Imagens aéreas incríveis!
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Foi um Su-27 Ucraniano que caiu em uma apresentação aérea em 2002, matando quase 80 pessoas, e ferindo outras 115.GERSON VICTORIO escreveu:
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Sobre o desastre desse Su-27 eu sei da história Glauber. Gostaria era de saber sobre aquele resgate cinematográfico feito pelo heli americano
- Bolovo
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Mais normal do que você imagina.Poti Camarão escreveu:Sobre o desastre desse Su-27 eu sei da história Glauber. Gostaria era de saber sobre aquele resgate cinematográfico feito pelo heli americano
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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- Poti Camarão
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Ao decolar da Base Aérea de Soluch, na Líbia, norte da África em 4 de abril de 1943, o B-24D Liberator apelidado de “Lady be Good” (s/n 41-24301) partiu para uma missão rotineira de ataque ao movimentado porto de Nápoles, na Itália.
Com nove jovens tripulantes à bordo e após algumas horas de vôo, o bombardeiro foi instruído a voltar à sua base. A visibilidade sobre Nápoles impedia a realização da missão. No regresso, o “Lady be Good” perdeu o rumo de Soluch e caiu no deserto do Saara, no sul da Líbia, por falta de combustível e após várias horas de vôo sem encontrar a base. O avião ficou desaparecido por vários anos e as autoridades norte-americanas acreditavam que o B-24D tivesse caído no Mar Mediterrâneo.
Em 1959, os destroços do “Lady be Good” foram encontrados em pleno deserto, incrivelmente preservados pelo ambiente árido. Os corpos de oito tripulantes foram descobertos a vários quilômetros do local da queda. O nono tripulante nunca foi encontrado.
- Poti Camarão
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Re: Imagens aéreas incríveis!
E muito triste. Li a história completa, depois de investigações e estudos posteriores sobre o que aconteceu com os tripulantes. Terrível a morte deles.Skyway escreveu:Conheco essa história, muito interessante.
- Brigadeiro
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Re: Imagens aéreas incríveis!
O que aconteceu com eles?
Até mais!
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Thiago
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"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Com certeza, se não me engano encontraram até um diário com um breve relato de um deles sobre os dias e noites no deserto a procura de ajuda.
AD ASTRA PER ASPERA
- Bourne
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Eles devem ter morrido por desidratação.
Ou seja, sofreram da regra dos três, em que o limite do corpo humano são 3 minutos sem oxigênico, 3 dias sem beber água e 3 meses sem se alimentar. É isso ou algo nesse sentido, aprendi no C.S.I
Ou seja, sofreram da regra dos três, em que o limite do corpo humano são 3 minutos sem oxigênico, 3 dias sem beber água e 3 meses sem se alimentar. É isso ou algo nesse sentido, aprendi no C.S.I
- Poti Camarão
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Re: Imagens aéreas incríveis!
O TRÁGICO VÔO DO LADY BE GOOD
Ela era apenas um outro B-24, um dos milhares de “Liberators” que saíram das linhas de produção durante a II Guerra Mundial. Seu número era 41-24301 e ela foi destacada para o 514º Esquadrão do 376º Grupo de Bombardeiros. Essas poucas estatísticas, contudo, desvirtuam a história daquele que provavelmente foi o mais famoso B-24 da II Guerra Mundial.
Mas a razão de sua fama não foram feitos fantásticos em combate aéreo. Na verdade esse avião novo em folha voou apenas uma missão – uma missão da qual jamais retornou. É possível. É possível que agora o leitor já tenha adivinhado que se trata da malfadada Lady Be Good.
Desde que o avião foi descoberto no deserto da Líbia, em 1959, milhares de palavras foram escritas a seu respeito e das prováveis razões de seu desaparecimento. Um dos programas da velha série de televisão, Teatro Círculo Armstrong, foi dedicado à infeliz Lady. Uma revisão final da documentação resultante trouxe à luz alguns fatos interessantes e inexplicados a respeito do acidente. Por outro lado, descobriu-se que algumas das informações referentes ao incidente não eram verdadeiras enquanto outras permanecem as mesmas e, em muitos casos, sem explicações.
A maioria dos fatos são bem conhecidos. A missão solitária da Lady, designada Missão 109, começou numa pista improvisada chamada Soluch, perto de Bengazi, na Líbia. O objetivo da missão dos 26 B-24 era atacar as instalações portuárias de Nápoles. Como acontecia com muitas operações dos B-24 da África do Norte, a areia áspera entrava em tudo que se movia e causava grandes problemas de manutenção. A Lady foi provavelmente uma vítima da areia, quando, na decolagem, seus motores absorveram uma boa parte da areia do deserto. Parece também muito provável que esse tenha sido um dos fatores que contribuíram para os problemas que seus motores começaram a enfrentar logo no início do vôo, em 4 de abril de 1943. Apenas 11 dos aviões da Missão 109 conseguiram chegar a Nápoles. Um abortou na decolagem e os outros 14 fizeram meia volta e ou retornaram a Soluch ou pousaram numa pista inglesa em Malta. Dos 14, somente a Lady não apareceu. Sabe-se que ela tentou voltar a uns 30 minutos antes de chegar ao alvo. Nessa ocasião o grande mistério começa.
Depois do retorno de todos os aviões da Missão 109, havia ainda esperança de que a Lady iria aparecer. Nessas alturas, seu piloto, o Tenente Willian Hatton, deveria ter percebido que estava fora do curso. Finalmente, ele quebrou o silêncio de rádio e entrou em contato com a torre de controle em Benina, estação de controle principal na área de Bengazi. Hatton calculou provavelmente que ele já deveria ter visto a costa africana e queria uma determinação de sua posição. A torre deu-lhe um rumo 330º norte quarta nor-noroeste.
O goniômetro de Benina, infelizmente, era do tipo que podia registrar os sinais da Lady de 330 graus e da posição recíproca, 150 graus. A determinação correta de 150 graus nunca foi considerada pela torre, uma vez que Hatton pensou (erroneamente) que ainda estava sobrevoando o mar. ( A noite é extremamente difícil destingüir entre o mar e o deserto ).
A Lady Be Good já estava sobre o deserto voando sul quarta sul-sudeste a 150 graus quando o piloto entrou em contato com a torre. A Lady não estava no rumo de volta mas exatamente a 180 graus afastada.
Quando a Lady decolou para sua missão, o vento soprava no deserto. Nesse ínterim, contudo, o vento mudara para a direção oposta e um forte vento de cauda fora confundido por vento de proa. Compreende-se, portanto, por que a tripulação não se preocupou muito com a demora em voltar para Soluch. A ironia disse é que diversas pessoas em terra ouviram o zumbido de seus motores quando voava para o sul, na direção de seu fim. Houve a informação de que uma missão de busca aérea a naval foi iniciada seguindo o mesmo curso de 330 graus que se tinha dado à Lady.
Visto que ouviu-se a Lady voando na direção sul, por que essa busca não se estendeu para o sul bem como para o norte? O fato de que a tripulação era inexperiente deveria ter resultado numa tentativa de salvamento em direções outras do que a de 330 graus. Se se tivesse feito isso, provavelmente poder-se-ia ter evitado a perda desnecessária de uma jovem tripulação.
A medida que a Lady continuava seu vôo, o combustível se esgotava, fazendo com que os motores provavelmente deixassem de funcionar um de cada vez. Quando apenas uma das hélices continuava a virar, a tripulação saltou de pára-quedas. No local do impacto, três das hélices da Lady estavam entortadas para trás, indicação de que elas estavam paradas quando finalmente a Lady deu uma barrigada no deserto. O quarto motor desprendeu-se, ainda girando em funcionamento, devido a umas poucas gotas de petróleo, e sulcou um caminho por mais uns 50 metros no cascalho solto e na areia.
Recentemente, outra pequena evidência foi adicionada ao mistério. A “McDonnell Douglas Corporation” recebeu de empréstimo um dos motores da Lady, para ser analisado. Depois de examinado o motor, os técnicos da “McDonnel Douglas” descobriram um buraco causado por artilharia anti-aérea, provavelmente por uma bala de canhão de 20-mm na tampa do bloco do motor. Essa evidência sugere que a Lady talvez tenha chegado a área do alvo e tenha enfrentado fogo inimigo. Na verdade, esse motor pode ter embandeirado uma vez danificado.
De acordo com a experiência dos pilotos de B-24, a Lady, com apenas o motor Nº 4 funcionando, teria caído num movimento circular para a esquerda. O raio da volta deveria ter sido entre 5 e 10 milhas. Uma análise do local do desastre demonstrou que a Lady chocou-se no cascalho em vôo quase equilibrado e derrapou cerca de 700 metros de leste a oeste, girando no sentido dos ponteiros do relógio. Ela parou com o nariz apontando para o sudeste. As pontas de suas asas não tinham marcas, o que parece indicar que ela permaneceu razoavelmente equilibrada durante sua derrapagem fatal. No fim da derrapagem, as pressões trituradoras foram excessivas e “quebrou suas costas” bem atrás da base principal das asas. Destroços, inclusive partes da porta-bombas, pedaços de tubos e seções da tampa do motor, marcaram o caminho da Lady do ponto de impacto inicial até o lugar de seu descanso final.
O fato de três motores terem embandeirado, foi comprovado quando se examinou as posições de controle do motor. Os controles da mistura, os interruptores do gerador e a alavanca dos estranguladores dos motores 1, 2 e 3 estavam todos em “off”.
Além disso, os controles das hélices desses três motores estavam na posição de “embandeirado”. No entanto, todos os interruptores de controle, gerador, hélice e alavanca do estrangulador do motor número 4 estavam em “posição total”.
Os flapes das asas não estavam estendidos e o trem de aterragem não tinha sido baixado para um pouso controlado pelo piloto. O relatório de manutenção, Formulário 41-B, indica que cada motor tinha apenas 148 horas de funcionamento. O diário de bordo também indicava que a Lady tinha previamente voado apenas alguns vôos de teste e que a fatídica Missão 109 foi sua primeira missão de combate.
Em retrospecto, teria a tripulação da Lady sobrevivido caso tivessem ficado no avião? Provavelmente teria. E, provavelmente, com seu rádio, poderiam ter sido salvos. No mínimo com suas provisões e água disponíveis a bordo, teriam sobrevivido por tempo considerável.
Toda a munição de calibre-50 estava intacta em cada posição de metralhadora com a exceção de uns poucos tiros dados provavelmente para verificar o funcionamento das armas, durante o vôo. De acordo com o Relatório Oficial de Investigação da Força Aérea, não havia vasilhas de água a bordo, como informaram alguns. Uma garrafa térmica quase cheia de café foi encontrada no chão da área do engenheiro de vôo. Um grupo inglês que esteve antes no local tinha removido o sextante, o visor de bombardeio e o cronômetro.
A tripulação, ao sair do avião, usou os pára-quedas e os salva-vidas ”Mãe West”. A tripulação, composta de nove homens saltara de pára-quedas, pensando sem dúvida que estavam sobrevoando o Mediterrâneo, mas o mar estava a cerca de 400 milhas ao norte. Conjetura-se que talvez tenha havido alguma animosidade contra o navegador que, pelo menos parcialmente, era responsável pela situação em que se encontravam. A folha de navegação W6, praticamente em branco na parte referente à volta da missão, certamente o acusa.
Nada nessa folha reflete os padrões que eram usados naquela época. Tudo o que a tripulação sabia era que eles tinham caído em algum lugar do deserto; do contrário, não tinham a mínima idéia onde. Que sensação desesperadora isso deve ter sido!
O grupo de busca inicial da Força Aérea que saiu da Base Aérea de Wheelus, em Trípoli, não estava equipado para operações de busca completas e não conseguiu encontrar qualquer vestígio da tripulação. Decidiu-se mais tarde, que seria feita uma operação para encontrar a tripulação e encerrar o caso da Lady.
Mas a tarefa que esse grupo enfrentava era terrível-simplesmente, não havia meios de saber onde a tripulação saltara.
No entanto, houve a suposição que a tripulação provavelmente saltara de pára-quedas quando apenas um motor estava funcionando e, portanto, provavelmente tinham caído a umas 8 ou 10 milhas do local do desastre. Evidentemente eles não conseguiram encontrar o bombardeiro e mesmo que tivessem tentado faze-lo, dificilmente o teriam encontrado. É interessante imaginar se esta possibilidade lhes teria passado pela cabeça. Mas a teoria do grupo de busca, e uma correta, foi que a tripulação deve ter-se dirigido para o norte, para a direção do mar, do qual eles calcularam estar bem próximos. O pessoal médico do grupo de busca raciocinou que seria impossível sobreviver mais de dois dias mesmo com água. Os peritos deram aos membros da tripulação, cada um com uma cantina, uma chance de terem caminhado no máximo umas 25 a 30 milhas. Mas eles esqueceram de um fator importante: o desejo de sobreviver.
E seria esse desejo que impeliria os homens a continuarem seus esforços sobre-humanos na esperança de que o mar estaria logo além da duna seguinte.
Caminhando para o norte do local do desastre, o grupo de salvamento descobriu a primeira pista a cerca de 19 milhas dali: um par de botas apontando para o norte. A busca concentrou-se, então, ao redor daquela área. Pouco mais adiante, os rastros das rodas de cinco veículos grandes e pesados foram encontrados. Acreditou-se que os rastros fossem muito antigos, precedendo o período em que a Lady caiu.
Portanto, o grupo especulou que se os rastros tivessem sido encontrado pela tripulação, isso deveria ter representado um grande raio de esperança para os já desanimados aviadores – e eles deveriam provavelmente tê-los seguido.
A partir do momento em que o grupo de busca começou a seguir os rastros, não demorou para que visse confirmadas suas suposições: mais equipamento de vôo foi encontrado.
Um pára-quedas tinha sido dobrado na forma de seta, apontando para o norte, na direção dos rastros dos 5 veículos. Pedras tinham sido colocadas em suas extremidades e mesmo depois de 16 anos passados, a seta ainda estava bastante visível. Ainda mais adiante outras setas com pára-quedas foram encontradas. Logo ao norte do último pára-quedas, o grupo atingiu o mar de areias movediças bem conhecidas como já tendo enterrado cidades. Dando-se conta quanto desencorajadora deveria ter sido essa visão para a tripulação da Lady, o grupo de busca achou que o último capítulo se encerraria brevemente.
No entanto, depois de um esforço extensivo o grupo abandonou a tarefa e o mistério do “bombardeiro fantasma” continuou.
O último relatório da investigação declara que “os membros da tripulação pereceram nas dunas de areia e foram cobertos por ela”.
Assim o caso da Lady Be Good foi encerrado. Mas a busca de petróleo no deserto ainda continuava e, uns quatro meses mais tarde, em fevereiro de 1960, os restos mortais de cinco corpos foram descobertos num platô no mar de areia. A Força Aérea rapidamente identificou-os como cinco dos nove tripulantes. A área estava cheia de cantinas, um salva-vidas “Mãe West” e o diário do Segundo –Tenente Robert Tower, o co-piloto, que relatou os últimos nove dias de calor e sofrimento. Não demorou para que os restos mortais de outros três corpos fossem descobertos. Somente o Sargento Vernon Moore nunca foi encontrado; ele ainda jaz no deserto que clamara sua Lady.
É consenso geral que as circunstâncias que levaram a Lady Be Good ao seu encontro com a morte no deserto tenham sido um conjunto fatídico de erros e de circunstâncias, em um trilhão de casos. Infelizmente, a tripulação inexperiente da Lady Be Good foi vítima desse conjunto de circunstâncias em sua primeira missão.
Muitas pessoas sugeriram trazer a Lady de volta e exibi-la no Smithsonian ou no Museu da Força Aérea. Mas isso nunca acontecerá. Ela tornou-se uma parte intrínseca do deserto e lá permanecerá. Depois da pilhagem a que foi submetido por bandos de colecionadores de souvenires, algum dos quais chegaram a usar machados, o avião é uma casca e há muito deixou de estar em condições de ser exibido.
Ela era apenas um outro B-24, um dos milhares de “Liberators” que saíram das linhas de produção durante a II Guerra Mundial. Seu número era 41-24301 e ela foi destacada para o 514º Esquadrão do 376º Grupo de Bombardeiros. Essas poucas estatísticas, contudo, desvirtuam a história daquele que provavelmente foi o mais famoso B-24 da II Guerra Mundial.
Mas a razão de sua fama não foram feitos fantásticos em combate aéreo. Na verdade esse avião novo em folha voou apenas uma missão – uma missão da qual jamais retornou. É possível. É possível que agora o leitor já tenha adivinhado que se trata da malfadada Lady Be Good.
Desde que o avião foi descoberto no deserto da Líbia, em 1959, milhares de palavras foram escritas a seu respeito e das prováveis razões de seu desaparecimento. Um dos programas da velha série de televisão, Teatro Círculo Armstrong, foi dedicado à infeliz Lady. Uma revisão final da documentação resultante trouxe à luz alguns fatos interessantes e inexplicados a respeito do acidente. Por outro lado, descobriu-se que algumas das informações referentes ao incidente não eram verdadeiras enquanto outras permanecem as mesmas e, em muitos casos, sem explicações.
A maioria dos fatos são bem conhecidos. A missão solitária da Lady, designada Missão 109, começou numa pista improvisada chamada Soluch, perto de Bengazi, na Líbia. O objetivo da missão dos 26 B-24 era atacar as instalações portuárias de Nápoles. Como acontecia com muitas operações dos B-24 da África do Norte, a areia áspera entrava em tudo que se movia e causava grandes problemas de manutenção. A Lady foi provavelmente uma vítima da areia, quando, na decolagem, seus motores absorveram uma boa parte da areia do deserto. Parece também muito provável que esse tenha sido um dos fatores que contribuíram para os problemas que seus motores começaram a enfrentar logo no início do vôo, em 4 de abril de 1943. Apenas 11 dos aviões da Missão 109 conseguiram chegar a Nápoles. Um abortou na decolagem e os outros 14 fizeram meia volta e ou retornaram a Soluch ou pousaram numa pista inglesa em Malta. Dos 14, somente a Lady não apareceu. Sabe-se que ela tentou voltar a uns 30 minutos antes de chegar ao alvo. Nessa ocasião o grande mistério começa.
Depois do retorno de todos os aviões da Missão 109, havia ainda esperança de que a Lady iria aparecer. Nessas alturas, seu piloto, o Tenente Willian Hatton, deveria ter percebido que estava fora do curso. Finalmente, ele quebrou o silêncio de rádio e entrou em contato com a torre de controle em Benina, estação de controle principal na área de Bengazi. Hatton calculou provavelmente que ele já deveria ter visto a costa africana e queria uma determinação de sua posição. A torre deu-lhe um rumo 330º norte quarta nor-noroeste.
O goniômetro de Benina, infelizmente, era do tipo que podia registrar os sinais da Lady de 330 graus e da posição recíproca, 150 graus. A determinação correta de 150 graus nunca foi considerada pela torre, uma vez que Hatton pensou (erroneamente) que ainda estava sobrevoando o mar. ( A noite é extremamente difícil destingüir entre o mar e o deserto ).
A Lady Be Good já estava sobre o deserto voando sul quarta sul-sudeste a 150 graus quando o piloto entrou em contato com a torre. A Lady não estava no rumo de volta mas exatamente a 180 graus afastada.
Quando a Lady decolou para sua missão, o vento soprava no deserto. Nesse ínterim, contudo, o vento mudara para a direção oposta e um forte vento de cauda fora confundido por vento de proa. Compreende-se, portanto, por que a tripulação não se preocupou muito com a demora em voltar para Soluch. A ironia disse é que diversas pessoas em terra ouviram o zumbido de seus motores quando voava para o sul, na direção de seu fim. Houve a informação de que uma missão de busca aérea a naval foi iniciada seguindo o mesmo curso de 330 graus que se tinha dado à Lady.
Visto que ouviu-se a Lady voando na direção sul, por que essa busca não se estendeu para o sul bem como para o norte? O fato de que a tripulação era inexperiente deveria ter resultado numa tentativa de salvamento em direções outras do que a de 330 graus. Se se tivesse feito isso, provavelmente poder-se-ia ter evitado a perda desnecessária de uma jovem tripulação.
A medida que a Lady continuava seu vôo, o combustível se esgotava, fazendo com que os motores provavelmente deixassem de funcionar um de cada vez. Quando apenas uma das hélices continuava a virar, a tripulação saltou de pára-quedas. No local do impacto, três das hélices da Lady estavam entortadas para trás, indicação de que elas estavam paradas quando finalmente a Lady deu uma barrigada no deserto. O quarto motor desprendeu-se, ainda girando em funcionamento, devido a umas poucas gotas de petróleo, e sulcou um caminho por mais uns 50 metros no cascalho solto e na areia.
Recentemente, outra pequena evidência foi adicionada ao mistério. A “McDonnell Douglas Corporation” recebeu de empréstimo um dos motores da Lady, para ser analisado. Depois de examinado o motor, os técnicos da “McDonnel Douglas” descobriram um buraco causado por artilharia anti-aérea, provavelmente por uma bala de canhão de 20-mm na tampa do bloco do motor. Essa evidência sugere que a Lady talvez tenha chegado a área do alvo e tenha enfrentado fogo inimigo. Na verdade, esse motor pode ter embandeirado uma vez danificado.
De acordo com a experiência dos pilotos de B-24, a Lady, com apenas o motor Nº 4 funcionando, teria caído num movimento circular para a esquerda. O raio da volta deveria ter sido entre 5 e 10 milhas. Uma análise do local do desastre demonstrou que a Lady chocou-se no cascalho em vôo quase equilibrado e derrapou cerca de 700 metros de leste a oeste, girando no sentido dos ponteiros do relógio. Ela parou com o nariz apontando para o sudeste. As pontas de suas asas não tinham marcas, o que parece indicar que ela permaneceu razoavelmente equilibrada durante sua derrapagem fatal. No fim da derrapagem, as pressões trituradoras foram excessivas e “quebrou suas costas” bem atrás da base principal das asas. Destroços, inclusive partes da porta-bombas, pedaços de tubos e seções da tampa do motor, marcaram o caminho da Lady do ponto de impacto inicial até o lugar de seu descanso final.
O fato de três motores terem embandeirado, foi comprovado quando se examinou as posições de controle do motor. Os controles da mistura, os interruptores do gerador e a alavanca dos estranguladores dos motores 1, 2 e 3 estavam todos em “off”.
Além disso, os controles das hélices desses três motores estavam na posição de “embandeirado”. No entanto, todos os interruptores de controle, gerador, hélice e alavanca do estrangulador do motor número 4 estavam em “posição total”.
Os flapes das asas não estavam estendidos e o trem de aterragem não tinha sido baixado para um pouso controlado pelo piloto. O relatório de manutenção, Formulário 41-B, indica que cada motor tinha apenas 148 horas de funcionamento. O diário de bordo também indicava que a Lady tinha previamente voado apenas alguns vôos de teste e que a fatídica Missão 109 foi sua primeira missão de combate.
Em retrospecto, teria a tripulação da Lady sobrevivido caso tivessem ficado no avião? Provavelmente teria. E, provavelmente, com seu rádio, poderiam ter sido salvos. No mínimo com suas provisões e água disponíveis a bordo, teriam sobrevivido por tempo considerável.
Toda a munição de calibre-50 estava intacta em cada posição de metralhadora com a exceção de uns poucos tiros dados provavelmente para verificar o funcionamento das armas, durante o vôo. De acordo com o Relatório Oficial de Investigação da Força Aérea, não havia vasilhas de água a bordo, como informaram alguns. Uma garrafa térmica quase cheia de café foi encontrada no chão da área do engenheiro de vôo. Um grupo inglês que esteve antes no local tinha removido o sextante, o visor de bombardeio e o cronômetro.
A tripulação, ao sair do avião, usou os pára-quedas e os salva-vidas ”Mãe West”. A tripulação, composta de nove homens saltara de pára-quedas, pensando sem dúvida que estavam sobrevoando o Mediterrâneo, mas o mar estava a cerca de 400 milhas ao norte. Conjetura-se que talvez tenha havido alguma animosidade contra o navegador que, pelo menos parcialmente, era responsável pela situação em que se encontravam. A folha de navegação W6, praticamente em branco na parte referente à volta da missão, certamente o acusa.
Nada nessa folha reflete os padrões que eram usados naquela época. Tudo o que a tripulação sabia era que eles tinham caído em algum lugar do deserto; do contrário, não tinham a mínima idéia onde. Que sensação desesperadora isso deve ter sido!
O grupo de busca inicial da Força Aérea que saiu da Base Aérea de Wheelus, em Trípoli, não estava equipado para operações de busca completas e não conseguiu encontrar qualquer vestígio da tripulação. Decidiu-se mais tarde, que seria feita uma operação para encontrar a tripulação e encerrar o caso da Lady.
Mas a tarefa que esse grupo enfrentava era terrível-simplesmente, não havia meios de saber onde a tripulação saltara.
No entanto, houve a suposição que a tripulação provavelmente saltara de pára-quedas quando apenas um motor estava funcionando e, portanto, provavelmente tinham caído a umas 8 ou 10 milhas do local do desastre. Evidentemente eles não conseguiram encontrar o bombardeiro e mesmo que tivessem tentado faze-lo, dificilmente o teriam encontrado. É interessante imaginar se esta possibilidade lhes teria passado pela cabeça. Mas a teoria do grupo de busca, e uma correta, foi que a tripulação deve ter-se dirigido para o norte, para a direção do mar, do qual eles calcularam estar bem próximos. O pessoal médico do grupo de busca raciocinou que seria impossível sobreviver mais de dois dias mesmo com água. Os peritos deram aos membros da tripulação, cada um com uma cantina, uma chance de terem caminhado no máximo umas 25 a 30 milhas. Mas eles esqueceram de um fator importante: o desejo de sobreviver.
E seria esse desejo que impeliria os homens a continuarem seus esforços sobre-humanos na esperança de que o mar estaria logo além da duna seguinte.
Caminhando para o norte do local do desastre, o grupo de salvamento descobriu a primeira pista a cerca de 19 milhas dali: um par de botas apontando para o norte. A busca concentrou-se, então, ao redor daquela área. Pouco mais adiante, os rastros das rodas de cinco veículos grandes e pesados foram encontrados. Acreditou-se que os rastros fossem muito antigos, precedendo o período em que a Lady caiu.
Portanto, o grupo especulou que se os rastros tivessem sido encontrado pela tripulação, isso deveria ter representado um grande raio de esperança para os já desanimados aviadores – e eles deveriam provavelmente tê-los seguido.
A partir do momento em que o grupo de busca começou a seguir os rastros, não demorou para que visse confirmadas suas suposições: mais equipamento de vôo foi encontrado.
Um pára-quedas tinha sido dobrado na forma de seta, apontando para o norte, na direção dos rastros dos 5 veículos. Pedras tinham sido colocadas em suas extremidades e mesmo depois de 16 anos passados, a seta ainda estava bastante visível. Ainda mais adiante outras setas com pára-quedas foram encontradas. Logo ao norte do último pára-quedas, o grupo atingiu o mar de areias movediças bem conhecidas como já tendo enterrado cidades. Dando-se conta quanto desencorajadora deveria ter sido essa visão para a tripulação da Lady, o grupo de busca achou que o último capítulo se encerraria brevemente.
No entanto, depois de um esforço extensivo o grupo abandonou a tarefa e o mistério do “bombardeiro fantasma” continuou.
O último relatório da investigação declara que “os membros da tripulação pereceram nas dunas de areia e foram cobertos por ela”.
Assim o caso da Lady Be Good foi encerrado. Mas a busca de petróleo no deserto ainda continuava e, uns quatro meses mais tarde, em fevereiro de 1960, os restos mortais de cinco corpos foram descobertos num platô no mar de areia. A Força Aérea rapidamente identificou-os como cinco dos nove tripulantes. A área estava cheia de cantinas, um salva-vidas “Mãe West” e o diário do Segundo –Tenente Robert Tower, o co-piloto, que relatou os últimos nove dias de calor e sofrimento. Não demorou para que os restos mortais de outros três corpos fossem descobertos. Somente o Sargento Vernon Moore nunca foi encontrado; ele ainda jaz no deserto que clamara sua Lady.
É consenso geral que as circunstâncias que levaram a Lady Be Good ao seu encontro com a morte no deserto tenham sido um conjunto fatídico de erros e de circunstâncias, em um trilhão de casos. Infelizmente, a tripulação inexperiente da Lady Be Good foi vítima desse conjunto de circunstâncias em sua primeira missão.
Muitas pessoas sugeriram trazer a Lady de volta e exibi-la no Smithsonian ou no Museu da Força Aérea. Mas isso nunca acontecerá. Ela tornou-se uma parte intrínseca do deserto e lá permanecerá. Depois da pilhagem a que foi submetido por bandos de colecionadores de souvenires, algum dos quais chegaram a usar machados, o avião é uma casca e há muito deixou de estar em condições de ser exibido.
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Infelizmente isso era fácil de acontecer nessa época: o reconhecimento meteorológico não tinha os recursos de hoje e as próprias exigencias da guerra não esperavam. Logo, as navegações, o planejamento, dependia muito do acompanhamento constante do navegador. Quando tinha uma broadcasting e um radiogoniometro(antecessor do ADF), ajudava. Mas, basicamente, era proa e tempo.
Mas, á noite, povo inexperiente, vento não conhecido...
O cara passava do objetivo e nem sabia...
Aqui, na A.do Sul, um acidente com um aviador famoso da América, ou Inglaterra, aconteceu nos Andes, entre a Argentina e o Chile nas mesmas circunstancias. Ele pegou forte vento de proa, não sabia. Estava IFR. Na hora estimada, iniciou a descida. Bateu numa montanha... acharam os destroços 30, 40 anos após...
Mas, á noite, povo inexperiente, vento não conhecido...
O cara passava do objetivo e nem sabia...
Aqui, na A.do Sul, um acidente com um aviador famoso da América, ou Inglaterra, aconteceu nos Andes, entre a Argentina e o Chile nas mesmas circunstancias. Ele pegou forte vento de proa, não sabia. Estava IFR. Na hora estimada, iniciou a descida. Bateu numa montanha... acharam os destroços 30, 40 anos após...
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Era um Lancastrian da British South America Airways (Lancastrian MK-III G-AGWH, Stardust). A aeronave bateu nos Andes próximo à fronteira da Argentina com o Chile em 1947 e foram encontrados lá pelo ano 2000. Inclusive acharam vários corpos bem conservados pela baixa temperatura.
Fotos de um dos motores Merlin:
Pneu
O que sobrou do 'Stardust'
Até mais!
PS.: Valeu Poti pelo relato do Lady be Good!!! Triste história desse pessoal...
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Thiago
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"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
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Re: Imagens aéreas incríveis!
Esse tópico tá indo muito além das imagens incríveis! Legal que também estamos entrando nos relatos históricos. A idéia é essa: postar as fotos com os detalhes delas. E quando elas vêm acompanhada de relatos históricos... show de bola!
Parabéns a todos!
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