Olá Carioca,Carioca escreveu:
Leandro,
Muito interessante o teu raciocínio, e, principalmente, lógico.
Voce entende da coisa.
Então eu queria pedir um favor (imagino que voce possa nos dar esse presente): Por favor, construa um raciocínio para plataformas orbitais geo-estacionárias formando um cluster cobrindo estaticamente a área de combate. Eu tenho curiosidade sobre como funcionaria o teatro operacional a partir dessa configuração.
Sei que vai tomar teu tempo mas elucidaria algumas duvidas que tenho. Desde já agradeço.
A órbita geo-estacionária fica à 36.000 Km de altitude, cerca de 3 vezes o diâmetro de nosso planeta! Lá de cima você vê a Terra como uma grande esfera no céu, e dá para discernir um hemisfério inteiro de uma só vez, mas mal dá para identificar qualquer alvo menor do que uma cidade, e mesmo assim se o tempo sobre ela estiver claro, senão nem mesmo isso.
Mesmo supondo que você consiga identificar um alvo e tente enviar um míssil de lá para a superfície, ainda que viajando à uma velocidade relativa de 10.000 Km/h ele levará pelo menos 3 horas e meia para chegar, e qualquer combate já terá terminado a esta altura. Se seu armamento for um sistema baseado em lasers, que viajam à velocidade da luz, a precisão da pontaria teria que ser absolutamente fantástica, pois um erro de apenas 1 milésimo de grau já causaria um desvio de mais de 600 metros no ponto de impacto, isso sem considerar os efeitos de refração e difração da atmosfera.
Por outro lado, qualquer foguete capaz de colocar uma carga de poucas centenas de kilogramas em uma órbita de transferência geo-estácionária (que precisa de muito menos energia que a órbita geo-estacionária em si) já poderia destruir suas plataformas espaciais, por um custo muitas de vezes menor que o gasto para colocá-las lá.
Eu realmente não consigo conceber qualquer aplicação tática militar para sistemas espaciais no curto/médio prazo, fora as já tradicionais como navegação, comunicações e observação/reconhecimento, e estes últimos somente em órbita baixa mesmo. A menos que ocorra uma reviravolta tecnológica hoje imprevisível, como a invenção da dobra-espacial, de canhões de táquions, etc...
Um abraço,
Leandro G. Card