Acidente em submarino nuclear russo deixa 20 mortos e 22 feridos
MOSCOU, 9 de novembro (RIA Novosti) - Um acidente a bordo do submarino nuclear russo Nerpa, da classe “Akula II” (foto), no Oceano Pacífico, matou 20 e feriu outras 22 pessoas, afirmou um porta-voz da comissão de inquérito da Rússia, nesse domingo.
O acidente ocorreu durante a tarde de sábado nos testes de mar do submarino, como resultado da ativação não-intencional do sistema de extinção de incêndios. O incidente é o pior para a Marinha de Guerra Russa, desde o naufrágio do submarino Kursk, em 2000, quando todos os 118 marinheiros morreram.
“De acordo com informações preliminares, o incidente matou 20 pessoas - 6 marinheiros e 14 civis que estavam a bordo do submarino, enquanto 22 pessoas receberam ferimentos de gravidade diferentes”, disse Vladimir Markin.
O capitão Igor Dygalo, assessor para o Comandante da Marinha Russa, disse no domingo que 208 pessoas, das quais 81 eram pessoal do submarino, no momento do incidente. Ele afirmou que o reator não tinha sido afetado e que os níveis de radiação eram normais.
Todos os feridos foram evacuados para o navio Almirante Tributs e posteriormente levados para hospitais em Vladivostok.
Enquanto isso, o submarino chegou às 10:30am de Moscou (7:30 GMT), numa base temporária na Região de Primorye, segundo Dygalo.
Uma fonte de alta patente da Frota do Pacífico disse que o acidente ocorreu na proa do submarino e confirmou que não havia danos ao reator.
A construção do submarino nuclear de ataque da classe “Akula II” Nerpa, começou em 1991 mas foi suspensa por mais de uma década, devido à falta de financiamento. A classe “Akula II” de submarinos é considerada a espinha dorsal da força de submarinos da Rússia, por terem níveis de ruído baixíssimos e alto poder de fogo. O Nerpa tinha começado os testes de mar em 27 de outubro.
Investigadores russos suspeitam que o gás Freon deve ser a causa da morte dos tripulantes a bordo do submarino.
Procuradoria abre causa penal após acidente com submarino na Rússia
Moscou, 9 nov (EFE, via UOL Notícias).- A Procuradoria russa abriu hoje uma causa penal por violação das regras de condução e exploração de navios de guerra, derivado em resultado de morte por imprudência, após o acidente no sábado com um submarino nuclear testes, no qual 20 pessoas morreram.
“Foi criada uma brigada de investigação, que está realizando as pesquisas”, disse Vladimir Markin, porta-voz oficial do Comitê de Instrução da Procuradoria, citado pelas agências russas.
O acidente com o submarino nuclear da Frota do Pacífico russa aconteceu durante testes marítimos em águas russas do Mar do Japão e causou a morte de seis soldados e de 14 trabalhadores de estaleiros, além de ter deixado 22 feridos.
Segundo um especialista militar, é provável que o acidente, provocado por uma emissão de CFC (cloro-flúor-carbono) após a ativação não autorizada do sistema antiincêndio do submarino, tenha sido causado pelo cumprimento incorreto do plano de trabalho por parte dos estaleiros, encarregados de realizar os testes.
O submarino recebeu imediatamente a ordem de suspender os testes e voltar à base provisória na região russa de Primorie, enquanto os feridos foram levado a bordo de outra embarcação para o hospital da Frota do Pacífico em Vladivostok, no extremo leste do país.
“Declaro sob minha responsabilidade que os reatores do submarino funcionam com normalidade e que os níveis de radiação correspondem à norma”, ressaltou o porta-voz da Marinha russa, o capitão de navio Igor Digalo, após o acidente.
O porta-voz disse que, no momento do acidente, havia 208 pessoas a bordo, das quais 81 eram militares.
Afirmou que o submarino se encontrava em fase de testes e que sua incorporação à Frota do Pacífico estava prevista para o final deste ano.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, que foi informado imediatamente, ordenou que o ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, o mantivesse a par da situação e encomendou ao procurador-geral, Yuri Chaika, uma investigação exaustiva do ocorrido.