Charles De Gaulle no estaleiro

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#46 Mensagem por pafuncio » Ter Mar 17, 2009 10:37 pm

O Brisa/Paulo tem uns posts interessantes, quando fala de aço e metalurgia.

Que tal criares um post sobre cutelaria, espadas (aço de Toledo) e katanas (aço japonês), etc e tal ? Uma vez, li de um forista espanhol que o aço de Toledo seria mui, mui superior aos das katanas, armas frágeis e mal feitas. Sei lá, fiquei de cara (se bem que o Sut falou que o aço empregado na Marinha Imperial Japonesa, na segunda guerra, não era grandes coisas).

Desculpem o ófí. Coisas de estudante que renegou à última hora a Eng. Mecânica, optando pelo Direito. Mas ainda queria fazer um curso de cutelaria e fazer uma Bowie, nem que fosse com aço de feixe de mola.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#47 Mensagem por PRick » Ter Mar 17, 2009 11:01 pm

HIGGINS escreveu:Prick,
não dá para conceber projetos navais que não prevêem troca do eixo.
Putz! Se eu fosse gerenciar um projeto que não estivesse previsto uma troca de eixo, com facilidade, por certo, trocava de equipe técnica.
:)
Trocar você pode, agora, em alguns casos será algo muito complexo. Os NAe´s dos EUA e o CdG tem um galho adicional, a presença de plantas nucleares, não deve ser fácil trabalhar num navio assim, radiação, calor, muita potência instalada, e ainda tem tanques de combustível de aviação, que mesmo vazios representam perigo. Eles ainda tem linha de vapor para as catapultas.

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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#48 Mensagem por soultrain » Qua Mar 18, 2009 7:13 am

brisa escreveu:Não é bem assim Soutrain
A definição simplista de aço, seria uma liga de ferro-carbono com no máximo 2% de carbono.
Como voce falou bem, depende de qual seria a função a que ele se destina e qual as caracteristicas que se requer.
O que o João Fernando colocou, seria apenas um simples tratamento termico de Tempera
Obtem-se determinadas caracteristicas, com a adicão de varios elementos de ligu sei brisa,a.
Quanto mais baixo for o teor de carbono, menos "duro" ele é....e mais facilmente trabalhado
Inox, seria o aço com adição de niquel e cromo.
Aços ferramenta, normamente tem adições de molibidenio, vanádio, nióbio dentre outros.
O que acontece com as ferramentas vagabundas de hoje, é que elas são fabricadas com aços não especificos para a aplicação que les cabe.
Eu sei Brisa, uma das minhas formações é Eng. Mecânica, embora nunca tenha exercido, nem exercitado nada após os estudos. Apenas tentei dar uma explicação sucinta, porque esse assunto é muito vasto, só a tempera dá para fazer vários mestrados.

A têmpera refere-se a um arrefecimento brusco. Na química de polímeros e na ciência dos materiais, o processo de têmpera é usado para evitar processos que se dão em temperaturas mais baixas, tais como transformações de fase, disponibilizando apenas uma pequena janela de tempo em que a reacção é termodinamicamente favorável e cineticamente acessivel. Por exemplo, pode reduzir a cristalinidade e por consequência aumentar a rigidez de ligas e plásticos (produzidos através de polimerização).

Em metalurgia, é mais frequentemente usado no endurecimento de aço ao introduzir martensita, submetendo o aço a um arrefecimento brusco e obrigando-o a passar pelo seu ponto eutetóide, a temperatura onde a austenita se encontra instável. Em ligas de aço com outros metais, tais como o niquel e o manganês, a temperatura eutectóide torna-se mais baixa, mas as barreiras cinéticas à transformação de fase são iguais. Isto permite que o processo de têmpera comece a uma temperatura mais baixa, tornando o processo mais fácil. O aço rápido também possui tungstênio, que tem como função o aumento das barreiras cinéticas e dar a ilusão que o material arrefeceu mais rapidamente do que realmente foi. Até o arrefecimento de tais ligas ao ar (processo de normalização) obtém muitos dos efeitos desejados do processo de têmpera e so depois disso tudo que o aço pode ser entao comercializado.

A tempera tem como objetivo a obtenção de uma microestrutura que proporcione propriedades de dureza e resistência mecânica elevadas. A peça a ser temperada é aquecida à temperatura de austenitização e em seguida é submetida a um resfriamento brusco, ocorrendo aumento de dureza. Durante o resfriamento, a queda de temperatura promove transformações estruturais que acarretam o surgimento de tensões residuais internas. Sempre após a têmpera, temos que realizar o revenimento, para a transformação da martensita em martensita revenida.

Esta técnica era extremamente controlada pelos técnicos e artesãos que armavam os Samurais, fazendo laminas com um corte fabuloso, muito duras no gume e bastante flexiveis no nucleo.
;)





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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#49 Mensagem por soultrain » Qua Mar 18, 2009 7:59 am

alexandre lemos escreveu:O Brisa/Paulo tem uns posts interessantes, quando fala de aço e metalurgia.

Que tal criares um post sobre cutelaria, espadas (aço de Toledo) e katanas (aço japonês), etc e tal ? Uma vez, li de um forista espanhol que o aço de Toledo seria mui, mui superior aos das katanas, armas frágeis e mal feitas. Sei lá, fiquei de cara (se bem que o Sut falou que o aço empregado na Marinha Imperial Japonesa, na segunda guerra, não era grandes coisas).

Desculpem o ófí. Coisas de estudante que renegou à última hora a Eng. Mecânica, optando pelo Direito. Mas ainda queria fazer um curso de cutelaria e fazer uma Bowie, nem que fosse com aço de feixe de mola.
Alex,

Como disse ao inicio, depende do seu fim. Uma espada pode ter diversas utilizações, se olhar para o mesmo exercito no mesmo período, verá que existem diversas espadas "regulamentares", uma para Cavalaria ligeira, outra para Cavalaria pesada, outra para infantaria, outra para artilharia etc.

A meu ver a Katana e outras armas de lâmina Japonesas da época, não tinham de penetrar em armaduras metálicas ou de cota, como na Europa. Assim as espadas na Europa eram fabricadas para o movimento de espetar, lâmina direita e pesada, ao contrário dos combates Japoneses que eram um movimento essencialmente de cima para baixo. Até à introdução do sabre Mameluke, pelos oficiais das tropas de Napoleão, as lâminas de combate Europeias foram assim. Não confundir com espadachins de corte, como estamos habituados a ver nos filmes, que eram armas de apresentação ou de "policia". Existiam diversos nucleos na Europa, como Toledo, Solingen na Alemanha, Londres, Paris, Lisboa, Damasco etc. que fabricavam laminas de qualidade e que eram exportadas por toda a Europa.

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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#50 Mensagem por brisa » Qua Mar 18, 2009 8:00 am

Perfeito Soutrain, o diagrama fe-C e as curvas de transformação TTT atestam estas transformações.
Como voce colocou, na tempera, obtem-se uma estrutura acicular muito dura que é a martensita......porem, apesar da dureza, é uma estrutura extremamente fragil. Daí a necessidade de outros tratamentos termicos, sendo utilizado principalmente o revenimento (para se obter uma determinada dureza, sem perda de suas caracteristicas mecanicas). O tratamento de normalização, na pratica, somente é usado para alivio de tensões em peças que serão submetidas a usinagem.
No caso das espadas dos samurais, apos a tempera, elas eram submetidas a um novo reaquecimento (mais brando...em torno dos 780/760 graus C e mantidas neste calor por determinado tempo). Isto nada mais é que o tratamento de revenido
Como os caras naquela epoca sabiam da temperatura ideal??? cham...pela cor emitida pelo aço aquecido......e o tempo???? cham...tentativa e erro(a famosa experiencia).
Se os japas não reaquececem as espadas, elas seriam muito duras...mas extremamente quebradiças.

grande abraço.




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#51 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 18, 2009 8:31 am

Eis a espada de Dom Nuno Álvares Pereira (século XIV):

Imagem

Imagem

As gravuras no meio da lâmina serviam tanto para reduzir o peso da espada como para decoração.

:wink:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#52 Mensagem por soultrain » Qua Mar 18, 2009 8:47 am

Cabeça,

Infelizmente essa "espada" não é sequer uma réplica, é um pedaço de aço, bom para decorar uma lareira, pela antiguidade da falsificação até pode ter algum valor. É fácil perceber que uma espada de combate não pode ter essas "aberturas" decorativas, nem uma espada de apresentação tem essa lâmina.

Infelizmente é o museu militar que temos, a saque que esteve durante seculos, por Castelhanos, Franceses, Ingleses e no periodo recente Portugueses.

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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#53 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 18, 2009 9:14 am

Eu pensei que era mesmo a espada...dele! :shock: :oops: :cry:




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#54 Mensagem por soultrain » Qua Mar 18, 2009 9:55 am

brisa escreveu:Perfeito Soutrain, o diagrama fe-C e as curvas de transformação TTT atestam estas transformações.
Como voce colocou, na tempera, obtem-se uma estrutura acicular muito dura que é a martensita......porem, apesar da dureza, é uma estrutura extremamente fragil. Daí a necessidade de outros tratamentos termicos, sendo utilizado principalmente o revenimento (para se obter uma determinada dureza, sem perda de suas caracteristicas mecanicas). O tratamento de normalização, na pratica, somente é usado para alivio de tensões em peças que serão submetidas a usinagem.
No caso das espadas dos samurais, apos a tempera, elas eram submetidas a um novo reaquecimento (mais brando...em torno dos 780/760 graus C e mantidas neste calor por determinado tempo). Isto nada mais é que o tratamento de revenido
Como os caras naquela epoca sabiam da temperatura ideal??? cham...pela cor emitida pelo aço aquecido......e o tempo???? cham...tentativa e erro(a famosa experiencia).
Se os japas não reaquececem as espadas, elas seriam muito duras...mas extremamente quebradiças.

grande abraço.
Perfeito, estive para adicionar uma Wakizashi com lamina adamascada à minha colecção, bom preço, mas fora do meu alcance :cry:





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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#55 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 18, 2009 9:59 am

Fotos? 8-]




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#56 Mensagem por pafuncio » Qua Mar 18, 2009 10:02 am

Tava na hora de abrir um tópico específico. Poderíamos até falar das armaduras dos shoguns, que dizem ser um feito tecnológico de cair o queixo (além de caríssimas).

Cutelaria é o bicho. Tenho uma bowie dos sucessores do Zakharov que é muito linda. O problema é que o cara fica procurando um índio, para colecionar o escalpo alheio. :mrgreen:

------------------------------------------------------

Volvamos aos eixos do De Gaulle. Alguém sabe se o culpado é um Fairey Swordfish?




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#57 Mensagem por soultrain » Qua Mar 18, 2009 11:39 am

Da Wakizashi não tenho fotos, não perdi o amor ao dinheiro... mas trouxe uma coisinha interessante, um Gládio, não não é Romano, é Francês do principio do segundo Império, de Artilharia, uma excelente peça ;).


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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#58 Mensagem por P44 » Qua Mar 18, 2009 11:43 am

epa pensava que era o tópico do Charles de Gaulle, enganei-me :shock:

continuem :lol:




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#59 Mensagem por pafuncio » Qua Mar 18, 2009 12:14 pm

Pois é ? E o Swordfish ?




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Re: Charles De Gaulle no estaleiro

#60 Mensagem por P44 » Qua Mar 18, 2009 1:03 pm

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