#506
Mensagem
por soultrain » Qua Fev 11, 2009 6:06 pm
Livni se reúne com ultranacionalista para tentar coalizão
Kadima tem mais cadeiras, mas pode não formar gabinete; Netanyahu pode formar governo de direita
Agências internacionais
AP
Livni é flagrada durante comemoração do Kadima após anúncio da boca-de-urna
JERUSALÉM - Depois da inconclusiva eleição de terça-feira, que mergulhou Israel num impasse político após produzir dois vencedores, a líder do Kadima, Tzipi Livni, se encontrou nesta quarta-feira, 11, com o ultranacionalista Avigdor Lieberman, cujo partido Israel Beiteinu ficou em terceiro na disputa, numa tentativa de organizar uma coalizão. Segundo o jornal Haaretz, durante o encontro, Livni afirmou que foi escolhida pelo povo para ser premiê e que pediu para Lieberman apresentar suas propostas, afirmando que este é um momento de união no país.
Tanto Livni quanto o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declararam-se vencedores das acirradas eleições israelenses, armando o cenário para um disputa de poder com potencial para se estender por bastante tempo. O governista Kadima (centro), de Livni, confirmou as pesquisas que apontavam a recuperação do partido e obteve 28 das 120 cadeiras do Parlamento. Em segundo lugar, com apenas uma cadeira de diferença, terminou o Likud (direita), de Netanyahu, que chegou a liderar as sondagens com folga, mas perdeu terreno nos dias que antecederam a votação. "Venci", foi a manchete do maior jornal do país, Yedioth Ahronoth, junto a fotos de ambos os políticos.
Após o encontro com Lieberman, Livni prometeu lutar para se tornar a próxima premiê do país. "As pessoas me escolheram para governar. Sinto que é uma grande responsabilidade traduzir o poder que me deram em ações, em fazer o país avançar e unificar as pessoas", afirmou Livni. O presidente Shimon Peres terá de decidir se convidará Livni ou Netanyahu para tentar formar o governo. O convidado terá seis semanas para isso. A imprensa israelense disse que Peres terá de convidar Netanyahu se todos os partidos de direita o apoiarem. Em 60 anos de história, nunca o vencedor da eleição foi para a oposição.
Para compor maioria no Parlamento israelense, de 120 cadeiras, é necessária uma bancada mínima de 61 deputados. Como nenhum partido chegou perto disso, a formação de uma coalizão torna-se necessária. E, em Israel, o partido que vence a eleição não é necessariamente incumbido de formar o governo. Se outra agremiação tiver mais chances de estabelecer uma coalizão majoritária, isso pode ser feito.
Formação da coalizão
O Israel Beitenu, de extrema direita, obteve um inédito terceiro lugar, com 15 cadeiras. Já o Partido Trabalhista, do ministro da Defesa Ehud Barak, ficou em quarto lugar, com 13, pior desempenho da história desta agremiação de centro-esquerda. O partido religioso ultraortodoxo Shas, ficou em quinto, com 11 cadeiras, confirmando o avanço da direita nas urnas.
O ultradireitista Avigdor Lieberman pode ser o fiel da balança. "Queremos um governo nacionalista. Queremos um governo direitista (...), e não estamos escondendo isso", afirmou ele após a eleição. No entanto, mantendo outras opções em aberto, declarou que "a decisão não será simples". Netanyahu também vai se reunir com Lieberman nesta quarta para propor a formação de uma coalizão, embora o partido ultranacionalista recuse a compor um governo ao lado dos ultraortodoxos do Shas.
Netanyahu tem mais chances do que Livni de formar uma nova coalizão de governo em Israel, avaliou a mídia local nesta quarta-feira. "Ele perdeu, mas vai levar", dizia a manchete do tabloide Maariv, referindo-se ao fato de o Likud, de Netanyahu, ter ficado com uma cadeira a menos do que o Kadima, de Livni, no Parlamento do país.
Pelas contas dos analistas, em tese, Netanyahu tem a possibilidade de agregar um total de 65 cadeiras: as 27 do Likud, 15 do ultranacionalista Yisrael Beitenu, 11 do ultraortodoxo Shas, cinco do Judaísmo da Torá Unida e sete de dois partidos de colonos de extrema direita. Livni, por sua vez, poderia contar apenas com 44 cadeiras: as 28 do Kadima, 13 do Partido Trabalhista e três do esquerdista Meretz. As 11 cadeiras restantes do Parlamento estão nas mãos de partidos árabes. Analistas políticos consideram improvável que eles venham a integrar formalmente alguma das coalizões.
"Apesar do resultado das urnas, não está garantido que Livni conseguirá formar uma coalizão com as 61 cadeiras necessárias para a formação de um governo", escreveu o Haaretz. "As opções de Tzipi Livni são bastante limitadas", observou o site de notícias Ynet, um dos mais populares de Israel. "Na noite de terça-feira ela já havia prometido abordar o Likud e os trabalhistas para atraí-los para sua coalizão. Depois ela também tentará atrair o Israel Beitenu e o Shas para seu governo ao mesmo tempo em que estará conversando com o Meretz, que por sua vez não aceitará fazer parte do mesmo governo que o Israel Beitenu", especulou o Ynet.
"Enquanto isso, Netanyahu também tem as mãos atadas, apesar de parecer que as opções dele são um pouco mais diversificadas: ele prometeu abordar o Shas e o Israel Beitenu antes de se engajar em negociações com os demais. Esses dois partidos dariam a ele mais 25 cadeiras, mas isso ainda não é suficiente", prosseguiu. "Ele terá de - e ele declarou que quer isso - atrair o Kadima e os trabalhistas para seu governo. Outra possibilidade para ele é formar um governo direitista religioso com o Casa Judaica e o União Nacional, mas sem trabalhistas e Kadima."
Com os eleitores tão divididos, há quem sugira que Israel talvez devesse recorrer à fórmula de 1984, quando o Likud e os trabalhistas chegaram a um acordo de rotatividade de governo depois de um resultado apertado nas urnas. "Netanyahu não gosta da ideia; Livni também não. Ainda assim, isso poderia ser uma possibilidade em nome da estabilidade", concluiu o Ynet.
________________________________________________
Pois, o Le Pen nunca foi convidado para formar governo...
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ