#1353
Mensagem
por Marino » Sáb Jan 24, 2009 12:37 pm
Correio Braziliense Brasil elabora resposta ao Paraguai
Amorim participou de reunião para discutir proposta de acordo
Tiago Pariz
O governo estuda uma contraproposta para acalmar os ânimos do Paraguai, que reivindica alterações no tratado de gerenciamento da usina hidrelétrica de Itaipu. No entanto, o Planalto voltou a rejeitar a proposta de perdão da dívida referente à construção da binacional.
Uma saída seria um ajuste no método de cálculo da energia produzida, o que poderia resolver o impasse. A renegociação do tratado de Itaipu foi um dos temas principais da campanha do presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Assunção estabeleceu como prazo 15 de agosto para a conclusão do diálogo amigável com o Brasil a respeito dos preços da energia elétrica produzida na usina. Caso contrário, a ameaça é acionar tribunais internacionais para arbitrarem uma solução. Em princípio, o Brasil é contra a revisão das tarifas por afirmar que elas estão de acordo com o mercado internacional.
Os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, das Relações Exteriores, Celso Amorim, além de representantes do Ministério da Fazenda e Itaipu se reuniram ontem no Itamaraty para debater ajustes à proposta brasileira. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, também esteve no encontro.
A reunião serviu ainda para preparar um encontro que ocorrerá na próxima segunda-feira, em Brasília, com representantes paraguaios. Além da revisão tarifária, Assunção teria sugerido o perdão da dívida da obra, concluída em 1984. O Tesouro paraguaio assumiria US$ 600 milhões, enquanto o Brasil ficaria com a maior parte da dívida, US$ 19 bilhões.
“Essa proposta só seria plausível se não afetasse os interesses da Eletrobrás. E, da maneira que o Paraguai colocou, afeta. Como nos traria prejuízo, não vai acontecer”, disse o presidente da estatal do setor elétrico, Antônio Muniz. O governo voltou a afirmar que pode ajudar o Paraguai a construir uma estação e linhas de transmissão, segundo Luiz Eduardo Melin, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O Paraguai reivindica uma mudança no tratado para poder vender parte do que não consome da energia produzida em Itaipu para outros parceiros sul-americanos e aumentar sua receita com a hidrelétrica. Para o presidente da Eletrobrás, a ideia é inviável por falta de infraestrutura no país vizinho. Ele, no entanto, não descarta a possibilidade. “Fisicamente, hoje é difícil porque (o Paraguai) não tem linha de transmissão para Argentina e Chile. Talvez, num futuro próximo, poderia”, afirmou Muniz. Esse excedente ocorre porque o país não consome os 50% da energia produzida na hidrelétrica.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco