RÚSSIA
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Mexico praises Russia's return to Latin America
12:24 | 09/ 12/ 2008
MEXICO CITY, December 9 (RIA Novosti) - Mexico has welcomed Russia's return to Latin America following the Russian leader's week-long tour of the southern continent in late November, the Mexican deputy foreign minister said on Tuesday.
"It is important for Mexico that more countries including Russia have closer ties with Latin American countries and that's why we are saying to Moscow: welcome to Latin America," Maria de Lourdes Aranda Bezaury said.
During his Latin American tour, President Dmitry Medvedev took part in the APEC summit in Peru and later paid official visits to Brazil, as well as Venezuela and Cuba, whose leaders are strongly opposed to U.S. influence in the region.
Medvedev's trips to Lima and Caracas were the first-ever visits by a Russian leader. The Russian delegation signed around 20 documents on military and technical cooperation, energy and banking sector.
"We think that the world's leading players should be present in this region. This concerns both political, trade and economic spheres, that's why we see no obstacles in Russia taking its deserved place in Latin America," Aranda said.
Meanwhile, the deputy foreign minister voiced concerns over the ongoing "arms race" in Latin America. "Unfortunately, there is a tendency now as countries, including the world's major players, increase defense spending," she said.
The official said that Russian-Mexican trade in 2007 reached $700 million, adding that the figure was way below the potential of both countries. She said that a business center was due to be opened in Moscow next year to promote Mexican goods on the Russian market.
"To expand trade and economic cooperation we need not only political will but active participation of all the interested bodies on both state and business level," Aranda said.
12:24 | 09/ 12/ 2008
MEXICO CITY, December 9 (RIA Novosti) - Mexico has welcomed Russia's return to Latin America following the Russian leader's week-long tour of the southern continent in late November, the Mexican deputy foreign minister said on Tuesday.
"It is important for Mexico that more countries including Russia have closer ties with Latin American countries and that's why we are saying to Moscow: welcome to Latin America," Maria de Lourdes Aranda Bezaury said.
During his Latin American tour, President Dmitry Medvedev took part in the APEC summit in Peru and later paid official visits to Brazil, as well as Venezuela and Cuba, whose leaders are strongly opposed to U.S. influence in the region.
Medvedev's trips to Lima and Caracas were the first-ever visits by a Russian leader. The Russian delegation signed around 20 documents on military and technical cooperation, energy and banking sector.
"We think that the world's leading players should be present in this region. This concerns both political, trade and economic spheres, that's why we see no obstacles in Russia taking its deserved place in Latin America," Aranda said.
Meanwhile, the deputy foreign minister voiced concerns over the ongoing "arms race" in Latin America. "Unfortunately, there is a tendency now as countries, including the world's major players, increase defense spending," she said.
The official said that Russian-Mexican trade in 2007 reached $700 million, adding that the figure was way below the potential of both countries. She said that a business center was due to be opened in Moscow next year to promote Mexican goods on the Russian market.
"To expand trade and economic cooperation we need not only political will but active participation of all the interested bodies on both state and business level," Aranda said.
Triste sina ter nascido português
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Acho que os americanos não irão gostar muito dessa notícia .
Só me pergunto o por que de tanta investida dos russos na América Latina, será que eles não têm espaço na Europa para disputar (o que acredito), e não vêem mais futuro na África. Tendo o mercado Asiático e Árabe já saturado?
Não sei mais não gosto dessa investida Russa na AL. Ainda não consigo confiar nos Russos.
Só me pergunto o por que de tanta investida dos russos na América Latina, será que eles não têm espaço na Europa para disputar (o que acredito), e não vêem mais futuro na África. Tendo o mercado Asiático e Árabe já saturado?
Não sei mais não gosto dessa investida Russa na AL. Ainda não consigo confiar nos Russos.
“melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff)
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
A grande mãe Rússia agora vai ter que se aquietar:
"Crise continua fazendo vítimas
Ontem, foi o dia de a Rússia ser rebaixada por uma das agências de risco. As agências estão meio sem moral, porque elas erraram demais. Mas a Rússia está mesmo encrencada. Ela já perdeu US$ 140 bilhões de reservas cambiais. É a fuga de investidores com medo de uma economia que errou muito no tempo das vacas gordas e agora está correndo riscos.
A Rússia vive de petróleo, gás e metais. Isto representa 80% de tudo o que o país vende. Tudo isso despencou de preço. As empresas tomaram empréstimo tendo como garantia o valor que as ações tinham na bolsa. Mas a bolsa caiu 70%, e as empresas ficaram superendividadas."
Comentário sobre a crise mundial de Mirian Leitão no Bom Dia Brasil.
http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL ... RASIL.html
"Crise continua fazendo vítimas
Ontem, foi o dia de a Rússia ser rebaixada por uma das agências de risco. As agências estão meio sem moral, porque elas erraram demais. Mas a Rússia está mesmo encrencada. Ela já perdeu US$ 140 bilhões de reservas cambiais. É a fuga de investidores com medo de uma economia que errou muito no tempo das vacas gordas e agora está correndo riscos.
A Rússia vive de petróleo, gás e metais. Isto representa 80% de tudo o que o país vende. Tudo isso despencou de preço. As empresas tomaram empréstimo tendo como garantia o valor que as ações tinham na bolsa. Mas a bolsa caiu 70%, e as empresas ficaram superendividadas."
Comentário sobre a crise mundial de Mirian Leitão no Bom Dia Brasil.
http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL ... RASIL.html
"Tudo que é necessário para que o mal triunfe, é que os homens de bem nada façam". Edmund Burke
'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Ensaiando uma nova Guerra Fria?
Após fim da União Soviética, navios de guerra russos retornarão a Cuba pela primeira vez
O Globo
Agências internacionais
Destróier anti-submarino russo Almirante Chabanenko nas águas da Nicarágua / Reuters
RIO - As Forças Armadas da Rússia afirmaram nesta segunda-feira que um grupo de navios militares do país estará em Cuba pela primeira vez desde o fim da União Soviética, no fim dos anos 80. A frota, vista como mais um capítulo do crescimento das tensões entre Moscou e Washington, ancorará em Havana no dia 19 deste mês, permanecendo em águas cubanas até 23. Cuba foi cenário da Crise dos Mísseis, em 1962, que quase levou americanos e soviéticos à guerra.
O giro da Marinha russa por águas próximas dos EUA já passou por Venezuela, onde foram realizados exercícios militares no Mar do Caribe, e pela Nicarágua, países em que a esquerda tem grande força. Recentemente, o presidente russo, Dmitry Medvedev, reuniu-se com líderes cubanos - entre eles, Fidel Castro - no que chamou de uma forma de reviver as "relações privilegiadas" da era soviética.
A passagem das embarcações pela área de influência americana é considerada uma resposta à estratégia de Washington de se aproximar da esfera que estava sob influência dos soviéticos durante a antiga Guerra Fria, incluindo os países às margens do Mar Negro.
Entre os pontos mais polêmicos das relações entre russos e americanos está a questão do escudo antimísseis que os EUA querem erguer no Leste Europeu. Os destinos mais prováveis são a Polônia e a República Tcheca. Como resposta, o governo russo já ameaçou direcionar mísseis para a região.
Especial: A nova Guerra Fria
Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 296680.asp
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
citando o Carlos Mathias, esse perigoso Macartista
"Corre Corre! Os Brumeilhos estão a chegaire!!!!!!"
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Triste sina ter nascido português
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Exército russo não está pronto para guerra moderna, diz general
DMITRY SOLOVYOV - REUTERS
Tamanho do texto? A A A A
MOSCOU - A guerra da Rússia contra a Geórgia mostrou que a maioria de seus oficiais não está equipada ou treinada para lutar em uma guerra moderna, afirmou o principal militar do país nesta terça-feira.
A Rússia derrotou facilmente seu vizinho aliado do Ocidente e ocupou brevemente grandes partes do país depois de uma guerra de cinco dias em agosto, provocada pela tentativa de Tbilisi de retomar sua província rebelde da Ossétia do Sul, declaradamente favorável à Rússia, pela força.
Mas o conflito expôs uma falta de equipamentos modernos, comunicações falhas e outras deficiências na máquina de guerra de Moscou da era pós-soviética, afirmou Nikolai Makarov, chefe da equipe geral.
"Achar um tenente-coronel, coronel ou general capaz de liderar as tropas com confiança, tínhamos que buscar oficiais um por um nas forças armadas, pois os comandantes de carreira encarregados de 'regimentos de papel e divisões' não podiam resolver as tarefas determinadas", disse Makarov segundo agências de notícias russas.
"Quando eles receberam homens e equipamentos eles simplesmente perderam suas cabeças. Alguns chegaram a recusar as tarefas dadas", disse Makarov à Academia de Ciências Militares da Rússia.
"Então tenho uma pergunta: 'Precisamos de oficiais assim?".
Analistas estrangeiros e críticos expressaram dúvidas sobre se a Rússia poderia derrotar uma potência mais forte que a Geórgia, enquanto o ministro da Defesa revelou um plano de reforma militar para criar um exército menor, mas mais equipado e com maior mobilidade.
O exército russo herdou uma grande estrutura militar da era soviética, na qual muitas unidades são dirigidas principalmente ou exclusivamente por oficiais, existindo principalmente no papel e prontas para serem mais mobilizadas no caso de uma guerra de larga escala.
Makarov afirmou que 83 por cento do exército russo de hoje estava numericamente incompleto e que apenas 17 por cento estavam prontos para o combate.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4929,0.htm
li um pouco dai vi que se tratava de besteira e ja parei de ler........postei para vcs darem umas risadas
DMITRY SOLOVYOV - REUTERS
Tamanho do texto? A A A A
MOSCOU - A guerra da Rússia contra a Geórgia mostrou que a maioria de seus oficiais não está equipada ou treinada para lutar em uma guerra moderna, afirmou o principal militar do país nesta terça-feira.
A Rússia derrotou facilmente seu vizinho aliado do Ocidente e ocupou brevemente grandes partes do país depois de uma guerra de cinco dias em agosto, provocada pela tentativa de Tbilisi de retomar sua província rebelde da Ossétia do Sul, declaradamente favorável à Rússia, pela força.
Mas o conflito expôs uma falta de equipamentos modernos, comunicações falhas e outras deficiências na máquina de guerra de Moscou da era pós-soviética, afirmou Nikolai Makarov, chefe da equipe geral.
"Achar um tenente-coronel, coronel ou general capaz de liderar as tropas com confiança, tínhamos que buscar oficiais um por um nas forças armadas, pois os comandantes de carreira encarregados de 'regimentos de papel e divisões' não podiam resolver as tarefas determinadas", disse Makarov segundo agências de notícias russas.
"Quando eles receberam homens e equipamentos eles simplesmente perderam suas cabeças. Alguns chegaram a recusar as tarefas dadas", disse Makarov à Academia de Ciências Militares da Rússia.
"Então tenho uma pergunta: 'Precisamos de oficiais assim?".
Analistas estrangeiros e críticos expressaram dúvidas sobre se a Rússia poderia derrotar uma potência mais forte que a Geórgia, enquanto o ministro da Defesa revelou um plano de reforma militar para criar um exército menor, mas mais equipado e com maior mobilidade.
O exército russo herdou uma grande estrutura militar da era soviética, na qual muitas unidades são dirigidas principalmente ou exclusivamente por oficiais, existindo principalmente no papel e prontas para serem mais mobilizadas no caso de uma guerra de larga escala.
Makarov afirmou que 83 por cento do exército russo de hoje estava numericamente incompleto e que apenas 17 por cento estavam prontos para o combate.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4929,0.htm
li um pouco dai vi que se tratava de besteira e ja parei de ler........postei para vcs darem umas risadas
O Pior cego é o que está convicto e seguro de que vê. Não há nada mais fácil do que apontar os erros, preconceitos e fanatismo dos outros enquanto permanecemos cegos e insensíveis aos nossos próprios.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Qual o nome do General?
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Desde quando é que a Georgia é uma potência?
Foi uma luta perfeitamente desigual; pelo menos os Russos poderam capturar esse lugar tão estratégico que era...uma destilaria de Vodka.
Foi uma luta perfeitamente desigual; pelo menos os Russos poderam capturar esse lugar tão estratégico que era...uma destilaria de Vodka.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx ... 000000009102 Janeiro 2009 - 00h30
Crise: Contrato de fornecimento expirou e negociações fracassaram
Rússia corta gás à Ucrânia
Numa crise que se repete, a Rússia suspendeu ontem o fornecimento de gás à Ucrânia, após ter falhado um acordo sobre o preço do carburante. O corte já havia sido anunciado na véspera pelo consórcio russo Gazprom, que ontem decidiu ‘fechar a torneira’.
Alexei Miller, dirigente da Gazprom, declarou, horas antes do corte de fornecimento de gás a Kiev, que as responsabilidades pela situação criada são dos dirigentes ucranianos e reiterou que "a Gazprom não recebeu na sua conta pagamentos da Ucrânia pelo gás".
"Ficamos com a impressão de que, na Ucrânia, há forças políticas interessadas em que haja um conflito entre os nossos países devido ao gás", acrescentou o gerente da empresa gasífera russa. Recorde-se que os gasodutos que abastecem vários países europeus passam pela Ucrânia.
A Rússia e a Ucrânia negociaram até quarta-feira à noite um novo preço do gás. Moscovo começou por exigir mais de 400 dólares por mil metros cúbicos, depois de o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, ter declarado que a Gazprom aceitara descer o preço para 250. Kiev recusou a proposta e as negociações falharam.
Ontem, a Presidência checa da UE, a quem Kiev pediu que mediasse o conflito, apelou aos dois países para que "honrem os seus compromissos" sobre o fornecimento de gás natural à Europa.
Paulo Madeira com agências
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/I ... id=1066126Rússia diz que a Ucrânia confirma que rouba gás
00h30m
EDUARDO GUEDES, CORRESPONDENTE EM MOSCOVO
De acordo com a companhia russa Gazprom, a Ucrânia está a desviar parte do gás destinado à Europa.
"A direcção da companhia "Naftogaz da Ucrânia", oficial e publicamente, anunciou que retirava 21 milhões de metros cúbicos do gás que transita pelo país a camainho dos estados europeus", declarou o porta-voz da Gazprom, Serguei Kuprianov, sublinhando que, "deste modo reconhece abertamente que rouba gás e não tem vergonha".
Na véspera, o presidente da Naftogaz da Ucrânia, Oleg Dubina, tinha afirmado à Imprensa que, necessitam de retirar esse volume de gás para garantir o processo de transporte.
"Eles (Gazprom) são obrigados a fornecê-lo, isso está incluído no balanço dos fornecimentos para poder bombear o gás", explicou Dubina.
Por seu lado, Kuprianov afirma que "se eles (Naftogaz) têm necessidade desse volume de gás, deveriam comprá-lo. Eles assumiram compromissos".
De acordo com a Gazprom, o fornecimento de gás aos Balcãs viu-se reduzido de 10 milhões de metros cúbicos. No entanto, os países da União Europeia não acusaram, até agora, falhas no fornecimento.
A actual presidência da Unão Europeia, que cabe à República Checa, afirmou que a questão é vista como um problema entre companhias de outros Estados e só haverá uma reacção oficial se a pressão nos gasodutos europeus diminuir.
Entretanto, uma delegação governamental ucraniana encontra-se em visita a vários países europeus para explicar a "questão do gás".
Recorde-se que as negociações entre a Gazprom e a Naftogaz da Ucrânia foram interrompidas no passado dia 31, depois de as autoridades ucranianas terem anunciado o pagamento de 1,5 mil milhões de dólares para saldar a dívida de gás.
A Gazprom afirma que tinha sido proposto um preço de 250 dólares por mil metros cúbicos, mas que agora vai exigir 418 dólares, que seria o preço no mercado europeu, custo que a Ucrânia contesta.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
terça-feira, 27 de Janeiro de 2009 | 08:44
Cuba: Raúl Castro cumpre visita de uma semana à Rússia
O programa da visita de Raul Castro, que se prolongará de 28 de Janeiro a 04 de Fevereiro, está rodeado de grande secretismo, sabendo-se apenas que o Presidente cubano se encontrará com o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, a 30 de Janeiro e que irão ser assinados vários documentos.
Porém, os dirigentes russos não escondem que a cooperação militar e tecnológica entre os dois países estará no centro da atenção dos dirigentes de Cuba e Rússia.
A duração da visita de Raul Castro não tem precedentes na história da Rússia moderna, batendo o recorde estabelecido pelo líder líbio Muammar Kadhafi, que esteve instalado três dias na sua tenda montada no Kremlin de Moscovo.
Numa entrevista à agência russa ITAR-TASS, Raul Castro considerou «maravilhosas» as relações entre Cuba e a Rússia, sublinhando que a sua visita irá consolidar e desenvolver os laços entre os dois países.
No início dos anos 60 do séc.XX, a União Soviética instalou bases militares em Cuba, a última das quais, o centro de espionagem radio-electrónica de Lurdes, foi encerrada por Vladimir Putin em 2000, quando ocupava o cargo de Presidente da Rússia.
Esta decisão provocou uma reacção negativa da parte dos dirigentes cubanos, que assim perderam cerca de 200 milhões de dólares, pagos anualmente pelo aluguer dessa base sob a forma de abastecimentos de petróleo.
Não obstante, Raul Castro considera Putin o restaurador das relações russo-cubanas: «Depois de uma pausa nas nossas relações nos anos 90, elas começaram a restabelecer-se depois da visita do então Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao nosso país em 2000. Consideramos essa visita muito importante».
«Em Novembro passado, o Presidente Medvedev visitou Cuba. Realizaram-se conversações muito sérias e foram assinados acordos importantes», continuou.
Na véspera, Igor Setchin, vice-primeiro-ministro russo, anunciou que a Rússia tenciona continuar a cooperação militar e tecnológica com Cuba e realiza-a em conformidade com as normas jurídicas internacionais.
«Esse trabalho está ser realizado em conformidade com acordos internacionais. Nós realizamos esse trabalho e, continuando a ser parceiros estratégicos, iremos continuar a realizá-lo», declarou Setchin, antigo agente do KGB que trabalhou em Angola e Moçambique nos anos 1980.
Sublinhou que a cooperação no campo militar e tecnológico é parte integrante da interacção entre os dois países e frisou a importância desse tipo de cooperação.
«A nossa interacção nesta esfera visa criar garantias de segurança da existência dos nossos Estados e é um direito soberano dos nossos países», precisou Setchin.
Esta cooperação exige meios significativos que Havana não possui, tendo Vladimir Putin prometido um crédito no valor de 20 milhões de dólares norte-americanos.
Mas os empréstimos russos poderão ser maiores e Moscovo pretende controlá-los.
Na semana passada, Serguei Stepachin, dirigente do Tribunal de Contas da Rússia, visitou Havana e assinou um acordo sobre a «auditoria dos créditos».
«Controlamos conjuntamente o uso do crédito concedido pela Rússia», declarou Stepachin, sublinhando que «a Rússia nunca até hoje fez isso com outro país».
Diário Digital / Lusa
Cuba: Raúl Castro cumpre visita de uma semana à Rússia
O programa da visita de Raul Castro, que se prolongará de 28 de Janeiro a 04 de Fevereiro, está rodeado de grande secretismo, sabendo-se apenas que o Presidente cubano se encontrará com o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, a 30 de Janeiro e que irão ser assinados vários documentos.
Porém, os dirigentes russos não escondem que a cooperação militar e tecnológica entre os dois países estará no centro da atenção dos dirigentes de Cuba e Rússia.
A duração da visita de Raul Castro não tem precedentes na história da Rússia moderna, batendo o recorde estabelecido pelo líder líbio Muammar Kadhafi, que esteve instalado três dias na sua tenda montada no Kremlin de Moscovo.
Numa entrevista à agência russa ITAR-TASS, Raul Castro considerou «maravilhosas» as relações entre Cuba e a Rússia, sublinhando que a sua visita irá consolidar e desenvolver os laços entre os dois países.
No início dos anos 60 do séc.XX, a União Soviética instalou bases militares em Cuba, a última das quais, o centro de espionagem radio-electrónica de Lurdes, foi encerrada por Vladimir Putin em 2000, quando ocupava o cargo de Presidente da Rússia.
Esta decisão provocou uma reacção negativa da parte dos dirigentes cubanos, que assim perderam cerca de 200 milhões de dólares, pagos anualmente pelo aluguer dessa base sob a forma de abastecimentos de petróleo.
Não obstante, Raul Castro considera Putin o restaurador das relações russo-cubanas: «Depois de uma pausa nas nossas relações nos anos 90, elas começaram a restabelecer-se depois da visita do então Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao nosso país em 2000. Consideramos essa visita muito importante».
«Em Novembro passado, o Presidente Medvedev visitou Cuba. Realizaram-se conversações muito sérias e foram assinados acordos importantes», continuou.
Na véspera, Igor Setchin, vice-primeiro-ministro russo, anunciou que a Rússia tenciona continuar a cooperação militar e tecnológica com Cuba e realiza-a em conformidade com as normas jurídicas internacionais.
«Esse trabalho está ser realizado em conformidade com acordos internacionais. Nós realizamos esse trabalho e, continuando a ser parceiros estratégicos, iremos continuar a realizá-lo», declarou Setchin, antigo agente do KGB que trabalhou em Angola e Moçambique nos anos 1980.
Sublinhou que a cooperação no campo militar e tecnológico é parte integrante da interacção entre os dois países e frisou a importância desse tipo de cooperação.
«A nossa interacção nesta esfera visa criar garantias de segurança da existência dos nossos Estados e é um direito soberano dos nossos países», precisou Setchin.
Esta cooperação exige meios significativos que Havana não possui, tendo Vladimir Putin prometido um crédito no valor de 20 milhões de dólares norte-americanos.
Mas os empréstimos russos poderão ser maiores e Moscovo pretende controlá-los.
Na semana passada, Serguei Stepachin, dirigente do Tribunal de Contas da Rússia, visitou Havana e assinou um acordo sobre a «auditoria dos créditos».
«Controlamos conjuntamente o uso do crédito concedido pela Rússia», declarou Stepachin, sublinhando que «a Rússia nunca até hoje fez isso com outro país».
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idCanal=11Medida relacionada com a tomada de posse do novo Presidente norte-americano, Barack Obama
Rússia suspende instalação de mísseis Iskander em Kaliningrado
28.01.2009 - 11h30 Dulce Furtado
Moscovo deu esta manhã indicações de que o plano de instalação de sistemas tácticos de mísseis Iskander no enclave russo de Kaliningrado, bem às portas da Europa, entrou numa moratória de conciliação. É o primeiro gesto claro de ramo de oliveira a ser estendido pela Rússia aos Estados Unidos, após a tomada de posse do novo Presidente norte-americano, Barack Obama.
A revelação foi feita em duas frentes, com uma fonte do Ministério da Defesa russo, citada mas não identificada pela agência russa RIA Novosti, a garantir que até à data “não foram tomadas quaisquer medidas práticas para instalar os Iskander na zona mais ocidental do país”. Em simultâneo, a agência Interfax, citava um responsável militar russo, igualmente não identificado, a explicar a actual linha de pensamento do Kremlin: “A implementação destes planos foi suspensa uma vez que a nova Administração norte-americana não acelerou o seu programa de instalação [de partes do sistema de defesa antimíssil norte-americano na Polónia e República Checa]”.
No início de Novembro do ano passado, logo após o anúncio da vitória eleitoral de Obama, a querela entre Rússia e Estados Unidos sobre os avanços militares de ambas as partes na Europa Central, recebeu novo ímpeto com o Presidente russo, Dmitri Medvedev, a anunciar que iria “muito em breve” instalar pelo menos oito sistemas tácticos Iskander em Kaliningrado – uma pequena fatia de antigo território germânico, ensanduichado entre a Polónia e a Lituânia, que foi anexado pela União Soviética no final da II Guerra Mundial.
Com aquela localização, os Iskander – armas de elevada precisão e curto alcance – poderiam atingir toda a Polónia e partes da República Checa e da Alemanha. O director do "think tank" moscovita Centro de Análise Militar, Anatoli Tsiganok, antigo oficial do exército russo, descreveu-os então como “a melhor solução do ponto de vista económico e militar” para cumprir o desejo de Medvedev: “neutralizar” os elementos do escudo norte-americano projectados para a Polónia (dez mísseis interceptores) e República Checa (um radar de detecção).
Os agora revelados planos de suspender esta medida foram recebidos com alguma cautela a Ocidente. “Se for verdade, será, claro, um passo muito positivo”, avaliou porta-voz do embaixador dos Estados Unidos na NATO, Kurt Volker, citado pela agência Reuters. Num primeiro olhar os analistas notam que esta decisão do Kremlin deve ser interpretada como um “gesto da boa vontade de Moscovo para Obama”. “Mas é esperada, em resposta, a decisão de o escudo antimíssil não ser posto na Europa Central”, afirmou à Reuters o analista Ievgeni Volk, do "think thank" moscovita Heritage Foundation.
Medvedev conversou com o novo Presidente norte-americano há dois dias, em telefonema feito de Washington para Moscovo. Os dois líderes deverão encontrar-se, pela primeira vez, face a face durante a reunião do G20, de 2 de Abril próximo, em Londres.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rússia revela planos agressivos para o Ártico
Matthias Schepp e Gerald Traufetter
Em uma nova diretriz nacional, a Rússia reivindica grandes trechos do Oceano Ártico. O tom do documento é abertamente agressivo, provocando temores de uma maior tensão internacional em torno de quem tem o direito de explorar o território rico em minerais.
Temperaturas frias e tédio normalmente são a ordem do dia no posto de fronteira mais ao norte da Rússia, na ilha de Alenxandra Land, no Oceano Ártico. Icebergs do tamanho de casas passam flutuando, enquanto tambores de óleo diesel permanecem silenciosos ao ar seco.
O zumbido dos motores dos bombardeiros carregando ogivas nucleares sobre a estação militar de Nagurskoye é coisa do passado. Atualmente há apenas um vôo por mês para a estação, que abriga 30 soldados, 16 cientistas e seis meteorologistas que prestam contas à FSB, o poderoso serviço de inteligência doméstica da Rússia. Eles vivem em chalés de madeira austeros, desafiando a indiferença do Ártico.
Em setembro do ano passado, esta estação fantasma da Guerra Fria foi repentinamente transformada no centro de eventos geopolíticos, quando duas dúzias de representantes do governo foram levados até lá, incluindo o ministro da Defesa, Anatoly Serdyukov. Eles rapidamente concordaram que "o Ártico deve se tornar a principal base estratégica da Rússia para matérias-primas". Nikolai Patrushev, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, foi rápido em apontar: "Se não nos tornarmos ativos agora, nós simplesmente seremos forçados a sair".
O grupo de homens poderosos decidiu preparar uma estratégia abrangente para o desenvolvimento do Ártico até 2020. O documento será divulgado nesta semana.
Parte do conteúdo já vazou, revelando um tom sem concessão. "Não pode ser descartada que a batalha pelas matérias-primas será travada por meios militares", diz o documento explosivo.
Parece que a Rússia, com quase um terço de seu território se estendendo ao norte do Círculo Polar Ártico, está prestes a provar que os temores dos países ocidentais que margeiam o Ártico não são injustificados. O potência nuclear em breve começará a exercer sua força ao longo das costas geladas de seu reino gigante.
O interesse dos países que margeiam o Ártico está crescendo à medida que o gelo polar diminui. Uma semana antes de deixar o cargo, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apresentou um plano estratégico para a região ártica. Canadá, Dinamarca e Noruega lançaram suas próprias iniciativas. Até mesmo a União Europeia anunciou uma nova política polar em novembro.
Enquanto isso, o jornal controlado pelo governo "Rossiyskaya Gazeta" está preparando os russos para a idéia de que "a disputa pelo Ártico será o passo inicial para uma nova divisão do mundo". Artur Chilingarov, um membro do Parlamento russo e ideólogo chefe de Moscou no que se refere à conquista do Ártico, coloca desta forma: "Nós não estamos preparados para dar nosso Ártico para ninguém".
Chilingarov -que em agosto de 2007 usou um braço robô de submarino por controle remoto para fincar uma bandeira russa feita de titânio no fundo do oceano do Pólo Norte, a uma profundidade de 4.261 metros- quer "apresentar evidências à ONU dentro de um ano" de que o Pólo Norte pertence aos russos. Sua ameaça àqueles no Ocidente que discordam é simples: "Se esses direitos não forem reconhecidos, a Rússia se retirará da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar".
Alexander Dugin, um cientista político e intelectual renomado que apóia as reivindicações neoimperiais de Moscou, fica tão envolvido no fervor nacionalista que perde a noção das realidades biológicas: "O propósito de nosso ser está na expansão de nosso espaço. A plataforma nos pertence. Ursos polares vivem lá, ursos polares russos. E pinguins vivem lá, pinguins russos".
Apesar da ausência de pinguins no Ártico, o norte congelado da Rússia contém vastos recursos minerais. A Rússia Ártica já é responsável por 11% do produto interno bruto do país e 22% de sua receita de exportação.
A expansão pretendida da fronteira norte da Rússia em pelo menos 241 quilômetros e 1,2 milhão de quilômetros quadrados, uma área que corresponde a três vezes o tamanho da Alemanha, promete render uma receita imensa de recursos naturais.
Foi precisamente essas riquezas que o vice-ministro dos Recursos Naturais e Ecologia da Rússia, Sergei Donskoy, discutiu na conferência das Fronteiras do Ártico na cidade norueguesa de Tromsø, onde várias centenas de cientistas, políticos e especialistas em economia se reuniram na semana passada.
"Nós esperamos encontrar reservas de gás e petróleo correspondentes a cerca de 20% das reservas russas", disse Donskoy, delineando o plano da Rússia para o Ártico.
Segundo esse plano, os geólogos primeiro estudarão o Mar de Barents e o Mar de Kara. Eles esperam encontrar pelo menos quatro grandes campos de petróleo ou gás sob o solo do oceano em cada um desses dois mares. Segundo o ministro do meio ambiente da Rússia, um engenheiro de petróleo por formação, os campos contêm cerca de 3,3 bilhões de toneladas de petróleo e até 5 bilhões de metros cúbicos de gás.
Se tudo seguir de acordo com o plano, o primeiro gás do Ártico deverá começar a fluir em 2013 ou 2014, diz Hervé Madeo, o vice-diretor de um consórcio de energia liderado pela Gazprom da Rússia, que está desenvolvendo o campo de Shtokman, no Mar de Barents. Sobre o campo, ele diz: "Ele é um dos maiores do mundo e único na Rússia".
Apesar da crise financeira, os preparativos para perfuração estão avançando em ritmo acelerado. O projeto "tem potencial demais" para a desaceleração econômica global afetá-lo demais, alega Madeo.
O campo de gás poderá se tornar o primeiro grande marco no desenvolvimento das reservas de energia do norte. Isso levou o contra-almirante norueguês Trond Grytting a comentar sarcasticamente, em sua apresentação na conferência de Tromso (intitulada "Da Guerra Fria ao Ártico Quente"): "Nós temos muitos recursos naturais, pessoal militar e fronteiras disputadas no Ártico. Isso nunca foi uma receita para a paz".
Grytting mostrou slides do seu comandante de frota trocando gestos de amizade com seu par russo. Mas ele também mostrou as rotas de voo dos aviões de reconhecimento russos além da costa norueguesa.
Os noruegueses estão preocupados com as disputas territoriais não resolvidas com seu vizinho do leste, e basta apenas um olhar para suas telas de radar para testemunhar o quanto o antigo Exército Vermelho já está ampliando sua presença no Oceano Ártico. "A doutrina russa é clara", alerta Grytting. "O exército deve promover as metas do Estado na região ao redor."
Estas metas pedem explicitamente pela expansão. Desde 2001, a Rússia tem apresentado suas reivindicações à Comissão para os Limites das Plataformas Continentais (CLCS, na sigla em inglês), um painel de cientistas na ONU que será convocado para tomar decisões sobre a expansão dos direitos territoriais no Oceano Ártico nos próximos anos.
Para apoiar suas reivindicações, a Rússia terá que compilar evidência para provar que sua própria plataforma continental se estende além da zona de 200 milhas náuticas conhecida como Zona Econômica Exclusiva (ZEE). O pedido russo foi negado da primeira vez, com a CLCS pedindo evidências geológicas adicionais.
Até mesmo muitos dos companheiros russos de Chilingarov duvidam que ele conseguirá cumprir suas promessas ambiciosas de compilar todas as amostras e documentos necessários até o final do ano. "Um pequeno balde de sedimentos não será suficiente", disse causticamente Leopold Lobkovsky, do Instituto de Oceanologia de São Petersburgo, em Tromso.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Fonte: UOL - Noticias
Matthias Schepp e Gerald Traufetter
Em uma nova diretriz nacional, a Rússia reivindica grandes trechos do Oceano Ártico. O tom do documento é abertamente agressivo, provocando temores de uma maior tensão internacional em torno de quem tem o direito de explorar o território rico em minerais.
Temperaturas frias e tédio normalmente são a ordem do dia no posto de fronteira mais ao norte da Rússia, na ilha de Alenxandra Land, no Oceano Ártico. Icebergs do tamanho de casas passam flutuando, enquanto tambores de óleo diesel permanecem silenciosos ao ar seco.
O zumbido dos motores dos bombardeiros carregando ogivas nucleares sobre a estação militar de Nagurskoye é coisa do passado. Atualmente há apenas um vôo por mês para a estação, que abriga 30 soldados, 16 cientistas e seis meteorologistas que prestam contas à FSB, o poderoso serviço de inteligência doméstica da Rússia. Eles vivem em chalés de madeira austeros, desafiando a indiferença do Ártico.
Em setembro do ano passado, esta estação fantasma da Guerra Fria foi repentinamente transformada no centro de eventos geopolíticos, quando duas dúzias de representantes do governo foram levados até lá, incluindo o ministro da Defesa, Anatoly Serdyukov. Eles rapidamente concordaram que "o Ártico deve se tornar a principal base estratégica da Rússia para matérias-primas". Nikolai Patrushev, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, foi rápido em apontar: "Se não nos tornarmos ativos agora, nós simplesmente seremos forçados a sair".
O grupo de homens poderosos decidiu preparar uma estratégia abrangente para o desenvolvimento do Ártico até 2020. O documento será divulgado nesta semana.
Parte do conteúdo já vazou, revelando um tom sem concessão. "Não pode ser descartada que a batalha pelas matérias-primas será travada por meios militares", diz o documento explosivo.
Parece que a Rússia, com quase um terço de seu território se estendendo ao norte do Círculo Polar Ártico, está prestes a provar que os temores dos países ocidentais que margeiam o Ártico não são injustificados. O potência nuclear em breve começará a exercer sua força ao longo das costas geladas de seu reino gigante.
O interesse dos países que margeiam o Ártico está crescendo à medida que o gelo polar diminui. Uma semana antes de deixar o cargo, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apresentou um plano estratégico para a região ártica. Canadá, Dinamarca e Noruega lançaram suas próprias iniciativas. Até mesmo a União Europeia anunciou uma nova política polar em novembro.
Enquanto isso, o jornal controlado pelo governo "Rossiyskaya Gazeta" está preparando os russos para a idéia de que "a disputa pelo Ártico será o passo inicial para uma nova divisão do mundo". Artur Chilingarov, um membro do Parlamento russo e ideólogo chefe de Moscou no que se refere à conquista do Ártico, coloca desta forma: "Nós não estamos preparados para dar nosso Ártico para ninguém".
Chilingarov -que em agosto de 2007 usou um braço robô de submarino por controle remoto para fincar uma bandeira russa feita de titânio no fundo do oceano do Pólo Norte, a uma profundidade de 4.261 metros- quer "apresentar evidências à ONU dentro de um ano" de que o Pólo Norte pertence aos russos. Sua ameaça àqueles no Ocidente que discordam é simples: "Se esses direitos não forem reconhecidos, a Rússia se retirará da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar".
Alexander Dugin, um cientista político e intelectual renomado que apóia as reivindicações neoimperiais de Moscou, fica tão envolvido no fervor nacionalista que perde a noção das realidades biológicas: "O propósito de nosso ser está na expansão de nosso espaço. A plataforma nos pertence. Ursos polares vivem lá, ursos polares russos. E pinguins vivem lá, pinguins russos".
Apesar da ausência de pinguins no Ártico, o norte congelado da Rússia contém vastos recursos minerais. A Rússia Ártica já é responsável por 11% do produto interno bruto do país e 22% de sua receita de exportação.
A expansão pretendida da fronteira norte da Rússia em pelo menos 241 quilômetros e 1,2 milhão de quilômetros quadrados, uma área que corresponde a três vezes o tamanho da Alemanha, promete render uma receita imensa de recursos naturais.
Foi precisamente essas riquezas que o vice-ministro dos Recursos Naturais e Ecologia da Rússia, Sergei Donskoy, discutiu na conferência das Fronteiras do Ártico na cidade norueguesa de Tromsø, onde várias centenas de cientistas, políticos e especialistas em economia se reuniram na semana passada.
"Nós esperamos encontrar reservas de gás e petróleo correspondentes a cerca de 20% das reservas russas", disse Donskoy, delineando o plano da Rússia para o Ártico.
Segundo esse plano, os geólogos primeiro estudarão o Mar de Barents e o Mar de Kara. Eles esperam encontrar pelo menos quatro grandes campos de petróleo ou gás sob o solo do oceano em cada um desses dois mares. Segundo o ministro do meio ambiente da Rússia, um engenheiro de petróleo por formação, os campos contêm cerca de 3,3 bilhões de toneladas de petróleo e até 5 bilhões de metros cúbicos de gás.
Se tudo seguir de acordo com o plano, o primeiro gás do Ártico deverá começar a fluir em 2013 ou 2014, diz Hervé Madeo, o vice-diretor de um consórcio de energia liderado pela Gazprom da Rússia, que está desenvolvendo o campo de Shtokman, no Mar de Barents. Sobre o campo, ele diz: "Ele é um dos maiores do mundo e único na Rússia".
Apesar da crise financeira, os preparativos para perfuração estão avançando em ritmo acelerado. O projeto "tem potencial demais" para a desaceleração econômica global afetá-lo demais, alega Madeo.
O campo de gás poderá se tornar o primeiro grande marco no desenvolvimento das reservas de energia do norte. Isso levou o contra-almirante norueguês Trond Grytting a comentar sarcasticamente, em sua apresentação na conferência de Tromso (intitulada "Da Guerra Fria ao Ártico Quente"): "Nós temos muitos recursos naturais, pessoal militar e fronteiras disputadas no Ártico. Isso nunca foi uma receita para a paz".
Grytting mostrou slides do seu comandante de frota trocando gestos de amizade com seu par russo. Mas ele também mostrou as rotas de voo dos aviões de reconhecimento russos além da costa norueguesa.
Os noruegueses estão preocupados com as disputas territoriais não resolvidas com seu vizinho do leste, e basta apenas um olhar para suas telas de radar para testemunhar o quanto o antigo Exército Vermelho já está ampliando sua presença no Oceano Ártico. "A doutrina russa é clara", alerta Grytting. "O exército deve promover as metas do Estado na região ao redor."
Estas metas pedem explicitamente pela expansão. Desde 2001, a Rússia tem apresentado suas reivindicações à Comissão para os Limites das Plataformas Continentais (CLCS, na sigla em inglês), um painel de cientistas na ONU que será convocado para tomar decisões sobre a expansão dos direitos territoriais no Oceano Ártico nos próximos anos.
Para apoiar suas reivindicações, a Rússia terá que compilar evidência para provar que sua própria plataforma continental se estende além da zona de 200 milhas náuticas conhecida como Zona Econômica Exclusiva (ZEE). O pedido russo foi negado da primeira vez, com a CLCS pedindo evidências geológicas adicionais.
Até mesmo muitos dos companheiros russos de Chilingarov duvidam que ele conseguirá cumprir suas promessas ambiciosas de compilar todas as amostras e documentos necessários até o final do ano. "Um pequeno balde de sedimentos não será suficiente", disse causticamente Leopold Lobkovsky, do Instituto de Oceanologia de São Petersburgo, em Tromso.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Fonte: UOL - Noticias
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Segundo a nova convenção do mar para se ter direito a plataforma submarina tem que estar ligada ao continente. Pago pra ver a russia sair de um tratado em que todos sem exceção assinaram (EUA Assino e deverá ratificar, bush pediu a ratificação em 2007 e ta em caminho pro senado).
Ae ta a foto da topografia do polo norte. Canada e Russia obviamente são praticamente os donos. Cada 1 sozinho tem 100º cada com um pouco +ainda em discussão com os outros paises. Os outros brigam pelos 160º restantes entre si e com o canada e russia.
Ae ta a foto da topografia do polo norte. Canada e Russia obviamente são praticamente os donos. Cada 1 sozinho tem 100º cada com um pouco +ainda em discussão com os outros paises. Os outros brigam pelos 160º restantes entre si e com o canada e russia.