra, não uma causa. Quanto às atrocidades japonesas tais como o Estupro de Nanquim, elas foram, sem dúvida, terríveis.

Mas o esmagamento do Japão pela América não levou à liberdade da China, mas à quatro anos de guerra civil seguidos por trinta anos de loucura maoísta, nos quais 30 milhões de chineses pereceram.

Para a América, a guerra foi Pearl Harbor e Midway; Anzio e Iwo Jima; Normandia e Bastogne, dias de glória, levando ao triunfo e ao Século Americano.

Mas, para Joseph Stalin, ela também foi uma boa guerra. A partir de seu pacto com Adolf Hitler, ele anexou partes da Finlândia e Romênia, e três repúblicas bálticas. Seus exércitos permaneceram em Berlim, Praga e Viena; seus agentes estavam disputando o poder em Roma e Paris; seu aliado estava instalado na Coréia do Norte; seu protegido, Mao, estava perto de trazer a China para seu império. Mas, ela não foi uma guerra tão boa para os internos de Kolyma ou os prisioneiros de guerra russos, devolvidos para Stalin na Operação Keelhaul de Truman.

Uma guerra que substitui a dominação de Hitler na Europa pela de Stalin e o controle do Japão na China por Mao, é uma “boa guerra”? Nós tínhamos de parar os assassinos, afirma Cohen. Mas quem foram os maiores assassinos: Hitler ou Stalin; Tojo ou Mao-Tsé-Tung?

Pode uma guerra na qual 50 milhões pereceram e o continente foi destruído, metade dele escravizado, uma guerra que fez avançar a morte da civilização ocidental, ser, autenticamente, celebrada como uma “boa guerra”?
Foi uma guerra necessária.
O perigo real e eminente era Hitler, que precisava ser neutralizado.Os problemas seguintes ou os novos ditadores que seguiram seriam enfrentados ao seu tempo.
E todos foram derrotados, ou não ?




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#107 Mensagem por Clermont » Qui Mai 29, 2008 2:48 pm

FOI A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL TÃO INSENSATA E AUTODESTRUTIVA QUANTO A DO IRAQUE, PERGUNTA PETER HITCHENS.

Por Peter Hitchens – 19 de abril de 2008 - http://www.dailymail.co.uk.

Escrever isso me faz sentir como um traidor. A Segunda Guerra Mundial foi minha religião pela maior parte da minha vida.

Bravos, sós, bombardeados e desafiantes, nós, os britânicos, a havíamos ganho por nossa contra com o mais maléfico e poderoso inimigo imaginável.

Nascido seis anos depois dela ter acabado, eu sentia quase como se tivesse vivido através dela, como meus pais, enfaticamente, tinham, com alguma bravura e muita dureza, em ambos os casos.

Com meus soldadinhos de chumbo, tanques e canhões, eu derrotava os nazistas, diariamente, no chão do meu quarto.

Eu me perdia em meus livros com títulos como Homens de Glória, com seus comoventes relatos de ações de incrível bravura por, de outros modos, pessoas comuns que poderiam ser meus vizinhos da porta ao lado.

Eu lia as aventuras ficcionais do ás de bombardeiros da RAF, Mat Braddock, na crença de que as histórias eram verdadeiras, e sem a menor preocupação sobre o que acontecia quando suas bombas atingiam o solo. Agora eu tenho.

Depois disso, vieram todos aqueles filmes patrióticos que enriqueceram o quadro de decência, coragem calma e humor que eu comecei a considerar como sendo a essência do modo britânico de ser. Até hoje, não posso vê-los sem um nó na garganta.

Essa foi a nossa melhor hora. Ela foi a medida contra a qual tudo o mais deve ser mensurado.

Portanto, tem sido muito duro para mim, desde que as dúvidas surgiram. Realmente, eu não queria saber se as coisas não tinham se passado, exatamente daquela forma. Mas, antes, as dúvidas foram impostas à força sobre mim.

Quando vivi na Rússia, no fim da era soviética, encontrei um país que dava ainda mais importância à guerra do que nós.

Eu até mesmo empreguei um esplêndido velho ex-combatente do Exército Vermelho para ajudar-me a preparar meu escritório lá: um empertigado, e totalmente confiável antigo cavalheiro, igual à geração do meu pai, excepto que ele era russo e um stalinista convicto que fez trabalhos estranhos para o KGB.

Eles tinham seus filmes de guerra, também. E suas honrosas cicatrizes.

E eles estavam tão convencidos que haviam ganho a guerra, sozinhos, como nós estávamos.

Eles consideravam o Dia-D como um evento menor, e nunca tinham ouvido falar em El Alamein.

Uma vez, me peguei pensando: “Eles estão usando a guerra como forma de se confortarem por causa de seu declínio nacional, e eles, claramente, estão perdendo sua disputa com a América.”

E então, me veio à mente de que isso poderia ser uma descrição de meu próprio país.

Quando vivi na América, onde descobri que a Segunda Guerra Mundial, na visão deles, teve lugar, principalmente no Pacífico, e em qualquer caso, não importava tanto quanto a Guerra Civil e a Guerra do Vietnam, eu tive uma segunda, áspera e indesejável, lição de história.

Agora vem outra. Numa recente visita aos EUA, eu peguei dois novos livros que vão fazer uma porção de gente na Grã-Bretanha ficar com muita raiva.

Eu os li, incapaz de afastar o olhar, muito da forma como se é incapaz de tirar o olhar da cena de um desastre, numa espécie de névoa sombria de desânimo.

Eles são uma reação ao uso – na minha visão, abuso – da Segunda Guerra Mundial como forma de justificar a Guerra do Iraque.

Nós é contado que a guerra de 1939-45 foi uma guerra boa, travada para derrubar um tirano maligno, que a guerra no Iraque iria ser a mesma coisa, e que estes que se opunham a ela, eram iguais aqueles desacreditados apaziguadores de 1938.

Bem, eu não me sentia muito como um Neville Chamberlain (um homem que eu ainda desprezo) quando argumentei contra a guerra. E ainda não me sinto.

Alguns dos que se opuseram à Guerra do Iraque levantam uma questão muito perturbadora.

As pessoas que nos venderam o Iraque, o fizeram como se elas fossem os Churchill de hoje em dia. Elas estavam erradas.

Neste caso, como podemos estar certos de que a guerra de Churchill foi uma guerra boa?

E se os Homens de Glória não tivessem precisado morrer ou arriscar suas vidas? E se a coisa toda fosse um mal-calculado desperdício de vidas e riqueza que destruiu a Grã-Bretanha como grande potência e a transformou numa pensionista na bancarrota dos EUA?

Gozado o bastante, essas questões ecoam, igualmente desconfortáveis quanto aquelas que, freqüentemente, são perguntadas pelos leitores aqui.

A versão mais suave é: “Realmente, quem ganhou a guerra, já que a Grã-Bretanha, agora, é súdita de uma União Européia controlada por alemães?”

A outra eu ouvi de um sempre crescente número de ex-combatentes contemplando a paisagem da moderna Grã-Bretanha de grosseria e desordem e relembrando os sacrifícios que fizeram por ela: “Por quê fomos nos incomodar?”

Não leia se essas questões abalarem seu mundinho.

Os dois livros, neste país, muito em breve, são ”Churchill, Hitler And The Unnecessary” War de Patrick Buchanan e ”Human Smoke” de Nicholson Baker.

Eu conheço Pat Buchanan e o respeito, mas nunca tive muita simpatia pelo “America First”, o movimento que tentou manter os EUA fora da Segunda Guerra Mundial.

Quanto à Nicholson Baker, ele se tornou famoso, somente, por causa de sua novela sobre sexo por telefone, “Vox”, ter dada de presente para Bill Clinton por Mônica Lewinsky.

”Human Smoke” não é uma novela, mas uma série de breves itens factuais, deliberadamente arranjados para minar a história aceita da guerra, e tem recebido generoso tratamento da imprensa americana, especialmente o The New York Times.

Baker é um pacifista, uma posição ingênua, disponível, apenas, aos cidadãos de países livres com grandes marinhas.

Ele selecionou, com cuidado, para se adequar a sua posição, mas muitos dos fatos aqui, em especial sobre o entusiasmo antecipado de Churchill e da Grã-Bretanha por bombardear alvos civis, altera, seriamente, a visão padronizada.

Eis aqui Churchill, num artigo de jornal de 1920, alegadamente, verberando contra a “sinistra confederação” da judiaria internacional.

Eu digo, “alegadamente”, porque eu não vi o original. Eu também digo isso, porque sou relutante em acreditar nisso, como sou relutante em acreditar em outro fragmento de Baker que sugere que Franklin Roosevelt esteve envolvido num esquema para limitar o número de judeus na Universidade de Harvard.

Tais coisas, hoje em dia, acabariam com uma carreira política num instante.

Muitos acreditam que a guerra de 1939-45 foi travada para salvar os judeus de Hitler. Nenhum fato apóia essa crença tão acalentada.

Se a guerra salvou quaisquer judeus, foi por acidente.

Sua eclosão deteve os trens do “Kindertransport” de resgatarem crianças judias do Terceiro Reich. Nós ignoramos os relatos autênticos de Auschwitz e nos recusamos a bombardear os trilhos ferroviários levando a ele.

Baker, também, é perspicaz em demonstrar que a decisão de Hitler de exterminar os judeus da Europa veio, apenas, depois da guerra ter sido deslanchada e que, antes dela, embora seu tratamento dos judeus fosse revoltante e homicida, ele estava bem longe de assassinato em massa industrializado.

A implicação disso, de que o Holocausto foi um resultado da guerra e não a causa dela, é, em especial, perturbadora.

Um bocado de pessoas irá ter problema, também, com o conhecimento do que Churchill disse de Hitler em 1937, quando a natureza de seu regime já era bem conhecida: “Um funcionário bem-informado, frio e altamente competente, com modos agradáveis, um sorriso encantador e poucos não são afetados por um sutil magnetismo pessoal.”

Três anos depois, o ponto-de-vista semi-oficial, ainda muito acreditado, afirmava que Hitler era o diabo em forma humana e, mais ou menos, insano.

Buchanan é, a seu modo, ainda mais danificador. Ele retrata Churchill como um homem que amava a guerra em benefício próprio, e a preferia em vez da paz.

Quando a Grande Guerra começou, em 1914, dois observadores, Margot Asquith e David Lloyd George, descreveram Churchill como “radiante, seu rosto brilhava... você podia ver que ele, realmente, era um homem feliz.”

Buchanan também (com razão) cai em cima de Churchill por encolher as forças armadas britânicas entre as guerras.

Foi Churchill que, como Chanceler do Tesouro, exigiu cortes profundos na Real Marinha, em 1925, portanto, quando ele adotou o rearmamento como sua causa, dez anos depois, foi contra sua própria asneira que ele estava reagindo.

Bem, todo país precisa de homens que amem a guerra, se eles querem resistir e lutar quando ela chega. E todos nós cometemos equívocos, que são esquecidos se nós realizamos alguma coisa, espetacularmente certa, como Churchill fez.

Os americanos podem aceitar ou não os pontos de vista de Buchanan sobre se eles deveriam ter ficado de fora, mas os EUA se saíram muito bem de uma guerra na qual a Grã-Bretanha e a Rússia travaram a maior parte da luta, enquanto Washington embolsava (e ainda guarda) a maior parte dos benefícios.

Observando o arrepiante sumário de Buchanan, eu fiquei perturbado por várias questões.

A Grande Guerra e a Segunda Guerra Mundial, como diz Buchanan, são, na verdade, um só conflito.

Nós fomos à guerra com o Kaiser em 1914, principalmente porque tínhamos medo de ser ultrapassados pela Alemanha como maior potência naval do mundo. E, ainda assim, um dos principais resultados da guerra foi que ficamos tão enfraquecidos que fomos ultrapassados pelos EUA.

Também fomos forçados, por pressão americana, a terminar nossa aliança naval com o Japão, que havia protegido nosso Império do Extremo-Oriente, por toda a guerra de 1914-18.

Esta decisão, mais do que qualquer outra, custou-nos esse Império. Ao transformar o Japão de aliado em inimigo, mas sem a força naval ou terrestre para guardar nossas possessões, nós asseguramos que iríamos ser carne morta, em 1941.

Após a queda de Singapura, em 1942, nosso poder e reputação na Ásia estavam acabados para sempre, e nossa rápida saída da Índia, inevitável.

Pior ainda é a análise de Buchanan de como fomos à guerra.

Eu sempre achei que o momento onde poderíamos ter parado Hitler, foi quando ele reocupou a Renânia, em 7 de março de 1936. Mas, Buchanan registra que, ninguém estava interessado em tal ação na época. Ninguém? Sim.

Isso inclui Churchill, que disse, desdenhoso, em 13 de março: “Ao invés de retaliar com força armada, como teria sido feito numa geração anterior, a França tomou o apropriado e prescrito curso de apelar à Liga das Nações.”

Ele, até mesmo, humildemente, instou “Herr Hitler” a fazer a coisa decente e se retirar.

Buchanan não pensa que a Grã-Bretanha e a França podiam ter salvo a Tchecoslováquia em 1938, e eu tenho a suspeita de que ele está certo.

Mas esta é uma questão menor, ao lado do exame cirúrgico da garantia da Grã-Bretanha para ajudar a Polônia em março de 1939. Hitler viu nossa “posição” como um blefe vazio, e arriscou.

Os poloneses foram esmagados e assassinados, e seu país erradicado do mapa. A eventual derrota de Hitler deixou a Polônia sob o jugo soviético por duas gerações.

Nós, então, embarcamos numa guerra que nos custou nosso Império, muitos de nossos melhores mercados, o que havia restado de nossa supremacia naval, e a maioria de nossa riqueza nacional, alegremente arrancada de nós por Roosevelt, em troca dos suprimentos do Lend-Lease.

Como resultado direto, nós buscamo o ingresso de um Mercado Comum que, desde então, tem sangrado nossa independência nacional.

Não teria sido mais sábio de nossa parte, se tivéssemos nos comportado como os EUA fizeram, ficando de fora e esperando que Hitler e Stalin arrancassem as tripas, um do outro?

Realmente, Hitler estava desejoso de uma guerra com a Grã-Bretanha ou em esmagar o Império Britânico?

O país mais interessado no desmantelamento de nosso Império eram os Estados Unidos. Hitler nunca construiu uma marinha de superfície, autênticamente capaz de desafiar a nossa e, para nossa sorte, ele deixou para muito tarde a tarefa de construir bastante submarinos para nos esfomear.

Ele foi derrotado, por muito pouco, na Batalha da Inglaterra, mas como teríamos nos saído se, um ano depois, ele tivesse utilizado as forças que ele desviou na direção da Rússia, para nos atacar, ao invés?

Mas ele fez isso. Seu “plano” para invadir a Grã-Bretanha, a famosa Operação SEALION, era, apenas, um rascunho, rapidamente abandonado.

Pode ser mesmo verdade de que ele não estivesse muito interessado em nos invadir e nos enfrentar? Seus ajudantes sempre comentaram de sua admiração pelo Império Britânico, sobre o qual ele podia falar monotonamente, por horas.

Naturalmente, ele era um ditador maléfico. Mas, também o era, Joseph Stalin, que, mais tarde, iria se tornar nosso honroso aliado, suprido com armas britânicas, afagado por nossa imprensa e políticos, incluindo o próprio Churchill.

Pelo Natal de 1940, Stalin tinha, de fato, assassinado muito mais pessoas do que Hitler, e tinha invadido quase tantos países.

Nós quase declaramos guerra a ele, em 1940, e ele ordenou que os comunistas britânicos subvertessem nosso esforço de guerra contra os nazistas, durante a Batalha da Inglaterra.

E, em aliança com Hitler, ele estava fornecendo a Luftwaffe com muito de seu combustível e recursos que ela precisava para bombardear Londres.

Não é tão simples, é? Pesquise o século XX e você verá a Grã-Bretanha, repetidas vezes, enfrentando a Alemanha, à custos colossais.

Ninguém pode duvidar do valor e sacrifício envolvidos.

Mas, no final de tudo, a Alemanha domina a Europa por detrás da cortina de fumaça da União Européia; nosso Império e nosso domínio dos mares se foram; nós enfrentamos todos os problemas de uma grande civilização em declínio, e nosso amigo especial, os Estados Unidos, sorridentemente, nos suplantaram para sempre.

Mas nós ganhamos a Segunda Guerra Mundial.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#108 Mensagem por Clermont » Qua Jun 04, 2008 9:17 pm

MUNIQUE, 1938.

Por Patrick J. Buchanan – 4 de junho de 2008.

Quando o presidente Bush, diante do Knesset, utilizou a palavra “apaziguamento” para rotular estes que iriam negociar com o Irã de Mahmoud Ahmadinejad, ele invocou a mais poderosa analogia em qualquer debate sobre guerra e paz.

Nenhum homem deseja ser considerado como um “apaziguador”.

Mas, como este escritor descobriu desde que meu livro Churchill, Hitler and The Unnecessary War: How Britain Lost Its Empire and the West Lost the World. foi lançado no Dia do Memorial, há um profundo poço de ignorância sobre o que aconteceu naquele setembro, 70 anos atrás.

Por quê Neville Chamberlain foi à Munique? Como Munique levou à Segunda Guerra Mundial?

As sementes da crise foram plantadas na conferência de paz de 1919. Lá, os vitoriosos Aliados moldaram a nova nação da Tchecoslováquia a partir do Império Austro-Húngaro.

Mas, ao invés de seguirem seu princípio da auto-determinação, os Aliados puseram 3 milhões de alemães, 3 milhões de eslovacos, 800 mil húngaros, 150 mil poloneses e 500 mil rutenos sob o domínio de 7 milhões de tchecos. Essas tolas decisões cuspiam sobre os Quatorze Pontos de Wilson, termos sob os quais, os alemães, austríacos e húngaros tinham deposto as armas.

Por volta de 1938, a Alemanha tinha ressurgido, rearmado-se e trazido a Áustria para dentro do Reich, e, agora, estava exigindo que o direito de auto-determinação, fosse concedido aos 3 milhões de alemães na Tchecoslováquia, que estavam clamando para serem libertados de Praga, para voltarem a se juntar a seus conterrâneos.

A Grã-Bretanha não tinha nenhuma aliança e nenhuma obrigação de lutar pelos tchecos. Mas a França, tinha. E a Grã-Bretanha temia que, se Adolf Hitler utilizasse a força para trazer de volta os alemães sudetos, ao domínio alemão, a França poderia lutar. E, se a França declarasse guerra, a Grã-Bretanha iria ser arrastada nela, e um segundo banho de sangue se seguiria, como tinha sido em 1914.

Chamberlain foi à Munique porque ele não acreditava que manter 3 milhões de alemães dentro de uma nação à qual eles foram consignados, contra suas vontades, valesse uma guerra mundial.

Além do mais, a Grã-Bretanha estava despreparada para a guerra. Ela não tinha recrutamento obrigatório, nenhum Spitfire, nenhuma divisão pronta para ir à França. Por quê deveria o Império Britânico cometer suicídio declarando guerra à Alemanha, para apoiar um acordo de paz de Paris que ele, Chamberlain, acreditava ter sido injusto e desonrosamente imposto sobre uma derrotada Alemanha?

Chamberlain não acreditava nisso – e, após três viagens à Alemanha em setembro, ele efetuou a transferência dos alemães sudetos para o controle de Berlim, onde eles desejavam estar. Ele voltou para casa, em triunfo, para ser saudado como o maior pacificador de todos os tempos.

Por quê, então, “Munique” e “apaziguamento” são termos de infâmia?

A resposta jaz no que aconteceu a seguir.

Chamberlain voltou de Munique para uma arrebatadora recepção, acenando um documento que ele e Hitler tinham assinado, e declarou: “Pela segunda vez, em sessenta anos, um primeiro-ministro retorna da Alemanha com paz e honra. Eu creio que esta é a paz para nossa época.”

Isso era palpável insensatez. Hitler já tinha se voltado para o próximo item em seu menu, Danzig, uma cidade de 350 mil alemães, desligada do Reich em Versalhes, e transformada em Cidade Livre, para dar à Polônia uma saída para o mar. Hitler não queria guerra com a Polônia. Na verdade, ele queria o tipo de aliança com a Polônia que ele tinha com a Itália. Mas, primeiro, Danzig precisava ser resolvido.

Aqui, também, o governo britânico concordava: Danzig devia ser retornada. Com todas as amputações de terras e povos alemães, em Versalhes, os estadistas europeus, até mesmo Winston Churchill, consideravam Danzig e o Corredor Polonês, que cortou a Alemanha em duas, como a mais ultrajante. O problema eram os poloneses, que se recusaram a discutir Danzig.

Então, em março, a Tchecoslováquia, repentinamente, começou a se desintegrar. Os Sudetos tinham sido anexados à Alemanha, a Hungria tinha tomado de volta seus territórios, e a Polônia tinha anexado a disputada região de Teschen. A Eslováquia e a Rutênia, agora, se movimentavam para declarar independência, e Praga começou a marchar sobre suas províncias.

Hitler interveio para garantir a independência da Eslováquia e deu à Hungria, luz verde para reanexar a Rutênia. O presidente tcheco Hacha, então pediu para ver Hitler, que o atormentou por três horas para desistir da soberania tcheca e transformar a nação no Protetorado Alemão da Boêmia-Morávia.

Chamberlain, agora humilhado, alvo das zombarias de parlamentares do baixo-clero Tory, em pânico com falsos rumores desvairados de ataques alemães contra a Romênia e a Polônia, cometeu o maior equívoco na história britânica. Sem ser solicitado, ele emitiu uma garantia de guerra à Polônia, dando o poder a uma ditadura de coronéis poloneses - que tinham se juntado à Hitler, no desmembramento da Tchecoslováquia -, para arrastar o Império Britânico a uma guerra contra a Alemanha, por causa de uma cidade, Danzig, que os britânicos consideravam que devia ser devolvida à Alemanha.

Não foi Munique. Foi a garantia de guerra que garantiu a guerra que derrubou o Império, e nos deu o Holocausto, 50 milhões de mortos e a stalinização de metade da Europa.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#109 Mensagem por P44 » Sex Jun 06, 2008 6:17 am

FOI A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL TÃO INSENSATA E AUTODESTRUTIVA QUANTO A DO IRAQUE, PERGUNTA PETER HITCHENS.

Por Peter Hitchens – 19 de abril de 2008 - http://www.dailymail.co.uk.


realmente esse texto do P.Hitchens dá que pensar... :shock:




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#110 Mensagem por Clermont » Qui Abr 16, 2009 9:58 pm

A MOBILIZAÇÃO DO EXÉRCITO ALEMÃO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

James Dunnigan & Albert Nofi – Dirty Little Secrets of World War II.

O Tratado de Versalhes, em 1919, proibiu a Alemanha de ter um exército de mais de 100 mil homens, todos restritos a alistamentos de longo prazo (vinte e cinco anos para oficiais e doze para outros postos). Esta força foi organizada em sete divisões de infantaria e três de cavalaria que se enquadravam em tabelas de organização muito rígidas, prescritas pelo tratado. Cada uma das divisões de infantaria controlava o recrutamento e treinamento dentro de seu distrito militar particular, ou Wehrkreis. Além disto, existiam dois comandos superiores (Gruppenkommandos) que eram responsáveis pela administração e treinamento de alto-nível. Embora o exército fosse proibido de ter um estado-maior geral, uma agência chamada “Escritório das Tropas” (Truppendienst) desempenhava, clandestinamente, funções de estado-maior geral, entre elas, a conduta de preparações secretas para a mobilização geral de um exército muito maior, no dia em que a Alemanha pudesse, abertamente, rearmar-se, mais uma vez.

O plano básico de expansão do exército era simples. Quando a mobilização fosse decretada, cada unidade no exército iria ser preenchida até 300 porcento de sua força oficial, com novos recrutas e, prontamente, dividida em três. Portanto, cada divisão se expandiria em três novas divisões, cada uma tendo um quadro de cerca de um terço de soldados regulares para treinar, aclimatar e fortalecer os novos recrutas, muitos dos quais já teriam passado por algum treinamento, através dos vários programas preparatórios clandestinos. Como resultado, a Alemanha seria capaz de agrupar cerca de trinta divisões, rapidamente. Este era o plano em existência, quando Hitler chegou ao poder, no final de janeiro de 1933. E foi este o plano com o qual Hitler pôde criar a, aparentemente imbatível Wehrmacht de 1939-1942.

O período crítico de expansão do Reichswehr para a Wehrmacht, foi 1934-1935. Durante este período, enquanto, por exemplo, a velha 1ª Divisão de Infantaria foi particionada nas novas 1ª, 11ª e 21ª Divisões de Infantaria, a Alemanha esteve, por algum tempo, sem um exército efetivo. Alguma diplomacia astuta, a par com uma boa dose de covardia na França e Grã-Bretanha, permitiram a Hitler a escapar sem uma demonstração militar, de forma que, com o acréscimo de algumas divisões blindadas, por volta de 1936, a Wehrmacht somava quarenta divisões. Nos anos seguintes, enquanto Hitler expandia territorialmente a Alemanha, o exército se expandia ainda mais. Com o Anschluss, a anexação da Áustria (que trouxe meia-dúzia de novas divisões) e a anexação dos Sudetos, pelo fim de 1938, a Alemanha tinha 51 divisões da ativa. Enquanto isto, é claro, homens eram retirados das divisões da ativa e passavam para a reserva, levando ao crescimento do potencial de mobilização da Alemanha.

É claro, este exército de massas precisava de oficiais; 51 divisões requeriam cerca de 100 mil deles. Haviam cerca de 4 mil disponíveis do velho Reichswehr, incluindo pessoal médico, e 1 mil ou mais do antigo exército austríaco, um fundo, obviamente, insuficiente para satisfazer a demanda. Reconvocando milhares de antigos oficiais da Grande Guerra e comissionando muitos sargentos (afinal de contas, o Reischwehr tinha sido, altamente seletivo) ajudou, mas ainda não era o suficiente. No fim, um eficiente sistema de campos de treinamento para oficiais foi estabelecido. Toda esta expansão do exército ocorreu ao mesmo tempo que a marinha estava crescendo e a nova força aérea (a Luftwaffe) estava sendo criada, o que impôs ainda mais tensão no potencial humano da Alemanha, para não mencionar as necessidades do pequeno, mas em expansão, corpo de guardas de Hitler, as Waffen-SS. De modo a regulamentar a administração de potencial humano, no início da Segunda Guerra Mundial, Hitler fixou uma alocação anual de pessoal, com o exército obtendo 66 porcento de todos os novos recrutas (incluindo cerca de 6 mil para as Waffen-SS), a marinha com 9 porcento e a força aérea com 25 porcento.

Recrutamento e treinamento eram responsabilidade dos Wehrkreis. Este sistema foi extremamente eficiente. Por exemplo, os seis milhões de habitantes da Áustria, que constituíam um só Wehrkreis, forneceram dezesseis divisões de infantaria, uma divisão panzer, sete divisões alpinas e sete divisões de depósito e de reserva, no curso da guerra, sem mencionar recrutas para a força aérea e a marinha. Divisões em campanha receberam recompletamentos de seus Wehrkreis de origem e, freqüentemente, eram enviadas para casa, para recuperar suas forças. A 26ª Divisão de Infantaria, do XXI Wehrkreis na Renânia, foi, mais ou menos, destruída em combate, nove vezes, cada uma delas, tendo sido restaurada de volta a sua força normal, por recrutas novos da Renânia.

Em acréscimo a um eficiente sistema de mobilização, o Exército alemão formava unidades por “ondas”. Cada onda consistindo de um número de divisões recém-formadas ou reorganizadas, todas as quais eram organizadas e equipadas, precisamente, da mesma forma. A idéia era de que num exército de, literalmente, centenas de divisões, tudo o que um comandante superior tinha de saber sobre determinada unidade era a qual onda ela pertencia, já que isto lhe informaria quando ela teria sido formada, e quanto treinamento tinha (unidades mais antigas tendo mais do que as mais recentes), qual seu potencial humano e alocações de equipamento e como estava organizada.

Por exemplo, as divisões da 2ª Onda foram formadas de reservistas em agosto de 1939, com uma TO & E (tabela de organização e equipamento) similar aquela da 1ª Onda pré-guerra, com menos metralhadoras leves e nenhum morteiro. A 3ª Onda, formada na época a partir da Landwehr (milícia), era como a 1ª Onda, com menos soldados de engenharia, comunicações e outros elementos de apoio ao combate. A 4ª Onda, formada simultaneamente, de potencial humano recém-recrutado, era como a 2ª, mas carecia de uma porção de elementos de apoio ao combate, e a 5ª Onda, formada de reservistas mais velhos durante a campanha polonesa (setembro-outubro de 1939), tinha, na maior parte, equipamento tcheco. As ondas continham entre quatro a vinte e duas divisões. As primeiras trinta e duas ondas (divisões formadas até o outono de 1944) foram numeradas, mas a meia-dúzia ou tanto de ondas posteriores receberam nomes gloriosos, talvez para que os homens não se perguntassem o que aconteceu aos sujeitos nas trinta e duas ondas anteriores. Este foi o sistema com o qual as forças armadas alemãs começaram a Segunda Guerra Mundial. Apesar de algumas deficiências óbvias, ele era lógico e ordenado. No entando, as baixas crescentes, a situação estratégica e política em deterioração e o caráter peculiar da política interna do III Reich, logo começaram a criar problemas.

Provavelmente, a maior deficiência na mobilização da Alemanha e nos arranjos administrativos do potencial humano tenha sido o desejo de vários líderes (tanto políticos como militares) para construir exércitos “particulares” por razões políticas.

O primeiro e mais óbvio exemplo disto foram as Waffen-SS de Heinrich Himmler. Originariamente, um contingente, relativamente pequeno, de soldados do Partido Nazista, destinados como guardas pessoais e pistoleiros de Hitler, as Waffen-SS, logo, expandiram-se para um exército auto-suficiente, com aproximadamente 10 porcento do potencial humano militar da Alemanha, pelos fins de 1944, porém, incluindo plenos 25 porcento das divisões panzer e panzergrenadier. Tão desesperado ficou Himmler por potencial humano que ele garantiu o monopólio sobre o recrutamento dos Volksdeutsch, os numerosos residentes alemães nas outras nações, e, então, começou a recrutar de “germânicos não-alemães” tais como suecos, dinamarqueses e holandeses, então de “arianos não-germânicos”, tais como franceses, belgas, espanhóis e italianos, e, por fim, dos próprios “Untermenchen”, os supostamente inferiores eslavos croatas, bósnios e ucranianos; e de prisioneiros de guerra indianos, asiáticos e africanos, para não mencionar voluntários árabes. De fato, os únicos povos não utilizados, de forma consciente, foram os judeus e os ciganos, embora, alguns destes, entrassem de qualquer forma, disfarçando-se como alemães, de modo a se esconderem no meio de seus inimigos.

A Luftwaffe mostrou-se, ainda, como outro ralo para o potencial humano da Alemanha. Hermann Göring, desde cedo, estabeleceu a noção de que qualquer coisa associada com o ar devia ser parte de sua força aérea, incluindo, não apenas tripulações aéreas e pessoal de base, mas, também, tropas antiaéreas, de pára-quedistas, para não mencionar sua própria guarda pessoal. Entretanto, já que a Luftwaffe, eventualmente, perdeu a superioridade aérea, aos poucos, ficou com mais pessoal do que precisava. Francamente oposto a transferir esses elementos para o exército, Göring conseguiu a permissão de Hitler para organizá-los em Luftwaffe-Feld-Divisionen, (divisões de campanha da Força Aérea). Vinte e duas divisões completas foram formadas. Comandadas por antigos aviadores, sem nenhum quadro de veteranos, virtualmente todas elas, desintegraram-se ao primeiro contato com o inimigo, a maioria na Frente Russa. Naturalmente, algumas unidades da força aérea se desempenharam bem, as onze divisões de pára-quedistas e a Divisão Panzer de Pára-quedistas Hermann Göring que foi a maior divisão já empenhada em combate (de fato, tão grande que, mais tarde, foi dividida em duas). Porém, semelhante às formações Waffen-SS, estas unidades eram superdimensionadas, com mais (e melhores) homens e mais equipamento do que as divisões comparáveis do exército regular.

Esta foi uma utilização, extremamente ineficiente, do potencial humano e de equipamento. A Alemanha formou cerca de 761 divisões durante a guerra (cerca de 670 do exército, 48 das Waffen-SS, 40 da Luftwaffe e 3 da Kriegsmarine); a imprecisão se deve ao fato de que grande número destas “divisões” foram formadas durante as semanas finais do Gotterdamerüng de Hitler, poucas das quais tinham muitos soldados. Cerca de 110 destas foram destruídas em ação, e 173, virtualmente, todo um exército, foram desmobilizadas devido a severas baixas. Isto foi um desperdício enorme. Novas divisões consumiam potencial humano e equipamento que teriam sido mais bem empregados para reconstruir os quadros, ainda que desfalcados, das antigas. As vinte e duas Luftwaffe-Feld-Divisionen tinham potencial humano o bastante para ter restaurado cem divisões de infantaria do exército regular a plena força, considerando-se baixas “normais”. Imaginem os possíveis efeitos benéficos de distribuir entre as divisões do exército regular, os elementos, física e intelectualmente superiores, que compunham o grosso do potencial humano canalizado para as divisões da Luftwaffe e das Waffen-SS, mesmo levando-se em conta as, supostamente, qualidades inferiores de muitos “Untermenchen” que estas últimas continham.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#111 Mensagem por FOXTROT » Qui Abr 16, 2009 11:41 pm

Clermont,
Parabéns pelos artigos, tenho muito interesse pela 2WW, principalmente pelas forças militares da Alemanha e seus aliados.
Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#112 Mensagem por usskelvin » Sex Abr 17, 2009 11:32 pm

Um livro que li recentemente é a loucura de stalin, cara, esse bicho fez muita burrada, mas muita burrada mesmo.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#113 Mensagem por Sterrius » Sáb Abr 18, 2009 2:55 am

Um livro que li recentemente é a loucura de stalin, cara, esse bicho fez muita burrada, mas muita burrada mesmo.


Bem, se queria o que de uma pessoa que literalmente "pagou pra ver" se a Alemanha quebraria ou não o tratado que ambos assinaram.

Creio que ninguem no mundo duvida que a Guerra fria poderia ter acabado com a Russia vitoriosa. A maioria das mudanças necessarios que fariam isto ocorrer estão do lado russo da historia.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#114 Mensagem por usskelvin » Sáb Abr 18, 2009 11:02 am

Sterrius escreveu:
Um livro que li recentemente é a loucura de stalin, cara, esse bicho fez muita burrada, mas muita burrada mesmo.


Bem, se queria o que de uma pessoa que literalmente "pagou pra ver" se a Alemanha quebraria ou não o tratado que ambos assinaram.
Sei não, ele ignorou os informes do sempre eficiente serviço de espionagem russo, seus generais tb tinham serviços de inteligência militar e ao verem seu chefe vacilante iniciaram estudos para a defesa e o contra-ataque sem ordens dele; esses estudos (a abwer tb tinha um excelente serviço de espionagem na urss) acabaram por fazer com que Hitler achasse uma conveniente saida para esfregar na cara dos que eram contra o ataque dentro da alemanha, não sei se os erros foram consequencia dessa atitude de pagar para ver, no livro fica claro que a coisa era muito gritante.

Sterrius escreveu:Creio que ninguem no mundo duvida que a Guerra fria poderia ter acabado com a Russia vitoriosa. A maioria das mudanças necessarios que fariam isto ocorrer estão do lado russo da historia.
Não entendi, poderia discorrer um pouco mais?

Grande abraço.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#115 Mensagem por Sterrius » Dom Abr 19, 2009 3:49 pm

Não entendi, poderia discorrer um pouco mais?


Quando falei aquela frase creio quis passar a mensagem que a URSS cometeu muitos erros geopoliticos e economicos na sua epoca que ocasionaram na sua derrota e desmantelamento.

E que sua posição de vitoriosa no final da II Guerra os deixou numa posição privilegiada onde eles poderiam ganhar a guerra de influencia/economica.

Foram muito fatores pra se isolar meia duzia e dizer que foi aquele o motivo principal. Até pq foram varios lideres precisando de uma analise lider a lider.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#116 Mensagem por Sintra » Ter Abr 21, 2009 10:21 am

Sterrius escreveu:
Um livro que li recentemente é a loucura de stalin, cara, esse bicho fez muita burrada, mas muita burrada mesmo.


Bem, se queria o que de uma pessoa que literalmente "pagou pra ver" se a Alemanha quebraria ou não o tratado que ambos assinaram.

Creio que ninguem no mundo duvida que a Guerra fria poderia ter acabado com a Russia vitoriosa. A maioria das mudanças necessarios que fariam isto ocorrer estão do lado russo da historia.
O quê, a intervenção de Nossa senhora de Fátima?!
Olhe aqui está alguém que considera a hipótese de uma União Soviética vitoriosa como algo de extremamente remoto.




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#117 Mensagem por Sintra » Ter Abr 21, 2009 10:27 am

Sterrius escreveu:
Não entendi, poderia discorrer um pouco mais?


Quando falei aquela frase creio quis passar a mensagem que a URSS cometeu muitos erros geopoliticos e economicos na sua epoca que ocasionaram na sua derrota e desmantelamento.

E que sua posição de vitoriosa no final da II Guerra os deixou numa posição privilegiada onde eles poderiam ganhar a guerra de influencia/economica.

Foram muito fatores pra se isolar meia duzia e dizer que foi aquele o motivo principal. Até pq foram varios lideres precisando de uma analise lider a lider.
Quando a União Soviética acaba a Segunda Guerra Mundial "não podia com um gato pelo rabo"...
Tinha perdido cerca de 15% da população, a zona mais rica, mais povoada e industrializada do Paía, a sua zona Europeia era um enorme campo de destroços, entre Moscovo e a fronteira Polaca estava praticamente tudo destruido. Todo o sistema de produção era profundamente ineficaz e a organização do território era inexistente.
Comparar este "destroço" com os EUA da altura só mesmo por piada.
Comparar a URSS de 1960/70/80 com a Europa Ocidental só mesmo por piada, existem belissimas razões porque é que o bloco de Leste foi ao "charco".




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#118 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Abr 21, 2009 11:26 am

Nã...a URSS era o paraiso na terra, entre as purgas, as Kulags e o KGB, as pessoas viviam no paraiso... [003]




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#119 Mensagem por Sterrius » Ter Abr 21, 2009 12:26 pm

Quando a União Soviética acaba a Segunda Guerra Mundial "não podia com um gato pelo rabo"...
Tinha perdido cerca de 15% da população, a zona mais rica, mais povoada e industrializada do Paía, a sua zona Europeia era um enorme campo de destroços, entre Moscovo e a fronteira Polaca estava praticamente tudo destruido. Todo o sistema de produção era profundamente ineficaz e a organização do território era inexistente.
Comparar este "destroço" com os EUA da altura só mesmo por piada.
Comparar a URSS de 1960/70/80 com a Europa Ocidental só mesmo por piada, existem belissimas razões porque é que o bloco de Leste foi ao "charco".
Não digo que o inicio deles foi melhor que o dos EUA. Mas com certeza era privilegiada pois seu inicio com certeza era melhor que o Europeu e o Japones que estavam igualmente destruidos. Tirando os EUA nenhum outro país do mundo tinha tantos recursos e potencial quanto a URSS.

È so ver onde estão a China, Japão e Alemanha hoje em dia. (2,3 e 4 economias do mundo) e a posição da Russia (11º).




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Re: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

#120 Mensagem por usskelvin » Ter Abr 21, 2009 12:51 pm

Parafraseando Gorbachev: Podemos construir meios para observar os cantos mais obscuros de Marte, mas não conseguimos produzir uma geladeira que preste.




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