O problema está justamente neste "acompanhar" a frota, o que significa se deslocar à mesma velocidade geral que ela, cerca de 22 nós em cruzeiro. Nesta velocidade o SN emite um monte de ruído e seus sensores são prejudicados tanto por questões hidrodinâmicas quanto pelo ruído próprio. Assim ele vira presa fácil para os sub's inimigos, não importa se estiver um pouco ou muito afastado da FT.Luís Henrique escreveu: Leandro,
quando digo acompanhar, não quero dizer ficar grudado aos navios.
Mas eles devem acompanhar para fazer a proteção da frota de superfície, contra eventuais submarinos inimigos.
Obviamente, quando necessário, eles se afastam AINDA mais da frota para atacarem alvos importantes.
Para proteger uma FT de maneira efetiva os SN's teriam que acompanhar o caminho que ela vai seguir, mantendo-se sempre um pouco à frente. Se ficarem muito à frente os subs inimigos podem penetrar entre eles e a FT a ser protegida, e se quiserem ficar junto à frota terão que manter o passo com ela, caindo na situação acima (além de terem seus sensores prejudicados pelo ruído dos navios da FT). Assim, a única forma de patrulhar à frente da FT é usarem o padrão corre-pára que eu já mencionei, o que é pouco eficiente já que o sub vai ter que estar "correndo" à maior parte do caminho e nesse momento não vai estar protegendo ativamente ninguém, além de ser extremamente perigoso. Claro que para um "boi de piranha" é uma tática ideal.
A única forma que vejo dos sub's apoiarem ativamente uma FT é fazendo uma patrulha em baixa velocidade constante ao redor de um determinado perímetro, enquanto a FT mantém-se dentro dele navegando em círculos, a uma distância razoável da borda. Os sub's inimigos serão atraídos pela FT, e terão que passar pelos SN's. É claro que neste caso, a menos que se queira contar com a sorte, deverão haver vários SN's em patrulha no perímetro, e não apenas 1.
Por isso eventuais SNB's não deverão ser alocados à esquadras específicas, mas colocados sob um comando único e suas tripulações treinadas para operar em conjunto uns com os outros. Em missões de apoio à FT's eles avançarão para a área de operações em alta velocidade, entrarão nela em baixa velocidade e estabelecerão um perímetro atuando em grupo, e não isolados tentando acompanhar as FT's de superfície.
A proteção das FT's em trânsito é tarefa para escoltas ASW e principalmente para aeronaves da própria frota. Por isso eu sinto a falta de grandes escoltas porta-helicóteros como a classe japonesa Shirane para a MB. Os americanos não sentem falta deles com seus muitos PA's e outros navios capazes de transportar grande quantidade de meios aeronavais, mas para a MB eu acho que navios assim seriam tão importantes quanto escoltas capazes de defesa AAW de área.
Abraços,
Leandro G. Card