Moderador: Conselho de Moderação
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16/07/1995 - DESASTRE HUMANO, tipo Tecnológico, explosão de Paiol, Ilha do Boqueirão, Rio de Janeiro, 5 feridos, explosão ocorrida em depósito de explosivos da Marinha do Brasil na Ilha do Boqueirão, em frente a Ilha do Governador. Levou pânico em uma tarde de domingo a milhares de moradores locais. Para se ter idéia, as chamas e a fumaça podiam ser vistas da Praia do Flamengo, muitos quilômetros distante, assim como em diversos outros pontos da Baía de Guanabara.
Em julho de 1995, série de explosões no Centro de Munições e Mísseis da Marinha, no quartel do Corpo de Fuzileiros Navais, na Ilha do Boqueirão, a 300 metros da Ilha do Governador, deixou 22 militares levemente feridos - soldados, cabos e marinheiros - e um com fratura na clavícula. O acidente provocou pânico e destruição de casas na região. A primeira explosão ocorreu às 17h30. Logo depois aconteceram outras nove detonações de grande intensidade. No paiol, estavam armazenados explosivos, granadas e munições.
A seqüência de explosões acabou gerando incêndio, deixando parte da Ilha do Governador sem energia elétrica. Assustados, muitos moradores deixaram suas casas. Houve saques nas residências. Nas favelas que rodeiam a Ilha, barracos desabaram com as explosões. O acesso ao bairro foi fechado pela Polícia Militar.
Na Ilha de Nhanqueta, vizinha à do Boqueirão, o desespero fez com que 12 homens se atirassem ao mar. O grupo foi resgatado por funcionário da Petrobras que se aventurou a chegar, de barco, ao local.
Servi destacado na Ilha do Boqueirão como motorista em meados de 1997.justo escreveu:Galera,
Procurei aqui no fórum e não achei os detalhes da explosão do paiol de armas da marinha em alguma ilha no RJ ocorrido tempo atrás.
Gostaria de saber mais detalhes sobre a explosão do paiol da marinha: armas perdidas, motivos, e outros. Sei que tem alguém sabe-tudo aqui....
Abraços,
Justo.
Não vale me chamar de coveiro...hehe
É realmente marcante....Fico imaginando nisto apesar de que moro longe (Campinas/SP).Skyway escreveu:Eu estava na Ilha de Paquetá no momento da Explosão. Paquetá fica em frente e não muito distante de Boqueirão.
Vocês nem imaginam o que foi esse episódio...
A primeira explosão gerou um clarão e um deslocamento de ar que chegou a Paquetá com uma força IMPRESSIONANTE, além do tremor no solo. No momento da primeira explosão existia um morro entre eu e Boqueirão..e mesmo com o morro eu levei com o deslocamento de ar no rosto e o clarão nos olhos não sei como.
O som da primeira explosão foi surreal.
Então corri para a praia mais próxima, a Imbuca, e vinha um conhecido numa lancha puxando um "Banana Boat" vazio, aí as pessoas que estavam indo para a rua perguntaram a ele e ele disse que achava que era na Ilha do Governador... Agarrei uma bicicleta e corri para a Praia da Guarda, que fica de frente a Ilha do Governador.
No caminho ví que todas as pessoas saíram de suas casas, ví até uma grávida desmaiar enquanto a terra tremia com as explosões secundárias...menores que a primeira, mas nadas fracas.
Cheguei na praia e uma multidão se aglomerava lá, e aí eu ví uma das cenas mais impressionantes da minha vida. Logo que cheguei na praia, teve uma segunda explosão forte, onde um cogumelo de fogo subiu e o chão tremeu forte mais uma vez. Dava pra ver claramente objetos em chamas(não sei se granadas, caixotes, etc..) voando e deixando um rastro de fumaça até cair na água da Baía de Guanabara.
Essa segunda explosão forte dispersou todos da Praia da Guarda, a multidão saiu em disparada pra dentro da ilha com medo de alguma coisa chegar lá. Eu pensei o mesmo e saí de lá, voltei pra casa.
Quando cheguei, todos de casa foram para o centro da residência, o lugar mais seguro. Viramos a TV para nós e deu tempo de acompanhar o primeiro Plantão da Globo falando sobre o caso. Quando falaram que era na Base da Marinha, aí nós ficamos mesmo preocupados, por que ninguem sabia o que tinha lá, e se alguma coisa podia acabar se lançando pra Paquetá. Um Míssil, um Torpedo...
Ficamos nessa até as explosões diminuirem a intensidade, aí saimos do centro da casa e fomos acompanhando melhor o desespero de quem morava perto da Base e via todo tipo de coisa indo pelos ares.
Foi impressionante e marcou minha vida...queria que tivessem gravado o momento da explosão.
Um abraço!
