A Batalha de Roraima. [Edit]

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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PRick

Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#316 Mensagem por PRick » Qui Dez 11, 2008 1:36 pm

Sterrius escreveu:Estou colocandoa as 18 condições do STF aqui para quem não leu o topico sobre a questão indigena.


1 - O usufruto das riquezas do solo, dos rios e dos lagos existentes nas terras indígenas pode ser suplantado de maneira genérica sempre que houver como dispõe o artigo 231 (parágrafo 6º, da Constituição Federal) o interesse público da União na forma de Lei Complementar;

2 - O usufruto dos índios não abrange a exploração de recursos hídricos e potenciais energéticos, que dependerá sempre da autorização do Congresso Nacional;

3 - O usufruto dos índios não abrange a pesquisa e a lavra de recursos naturais, que dependerá sempre de autorização do Congresso Nacional;

4- O usufruto dos índios não abrange a garimpagem nem a faiscação, dependendo-se o caso, ser obtida a permissão da lavra garimpeira;

5 - O usufruto dos índios fica condicionado ao interesse da Política de Defesa Nacional. A instalação de bases, unidades e postos militares e demais intervenções militares, a expansão estratégica da malha viária, a exploração de alternativas energéticas de cunho estratégico e o resguardo das riquezas de cunho estratégico a critério dos órgãos competentes (o Ministério da Defesa, o Conselho de Defesa Nacional) serão implementados independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas e à Funai;

6 - A atuação das Forças Armadas da Polícia Federal na área indígena, no âmbito de suas atribuições, fica garantida e se dará independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas e à Funai;

7 - O usufruto dos índios não impede a instalação pela União Federal de equipamentos públicos, redes de comunicação, estradas e vias de transporte, além de construções necessárias à prestação de serviços públicos pela União, especialmente os de saúde e de educação;

8 - O usufruto dos índios na área afetada por unidades de conservação fica restrito ao ingresso, trânsito e permanência, bem como caça, pesca e extrativismo vegetal, tudo nos períodos, temporadas e condições estipuladas pela administração da unidade de conservação, que ficará sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade;

9 - O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade responderá pela administração da área de unidade de conservação, também afetada pela terra indígena, com a participação das comunidades indígenas da área, em caráter apenas opinativo, levando em conta as tradições e costumes dos indígenas, podendo, para tanto, contar com a consultoria da Funai;

10 - O trânsito de visitantes e pesquisadores não-índios deve ser admitido na área afetada à unidade de conservação nos horários e condições estipulados pela administração;

11 - Deve ser admitido o ingresso, o trânsito, a permanência de não-índios no restante da área da terra indígena, observadas as condições estabelecidas pela Funai;

12 - O ingresso, trânsito e a permanência de não-índios não pode ser objeto de cobrança de quaisquer tarifas ou quantias de qualquer natureza por parte das comunidades indígenas;

13 - A cobrança de tarifas ou quantias de qualquer natureza também não poderá incidir ou ser exigida em troca da utilização das estradas, equipamentos públicos, linhas de transmissão de energia ou de quaisquer outros equipamentos e instalações colocadas a serviço do público tenham sido excluídos expressamente da homologação ou não;

14 - As terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou negócio jurídico, que restrinja o pleno exercício da posse direta pela comunidade jurídica ou pelos silvícolas;

15 - É vedada, nas terras indígenas, qualquer pessoa estranha aos grupos tribais ou comunidades indígenas a prática da caça, pesca ou coleta de frutas, assim como de atividade agropecuária extrativa;

16 - Os bens do patrimônio indígena, isto é, as terras pertencentes ao domínio dos grupos e comunidades indígenas, o usufruto exclusivo das riquezas naturais e das utilidades existentes nas terras ocupadas, observado o disposto no artigo 49, XVI, e 231, parágrafo 3º, da Constituição da República, bem como a renda indígena, gozam de plena isenção tributária, não cabendo a cobrança de quaisquer impostos taxas ou contribuições sobre uns e outros;

17 - É vedada a ampliação da terra indígena já demarcada;

18 - Os direitos dos índios relacionados as suas terras são imprescritíveis e estas são inalienáveis e indisponíveis.
Essas condições já existem, porque do ponto de vista legal e da Constituição os Indios são usufrutários e não proprietários das terras indígenas. O STF apenas confirmou o que a atual legislação e a CF consagram.

O STF apenas decidiu dentro do sistema legal, quer dizer a demarcação é contínua e os não índios terão que deixar a área. Agora, o EB e a PF tem competência para atuar em qualquer área do território nacional, mesmo dentro de propriedades privadas e reservas de qualquer natureza.

O instituto do Usufruto dá os principais poderes de propriedade ao seu titular, quer dizer o direito de usufruir, explorar a terra sob o ponto de vista econômico, mas nem os proprietários de terras no Brasil são donos dos recursos hidrominerais e do sub-solo, tudo isso é propriedade do Estado Brasileiro, que pode outorgar a exploração.

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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#317 Mensagem por Sterrius » Qui Dez 11, 2008 3:36 pm

veja que existem divergencias doutrinarias prick.

A ministra lucia por exemplo não concordou com as medidas 10 e 17.

E nem todas essas condições estão previstas na constituição. Algumas estão na area do "OBVIO" e a constituição realmente trata de maneira indireta (Ou direta) delas. Mas algumas medidas não são tratadas e deverão receber agora um aval do STF.




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#318 Mensagem por PRick » Qui Dez 11, 2008 3:51 pm

Sterrius escreveu:veja que existem divergencias doutrinarias prick.

A ministra lucia por exemplo não concordou com as medidas 10 e 17.

E nem todas essas condições estão previstas na constituição. Algumas estão na area do "OBVIO" e a constituição realmente trata de maneira indireta (Ou direta) delas. Mas algumas medidas não são tratadas e deverão receber agora um aval do STF.
Elas decorrem do instituto do Usufruto, ele está regulado no Código Civil, a CF tem alguns artigos, mas não é a única legislação a respeito.

O item 10 é sem dúvida o mais polêmico, no entanto, a decisão do STF que não tiver respaldo em lei, pode ser reformada em futuro julgado. Jurisprudência é algo de caráter transitório.

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#319 Mensagem por Paisano » Qui Dez 11, 2008 3:55 pm

Mas como estamos no Brasil, essas "especificações" do Ministro Direito são mais do que bem vindas à redação final do Acórdão, elas são, na realidade, necessárias. :?




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#320 Mensagem por Sterrius » Qui Dez 11, 2008 6:57 pm

So que as areas indigenas tem legislação especifica Prick, não são abordadas pelo codigo civil.

Quanto ao resto vc esta correto. (Estuda direito? :P )

Eu considero as especificações do ministro direito bom senso. Todos sabem que essa reserva deve existir, creio que ninguem aqui discute (Apenas discute o tamanho da reserva, mas é outra historia). Mas era necessario ter uma forma de manter a area pros indios sem comprometer a integridade nacional, cidadades e os direitos basicos dos não indios que vivem na região.

Pode ainda nao ser a solução perfeita na visão de alguns. Mas com certeza ja foi uma evolução significativa pro caminho certo.




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#321 Mensagem por PRick » Qui Dez 11, 2008 8:33 pm

Sterrius escreveu:So que as areas indigenas tem legislação especifica Prick, não são abordadas pelo codigo civil.

Quanto ao resto vc esta correto. (Estuda direito? :P )

Eu considero as especificações do ministro direito bom senso. Todos sabem que essa reserva deve existir, creio que ninguem aqui discute (Apenas discute o tamanho da reserva, mas é outra historia). Mas era necessario ter uma forma de manter a area pros indios sem comprometer a integridade nacional, cidadades e os direitos basicos dos não indios que vivem na região.

Pode ainda nao ser a solução perfeita na visão de alguns. Mas com certeza ja foi uma evolução significativa pro caminho certo.

A legislação especifica tem que obedecer a CF e ao CC, o Instituto do Usufruto. Afinal, os Indios são considerados cidadãos brasileiros. E quando emancipados iguais em direitos e deveres. Boa parte do que o STF falou já está no CC nos artigos referentes aos Direitos Reais, afinal, nem mesmo o direito de propriedade é absoluto, mesmo sendo o que dá mais direitos. Sou advogado.

De fato a decisão do STF não mudou nada de importante, aceitaram a demarcação existente e de forma contínua, os fazendeiros terão que deixar a reserva, apenas aplicaram a legislação. Esses eram os pontos centrais da ação contra a demarcação da reserva.

Uma parte da decisão também perdeu o sentido depois do Decreto Presidencial recente, sobre a faixa de fronteira e os postos do EB.

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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#322 Mensagem por delmar » Qui Dez 11, 2008 9:48 pm

A legislação especifica tem que obedecer a CF e ao CC, o Instituto do Usufruto....
Porém não vem sendo obedecida. No estado de Roraima, como exemplo, os indios cobraram gordas indenizações para permitir a passagem da rede elétrica sobre suas terras (parece que ainda é pago um aluguel anual). Igual cobrança foi feita pelos indios em outros locais. A vale do Rio Doce está sendo chantageada para pagar um "pedágio" já que a ferrovia dos Carajás afetaria áreas pretensamente indígenas (além de garimpeiros e colonos sem terra). Há ainda a pretensão de cobrar uma taxa de utilização do solo pela passagem das rodovias pelas reservas, além do estabelecimento de horários de trânsito, como já acontece na rodovia Manaus - Boa Vista.
Ninguém pagou, ou ainda paga, isto voluntariamente. Se estivesse claro no código civil ou na constituição aquilo que as 18 condições estão colocando por certo as concessionárias de energia elétrica não pagariam. Assim é oportuna a indicação clara dos límites de autonomia das comunidades indígenas quanto ao usufruto da propriedade da união.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#323 Mensagem por Sterrius » Sex Dez 12, 2008 3:57 am

Velha teoria e pratica delmar.

Inventario e partilha o codigo jura de pé junto que dura apenas 6 meses.

Dependendo do inventario se vc levar 10 anos é porque ta com sorte. (E nem precisa ser um inventario complicado não). (So exemplificando como o codigo e a realidade divergem).




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#324 Mensagem por Brigadeiro » Sex Dez 12, 2008 10:04 am

Índios temem pelo futuro da Reserva Raposa Serra do Sol

Ministros do STF que já votaram decidiram que a continuidade da terra indígena deve ser mantida, mas que a União tem o poder de entrar para fazer obras de infra-estrutura e defender o território.


O julgamento do Supremo Tribunal Federal aumentou a apreensão dentro da Reserva Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima. Quem vive nas terras indígenas teme o futuro. A reportagem é de Cristina Serra.

Mais uma vez, a Fundação Nacional do Índio (Funai) tentou impedir a entrada da equipe do Jornal Nacional na Reserva Raposa Serra do Sol. Disse que os líderes indígenas não queriam a presença de jornalistas. Depois de muita insistência, conseguimos entrar.

Os 19 mil índios da reserva vivem em 130 aldeias e comunidades como a São Jorge, onde moram 125 pessoas. O líder da comunidade, Uxaua, na língua indígena, é o macuxi Dilmo de Lima. Ele não gostou do resultado provisório do julgamento no STF sobre a reserva.

Os oito ministros que já votaram decidiram que a terra indígena deve ser mantida de forma contínua, como querem os índios, mas que a união é soberana e tem o poder de entrar na área para, por exemplo, fazer obras de infra-estrutura e defender o território. “Para mim, foi pego de surpresa, mas a gente vai ver isso aí. Se for assim, não gostei não”, disse Dilmo.

No centro da disputa, estão as plantações – imensos campos espalhados dentro da Reserva Raposa Serra do Sol. As fazendas produzem o ano inteiro. Em uma delas, destilado, o arroz está recém implantado. Do outro lado, ele está pronto para ser colhido daqui a um mês.

As lavouras irrigadas e os rebanhos dão emprego a muita gente nas comunidades, inclusive índios. Na São Jorge, encontramos Audet, descendente de índios e brancos. Mãe de cinco filhos. O marido, pai e o irmão trabalham nas fazendas do líder dos arrozeiros, Paulo Cesar Quartieiro. “Vai ficar todo mundo desempregado. É o que vai acontecer”, ela afirma.

A índia macuxi Eunice, que tem sete filhos e o oitavo a caminho, acha que todos os que já vivem na reserva deveriam permanecer. “Branco, índio, negro, todo mundo. Melhor assim, do que o jeito que está. Sem brigas, sem nada”, revela a índia.
O que os índios querem? Fechar completamente a reserva? Parece que será decidido que a demarcação será contínua como eles querem, mas será que não é o suficiente?

Até mais!




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#325 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 12, 2008 10:07 am

Querem um país?




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#326 Mensagem por Brigadeiro » Sex Dez 12, 2008 10:19 am

É o que parece... [062] [062] [062]

Até mais!




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#327 Mensagem por Marino » Sex Dez 12, 2008 10:35 am

ONU comemora, mas pede qualidade de vida para índios

Jamil Chade



O relator da ONU para os direitos dos povos indígenas, o americano James Anaya, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a reserva Raposa Serra do Sol. Ele pediu, entretanto, que o julgamento sirva a partir de agora como uma "força para harmonizar a relação entre os povos indígenas e as autoridades". Em entrevista ao Estado, Anaya insiste que o governo precisa fazer "todo o esforço possível" para garantir uma melhor qualidade de vida para a população indígena no País.

"A decisão foi um passo na direção certa", afirmou Anaya, que no início do ano esteve no local e, em seu relatório enviado à Assembléia Geral da ONU, alertou que o Brasil precisava tomar medidas concretas para reconhecer os direitos dos indígenas. "Todo índio que eu encontrei em minha visita ao Brasil deixou claro que não se recusa a ser brasileiro. Pelo contrário. O que eles querem é ser brasileiros plenos, com serviços e atendimento. Mas querem que sua cultura e sua região sejam preservadas", completou.

Ativistas internacionais também comemoraram a decisão. Mas alertaram que o Estado terá de tomar medidas concretas para expulsar fazendeiros. "Essa é uma grande notícia para os povos indígenas", disse o diretor da Survival, Stephen Corry. A Survival é considerada a principal ONG européia de defesa dos interesses indígenas.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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#328 Mensagem por Quiron » Sex Dez 12, 2008 10:38 am

Em breve terão até embaixada em Brasília.




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#329 Mensagem por Marino » Sex Dez 12, 2008 10:41 am

Painel

Entre sem bater



Os militares não poderiam estar mais satisfeitos com as deliberações do Supremo sobre a reserva Raposa/Serra do Sol. Com ou sem arrozeiros ali, o fato é que "não existe mais condomínio fechado para índios", define um integrante da cúpula da Defesa. Ao endossarem o voto de Carlos Alberto Direito, os ministros enterraram as dúvidas jurídicas sobre a atuação das forças de segurança em reservas.

Foi particularmente festejada a crítica de Direito, secundada por Cezar Peluso, à Declaração da ONU sobre Povos Indígenas. No entender dos militares, o texto, aprovado no ano passado, abria caminho para a autonomia política de grupos étnicos.




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Re: A Batalha de Roraima. [Edit]

#330 Mensagem por PRick » Sex Dez 12, 2008 11:53 am

Brigadeiro escreveu:
Índios temem pelo futuro da Reserva Raposa Serra do Sol

Ministros do STF que já votaram decidiram que a continuidade da terra indígena deve ser mantida, mas que a União tem o poder de entrar para fazer obras de infra-estrutura e defender o território.


O julgamento do Supremo Tribunal Federal aumentou a apreensão dentro da Reserva Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima. Quem vive nas terras indígenas teme o futuro. A reportagem é de Cristina Serra.

Mais uma vez, a Fundação Nacional do Índio (Funai) tentou impedir a entrada da equipe do Jornal Nacional na Reserva Raposa Serra do Sol. Disse que os líderes indígenas não queriam a presença de jornalistas. Depois de muita insistência, conseguimos entrar.

Os 19 mil índios da reserva vivem em 130 aldeias e comunidades como a São Jorge, onde moram 125 pessoas. O líder da comunidade, Uxaua, na língua indígena, é o macuxi Dilmo de Lima. Ele não gostou do resultado provisório do julgamento no STF sobre a reserva.

Os oito ministros que já votaram decidiram que a terra indígena deve ser mantida de forma contínua, como querem os índios, mas que a união é soberana e tem o poder de entrar na área para, por exemplo, fazer obras de infra-estrutura e defender o território. “Para mim, foi pego de surpresa, mas a gente vai ver isso aí. Se for assim, não gostei não”, disse Dilmo.

No centro da disputa, estão as plantações – imensos campos espalhados dentro da Reserva Raposa Serra do Sol. As fazendas produzem o ano inteiro. Em uma delas, destilado, o arroz está recém implantado. Do outro lado, ele está pronto para ser colhido daqui a um mês.

As lavouras irrigadas e os rebanhos dão emprego a muita gente nas comunidades, inclusive índios. Na São Jorge, encontramos Audet, descendente de índios e brancos. Mãe de cinco filhos. O marido, pai e o irmão trabalham nas fazendas do líder dos arrozeiros, Paulo Cesar Quartieiro. “Vai ficar todo mundo desempregado. É o que vai acontecer”, ela afirma.

A índia macuxi Eunice, que tem sete filhos e o oitavo a caminho, acha que todos os que já vivem na reserva deveriam permanecer. “Branco, índio, negro, todo mundo. Melhor assim, do que o jeito que está. Sem brigas, sem nada”, revela a índia.
O que os índios querem? Fechar completamente a reserva? Parece que será decidido que a demarcação será contínua como eles querem, mas será que não é o suficiente?

Até mais!
Como a própria reportagem fala, os índios ouvidos tinham várias opiniões divergentes, alguns são contra até a reserva. Agora, a situação estranha é que fazendeiros ocupem terras de propriedade da União Federal gravadas com Usufruto para as comunidades indígenas, e que eles sejam empregados dos fazendeiros, quando na verdade deveriam ser os USUFRUTUÁRIOS das terras, quer dizer são os que legalmente tem o direito a explorar a mesma. Esta era a questão principal. E que foi o motivo do conflito. É claro, vários atores políticos nacionais e internacionais exploraram tal conflito para seus interesses próprios.

Se as leis fossem cumpridas em sua totalidade, o Código Penal não teria sentido. :wink:

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