lobo_guara escreveu:
Não daria para dar uma incrementada na defesa anti-aérea com a instalação de mais uns 2 ou 4 canhões de 40 mm (Bofors L/60) retirados das Niterói, ou isso não significaria muita coisa em termos de custo-benefício para o São Paulo?
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Não significaria quase nada. Sobre AA para o SP, vamos ter que ter paciência e aguardar sair algum $$$ para a MB.
Marino,
Infelizmente sempre a questâo da falta de dinheiro acaba por nos trazer a realidade. Agora uma observação. Independente da questão financeira, mas sobretudo talvez por uma questão cultural e mesmo pelo fato de nunca havermos sofrido um ataque aéreo, as FFAA brasileiras não costumam priorizar a defesa anti-aérea. No EB a quem é atibuída a defesa anti-aérea dos pontos vitais do país é aquela lástima que todos nos sabemos, se quer tem condições de garantir a defesa das suas tropas. A FAB possui apenas uma companhia, ou seja, quase nenhuma capacidade para a defesa das suas bases aéreas, e mesmo na MB, que na minha opinião possui os melhores meios tanto a disposição dos fuzileiros como nos seus navios (muito embora ainda muito aquem das suas necessidades) na hora de cortar, acaba indo direto nos meios anti-aéreos (a exemplo das corvetas Inhaúma e Barroso, ou mesmo no caso do NAe SP), penso que talvez isso devesse ser repensado.
Você tocou no que acho ser o ponto mais importante.
As FA's brasileiras simplesmente não tem tradição de guerra aérea e tendem a ignorar quase que totalmente a questão da defesa anti-aérea, no máximo seguindo tendências indicadas por outras nações e adquirindo a quantidade mínima de armamentos para o setor.
Em um mundo de armas guiadas lançadas de grande altitude isto é um problema muito sério. Qualquer sistema de defesa anti-aérea que queira ter hoje um mínimo de eficiência terá que contar com o lançamento simultâneo de diversos mísseis com elevado alcançe para manter as plataformas de lançamento (aviões e UAV's) longe dos alvos, e a defesa de ponto poderá no máximo tentar interceptar as bombas e mísseis que estiverem já chegando ao final de sua trajetória. Estes serão alvos pequenos, rápidos e geralmente em grande número (justamente com o objetivo de saturar as defesas), e canhões anti-aéreos ou manpads são de pouca utilidade neste cenário, sendo novamente necessários grandes quantidades de mísseis anti-aéreos, agora de menor alcance mas com grande rapidez de resposta e agilidade.
Ou o EB, FAB e MB se preparam para gastar centenas de milhões de dólares adquirindo os sistemas de mísseis necessários em quantidades razoáveis (e aí são centenas ou milhares de mísseis, é isso que se gasta em uma semana de combate contra uma força aérea moderna e não apenas um punhado), ou então as FA's brasileiras não terão a menor condição de enfrentar nenhum país que opere nada mais poderoso que super-tucanos com bombas burras (ainda mais com a "poderosa" força de caças F-5M e A4M que estarão responsáveis pela cobertura).
Leandro G. Card